Capítulo 18 - Por que Me Faz Te Desejar Tanto?
Música - The Calling - For You
BELLA POV
Meu  coração acelerou ao sentir seus lábios  nos meus novamente. Sentir seu  gosto e seu calor que eu necessito tanto  era como se tudo simplesmente  sumisse. Meu corpo pedia essa aproximação,  um choque de desejo e paixão  tomou conta de mim. Ele retribui  timidamente, mas pude perceber que  sentia o mesmo que eu. Não entendia  aquela minha atitude, sempre fui  estudiosa e tinha medo de me meter em  encrencas. Com ele tudo era  diferente, eu não me importava com o que  pudesse acontecer.
- O que está acontecendo aqui? 
Afastei-me de seu beijo e olhei timidamente para figura a nossa frente. Era o Sr. Hitch, nosso professor de educação física.
-   Isabella eu pensei que tivesse ido buscar gelo para o seu rosto? – nos   puxou para fora do armário e olhou para os lados, verificando se   estávamos sozinhos.
- Desculpe professor. Eu acabei encontrando o   Edward no corredor e o Sr. sabe como é amor de adolescentes, sempre   impetuoso, então acabamos parando aqui.
Ele nos olhou firmemente e   sorriu. Edward não pronunciou uma palavra se quer. Bem, eu não sei  como  eu consegui falar algo nessa situação.
- Vocês têm sorte  porque  eu compreendo como é essa fase, se fosse outro professor não  seria da  mesma forma, então não quero mais vê-los aqui novamente.  Entenderam? –  Apenas acenamos com a cabeça.
- Agora voltem para suas salas.
Nos saímos dali a passos firmes e nos distanciamos da sala dos professores. Longe o bastante nos olhamos e começamos a rir.
- Você é maluca Bella, isso é fato. – me olhou calidamente.
-   O que você queria que eu fizesse? Você não teve reação nenhuma, então   fiz a primeira coisa que me passou pela cabeça. - A primeira e a que   mais desejava.
- Por favor... não faça isso de novo. – pediu com tristeza e se aproximou de mim, tocando meu rosto. 
-   Vai me dizer o que estava fazendo lá? – essa aproximação não era   razoável, tinha vontade de invadir sua boca novamente e matar minha   saudade. Ele ficou pensativo e passou os dedos na região que eu havia   levado a bolada.
- Ai.- reclamei.
- Sua falta de coordenação me surpreende. – ergueu uma sobrancelha e sorriu.
-   Isso não foi culpa minha. Eu estava distraída. – distraída pensando   nele. Mas eu tinha que parar com isso, ele não me queria mais. Não   queria sofrer além do que já sofria.
- Eu... preciso pegar o gelo. – abaixei o olhar e sorri sem graça.
-   Ok. – se afastou rapidamente como se tivesse despertado de um transe –   Eu preciso ir. – abaixou a cabeça e sumiu pelo corredor.
Eu   fiquei olhando o corredor vazio e pensando o porque dele estar fazendo   aquilo, e a lembrança do que aconteceu na sala invadiu minha cabeça.  Ele  pegou alguma coisa e colocou na mochila. O que ele queria com  aquilo?  Fui até o refeitório e peguei um pouco de gelo. Coloquei na  região que  estava dolorida, sentei em uma das cadeiras e fechei os  olhos pensativa.
Um  clic se fez e eu saquei o que ele pretendia.  A confusão no refeitório, e  agora isso, ele quer chamar a atenção do  pai dele, igual fazia antes. É  isso! Ele quer arrumar confusão para  atingir o pai dele. Ah, mas eu não  vou deixar isso acontecer, o único  prejudicado seria ele mesmo e não  vou permitir que isso aconteça.  Preciso descobrir o que é aquele papel  que ele pegou.
(...)
Estava  sentada na minha mesa no  trabalho e não tirava os olhos da mochila do  Edward. Precisava encontrar  um jeito de ver o que era aquele papel. Ele  e eu não havíamos  conversado desde que chegamos e isso me deixava  triste, quando conseguia  algum progresso na aproximação, ele se  afastava de novo. 
Peguei  alguns livros para cadastrar a  devolução e vi que ele levantou e foi ao  banheiro. Essa seria minha  chance. Olhei para minha supervisora e a  mesma estava distraída com  alguns papéis, era perfeito. Mas e se ele me  pegasse? O que eu falaria?  A dúvida tomou conta de mim. Não, não posso  pensar no e se, tenho que agir. 
Cheguei  próximo a sua  mesa e abaixei disfarçadamente até sua mochila, me  sentia uma criminosa  fazendo aquilo. Abri o zíper e vasculhei  rapidamente, tinha muita  bagunça ali, não conseguia encontrar nenhum  papel. Abri um zíper interno  e ali estava o que eu queria. Peguei o  papel e li de relance “Resultados Provas Semestrais”. Senti meu corpo gelar lendo aquilo.
Ele   havia roubado o resultado das provas, era loucura. Se alguém o pegasse   teria muitas complicações. Escutei o barulho da porta do banheiro e o   guardei rapidamente, fechando o zíper em seguida. 
- Bella? – Edward me olhou com estranheza. Eu ainda estava abaixada próxima a sua mesa. E agora? Pensa Bella, Pensa...
- Eu deixei cair minha lapiseira e não estou encontrando, você por um acaso não a viu? – fingi procurá-la debaixo de sua mesa.
- É... não, eu não a vi. – me ajudou a procurar também.
- Ah deixa pra lá. Qualquer hora eu encontro. – disfarcei dando de ombros e voltei para minha mesa.
Edward ficou me olhando não entendo tudo aquilo, mas depois voltou a trabalhar. Pronto Bella, agora você já sabe. O que vai fazer a respeito? Não tinha a mínima idéia, só sabia que precisaria pensar em algo o mais rápido possível.
(...)
Fiquei   até tarde pensado o que fazer e acabei me atrasando para o colégio.  Até  minha irmã eu não precisava mais chamar, Jacob realmente estava  fazendo  milagres com ela. Cheguei ao estacionamento e o sinal já havia  tocado,  não havia mais ninguém ali. Saí correndo e fui em direção à  secretaria  pedir um passe para entrar na aula. O diretor e o Professor  Rafael  estavam saindo.
- Na hora do intervalo faremos uma  revista em  todos os armários e mochilas. Quem roubou os resultados vai  se dar  muito mal. – disse o diretor. Uma onda de medo tomou conta de  mim.
-  Eu vou avisar todos os professores e pedir que fiquem  atentos. – o  Professor Rafael se pronunciou e saiu em direção a sua  turma.
Eu  entrei na secretaria e pedi um passe à senhorita  Manson. Eu nem prestei  atenção no que ela falou, estava apenas pensando  no que fazer. Peguei o  papel de suas mãos e sai voando de lá. Eu tinha  que tirar aquilo da  mochila dele de qualquer jeito. Mas como?  Precisava distraí-lo.  Olhei o relógio e vi que já estava acabando a  primeira aula, então  corri para turma em que ele estava e o esperei  sair.
- Edward? – o puxei pela mão.
- Bella? O que está fazendo aqui? 
- Eu preciso de ajuda. – falei ofegante fingindo falta de ar.
- O que foi? Aconteceu alguma coisa? – tinha preocupação em sua voz.
- Eu preciso sentar. – apontei para uma das cadeiras no corredor.
- Claro. – segurou minha cintura e me sentou na cadeira.
- Eu preciso de um pouco de água. Poderia pegar para mim? – coloquei a mão no peito ainda interpretando.
- Tudo bem, eu já volto. – me olhou ainda com preocupação e saiu com a mochila nas costas.
-   Não. – quase gritei e ele franziu a testa – Deixa sua mochila aqui   assim vai mais rápido, eu realmente preciso de um pouco d’água. – Não dava para ser mais direita Bella?
- Certo, eu não me demoro. – colocou a mochila na cadeira ao meu lado e saiu correndo pelo corredor.
Eu abri sua mochila e peguei o papel, escondendo no bolso da minha. Agradeci aos céus por ter sido tão fácil.
- Pronto aqui está? – me entregou a água e eu bebi. Até que aquilo me acalmou.
- Está melhor? – sentou ao meu lado e segurou minha mão.
- Estou sim, obrigado. Deve ter sido a agitação, vim correndo porque acabei me atrasando hoje. – sorri sem graça.
-   Você me assustou, pensei que estava tendo um ataque de asma ou sei lá o   que. – colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me fitou   sorrindo. Porque ele ainda era tão carinhoso comigo?
- Desculpe  por  isso. Eu preciso voltar para sala. – soltei de sua mão e me  levantei.  Precisava me livrar desse papel sem que ninguém visse.
- É... eu também. – levantou, pegou sua mochila e saiu em direção à sala.
Eu   me virei para tentar encontrar algum lugar para jogar aquilo, mas foi   tarde demais, o sinal tocou em seguida. A agitação tomou conta dos   corredores, os professores orientavam os alunos a irem para os seus   armários e os inspetores os ajudavam. A merda estava feita, não teria   como me livrar daquilo. Que ótimo Bella, agora vai se ferrar por causa dele. 
Por   incrível que pareça isso não estava me incomodando, realmente Edward   Cullen tinha tirado minha sanidade. A única coisa que pensei foi em   desapontar meu pai, mas ele entenderia meus motivos, assim espero.   Cheguei até o meu armário e olhei para os meus amigos, todos tínhamos os   armários próximos. Edward parou em frente ao dele e me olhou com   tristeza, já estava habituada aquele olhar e isso me matava por dentro,   saber que ele não estava feliz, que só fazia aquilo porque estava   perdido.
Eu respirei fundo, e esperei o inspetor olhar minhas   coisas. Eu fiquei me perguntando até onde eu iria para ajudá-lo, o   quanto eu estava disposta a fazer para pelo menos estar perto dele.   Tudo, absolutamente tudo que estiver ao meu alcance, porque é ele que   amo mais do que tudo, até mais do que eu mesma. Será que é loucura pensar assim? 
O inspetor terminou de olhar a mochila do menino ao meu lado e pediu que abrisse meu armário, eu prontamente o fiz.
- Ok, agora por favor, abra sua mochila. 
Eu   a peguei, olhei mais uma vez para Edward e sorri, ele franziu a testa   não entendo minha atitude. Abri minha mochila e o deixei vasculhar. Não   vou mentir, nessa hora senti medo e preocupação, afinal eu não  costumava  fazer isso tipo de coisa. O inspetor achou a droga do papel e  me olhou  com desprezo.
- Me acompanhe mocinha. – me pegou pelo braço e me puxou pelo corredor.
Meus   amigos me olharam com rostos confusos, sem entender o que estava   acontecendo. Edward também parecia surpreso e pude vê-lo vasculhando   dentro de sua mochila e me olhando desacreditado. Eu abaixei a cabeça e   segui até a sala do diretor.
Entrei na secretaria e o inspetor   pediu que eu ficasse aguardando. Podia ouvir os murmúrios dos alunos do   lado de fora. O diretor me chamou e pediu que eu sentasse.
- Isabella pode me explicar isso? – levantou o papel com os resultados nas mãos.
- Eu... – na verdade não sabia o que explicar.
-   Eu de fato não entendo sua atitude. Sempre foi uma ótima aluna, nunca   causou problemas. O que aconteceu? – o amor aconteceu, só isso...
- Eu só... – fomos interrompidos por alguém berrando do lado de fora.
“Ela não fez aquilo, será que dá pra entender” – era a voz de Edward.
“Você não pode entrar Sr. Cullen, volte para sua sala.”
“Por favor, me deixem falar com o diretor” – sentia angústia em sua voz. 
“Agora Sr. Cullen.” – o silêncio se fez em seguida.
- Sabe algo sobre isso? – perguntou se referindo sobre o que havíamos escutado.
-   Não, ele... só tem uma paixão platônica por mim. No mínimo queria   assumir a culpa, onde já se viu ser louco desse jeito? – sorri sem   graça.
- Bem Isabella, continue sua explicação.
- Eu só   fiz isso porque estou um pouco sobrecarregada esse ano. Eu preciso muito   passar na prova de aceitação da universidade, então não aguentei a   pressão e resolvi facilitar as coisas. – tentei passar toda convicção   possível.
- Pois bem, sabe que terei que chamar seu pai aqui. –   eu assenti – Isso seria caso para uma expulsão Isabella, mas como sempre   foi uma boa aluna e entendo sua preocupação com os estudos vou lhe dar   uma advertência que ficará anexa ao seu histórico, e terá que cumprir   três semanas de detenção ajudando nas atividades do colégio.
- Ok. – não consegui responder nada além disso.
- Vou pedir para a senhorita Manson ligar para seu pai. Pode ficar aguardando na secretaria.
Sai   de sua sala, sentei e fiquei esperando meu pai chegar. Agora que tudo   passou a única coisa que pensava era no que meu pai iria pensar de mim.   Ele sempre confiou em mim e agora eu o desapontaria. Não demorou muito  e  lá estava ele, me olhando confuso. A senhorita Manson autorizou  minha  saída e nós fomos para fora do colégio, sem pronunciar uma  palavra.
- Pai? – tentei quebrar o gelo.
- Venha Bella, precisamos conversar. Me siga com seu carro. – eu não contrariei e entrei no carro.
Seguimos   pela avenida principal de Forks e paramos em frente a um café muito   tradicional da cidade. Tínhamos o costume de tomar o café da manhã ali   todos os sábados quando mamãe ainda era viva. Entramos e sentamos   próximo a mesa que costumávamos sentar.
- Pai, porque me trouxe aqui? – olhei seus olhos e ali tinha tristeza e o maldito desapontamento.
-   Filha, eu sei que não sou um pai exemplar desde que tudo aconteceu,  mas  eu juro que tenho tentado. – me partiu o coração vê-lo falar assim.
- Pai para com isso, você sempre foi ótimo com nós duas. Isso não é sua culpa.
- O que aconteceu Bella, você sempre foi tão madura e agora isso?
- Eu tenho uma boa explicação pai, eu só espero que entenda meus motivos.
- Vou tentar. – me olhou esperando que eu começasse.
- É por causa do Edward pai.
- Por que eu tinha a leve impressão que você ia dizer isso? Deixa eu pedir um café antes.
- Pai! Posso continuar ou não? – fingi ultraje.
- Pode. – fez sinal com a mão para que eu prosseguisse.
-   Então tá. Veja, tudo isso aconteceu porque... – contei tudo o que  havia  acontecido entre Edward e eu, até mesmo do término do namoro.  Nunca  escondi nada do meu pai, não seria agora que isso aconteceria.
-   Bella eu não entendo porque fez isso mesmo sabendo que ele não quer  mais  saber de você? – ouvir aquilo do meu pai foi como um tapa na cara.
-   Pai ele precisa de ajuda, só está inseguro por causa da situação com o   pai dele. Independente se ele gosta ou não de mim, eu sinto que  preciso  estar perto dele, entende?
- Você é igualzinha sua mãe. –  tomou  um gole do café e sorriu – Sempre se anulando para ajudar os  outros. Eu  não te recrimino por isso filha, só peço que encontre uma  outra forma de  ajudar sem que isso prejudique sua vida.
- Eu vou tentar pai, juro que vou. – seu olhar já estava mais sereno. Fiquei feliz por compartilhar isso com ele.
- Bella preciso te perguntar uma coisa. Esse namoro da Renesme com o Jake é coisa séria?
- Eles se gostam muito pai, mas para falar a verdade eu não tenho conversado muito com ela sobre isso.
-   É... eu não sei como falar sobre isso, você sabe eu não seria a pessoa   ideal para... – senti que ele estava um pouco sem graça.
- Para falar sobre sexo, é isso? – ele arregalou os olhos e só concordou com a cabeça.
-   Pode deixar que eu converso com ela. Na verdade a gente sempre   conversou, mas agora que está namorando é outra história. – eu sorri e   ele ficou mais desconfortável ainda.
Meu pai nunca conversou   abertamente sobre isso comigo. Tudo o que sei hoje é graças a mãe da   Rosálie que sempre conversou comigo, e levou nos duas a nossa primeira   consulta ao ginecologista. Sobre sexo não sou nenhuma expert, Mike e eu   só aproveitamos bastante as preliminares e quando digo bastante,  leia-se  quase às vias de fato mesmo. Não tinha pudor algum em falar  sobre isso  com a minha irmã, e agora ela já estava na idade de se  consultar com um  médico.
Meu pai precisava voltar para o  trabalho. Terminamos  nosso café, nos despedimos e eu fui para casa. Meu  pai não falou nada em  me castigar, acho que porque se sentia culpado  em não estar tão  presente o quanto gostaria em nossas vidas. Já era  quase horário do  almoço, minha irmã chegaria logo e com certeza me  encheria de perguntas.
Eu  realmente não estava com vontade de  dar explicações novamente. Minha  cabeça estava em outro lugar, na hora  que eu teria que encarar Edward no  serviço e eu não tinha um bom  pressentimento quanto à isso. Renesme  chegou e já foi logo me intimando  por explicações, eu mudei de assunto e  perguntei sobre ela e o Jake.  Me contou que estavam se dando super bem e  comentei que gostaria de  conversar com ela quando chegasse em casa.
Ajeitamos  a cozinha  juntas e eu fui me arrumar para sair. Olhei meu celular e  tinha  ligações da Alice, Rose e do Bruno. Resolvi retornar para as  meninas  mais tarde e liguei para o Bruno, fazia tempo que não  conversávamos.  Desliguei, peguei minhas chaves e sai para o trabalho. No  caminho eu  estava sentindo uma coisa muito estranha, igual aquelas  crianças  arteiras que fazem algo de errado e ficam esperando os pais  chamarem a  atenção. Eu tinha certeza que Edward ia brigar comigo, mas eu  tinha que  me mostrar firme e não dar bola para o que ele falar.
Estacionei   o carro e ele já estava lá, com uma cara nada boa. Sai do carro   contando os passos, peguei a chave da biblioteca e abri a porta sem ao   menos olhar para ele. Surpreendentemente ele não se pronunciou, apenas   entrou e sentou à sua mesa ligando seu computador. Eu fiz o mesmo e agi   normalmente, exceto por sentir seus olhos em cima de mim a todo   instante, para onde eu ia ele me acompanhava. Seus olhos tinham um   brilho diferente do que hoje pela manhã, não conseguia decifrá-los.
O   momento que eu tanto evitei finalmente chegou, era final de expediente  e  Edward e eu estávamos sozinhos. Hoje ele não foi embora rapidamente   como nos dias anteriores, ele se quer levantou de sua cadeira. Eu   comecei a arrumar minhas coisas para ir embora, quando ele me   interrompeu.
- Bella, não acha que me deve explicações? –   parou na minha frente e me olhou com aquele mesmo brilho nos olhos. Eu   juro que esperei tudo, até que ele berrasse comigo, não que me   perguntasse dessa forma tão calma.
- Explicações? Sobre o que? – é claro que me fazer de desentendida não vai funcionar, mas pelo menos eu ganho tempo.
- Você sabe do que eu estou falando. Falta de ar? Porque fez aquilo?
- Não podia permitir que se encrencasse Ed. – abaixei a cabeça com vergonha por tê-lo enganado.
- Você não tinha o direito de fazer isso. – não tinha rispidez em sua voz e sim, gratidão?
-   Não Ed, você não tem o direito de querer se prejudicar dessa forma. Eu   fiz isso porque não quero ter ver sofrer. – o encarei e ele baixou o   olhar envergonhado.
- E como você acha que eu me sinto agora Bella? Sabendo que eu causei tudo isso pra você.
- Eu não me importo com o que eu fiz, faria dezenas de vezes da mesma forma. – ele me olhou incrédulo.
- Você é absurda Bella, como pode dizer isso. – passou as mãos no cabelo e se aproximou de mim.
-   Edward me dói ver como você está, sempre com o olhar triste e   desanimado, eu entendi o que está tentando fazer. Essa não é a melhor   forma de resolver as coisas.
- Você não entendi Bella. Não sabe o   que eu estou passando. Ninguém pode entender. – a mesma tristeza  voltou  aos seus olhos. O que o incomodava tanto?
- Me deixe  entender, é  tudo o que mais quero. Me deixa te ajudar. – me aproximei  tocando seu  rosto. Ele respirou fundo e fechou os olhos.
- Bella... por favor... se afaste de mim... e esquece o que senti por mim, porque eu já o fiz. – abriu os olhos e se afastou.
Eu   fiquei sem saber o que dizer. Ele pegou suas coisas e foi embora. Mais   uma vez aquela dor no peito idiota voltara. Então ele não me amava   mais... Se ele tivesse agido de outra forma não teria me atingido tanto.   É claro que ele já tinha me esquecido, ele nunca confiou em mim, nunca   se apegou como eu. Pra ele deve ter sido fácil, pra mim é praticamente   impossível. Eu ainda tinha esperança que ele sentia o mesmo, ele   demonstrava que ainda sentia, mas eu me enganei.
Prometi para mim   mesma que não ia chorar. Eu tinha ciência que não tínhamos mais nada,   só estava fazendo aquilo para ajudá-lo, nada mais. Peguei minhas coisas  e  fui para casa. Fiz algo para jantarmos, mas acabei não comendo nada.   Subi para tomar um banho e logo depois fui conversar com minha irmã.
- Oi pequena, posso entrar? – bati na porta e a olhei. Ela estava no celular e só fez sinal para que eu entrasse.
- Também te amo Jake. Até amanhã. Um beijo. – desligou e abriu um sorriso no rosto.
- Ai que melação vocês dois heim. – fiz cara de nojo e ela riu.
- Ah Bells, o Jake é tão fofo. A gente se entende tão bem sabe? 
- Posso imaginar. – sentei ao seu lado na cama.
- Então, você falou que queria conversar comigo.
- Quero sim. Eu queria que você fosse ao ginecologista comigo.
- Ah tá tudo bem, quando é sua consulta? – perguntou despreocupada.
- Na verdade a sua consulta é para a semana que vem.
- Minha? Não entendi Bells. 
- Renesme você já está na idade de ir ao médico, e agora que está namorando tem que pensar em um método contraceptivo.
- Credo Bella, eu não to pensando em transar com o Jake agora. 
- Eu sei, mas você vai querer quando se sentir pronta para isso, então tem que estar preparada.
- Ah Bells porque eu não posso tomar o mesmo anticoncepcional que você, sabe que não gosto de médicos.
-   Pequena cada pessoa tem um corpo diferente, o que é bom para mim pode   não ser pra você, por isso tem que ir conversar com o médico. Você vai   gostar da Dra. Fátima ela é muito querida.
- Bom tudo bem. Já que você diz então eu vou, mas você vai comigo né?
- Vou sim, pode deixar. – dei um beijo em seu rosto e levantei.
-   Bella papai me contou sobre o Edward. – eu abaixei a cabeça – E eu   entendo se não quiser conversar sobre isso, é só pra dizer que se   precisar eu estou aqui ok?
- Ok pequena. Eu vou deitar agora.   Amanhã tenho muita coisa para fazer, Alice vai tomar todo o meu dia com   os preparativos da festa. – fui até a porta e a olhei – Dê uma olhada  no  seu guarda-roupa tem algo para você vestir amanhã. – eu fechei a  porta e  fui para meu quarto.
- Ahhhhhhhh.... – escutei minha irmã gritar pelo corredor invadindo meu quarto.
- Obrigado Bella, é lindo. – pulou na minha cama e me abraçou.
- Que bom que gostou, achei a sua cara.
- O que foi? Por que está gritando? – era meu pai nos olhando preocupado da porta. Nós duas começamos a rir.
(...)
Hoje   era a festa de aniversário da Alice. Meu dia começou bem cedo, Jasper   pediu que eu o acompanhasse à uma joalheria, pois queria comprar as   alianças de namoro para dar a ela. Ele escolheu um modelo muito bonito,   tinha certeza que ela iria adorar. Voltamos direto para o clube ajudar   nos preparativos finais. Todos já estavam por lá inclusive Edward. Eu   prometi para mim mesma que iria seguir o seu conselho e ficar longe   dele, e foi exatamente o que eu fiz. Evitava estar na presença dele o   máximo possível.
Na hora do almoço as meninas me puxaram para uma   lanchonete para eu explicar o tinha acontecido no colégio, eu sabia  que  não poderia escapar, então contei tudo à elas. Eu queria evitar de   falar sobre isso, só fazia com que eu me sentisse pior do que já  estava.
Deixamos  tudo pronto e eu voltei para casa para me  arrumar. Tomei um banho bem  demorado, fiz uma escova no cabelo e uma  maquiagem um pouco mais forte  que o comum. Coloquei meu vestido e me  olhei no espelho.
- Uau.  Nem parece eu mesma. – estava admirada  com a mudança. Era uma pena eu  não estar completa, a felicidade não  chegava ao meu rosto.
Olhei o relógio e já estava quase na hora de sair. Desci para ver se minha irmã já estava pronta.
- Nossa que linda que você está pequena. – ela estava sentando no sofá junto com Jake.
- Obrigada. – se levantou e veio ver meu vestido. Jake a acompanhou.
- Com todo respeito – Jake piscou para Renesme - Você também tá uma gata Bells. 
- Obrigado Jake.
- Você vai com a gente? – Renesme perguntou.
- Não, vou com meu carro mesmo, não estou muito animada hoje, talvez volte mais cedo pra casa.
- Ah deixa disso Bells. Vamos dançar a noite toda você vai ver. – Jake tentou me animar, em vão.
- Então vamos? – fui pegar a chave do carro.
- Vamos.
- Tchau pai. – Renesme deu um beijo no papai e saiu.
- Tchau Charlie.- Jake se despediu e saiu logo atrás.
- Tchau pai. – o beijei também.
- Filha vê se curti um pouco ok? Não gosto de ver esse rostinho triste. – eu apenas sorri e sai fechando a porta.
EDWARD POV
Hoje   seria mais um dia de tortura para mim. Na verdade depois que briguei   com meu pai todos os meus dias tem sido torturantes. Os três dias que   fiquei longe de todos foram os piores dias da minha vida, em especial   porque fiquei longe dela, o amor da minha vida. Cada minuto que passava   eu não conseguia tirá-la da minha cabeça.
Meu pai disse coisas   horríveis para mim durante nossa briga e agora mais do que nunca, eu   queria dar motivos para as palavras deles. Eu tinha consciência que isso   não ia ajudar em nada, mas eu conseguiria o meu objetivo, que era   feri-lo assim como fez comigo. Se eu fizesse isso faria outras pessoas   sofrerem também, inclusive ela. Eu não poderia deixar isso acontecer, e a   única forma de fazer isso seria terminar com ela e me afastar o máximo   que eu puder.
Na minha cabeça ficar longe dela estava fora de   cogitação, eu definitivamente não conseguiria, mas eu tinha que ser   forte e levar minha decisão adiante. Fui procurá-la em sua casa e quando   cheguei a vi saindo. Segui seu carro até seu destino final, o penhasco   que ela havia me levado. Aquele lugar trazia muitas lembranças boas e   isso só dificultava as coisas.
Fiquei horas dentro do carro numa   batalha interna, tentando sair de lá e fazer o que tinha que ser  feito.  Respirei fundo e fui ao seu encontro. Ela estava sentada  admirando a  paisagem. Minha vontade era de chamá-la, abraça-la e  beijá-la para matar  a saudade que queimava dentro de mim. Ela por algum  motivo sabia que eu  estava ali, olhou em minha direção sorrindo e  correu para os meus  braços.
Senti-la perto do meu corpo me  trazia paz novamente, o  seu calor me acalmava. Eu a apertei forte,  desejando que tudo que estava  errado na minha vida desaparecesse e eu  pudesse ficar assim com ela,  para sempre. A realidade voltou a mim  quando ela me encheu de perguntas,  e eu me concentrei novamente no que  tinha que fazer. Terminar com ela  acabou comigo, eu mal conseguia falar  e a cada instante desviava de seu  olhar para não desistir do meu  propósito. Ouvi-la dizer que estava  arrependida de ter dito que me  amava me desconcertou, e eu me declarei  para ela no momento mais  infeliz da minha vida. Realmente não existia um  cara mais idiota do que  eu.
Ela tirou minha sanidade quando  começou a chorar, aquilo só  fez o buraco que tinha no meu peito crescer  mais ainda. Eu senti  aquilo na mesma noite que ela se declarou para mim,  quando chorou por  causa do que meu pai havia dito. Eu estava tão  envergonhado pela  atitude dele que não consegui retribuir a declaração.  Fiquei tão  agitado quando cheguei em casa, que a única coisa que pensava  era que  eu tinha que encontrar uma forma de sair o quanto antes da casa  do meu  pai.
Naquela madrugada aconteceriam duas corridas  importantíssimas e  rolaria muito dinheiro. Liguei para a Lauren e pedi  para ir à sua  casa, estava deixando meu carro escondido em sua garagem  para ninguém  descobrir. Eu venci as duas corridas aquela noite e cheguei  esgotado em  casa. Pedi que Alice entregasse um bilhete para a Bella me  desculpando  por não buscá-la naquela manhã. Eu estava decidido a me  abrir com ela e  contar o que eu estava fazendo. Acordei acabado e foi o  que bastou  para o meu pai me olhar e começar a discussão, eu não  agüentando mais  ouvir seus desaforos revidei e falei tudo o que estava  entalado na  garganta à muito tempo. Ele por saber que eu estava falando  muitas  verdades não quis mais escuta-las e me expulsou de casa.
A   lembrança das palavras dele foi o que me segurou para não voltar atrás   em minha decisão. Bella é tão generosa que não quis que eu pedisse   dispensa do trabalho, preferiria ficar ao lado da pessoa que a fez   sofrer. Aquilo na verdade foi um alívio para mim, só o fato de estar ao   seu lado já acalmaria meu coração. Ela pediu explicações sobre onde eu   estava e se voltaríamos a nos vermos, eu simplesmente falei que  voltaria  para o colégio. 
Naquela noite eu não dormi, revirava  na cama  lembrando dela chorando por minha causa. Levantei sem vontade e  fui para  o colégio. Eu tentaria evitá-la para não cair na tentação,  então fiquei  dentro do meu carro ouvindo música. Escutei alguém bater a  porta com  força e vi que era ela, havia percebido que queria  ignorá-la. Por  conspiração do destino teríamos a primeira aula juntos,  eu tentei ao  máximo nem olhar para ela.
No intervalo fui sentar  com o Alec e a  Lauren, não suportaria sentar com ela, ter que passar as  tardes ao seu  lado sem poder beijá-la já seria provação o suficiente  do meu  autocontrole. Tentava me distrair com a conversa dos dois, mas  não  conseguia evitar olhar para ela, aqueles olhos de chocolate me  deixavam  hipnotizados. Decide por meu plano em prática, tudo o que meu  pai queria  ele iria ter. Peguei um pote de molho que havia pego e virei  o jogando  na direção da mesa dos professores, mas para o meu azar  Bella estava  passando nessa mesma hora. Senti meu estômago revirar por  tê-la  acertado. Peguei um guardanapo e fui ao seu encontro tentando me   desculpar, ela não queria acreditar em mim e acabou pegando uma torta e   sujando minha camiseta. 
Eu não acreditei no que ela tinha  feito e  por dentro me deu vontade de rir do jeito impulsivo dela, mas  quando  dei por mim estava no meio de uma guerra de comida. Morri de dar  risada  quando algo gosmento acertou sua cabeça, ela não deixou por  menos e  pegou uma bandeja inteira e jogou na minha direção, eu desviei e  a mesma  acertou o diretor.
Fomos parar na sala de detenção.  Foram duas  horas de tortura. Ela começou a resmungar sobre sua blusa, e  eu me  desculpei mais uma vez e acho que acabou acreditando, porque  logo depois  ficamos em silêncio absoluto. Minha vontade era de mandar  tudo para o  espaço e beijá-la ali mesmo. Estava me sentindo um tarado  pelos  pensamentos nada puritanos com ela. O sinal tocou e eu sai  correndo dali  antes que cometesse uma loucura.
A semana demorou  para passar.  Tentava evitar a Bella o tempo todo e quando ia para o  hotel que estava  hospedado, os ponteiros do relógio pareciam  estagnados. Desejava estar  com a minha família e principalmente ao lado  dela. Bella parecia sentir  que eu não estava bem com aquilo e me  convidou para ir ao shopping com  ela, e o restante do pessoal. Acabei  aceitando meio receoso, mas acabou  sendo muito divertido. Conversamos  despreocupadamente e demos muitas  risadas, e a única certeza que eu  tinha era que só ficava feliz ao seu  lado.
Precisava dar  continuidade ao meu plano e hoje eu iria  entrar na sala dos professores  e pegar o resultado das provas do  semestre. Tomei cuidado para ninguém  me ver e entrei na sala para  procurar o papel com os resultados. Tomei  um puta susto quando vi Bella  atrás de mim. Fiquei enlouquecido por  vê-la aí, e até pensei que era uma  pegadinha do destino, tudo que eu  tentava fazer de errado ela tinha que  aparecer para estragar. Fechei o  arquivo e escondi o papel em minha  mochila. Tentei tirar Bella dali,  mas ela como sempre, muito teimosa,  resolveu pedir explicações.  Escutamos alguém entrando e eu corri com ela  para o armário de casacos.
Fiquei  me xingando mentalmente por  não ter tomado cuidado o suficiente. O  perfume dela tomou conta daquele  lugar apertado e minhas faculdades  mentais se esvaíram completamente.  Ela cochichou algo e pedi que  ficasse quieta encostando meus dedos em  seus lábios quentes e macios,  só piorando minha situação. Ela também  parecia não estar confortável  com aquilo. Eu tentei brigar com ela, mas  foi em vão, não consigo  sentir nada de ruim por ela. Encostei minha  testa na dela na tentativa  de saciar minha vontade de tê-la próximo a  mim, e rápido demais nos  separamos, quando escutamos alguém falar e  seríamos pegos. Ela me olhou  como se esperasse uma solução, só que eu  não conseguia pensar em  absolutamente nada que não fosse ela. De súbito  ela pediu que eu a  beijasse e eu fiquei confuso, quando dei por mim ela  já estava me  beijando. 
Sentir seus lábios novamente foi surreal,  naquele  momento eu sabia que não conseguiria viver sem eles, sem seu  gosto, seu  cheiro e seu corpo. Nos separamos quando fomos surpreendidos  pelo  professor de educação física, eu não consegui pronunciar nenhuma   palavra, ainda estava atordoado. Por sorte e pela absurda explicação da   Bella ele nos dispensou e nos mandou para a sala. Quando estávamos  longe  o bastante nos olhamos e começamos a rir um pouco menos nervosos.  
Eu  a chamei de maluca por agir daquele jeito e a olhei com  toda paixão  existente em mim. Pedi que não fizesse aquilo novamente e  toquei seu  rosto, observando uma região que estava avermelhada, ela  reclamou da dor  e eu ri do seu jeito descoordenado. Eu ainda estava  sedento por ela e  me aproximar assim não era saudável, eu tinha  consciência, mas era mais  forte do que eu. Eu queria beijá-la por horas  e horas, mas fui desperto  por ela quando notei que não estava a  vontade com aquilo. É claro que  não estaria, afinal eu tinha terminado  com ela. 
No dia seguinte  eu estava esperando pelo momento que o  diretor daria por falta do  resultado das provas, assim eu conseguiria o  que queria. Estava saindo  da aula de inglês quando Bella me chamou  pedindo ajuda, ela parecia  estar com falta de ar. Eu a ajudei a sentar e  fui buscar um pouco de  água. Quando voltei ela já parecia melhor, ela  me explicou que havia  corrido porque estava atrasada, talvez fosse esse  o motivo do mal estar.  Eu segurei sua mão e a acalmei, ela logo se  afastou e eu fui para a  sala. Coincidência ou não o sinal bateu e uma  agitação se formou. 
Escutei  os professores falando que era para  irmos para os nossos armários e  aguardar, eu logo deduzi que eles  haviam descoberto. Cheguei ao meu  armário e olhei para Bella com  tristeza. Ao mesmo tempo que eu queria  fazer aquilo, eu não queria que  ela se decepcionasse comigo. O inspetor  começou a olhar o armário dela e  logo em seguida pediu para abrir a  mochila. Ela por algum motivo que  não consegui entender olhou para mim e  sorriu. Escutei o inspetor falar  algo e pegar em seu braço, a  arrastando pelo corredor.
Pudi ver  em suas mãos um papel e me  liguei no que ela havia feito. Olhei dentro  da minha mochila e o papel  não estava mais ali, a olhei sem acreditar  no que estava acontecendo. Um  sentimento de angústia tomou conta de  mim, minha respiração começou a  faltar quando a vi entrando na sala do  diretor. Ela era mais maluca do  que eu pensava, iria levar a culpa para  me proteger, quando eu estava  tentando fazer isso desde o dia que  terminei com ela.
Corri para a  secretaria explicar que aquilo  tinha sido um engano, mas foi em vão,  ninguém me escutou. O sentimento  de impotência em não poder ajudá-la  como fez comigo, me enlouqueceu.  Aproveitei a agitação e fui embora,  precisa me acalmar. Pensei várias  vezes em chegar ao serviço e  confrontá-la, mas de nada adiantaria, hoje  eu comprovei que ela de fato  não vai desistir de mim, e isso só faz eu  amá-la ainda mais. 
Eu  tinha que fazê-la entender que precisava  se afastar de mim e só havia  uma forma. Cheguei adiantado a biblioteca  e fiquei esperando ela chegar.  Ela mal me olhou quando veio abrir a  porta, provavelmente por esperar  que eu fosse brigar com ela. Entrei  normalmente, liguei meu computador e  ali eu fiquei o restante do dia.  Eu a acompanhava com o olhar a todo  instante, pensando o quanto ela  pode me amar ao ponto de se anular ao  meu favor. Isso só fez meu  coração doer pensando no que eu estava  prestes a fazer.
Estávamos sozinhos e a vi arrumando suas coisas para ir embora, então resolvi conversar com ela.
- Bella, não acha que me deve explicações? – perguntei calmamente e parei a sua frente.
- Explicações? Sobre o que? – estava tentando fugir do assunto.
- Você sabe do que eu estou falando. Falta de ar? Porque fez aquilo? – só de lembrar me deixava doido.
- Não podia permitir que se encrencasse Ed. – abaixou a cabeça envergonhada. Como eu queria abraça-la nesse momento.
- Você não tinha o direito de fazer isso. – ao mesmo tempo que dizia isso agradecia por ela gostar tanto de mim.
-   Não Ed, você não tem o direito de querer se prejudicar dessa forma. Eu   fiz isso porque não quero ter ver sofrer. – eu queria a mesma coisa.
- E como você acha que eu me sinto agora Bella? Sabendo que eu causei tudo isso pra você.
-   Eu não me importo com o que eu fiz, faria dezenas de vezes da mesma   forma. – eu não podia acreditar que estava falando aquilo. Ela tem algum   problema só pode. Aquilo me deixou nervoso.
- Você é absurda Bella, como pode dizer isso? – me aproximei dela.
-   Edward me dói ver como você está, sempre com o olhar triste e   desanimado, eu entendi o que está tentando fazer. Essa não é a melhor   forma de resolver as coisas.
- Você não entendi Bella. Não sabe o   que eu estou passando. Ninguém pode entender. – e de fato ninguém   podia. Mas eu a queria tanto ao meu lado.
- Me deixe entender, é   tudo o que mais quero. Me deixa te ajudar. – me pediu com súplica nos   olhos e tocou meu rosto, minha pele queimou com seu toque e meu corpo   inteiro se arrepiou. Só ela fazia aquilo comigo, e eu desejava nunca   deixar de sentir isso, me sentir amado tão incondicionalmente.
Podia   ver que ela estava sofrendo tanto quanto eu. Estava disposto a não   fazê-la mais sofrer por mim. Respirei fundo e fechei meus olhos, se ela   me olhasse saberia que eu estava mentindo. Tomei coragem e falei.
- Bella... por favor... se afaste de mim... e esquece o que senti por mim, porque eu já o fiz. 
Abri   meus olhos e sai dali rapidamente, com o coração totalmente devastado   em falar aquilo. Ouvindo que eu não a amava mais seria a única forma de   afastá-la de mim. Aquela noite eu chorei igual uma criança, angustiado   por causa daquilo tudo. Acordei acabado, sem vontade alguma de  levantar,  mas minha adorável irmã precisava de mim e me ligou às seis  horas da  manhã. Fui para o salão do clube e me distrai ajudando nos com  os  últimos preparativos.
Bella não demorou a chegar e pude  perceber  que ela seguiu meu pedido, me evitou a todo custo. Fui para o  hotel me  arrumar e voltei para a festa. Algumas pessoas já haviam  chego. Eu fui  até o bar e peguei uma bebida, só assim para aguentar a  noite, quando  meu desejo era estar sozinho e sofrendo calado. Minha  irmã estava  recepcionando alguns convidados, então Jasper e Emmett me  acompanharam  na bebida.
Olhei em direção a entrada e fiquei  alucinado com a  imagem que vi. Bella estava mais linda do que nunca,  num vestido preto  tomara que caia, que marcava suas curvas e deixava  suas pernas quase que  totalmente a mostra. Pelo Amor de Deus... era hoje que eu perderia meu juízo. Pedi mais uma bebida e tomei num gole só.
- Boa sorte irmãozinho. – Emmett deu um tapa nas minhas costas olhando para ela.
- Caraca, amigo você tá perdido essa noite. – Meu amigo e meu irmão são muitos animadores não acham?
Ela   olhou para os lados e depois em nossa direção. Percebeu que eu a  estava  olhando e desviou o olhar. Apontou para uma mesa conversando com  sua  irmã, e foram se sentar. Eu também fui sentar numa mesa afastada,  com  alguns primos que tinham vindo da Califórnia especialmente para o   aniversário.
Não tirava os olhos dela, vê-la linda daquele jeito   só piorou as coisas. Ela levantou e foi para pista de dança com minha   irmã, Rose e Jéssica. Todos os garotos esticavam o pescoço para olhá-la,   aquilo me incomodou profundamente. Ela dançava com muita desenvoltura e   entusiasmo, mas isso estava presente somente em seu corpo, seu rosto   não transparecia felicidade.
Meu autocontrole foi testado quando   um garoto se aproximou dela e começaram a dançar juntos. Ele a olhava   com malícia. Me mexi na cadeira e me controlei para não levantar dali.   Ele pegou em sua cintura e a puxou para mais próximo, nesse momento eu   comecei a contar até mil para não sair dali e socar a cara dele. Ela   falou algo em seu ouvido e foi em direção ao bar. Eu não mais suportando   ficar ali longe dela fui até lá.
- Não tinha um vestido mais   curto para você vir? – perguntei na lata mesmo. Não tinha direito nenhum   de lhe cobrar alguma coisa, mas foi mais forte do que eu.
- Eu gosto dele assim. – respondeu simplesmente sem ao menos me olhar.
- Você e a metade dos garotos da festa. – falei com debochei.
- Você não pode me cobrar nada. – pegou sua bebida e me deixou sozinho.
Bem   feito Edward, quem mandou? Agora aguenta. Voltei para minha mesa e   tentei me acalmar novamente. Bella tinha voltado para a pista e   continuou dançando com aquele idiota. Eu só imaginava ele voando para o   outro lado do salão com o soco que eu desejava tanto lhe dar. Minha   prima Irina me despertou, me convidando para dançar. Eu aceitei, não   queria ficar ali a noite inteira atormentado por aquilo.
Eu só   tinha esquecido um pequeno detalhe. Minha prima sempre teve uma paixão   platônica por mim, então a coisa não ia prestar. Começamos a dançar e a   todo momento ela aproveitava para se esfregar em mim, não que eu não   gostasse, afinal de contas eu sou homem, mas a cara que a Bella estava   fazendo vendo aquilo me tirou o sossego. 
Ela provavelmente achou que eu estava fazendo aquilo para lhe fazer ciúmes, e começou a se esfregar no cara também. Puta merda... Respira Edward, respira...  Ninguém podia toca-la daquele jeito, ela é a minha Bella de mais   ninguém. Um sentimento possessivo tomou conta de mim. Começou a tocar   uma música lenta, tudo para ajudar o meu estado. Irina voou com as mãos   em volta do meu pescoço me apertando. Bella fez a mesma e o cara se   aproveitou, passando a mão em sua coxa. Ela tentou se afastar e ele a   segurou, meu sangue ferveu na hora. Não pensei duas vezes. 
- Larga ela agora. – me aproximei do cara o empurrando.
- Ei, quem você pensa que é cara? – o engraçadinho veio querendo me bater. 
- Epa vamos parar com isso que ninguém quer estragar a festa, não é mesmo? – Jasper interveio e nos afastou.
Bella saiu correndo do salão e eu fui atrás dela.
- Bella espera. – ela não parou, continuou a andar a passos largos – Por favor, espera.
- O que você quer Edward, não ficou satisfeito em estragar minha noite? – olhou para trás me encarando.
- Bella ele estava se aproveitando de você. – tinha raiva só de lembrar.
- E o que você tem a ver com isso? Não estava aproveitando com aquela lambisgóia também?
- A Irina é minha prima Bella, nada demais. – tentei me explicar. Eu sabia que aquilo não ia dar certo.
- Pois ela não parecia ser só sua prima. – falou irônica.
- E você? Não estava aproveitando e fazendo o mesmo com aquele cara? – perguntei sarcástico.
-   Eu não estava fazendo nada demais, foi você que começou tudo aquilo.  Ah  quer saber? Eu não sei nem porque estou lhe dando satisfações.
-   Se você não estivesse tão... tão linda e desejável nada disso tinha   acontecido. Você não sabe como me senti vendo você perto daquele cara   Bella. – não tinha vergonha em demonstrar meus ciúmes.
- Eu não te entendo Edward, juro que não. Foi você que pediu para eu me afastar.
-   Eu sei, eu só... não estou conseguindo...- olhei em seus olhos e  fiquei  hipnotizado mais uma vez por sua beleza. Ela retribui o olhar   ternamente.
Um desejo enorme de beijá-la tomou conta de mim, e   quando percebi ela correu em minha direção e pulou em pescoço, selando   seus lábios aos meus. Aquele beijo tinha tudo, saudade, paixão, amor,   desejo e ansiedade. Ansiedade por ter nossos corpos tão perto novamente,   sentia uma onda de eletricidade tomar conta de mim. Ela me beijava com   urgência como se quisesse dissipar toma a saudade existente entre nós.
Eu   parei o beijo e a puxei para uma sala mais afastada, para termos   privacidade. Invadi sua boca novamente sugando sua língua sedento por   seu gosto. A puxei para mais perto, não queria distância alguma entre   nós. Comecei a beijar seu queixo, seu pescoço, sua orelha e seu ombro,   precisava sentir novamente o gosto da sua pele. Ela respondeu agarrando   meus cabelos e lambendo minha orelha com a ponta da língua, descendo  até  meu pescoço. Aquilo me enlouquecia, sentia minha pele queimar, meu   corpo inteiro estava queimando por ela. Sentia que ela queria aquilo   tanto quanto eu.
Eu estava entorpecido em senti-la assim tão   entregue a mim. Minhas mãos tinham vida própria e exploravam todo seu   corpo. A encostei contra a parede e afastei suas pernas com a minha,   levantando vagarosamente seu vestido e acariciando o interior de suas   coxas. Podia sentir o calor de sua excitação e aquilo me enlouquecia   mais ainda, me tirando o juízo. Eu queria amá-la ali de corpo e alma, só   precisava de seu consentimento. Parei o beijo e olhei em seus olhos,   eles pareciam querer dizer muitas coisas naquele momento, ela apenas   sorriu e assentiu com a cabeça. Eu a beijei apaixonadamente, querendo   mostrar todo o amor existente em mim.
Abri o zíper de seu vestido   e o desci delicadamente deixando seus seios à mostra. Eram lindos como   tudo nela, fiquei os admirando por tanta beleza, definitivamente ela  era  minha perdição, meu vício. Ela resmungou em protesto por eu ter  parado,  eu sorri e a beijei novamente, acariciando seus seios com as  mãos.  Desci minha boca dando beijos molhados até seu seio esquerdo, o  mordendo  levemente e lambendo como um louco apaixonado, a sentindo  arfar com  meus carinhos. Eu a queria para mim, sentir que ela era só  minha.  Precisava matar o desejo que me consumia ardentemente, ela mexia  demais  comigo, me deixava sem chão e fazia eu me sentir um libertino,  um  devasso sem controle. 
- Bella, por que me faz te desejar  tanto? – perguntei ofegante olhando em seus olhos. 
- A pergunta certa, é porque você me deseja tanto, mesmo não me querendo? – ouvir aquilo me despertou para a realidade.



