BELLA POV
FINAL DE JUNHO
Seis meses se passaram desde que fomos morar em LA e, por incrível que pareça, passou voando, pelo menos para mim. A adaptação com a nova casa e rotina foi tranqüila. Claro que no começo eu estranhei um pouco, afinal a casa está sempre movimentada e barulhenta, diferentemente de quando morava com papai e Renesme, mas com o tempo me acostumei com a presença constante de meus amigos perambulando pelo apartamento. O difícil mesmo foi me acostumar com a ausência de minha família e também da família de Edward, principalmente da doce Gabriela. Nos primeiros meses as ligações eram constantes, porem, quando as contas de telefone começaram a ficar absurdamente caras, tivemos que restringir essas ligações para uma vez por semana.
Nesses meses que se passaram a convivência com o pessoal foi um aprendizado, e muitas vezes até mesmo engraçada. Aprendi que só passamos a conhecer realmente as pessoas quando dividimos o mesmo ambiente que elas. Descobri que meus amigos têm hábitos hilários e até mesmo, manias estranhas. Jasper por exemplo. Eu sempre o vi como uma pessoa extremamente tranqüila em tudo o que faz e, no entanto, descobri que ele só consegue se concentrar em algo que está estudando ouvindo Rock Metal. A solução que encontramos para enfrentar essa fase dele, que só acontece nas semanas de prova, foi comprar tampões de ouvido, e o melhor é que eles não servem somente para esse propósito, mas também quando meus amigos esquecem que dividem o apartamento, e se deixam levar pelos gritos e sussurros de uma noite de amor. Eu não me importo muito com isso, porque sei que eles também o utilizam quando Edward e eu comemoramos sua volta das viagens, que agora se tornaram mais constantes.
Alice é a animação em forma de gente. Além de seu bom humor matinal e sua disposição para começar o dia já ensaiando seus passos de dança, descobri que a baixinha tem mania de mudar os moveis de lugar a cada quinze dias, alegando não gostar de mesmices. Jasper, quando escutou Alice justificando sua esquisitice, acabou ficando preocupado com isso, pois achou que sua namorada fosse trocá-lo também. Quando ele me contou sobre essa preocupação, a única coisa que pude fazer foi rir até meu estomago doer, e com isso ganhei um belo olhar raivoso dele. Para me desculpar com meu amigo, prometi a ele que conversaria com Alice sobre isso, e sabe o que ela fez quando a questionei sobre essa insegurança do Jass? Primeiro ela riu muito, e depois foi correndo tirar essa idéia boba da cabeça do seu môzinho, dizendo que nunca se cansaria dele, por mais que ela se cansasse das roupas da estação passada que ele insistia em continuar usando. Bem estilo Alice de ser.
Emmett continua com seu paladar digamos que, exótico, porque eu nunca vi uma pessoa gostar tanto de misturar os alimentos como ele. Da ultima vez que eu consegui presenciar seus hábitos alimentares, sem sentir enjôo, o assisti comer macarrão ao molho bolonhês com bananas flambadas na pasta de amendoim. E acredite, esse era seu lanche da tarde.
Rosálie eu descobri ser o fantasma da casa. Minha amiga adora acordar de madrugada para assistir a sessão coruja, e infelizmente tive conhecimento disso tomando um baita susto, quando levantei de madrugada para tomar água. A cena foi cômica, e somente por isso eu não xinguei alto, pois bati o dedo mindinho na mesa de jantar, quando me assustei ao vê-la enrolada até a cabeça com o cobertor, somente com os olhos azuis brilhantes para fora, parecendo uma alma penada. Em algumas noites acabamos nos tornando companheiras, quando Edward me avisava que ia chegar de madrugada, então eu ficava esperando o horário para pegá-lo no aeroporto, fazendo companhia a ela.
Jacob é o monta e desmonta da casa. Meu amigo sempre gostou de desmontar aparelhos estragados, para conhecer seu funcionamento e descobrir como consertá-los, e por esse motivo ele é quem conserta tudo por aqui. Fora isso, Jake sempre gostou de colecionar coisas, e devo confessar, aprendi a pegar gosto por isso com ele. O único problema são as quinquilharias que ele adora comprar, mas que também adora deixar jogadas pelo corredor, sala, cozinha e até mesmo no banheiro. Para resolver isso, fizemos uma reforma no escritório, colocando alguns prateleiras e armários, para deixar suas peças mais bonitas expostas.
Edward também tem suas manias. A última adquirida foi começar a praticar exercícios diariamente. Na verdade foi mais uma imposição do que vontade. Como agora ele está correndo como segundo piloto, precisa manter o peso a risca, para não atrapalhar seu desempenho. E ele tem levado isso muito a sério. Não que eu esteja reclamando, longe de mim, afinal de contas eu estou adorando apreciar seu corpo mais musculoso do que o normal. Se ele já era lindo e gostoso antes, agora é praticamente um pecado em forma de homem. Fora isso tem sua fascinação por tecnologia então quando está em casa, ele e os meninos fazem campeonatos jogando vídeo game. Podem acreditar, eles tem até um quadro na sala que mostra a pontuação da ultima disputa.
Eu não abandonei completamente minha paixão, as flores. Quando estou com tempo livre, adoro cuidar do jardim japonês que temos na varanda, e também das plantas que espalhei pelo apartamento. Todo mundo tira sarro dizendo que agora vivem na Mata Atlântica por minha causa.
Fora essas pequenas particularidades, eu tenho amado viver em LA. A cidade é maravilhosa e encanta pelo clima sempre agradável. E o que eu mais gosto daqui é o simples fato de poder caminhar na praia a hora que desejar. Se você está cansado do dia agitado ou com a cabeça cheia, um simples passeio para assistir o por de sol te renova completamente. Isso tem se tornado um habito para mim, principalmente quando Edward está longe. O mar acalma a saudade que sinto dele. Eu sabia que teria que enfrentar sua ausência, mas não imaginei que seria tão difícil.
No começo, quando Edward corria como piloto de testes, ele praticamente nem viajava com a equipe. A cada volta de uma corrida, ele só precisava se apresentar à equipe e fazer os testes necessários para melhorar o desempenho e o tempo dos pilotos oficiais. Ele também estava desenvolvendo melhorias do seu projeto com Patrick, o engenheiro da Jordan´s. Ele ficava emocionado sempre que me contava o quanto Patrick elogiava as ideias que teve, e que muito em breve, poderiam começar a testá-las nos carros oficiais. Eu fiquei radiante com essa noticia e feliz por vê-lo realizando seu sonho.
Por causa de seu talento, três meses após começar como piloto de testes, Edward recebeu o convite do Sr. Thompson para correr como segundo piloto. O brilho em seus olhos, ao me contar a novidade, era lindo de se ver. Ele estava eufórico e cheio de vida, pois era isso que ele amava fazer. Edward nasceu para brilhar dessa forma. Todos nós fomos assistir sua estreia, e me dá vontade de rir ao lembrar o quanto ele estava nervoso naquele dia. Parecia que ele ia desmaiar de tanta ansiedade.
A corrida aconteceu na cidade de Phoenix e Edward competiu na Nationwide Series, que é uma divisão da categoria de automobilismo da Nascar, Essa categoria é encarada como a segunda divisão, por ser muito utilizada por equipes para testar e amadurecer pilotos, visando a Sprint Cup, que é a divisão principal. Edward chegou na décima segunda posição. Ele não ficou preocupado com seu desempenho, pois sabia que teria que percorrer um longo caminho de experiências para finalmente conseguir boas colocações.
Seus pais também foram prestigiar sua estreia e isso serviu para acalmar a saudade que todos sentiam. Gabi já havia completado três anos e ninguém diz que a pequena garotinha passou por tantas dificuldades, e inclusive por um transplante. Ela transborda saúde e entusiasmo e isso me faz lembrar a sua festa de aniversário. Esme contratou para a festa, alguns brinquedos infláveis e uma cama elástica, e é claro que os adultos também aproveitaram para relembrar seus tempos de criança. Temos até mesmo uma foto de Carlisle e papai pulando com Gabi na cama elástica, de Esme escorregando do grande castelo inflável e do futebol de sabão que os meninos fizeram.
Papai e Sue gostariam de ter ido para Phoenix também, mas não podiam deixar a reforma de nossa casa. Papai estava fazendo algumas ampliações, como havia comentado antes de eu vir para LA. O casamento deles aconteceu em março e foi simples e emotivo. Papai estava lindo em seu terno preto e Sue radiante num vestido champanhe rodado. A festa foi celebrada na casa da Sue, somente para os mais íntimos, e eu aproveitei para matar a saudade do papai, Renesme e da comida de Sue que tanto adoro.
Sue está fazendo um ótimo trabalho com o papai. Ela me confidenciou que foi difícil no começo ele se acostumar com minha ausência, mas agora acabou se conformando, e até obedece as suas rígidas ordens sobre alimentação sadia. Eu fiquei muito contente por saber que ele está sendo bem tratado, e feliz ao lado da sua nova companheira. Minha irmã também já está se adaptando com minha ausência, e criou uma amizade bacana com a filha mais nova de Sue. Com nossa ida para Forks, ela aproveitou para matar as saudades de Jake, e isso recuperou o animo do meu melhor amigo, pelo menos por um tempo.
Nossos cursos iniciaram-se na primeira semana de fevereiro e desde o primeiro dia tem sido puxado. Realmente o ensino médio não é nada comparado a Universidade. São muitos trabalhos, leituras e provas a cada três semanas. Eu tenho me dedicado muito aos estudos, assim como meus amigos e Edward.
Edward na verdade tem se empenhando ainda mais que todos nós, porque tem enfrentado certas dificuldades para conciliar os estudos com sua profissão. Como ele tem viajado bastante e consequentemente, perdido algumas aulas, eu tenho o ajudado como posso. Os professores, por saberem do seu trabalho, me passam as informações das aulas e os trabalhos solicitados, para que assim Edward possa acompanhar e não ficar perdido quando volta das viagens.
Normalmente ele fica cinco dias fora, num intervalo de duas semanas, então aproveitamos ao máximo o tempo juntos. Só que esse máximo às vezes acaba não sendo muito, pois eu tenho meu trabalho e Edward precisa colocar toda a matéria em dia, para não ficar com alguma pendência. Nos dias que ele está fora, meus amigos me apoiam bastante e eu procuro não demonstrar minha tristeza a ele, afinal eu quero vê-lo feliz. A maior compensação que eu tenho após essa distância, é vê-lo voltar das viagens com um belo sorriso no rosto, e orgulhoso por ter tido um bom desempenho e dado o melhor de si.
Edward sempre diz que gostaria de me levar junto com ele, e eu sou sincera em dizer que, se não tivesse compromisso algum, iria até o fim do mundo com ele, mas a realidade é outra. Nós sempre acompanhamos suas corridas pela televisão e até montamos um quadro com os dias e horários que Edward correrá. Normalmente as corridas acontecem nos domingos então nos reunimos e fazemos um grande churrasco para torcer por ele.
Quando a saudade aperta demais, eu procuro estudar bastante e me dedicar ao meu novo trabalho. Comecei a trabalhar numa loja de produtos naturais, que fica a poucas quadras do apartamento. Dona Estefânia, a dona da loja, é uma senhora muito simpática e querida, e têm me ensinado muitas coisas. Ela ficou viúva há alguns anos e recentemente perdeu a única filha, num acidente de carro, e precisou tocar a loja com a ajuda de seu único neto, Chase. O que mais me encantou nela, desde o primeiro dia que conversamos, foi sua força para seguir em frente, e o carinho que falava sobre sua família, que agora só existe em suas lembranças e no amor pelo neto.
Chase é uma ótima pessoa. Ele é dois anos mais velho do que eu e é muito extrovertido. Ele também estuda em Dartmouth e está no terceiro ano do curso de Música. Chase é muito talentoso. Toca violão e piano lindamente, sem contar que tem uma voz muito bonita. Eu o vi tocar uma única vez, quando estava passando perto de seu escritório. Ele parecia querer esconder o talento que tem, cantando baixo e com o semblante triste. Talvez por ainda sentir falta da mãe. Eu comentei com ele que Renesme também tem vontade de cursar Música no ano que vem, e ele pareceu se interessar muito nesse fato. No entanto eu já deixei bem claro a ele que minha irmã já tem o coração preenchido. Ele me respondeu dizendo que não era um cara ciumento e me arrancou boas risadas. Ele cuida da loja de sua avó com muito empenho e dedicação e isso é de se admirar. Normalmente jovens não querem assumir tantas responsabilidades, mas para Chase, isso parece ser também uma forma de amenizar a dor que senti pela perda da mãe.
A loja, intitulada de In The Nature, vende chás, ervas, cereais e produtos de beleza, como xampus, sabonetes, esfoliantes, hidratantes e muitos outros, e o melhor, são todos feitos à base de produtos naturais. Dona Estefânia, após uns três meses que eu trabalhava ali, me confessou que ela mesma produz o que vendemos, e eu fiquei fascinada com isso. Ela me contou que se formou em Química Industrial na Universidade de Yale, e após alguns anos vez uma pós-graduação em Botânica Sistemática e Ecologia Vegetal, já com intenção de produzir uma linha de cosméticos naturais.
A loja já existe naquele ponto há quase vinte anos e tem clientes assíduos e fieis aos produtos que vendemos. A linha que mais faz sucesso é a Bothanicals, que possui três aromas diferentes e exclusivos, e que inclusive possui a linha masculina, que faz a alegria das mulheres para presentearem seus maridos e namorados.
E hoje por sinal, eu estava levando para casa um kit completo para presentear meu amor, que em poucas horas chegaria de viagem. Edward viajou para cidade de Kentucky e justamente hoje nós completamos um ano de namoro. Nós queremos comemorar essa data devidamente, afinal estamos há quase uma semana e meia sem nos vermos. Edward voltaria no tempo previsto, mas como em poucas semanas irá acontecer a grande e mais esperada corrida da Nascar, na cidade de Daytona, ele precisou ficar mais alguns dias, para reuniões extras com a diretoria e a equipe.
Eu fico na loja até as quatro da tarde, assim ainda tenho tempo de chegar em casa e dar atenção as pendências da Universidade, porem como já estamos perto do mês de julho e esse período é de recesso no campus, nós dois poderemos descansar e curtir muito um ao outro.
Assim que cheguei em casa, avistei Emmett assistindo TV na sala e Alice preparando um lanche na cozinha. Todos nós estamos trabalhando e dividindo as despesas igualmente. Para manter a casa em ordem, até porque ficamos pouco tempo por aqui, contratamos a Sra. Faris. Ela é uma senhora muito querida e carinhosa com todos nós e, como ela mesma diz, nós somos agora seus novos filhos. Ela é muito caprichosa e atenciosa conosco. Procura sempre deixar alguma refeição preparada e está sempre repondo nossas compras. Foi uma benção encontrar alguém tão especial e de confiança.
Emm conseguiu trabalho numa academia próxima a Universidade e ficou super entusiasmado, afinal já seria uma espécie de estágio para o seu curso de Educação Física. Alice e Rose estão trabalhando numa loja de calçados no shopping Hollywood e Highland Center. O horário delas é bastante maleável, e com isso Alice consegue se dedicar aos treinos, para tentar uma vaga como bailarina no teatro The Orpheum, e Rose consegui dedicar-se a leitura e mais leitura, afinal cursar advocacia não é mole.
Jasper está trabalhando numa gráfica que tem parceria com o jornal Metro, um dos maiores do mundo. Por enquanto ele trabalha no setor gráfico, mas aos poucos está tentando ganhar a confiança de seu chefe, para escrever uma resenha sobre algum assunto importante, e conseguir seu tão sonhado estágio, e posteriormente emprego como jornalista.
Jake é o único que tem o horário diferente do nosso e, por esse motivo, nós quase não conseguimos nos ver ou conversar como antes. Ele conseguiu emprego numa boate famosa aqui em LA, a The Gate. O lugar é muito legal e bem frequentado, inclusive pelos alunos da Universidade. Normalmente as sextas e sábados nosso ponto de encontro é por lá. A função de Jake é bar tender e devo confessar, meu amigo leva jeito para a coisa, sem contar que ele faz muito sucesso com as meninas, porém minha irmã pode ficar despreocupada, pois eu nunca o vi dando mole para elas.
Algumas vezes, quando conseguia encontrar Jake em casa, eu percebia seu cansaço por ficar a noite toda acordado, e ter que enfrentar as aulas do seu curso de Engenharia Mecânica à tarde. Eu admiro seu esforço, pois sei que meu amigo está fazendo isso por minha irmã. Jake tem gasto muito com gasolina, pois pelo menos duas vezes no mês, quando recebe sua folga extra, ele vai para Forks passar esse tempo com Renesme e, trabalhando na boate, ele consegui um bom extra em gorjetas. O problema disso, e tenho certeza que não vai prestar, é que minha irmã não faz idéia que Jacob trabalha como bar tender. Eu não vejo porque mentir para ela, mas Jake diz que se ela souber, será motivo para brigas e, como eles já se vêem pouco, ele quer que esse pouco seja pelo menos especial.
Assim que fechei a porta de casa, Emmett notou minha presença e Alice acenou da cozinha.
- Oi Emm. – acenei para o grandão, que assistia Bob Esponja e dava boas gargalhadas.
- Oi Bellusca. – ele levantou do sofá e me deu um beijo na testa. Eu sorri pelo seu gesto carinhoso e retribui com um beijo em seu rosto. Em seguida fui até a cozinha tomar um suco e Emm me acompanhou. – Oi Lice.
- Oi Bellinha! Tudo bem? – Alice indagou me dando um abraço e sentando na bancada, me oferecendo um pedaço do seu lanche, porém Emmett foi mais rápido que eu, e pegou o pedaço oferecido, dando uma abocanhada em seguida. – Ei seu esfomeado! Era pra Bella. – Alice gracejou dando um tapa em sua mão, mas isso não bastou para o grandão soltar o sanduíche. Dando um sorriso de vitoria, por fazer uma boquinha rápida, ele voltou à sala e eu ri do se jeito sempre esfomeado.
- Tudo bem e você? Como foi na loja hoje? – indaguei ainda rindo da cara feia que Alice fazia e abri a geladeira, pegando a jarra com suco de laranja, servindo nós duas.
- Tudo bem também e super animada, afinal estamos de férias! – ela levantou os braços comemorando, me fazendo rir com mais vontade. Era adorável presenciar o entusiasmo de Alice diariamente. - Claro que eu estou assim porque deletei da cabeça a criatura que tive que atender hoje na loja. Você acredita que a moça me fez trazer quase uns trinta pares de sapato pra experimentar? E o pior, não comprou nenhum. – ela bufou mordendo o sanduíche – Bem, mas deixando isso de lado... Agora que temos uma folguinha das aulas podemos curtir mais né? Jake deixou os ingressos para a noite de hoje. Disse que a boate vai bombar por causa do recesso. Você vai não é?
- Ah Lice eu até gostaria de ir, mas você sabe que hoje eu e o Ed vamos comemorar nosso aniversário de namoro. Eu estou tão ansiosa e morrendo de saudades. E falando nisso... Ele ligou? Só conversamos na hora do almoço e ele ficou de me ligar agora à tarde. – eu sentei ao seu lado, peguei uma fatia de pão e passei pasta de amendoim, dando um gole em meu suco. Olhei para Alice esperando sua resposta e seus olhos me fitaram de um jeito... Pesaroso. Meu estomago gelou na hora, pois eu já conhecia muito bem esse olhar de minha amiga.
- Na verdade... Ligou sim. – ela colocou seu lanche de volta no prato, limpou os lábios com um guardanapo e olhou para Emmett. Seu entusiasmo de agora pouco havia sumido, e eu suspirei já aguardando o que viria. Mas como a esperança é a ultima que morre...
- E que horas ele chega? – eu não queria pensar que nossos planos tinham ido por água abaixo mais uma vez - Eu pedi para ele me avisar o horário que chegaria para pegá-lo no aeroporto. Foi por isso que ele ligou, não é? – Alice olhou para as mãos, parecendo hesitar – O que foi Alice? Aconteceu algo? – eu perguntei só por perguntar.
- Ai Bellinha... Eu não sei como dizer isso sem que você fique triste, então vou falar de uma vez. – ela tomou fôlego e começou - O Ed ligou agora a pouco para avisar que não vai conseguir sair hoje de Kentucky. Ele queria ter ligado pra você, mas estava se sentindo super mal com isso então pediu que eu te avisasse. – Assim que Alice terminou de cuspir as palavras, segurou minhas mãos em sinal de conforto e retomou o fôlego dando uma forte inspirada.
Eu filtrei a informação dada, sentindo uma tristeza chata e familiar, pois estaria mentindo se dissesse que fui pega de surpresa. Para falar a verdade, algo dentro de mim dizia que isso poderia acontecer hoje, afinal de contas nos últimos dois meses é isso que vem acontecendo. Imprevistos se tornaram comuns. Das últimas vezes, Edward perdeu o aniversário da Alice, um passeio de final de semana que fizemos para a fazenda deles e até uma visita de seus pais e a Gabriela no mês passado.
Eu ficava triste com isso é claro, afinal de contas ele está perdendo momentos importantes, mas eu também entendia, e me confortava o fato de saber que ele está se realizando e buscando seus objetivos. Quem sabe daqui algum tempo isso não melhore? Era isso que eu repetia incessantemente em minha cabeça.
- Tudo bem, Alice. Eu entendo. Vou ligar pra ele e conversar sobre isso. Não quero que o Ed se sinta culpado. Ainda teremos muitos aniversários para comemorar. – falei sinceramente, mas Alice não pareceu muito contente com isso.
- Não. Não está tudo bem, Bellinha. – ela bufou como sempre fazia quando conversávamos sobre isso. Alice não se conforma com o fato de Edward precisar se ausentar tanto assim. Eu sei que ela queria me apoiar, mas tenho pra mim que se estivesse em meu lugar, agiria da mesma forma. - Eu sei que você fica triste com isso. Não é a primeira vez. E até já aproveitei para falar algumas verdades para o meu irmão sobre essas pisadas na bola que ele vem dando.
- É o trabalho dele, Lice. O Ed não tem como prever essas coisas.
- Mas se ele realmente quisesse, faria de tudo para estar hoje com você. Um ano de namoro só se comemora uma vez. Vocês passaram por muitas coisas e precisam curtir isso. – eu encarei minha amiga, sentida por suas palavras. Alice percebeu o que disse e em segundos se levantou para me dar um abraço - Me desculpe amiga. Não foi isso que eu quis dizer.
- Ele está tentando, Alice. Você não se lembra da ultima vez? Ele chegou aqui de madrugada, morrendo de cansaço e preocupação só porque eu disse que tive um mal estar durante o dia. – eu lembrava muito bem desse dia e fiquei arrependida de ter contado a Edward que não me sentia bem, pois era somente um resfriado que me pegou desprevenida. Já no telefone eu sentia a aflição em sua voz e pedi que não se preocupasse, mas foi em vão. Ele chegou aqui às quatro da manhã, trazendo consigo uma sacola cheia de remédios para gripe, mel para amenizar a dor de garganta, e ainda por cima um cachecol lindo, todo trabalhado a mão que ele havia comprado em sua viagem para Michigan. Ele passou o dia inteiro me mimando, se sentindo culpado por não cuidar de mim como devia. É por momentos e atitudes como essa, que eu compreendo que, por algumas vezes ele precisará estar longe, e sei que ele estará ao meu lado sempre que eu precisar, sem medir esforços para tal.
- É claro que eu me lembro, Bellinha. – ela me apertou ainda mais no abraço e eu retribui, ciente de que ela não queria me machucar com suas palavras. - Eu fui infeliz em meu comentário. Por favor, me desculpe. Eu sei o quanto o Ed está tentando e o quanto ele sofre por não estar com você. – ela me soltou do abraço e me fitou com os olhos cheios de arrependimento - É só que... Se você está triste, todos nós ficamos também, entendi? – eu assenti.
- Eu não estou triste, Alice. De verdade mesmo. – ela cerrou os olhos para mim como se dissesse: Não minta para mim – Tudo bem. – revirei meus olhos - É claro que eu estou um pouquinho triste, mas nós sabíamos que teríamos que enfrentar isso, então não vamos fazer uma tempestade em copo d’água ok? Amanhã Ed e eu teremos o dia todo para comemorar. E eu não quero que vocês fiquem tristes com isso também. – reforcei meu pedido olhando para Emmett, que escutava nossa conversa. Ele assentiu sorrindo e Alice fez o mesmo - Vocês tem me apoiado muito e eu agradeço por isso. - Abracei Alice e ela voltou a sentar-se ao meu lado. Emmett veio até a cozinha novamente, me deu um abraço e pegou um copo, servindo-se de suco.
- Não precisa agradecer. Sabe que amamos vocês dois. – ela apertou minha bochecha como se eu fosse uma criança – Mas... – Ih quando ela realça o mas aí vem bomba - Só vou acreditar que está mesmo bem com uma condição. – eu mordi meu lanche, esperando o que viria da baixinha – Você vai conosco para a boate essa noite. – Eu sabia. Minha amiga não dá ponto sem nó. Ela provavelmente não quer que eu fique sozinha em casa.
- Mais Lice eu não estou com clima para... – ela me interrompeu com um sonoro Shiiii!
- Nada de mais, você vai e ponto final.
– Eu não vou me divertir sem o Ed lá. – tentei me justificar, mas já sabia que seria em vão. Alice sabe ser persuasiva quando quer.
- Nós ficamos incumbidos de te divertir, então não tem desculpa. – ela retrucou dando um sorriso vitorioso. Eu continuei comendo meu lanche, sem ter mais argumentos, somente negando com a cabeça.
- Bellinha, por favor? – Alice pediu me lançando um olhar de cachorrinho abandonado, me fazendo rir - A Rose e o Jass já estão chegando, assim podemos ir todos juntos. – ela continuou sua chantagem, agora fazendo um bico enorme – Por favor? Por favor? Por favor? – eu já estava abrindo a boca para confirmar que iria quando...
- Por favor, Bellusca? – Emm se juntou a irmã, fazendo o mesmo bico engraçado e carinha de coitado. Não tinha como não rir com amigos como esses.
- Ta bem eu vou. – falei revirando os olhos.
- Eba! – Alice deu seus pulos de alegria comemorando e Emmett veio me dar um de seus abraços sufocantes.
- Bom, então eu vou tomar banho e daqui a pouco encontro vocês para sairmos. – comuniquei terminando meu suco e colocando o copo na pia.
- Eu também vou me arrumar. – Alice me puxou pela mão em direção aos quartos - Preciso dar um trato nesse meu cabelo. Está um horror. – eu revirei meus olhos para ela, pois Alice sempre está impecável, porém nunca satisfeita.
- Bem, eu vou fazer um lanchinho enquanto espero meu loirão. – Emmett disse abrindo a geladeira e se preparando para um próximo banquete.
Eu fui para meu quarto me arrumar e assim que entrei, coloquei minha bolsa em cima da cama e o presente que havia preparado para o Ed na escrivaninha, ao lado do porta retrato que comprei para colocar uma foto nossa.
Antes de tomar uma ducha, peguei meu celular com a intenção de ligar para o Ed e conversarmos. Como havia falado para Alice, eu não quero que ele se sinta culpado, então o melhor seria esclarecer as coisas, porém seu celular estava desligado. Eu tentei umas três vezes e desisti, pensando que talvez ele estivesse em reunião e não pudesse atender, e assim que estivesse livre me retornaria.
Joguei meu celular na cama, tirando em seguida minha roupa e colocando-a no cesto de roupas sujas. Tomei uma ducha quente e relaxante, sentindo um pouco do cansaço do dia sumir. Envolvi a toalha em meu corpo e voltei ao quarto para escolher o que vestir. O clima estava bastante agradável então optei por um vestido tomara que caia na cor creme que comprei mês passado. Ele é justo na região dos seios e cintura e mais rodado embaixo, me deixando solta para poder dançar, se é que eu teria vontade de dançar essa noite.
Sequei meus cabelos com o secador, realçando meus cachos nas pontas. Fiz uma maquiagem básica, calcei minha sandália e me perfumei. Dei uma olhada no espelho gostando do meu visual e ao notar a linda pulseira que ele me deu brilhando em meu pulso, pensei no quanto Edward também iria gostar. Pensando nele, tentei ligar para seu celular novamente, mas ainda constava como desligado.
Fui até o nosso closet pegar uma bolsa menor para usar, e suspirei ao sentir o aroma dele que exala de suas roupas. Eu nunca me cansaria de sentir seu cheiro. Quando Edward está longe, eu me pego fazendo isso várias vezes, como uma forma de amenizar a saudade que sinto.
Nós chegamos na boate próximo das dez horas e o lugar já estava bobando. Jacob sempre conseguia reservar uma ala vip para nós, então ficamos num lugar confortável para conversar. Alguns colegas da faculdade se juntaram a nós e logo meus amigos caíram na dança. Eu só conseguia olhar para meu celular, esperando a ligação de Edward. Eu comecei a ficar preocupada do porque dele não me retornar. Resolvi fazer mais uma tentativa, e sem ter êxito, fui pegar uma bebida para acalmar minha ansiedade.
Chegando próximo ao bar, visualizei meu amigo fazendo um dos seus malabarismos com as garrafas e tirando aplausos entusiasmados dos clientes. Jake precisou fazer um curso para aprender essas técnicas, e acabou dominando com muita facilidade. Aproveitei que um banco próximo do bar ficou vago, e corri para lá, esperando que Jake viesse me atender. Antes de notar minha presença, ele jogou duas garrafas de tequila para o alto, as rodopiando com velocidade e servindo cinco porções no balcão. Uma garota muito bonita tomou uma delas em um único gole, e em seguida sorriu para Jake, tirando uma nota de dez dólares do sutiã, para pagar sua bebida. Ela sussurrou algo em seu ouvido e saiu dali rapidamente, deixando meu amigo com uma cara estranha.
- Ei Bells! – ele veio até onde eu estava sentada e pude notar que suas bochechas estavam coradas.
- Oi garanhão. Pelo visto essa foi mais uma que te fez uma proposta indecente? – ele deu um sorriso sem graça e me fez rir. Jake me contou o quanto é assediado enquanto trabalha e que já recebeu muitas propostas para ocupar a cama de lindas garotas.
- Elas sempre aparecem. O que posso fazer? – ele suspirou dando de ombros e eu soube que Jake não estava feliz com isso – Eu não consigo nem imaginar o que Renesme faria se visse algo assim. Me dá uma dor no estomago e eu fico com remorso em pensar que deixo essas garotas me proporem esse tipo de coisa.
- Jake não pense nisso. Você só está fazendo seu trabalho, e aceita ouvir esse tipo de coisa por causa do dinheiro. Você não está fazendo nada de errado.
- Eu sei, mas eu sinto como se estivesse traindo sua irmã. – disse e em seguida me serviu um Blood Mary. Jake sabe que eu gosto dessa bebida por ser mais suave e saborosa. Aproveitando seu comentário, resolvi alertá-lo novamente.
- Eu ainda acho que você deveria contar a ela, Jake. – ele fez uma careta engraçada para mim e logo mudou de assunto, como sempre fazia.
- E você? Pensei que você e Edward fossem comemorar o aniversário de namoro hoje. – dessa vez quem suspirou foi eu – O que aconteceu Bells?
- Edward ligou dizendo que não vai conseguir sair hoje de Kentucky.
- Eu sinto muito Bella. Eu sei que já faz um tempo que ele está fora e o quanto vocês planejaram essa noite. – disse afagando minhas mãos e eu sorri agradecida. Jacob é o único que não critica Edward pelo tempo que ele precisa ficar longe, talvez porque ele vive isso com minha irmã e entendi como me sinto. Nós sabemos que é algo passageiro.
- Tudo bem. Nós temos o período do recesso para ficarmos juntos. Você vai para Forks semana que vem?
- Estou querendo. Conversei com meu chefe para conseguir uns dias de folga, mas ele ainda não me deu uma resposta. Ia ser muito bom poder passar esse tempo com a Renesme. Se eu não conseguir a folga, vou falar com Charlie para deixar sua irmã vir para cá. Você acha que ele deixaria?
- Eu acredito que sim Jake. Não vejo porque não deixar.
- Você sabe como seu pai é protetor com a Renesme. Se ele descobri que a gente já dormiu junto é capaz de mandar me matar. – eu ri da careta de medo que ele fez - Você daria uma ajuda? Seu pai confia muito em você. – pediu piscando com os olhos brilhando.
- Claro que eu ajudo. – falei rindo.
- Obrigada Bells. Você é o máximo, sabia?
- É eu sei. – brinquei revirando os olhos e tomando meu drink.
- Olá Bella! – escutei uma voz conhecida e olhei para trás, avistando Chase se aproximando.
- Oi Chase. Nossa! Você por aqui? – falei surpresa por vê-lo.
- É... Resolvi sair um pouco da toca. – ele disse olhando para os lados. Chase havia me confessado que não tinha muito entusiasmo para sair de casa depois que tudo aconteceu. Eu sempre o convidava para se juntar a nós, mas ele recuava dizendo que precisava fazer companhia a sua avó. Eu fiquei feliz em vê-lo ali. Era sinal de que ele estava permitindo deixar a tristeza para trás e continuar a viver.
- Esse é meu amigo Jacob. Jake esse é o Chase. – os apresentei e Chase estendeu a mão para cumprimentar Jacob.
- Prazer cara. Bella já me contou que você cuida da loja junto com sua avó.
- Sim, sim. Era minha mãe quem dava uma mão pra ela e... Agora chegou minha vez. – Chase disse franzindo o cenho, levemente desconfortável.
- Você quer tomar algo? – Jake mudou logo de assunto e eu o agradeci com um sorriso. Eu já tinha contado para todos sobre o que aconteceu com Chase e sua avó.
- Só uma cerveja, por favor. – disse colocando as mãos no bolso e parecendo deslocado. Era engraçado ver isso porque Chase tem pinta de quem costuma frequentar esses lugares com frequência, e sem contar que eu já percebi que ele não é nem um pouco tímido.
- Claro é pra já. – Jake disse pegando uma garrafa e entregando para ele – Foi bom te conhecer, Chase. Vou deixar vocês conversando e continuar meu trabalho. – Jake se afastou de nós e Chase se aproximou do balcão, para pegar a cerveja.
- Eu não esperava te encontrar aqui. – Chase disse tomando um gole de sua cerveja - O que aconteceu com seu namorado? – eu tinha comentado com ele que Edward voltaria de viagem hoje e que tínhamos planos para essa noite.
- Edward não vai conseguir sair da lá hoje. – falei sem vontade alguma de prolongar o assunto, ainda mais porque eu já estava impaciente por não conseguir falar com Edward. Então mudei de assunto. – Os seus amigos da faculdade frequentam esse bar? – Chase nunca me falou sobre eles.
- Alguns. – deu de ombros.
- E você saia bastante com eles? Você sabe. Antes...
- Não muito.
- E por que não? - Chase ficou pensativo antes de responder.
- Digamos que eles têm hábitos diferentes.
- Como assim? – ele suspirou tomando mais gole de cerveja.
- Eles preferem fazer festas particulares, em que podem encher a cara e usar drogas sem se preocupar com nada. Esse não é mais o meu lance. – disse encarando a garrafa a sua frente. Parecia difícil para ele falar sobre isso. Eu assenti tomando minha bebida e me perguntando por que ele disse que esse não era mais o seu lance.
- Que bom que esse não é seu lance. Mas me diga... Qual é o seu lance? – eu estava curiosa para saber o que Chase gostava de fazer. Era raro ele se abrir comigo no trabalho, talvez por sua avó estar sempre por perto. Nós tínhamos boas conversas e é difícil vê-lo como meu chefe, então parecíamos mais colegas de trabalho. Por mais que ele seja mais velho, Chase é uma pessoa fácil de conversar, que te faz rir com facilidade.
- Eu adoro tocar. É isso que sei fazer. Aqui em LA tem alguns pubs que tocam musica ao vivo. Antes de... – ele pausou olhando para as mãos – Eu costumava frequentar esses lugares e tocar a noite.
- E porque parou? – eu já tinha uma leve ideia, mas mesmo assim forcei a pergunta para ver se estava certa. Chase não respondeu de imediato e eu dei tempo para que ele se sentisse confortável para falar.
- Eu não consigo mais tocar, parece que eu fiquei vazio por dentro e que não me encaixo mais nesses lugares. Fiquei sem inspiração. Minha mãe era quem me incentivava o tempo todo, quem me impulsionava todos os dias pra seguir meu sonho, mas agora eu não tenho mais quem faça isso.
- Chase, eu sei o quanto é difícil. Acredite em mim.
- É? E como você pode saber? – indagou secamente.
- Porque eu também perdi minha mãe. – falei encarando seus olhos que agora me fitavam com pesar. Eu não tinha compartilhado isso com Chase. Tudo bem que trabalhamos juntos, mas eu não fico contado sobre isso para todo mundo, até porque é algo muito pessoal e doloroso. Sempre será.
- Eu... – ele começou a dizer agarrando sua garrafa nervosamente, e eu o interrompi.
- Ela morreu quando eu tinha dez anos, de câncer. E nem por isso deixei de viver e fazer o que gostava. Foi difícil, mas eu superei e tenho certeza que você também irá.
- Sinto muito, Bella. – ele segurou minha mão, que estava em cima do balcão, e se aproximou de mim, me surpreendendo com o gesto - Você nunca comentou nada.
- Tudo bem, Chase. – sorri levemente, soltando minha mão da dele. Chase percebeu meu desconforto e voltou a se afastar - Eu só falei isso pra você ver que com o tempo as coisas melhoram. Basta você querer. – ele me encarou por um tempo e tirou um objeto do bolso. Era uma palheta na cor vermelha.
- Eu amo música. É minha paixão. Não quero perder isso também. – disse estendendo o objeto para eu ver. A palheta tinha um desenho em espiral e estava escrito Believe It em preto – Essa foi a primeira palheta que ganhei da minha mãe e isso era o que ela sempre me dizia: Acredite em você, filho. – ele olhava para o objeto com nostalgia e eu sorri por ver o amor que tinha pela mãe.
- Você não vai perder isso, Chase. Só esta triste com o que aconteceu e isso te bloqueou. – ele guardou a palheta no bolso e voltou a tomar sua cerveja - Veja, já está fazendo um grande progresso. Ate saiu de casa. – eu disse entusiasmada o fazendo rir um pouco.
- Bom, mas eu não deveria sair de casa para falar de coisas tristes. Você não quer dançar um pouco? – fiz uma careta para seu convite.
- Eu não danço muito bem, Chase.
- Ah qual é? Muita gente que está aqui também não sabe. Ninguém se importa com isso. – eu mordi meu lábio e olhei para meu celular. Não tinha nenhuma ligação de Edward ainda. Eu não sabia se aceitava o convite de Chase, ou ficava esperando Edward me ligar. Na verdade me pareceu estranho aceitar dançar com outro homem, no dia do meu aniversário de namoro.
- Vamos lá, Bella. Mais tarde você liga pro Edward. – e dizendo isso ele nem me deu chance de recusar. Agarrou minha mão e me puxou para a pista de dança.
Ate que Chase não dançava tão mal e eu comecei a rir do seu entusiasmo. O pessoal também estava na pista de dança e eu aproveitei para apresentar Chase para todos. Ficamos dançando todos juntos por um tempo e Chase se afastou para ir ao banheiro. Eu continuei dançando sozinha, vendo meus amigos dançando agarradinhos com seus parceiros. Eu senti uma pontada de inveja naquele momento e desejei que Edward estivesse ali também. Resolvi voltar para a área vip e não ficar segurando vela por ali e continuei dançando sozinha.
A música que estava tocando tinha uma batida suave e eu me deixei levar pelo ritmo. Fechei meus olhos e imaginei que Edward estava dançando ali comigo, com o corpo colado ao meu lado. Eu sentia tanta falta do calor do seu corpo, do seu toque, que podia quase que sentir sua presença ali comigo. Esse fato absurdo eu deixei por conta da bebida, que possivelmente já estava entorpecendo minhas emoções. Eu sempre fui fraca para bebida e somente um drink poderia me deixar um pouco alta.
- Você me deixa louco dançando assim. – escutei um supro sussurrado em meu ouvido, senti um peitoral firme de encontro as minhas costas e mãos firmes agarrando meus quadris.
Por segundos meu corpo retesou com a surpresa, mas logo tudo ficou familiar para mim. Eu poderia distinguir aquela voz rouca e melodiosa a metros de distância, o cheiro amadeirado e inebriante, o calor do corpo e o toque das mãos sempre suaves, porem firmes e possessivas. Meu coração reagiu como sempre a sua presença, disparando acelerado no peito. Eu podia sentir o coração dele batendo em minhas costas e sua respiração acelerada em meu pescoço.
Foram segundos para que um enorme sorriso brotasse em meus lábios e a sensação de felicidade tomasse conta de mim. Ele estava ali e tudo ao redor pareceu sumir. Edward começou a acompanhar meus movimentos, segurando meu quadril dos dois lados e me prendendo contra seu corpo.
Eu tenho uma bela lembrança de quando dançamos assim da ultima vez. Tivemos que ir embora mais cedo, pois o meu piloto número um queria brincar. Eu resolvi então brincar um pouco com ele.
- Meu namorado não ia gostar nem um pouco de saber disso. – falei rebolando e empinando meu quadril, tirando um rosnado baixo de Edward. Ele começou a distribuir beijos molhados em minha nuca e pescoço, me fazendo arfar pela quentura e maciez de seus lábios.
- Ele é um cara de sorte, mas não precisa saber disso. O que acha de guardarmos segredo? – indagou descendo sua mão direta pela lateral do meu corpo, levantando suavemente meu vestido e acariciando minha coxa.
- Aham... – concordei suspirando, já me sentindo quente.
- Você senti falta do seu namorado? – quis saber arrastando sua mão para o interior da minha coxa, mordendo o lóbulo da minha orelha. Eu já sentia meu baixo ventre estremecendo e empinei ainda mais meu quadril, para que sua mão chegasse onde eu queria. Edward mordeu meu pescoço com esse gesto, mas afastou a mão do meu centro. Merda! – Responda, querida. – provocou apertando minha coxa.
- S-Sim. – É impossível ser coerente com ele fazendo isso. Filho da mãe! Eu podia sentir seu sorriso em minha pele. Edward agora adorava me provocar, mas eu também sabia como desarmá-lo. Eu segurei sua mão esquerda, que estava parada em meu quadril e subi em direção aos meus seios. Dei um pequeno gemido ao sentir suas mãos quentes em contato naquela região, mesmo por cima do tecido. Edward soltou um grunhido rouco em meu ouvido, me deixando ainda mais excitada – Mas eu sei como acalmar essa saudade. – falei ronronando - Eu estava justamente fazendo isso, imaginando que ele estava aqui dançando comigo, roçando seu corpo ao meu, me fazendo sentir o quanto me deseja. – Eu rebolei meu quadril, sentindo o membro de Edward roçando em minha bunda.
- Porra Bella! – Edward grunhiu novamente e eu sorri satisfeita.
- Bella? Como você sabe meu nome? – questionei falsamente espantada e rebolando em sua ereção – Você está me espionando é? Eduardo não vai gostar nem um pouco de saber disso. – Edward me apertou ainda mais contra seu corpo, friccionando seu membro em minha bunda e buscando meu centro com sua mão.
- Eduardo é? – zombou - Que nome mais sem graça. – disse ele me fazendo rir. Seus dedos agora foram parar em minha calcinha, me fazendo suspirar por antecipação. Edward afastou-a gentilmente, me acariciando com os dedos. – Porra... Tão molhada, Bella. Você me enlouquece assim. – eu gemi repousando minha cabeça em seu ombro e agradecendo mentalmente por estarmos na área vip e ser impossível alguém nos ver. – Teu namorado de deixa molhada desse jeito? – seus dedos dançavam pelo meu clitóris e logo eu senti um dedo me penetrar.
- Edward... – eu gemi seu nome, totalmente entregue.
- Quem é Edward, querida? É o cara que te deixa assim? É quem te fazer gemer e suspirar? – indagou rindo levemente e escorregando seu dedo para fora de mim, arrancando um protesto de meus lábios. Eu resolvi agir e acabar com meu tormento. Agora eu só pensava em sair logo daqui e correr para casa.
- É ele que tem um pau igual ao seu, querido. – falei apertando sua ereção com minha mão livre. Descobri que Edward fica louco quando eu falo assim com ele.
- Merda! – Edward gemeu alto e me virou de frente a ele. Eu sorri vitoriosa por seu descontrole, mas triste por não sentir mais seus dedos onde mais precisava nesse momento – Que saudade que eu estava de você. – e sem me dar tempo algum, invadiu minha boca com um beijo selvagem, cheio de saudades.
Eu agarrei seus cabelos, gemendo de satisfação por sentir seu gosto e seus lábios quentes nos meus. Eu adorava beijar meu namorado, e ficar sem isso por mais do que um dia já me deixava louca.
- O que você está fazendo aqui, Ed? – questionei enquanto buscava por ar.
- Não gostou de me ver aqui? – indagou se fazendo de ofendido. Eu sorri o beijando novamente.
- É claro que eu gostei só não esperava por isso.
- Eu quis fazer uma surpresa, amor.
- Surpresa? Alice me disse que você ligou dizendo que não conseguiria sair de Kentucky hoje. Eu tentei te ligar várias vezes.
- Eu menti pra ela e desliguei meu celular. – disse como se não fosse nada demais.
- Ai! – dei um tapa em seu braço. – Por que me bateu?
- Você me deixou preocupada e me fez pensar que não comemoraríamos nosso aniversário juntos. – falei fazendo um bico gigantesco, mas que eu sei que ele adora.
- Desculpa linda. – pediu acariciando meu rosto e dando leves beijos - Se eu contasse pra Alice ela com certeza daria com a língua nos dentes, por isso resolvi mentir. – disse beijando a ponta do meu nariz – Agora desfaz esse bico gostoso e vamos matar a saudade? – eu fiz que não com a cabeça – Ah então eu acho que você não estava com tanta saudade assim, já que prefere ficar bicuda e não me beijar. – Edward disse fazendo uma cara fofa e eu não resisti. Pulei em seu pescoço e busquei seus lábios para mais um beijo.
Edward enlaçou sua mão em minha nuca, acariciando meus cabelos e me arrepiando inteira. Eu fiz o mesmo, e ele deixou escapar um gemido de satisfação, nos fazendo caminhar de encontro à parede. Edward pressionou seu corpo ao meu, roçando seu membro em meu baixo ventre e me enlouquecendo mais ainda.
Ok! Era hora de irmos embora. Eu ia abrir minha boca para falar que deveríamos sair dali, quando escutamos alguém pigarrear. Eu abri meus olhos e avistei a imagem de Chase próximo a nós.
- Chase! – eu soltei os lábios de Edward e senti minhas bochechas corarem. Eu senti o corpo de Edward retesar e olhando para baixo entendi o por que. Meu piloto estava dando um olá para quem quisesse ver.
Eu não podia deixar meu chefe ver a situação em que nos encontrávamos então o máximo que pude fazer, foi virar meu corpo e ficar na frente de Edward, que se virou rapidamente, colando seu corpo ao meu.
- Olá Edward. – Chase acenou dando um sorriso discreto. Edward e Chase já tinham se conhecido quando convidei Ed para conhecer a loja. Eles não conversaram muito, mas depois que Ed me encheu de perguntas sobre Chase, pude perceber que ele ficou levemente enciumado com meu chefe.
- Oi Chase. – Edward acenou de volta tentando parecer natural.
- Eu atrapalhei alguma coisa? – Chase indagou sem jeito.
- Não. Nós só estávamos... Conversando. Edward resolveu fazer uma surpresa, não é ótimo? – eu sorri totalmente desconcertada por ainda sentir a ereção de Edward na minha bunda.
Que situação.
- Ah sim, claro. Isso é ótimo. – Chase disse olhando para os lados e visivelmente desconfortável. Será que ele viu alguma coisa? - Eu te procurei lá na pista e quando não te achei resolvi ver se estava aqui. – Chase explicou sentando em um dos sofás que tinha ali. Edward resolveu fazer o mesmo e me sentou em seu colo, me usando como almofada.
- Vocês... – Edward começou pigarreando em seguida – Vieram juntos? – e perguntando isso ele colocou suas duas mãos em minha cintura, apertando levemente.
Ah ótimo! Marcando território.
- Não Ed. Eu vim com o pessoal. Chase apareceu depois. – expliquei revirando meus olhos.
- É na verdade eu nem iria sair de casa, mas a Bella sempre me convida para vir então me perguntei: Por que não?
- Ela sempre te convidou... Entendo. – Edward disse apertando ainda mais meu quadril para baixo, me fazendo suspirar com sua ereção roçando meu centro. Ok! Ele estava bravo por eu não ter contado sobre os convites. O que tem demais nisso? – Mas que bom que você veio então.
- E você fez boa viagem? – Chase perguntou casualmente.
- Fiz, fiz. Foi tudo bem tranquilo. Eu mal podia esperar chegar para ver minha namorada. – Chase soltou um riso baixo, talvez sacando o súbito ciúme de Edward. Eu cruzei minhas pernas, botando mais pressão em seu aperto, sentindo o suspiro ofegante de Edward em minhas costas.
- Bella também estava bastante ansiosa. Tanto que nem conseguiu trabalhar hoje. – Chase disse dando um sorriso maroto e me deixando envergonhada – Ela só falava em você.
- Obrigado por me entregar, Chase. – falei sarcasticamente, tirando uma risada dele e de Edward, que ainda continuava me provocando.
- Não a de que Bella. Bom, o papo está ótimo, mas já está tarde e eu vou andando. – Chase disse se levantando.
- Ah que pena. Mas vou bom te ver Chase. – Edward soltou descaradamente.
- Igualmente, Edward. Até segunda, Bella. – Chase acenou e retribui.
- Até segunda.
Assim que Chase saiu dali eu me levantei, cruzando os braços e encarando Edward com uma cara de poucos amigos.
- Isso foi muito grosseiro, Edward.
- O que foi que eu fiz? – quis saber fazendo cara de inocente.
- Você não precisava despachar ele assim só porque estava com ciúmes. Você sabe que Chase é meu chefe. – Edward suspirou e levantou-se, ajeitando sua calça, que estava visivelmente apertada.
- Eu que deveria estar bravo. Você não me contou nada sobre esses convites.
- Eu o convidei como convidaria qualquer outro amigo, Edward. Eu já te contei o que aconteceu com a família dele e eu só quis ser educada e ajuda-lo a se animar um pouco. Não precisava agir dessa forma.
- Eu não o despachei porque estava com ciúmes, amor. Olha o meu estado – disse olhando para seu amigo - É terrível ficar assim. – eu levantei minha pestana ainda querendo vê-lo admitir que errou. Edward bufou revirando os olhos. – Tudo bem, talvez eu tenha ficado com um pouco de ciúmes por saber que ele estava aqui e te procurando.
- Nós só dançamos um pouco e todo o pessoal estava junto.
- Eu sei, amor. – Edward se aproximou de mim e enlaçou minha cintura. - Mas olha pro cara. Ele é todo bonitão, cheio de sorrisos e ainda por cima é mais velho. Quem não ficaria com ciúmes? É algo instintivo, não dá pra controlar. -Agora eu sorri por sua confissão e por cogitar que Chase seja melhor do que ele.
- Você é mil vezes mais lindo, mais gostoso, mais forte e é o único que tem um sorriso que me faz suspirar. – Eu acariciei seu rosto e Edward sorriu pra mim. – Obrigado pela surpresa, eu adorei. Feliz um ano, honey,
- Feliz um ano, minha vida. – disse dando um beijo leve em meus lábios, tirando um pequeno pacote do bolso e me entregando – Te amo, muito.
- Te amo, sempre. – retribui olhando em seus olhos e sorrindo pelo lindo presente que ele tinha me dado.
EDWARD POV
Eu acordei sentindo a claridade do sol batendo em meu rosto. Provavelmente ainda era cedo, pois não escutava barulho algum fora do nosso quarto. Levantei vagarosamente e relutante por momentaneamente não sentir o calor do corpo de Bella no meu, e fui fechar melhor a cortina. Ao voltar em direção à cama, sorri bobamente para a imagem da minha garota esparramada ali.
Como eu estava com saudades de acordar ao seu lado. Da presença do seu corpo a noite toda enroscado ao meu, de fazermos amor antes de dormir e quando acordávamos. De seus beijos e seu sorriso. Da sua preguiça matinal. De ver seu corpo nu desfilando pelo quarto.
Só de lembrar-me disso eu já ficava duro, igual fico quando estou longe de casa e sozinho pensando nela. Minhas noites nos quartos de hotel são vazias, silenciosas e sem vida. A única que coisa que acalma minha alma é ouvir a voz da Bella quando conversamos todas as noites, ou das nossas rápidas conversas pelo computador. Eu sei que tem sido difícil para ela suportar minha ausência e isso me entristece. Bella tenta não demonstrar isso para mim, mas é algo que eu simplesmente sinto.
Eu queria tanto que fosse mais fácil. Que eu não precisasse viajar e ficar muito tempo longe, mas no estágio que estou agora isso é praticamente inevitável. E pior é que, se eu conseguir uma posição boa e me classificar para a Sprint Cup do ano que vem, meu tempo com Bella pode ficar ainda mais escasso. Concorrer nessa categoria, significa me tornar o piloto principal da equipe, e consequentemente, eu terei que participar de anúncios e festas dos nossos patrocinadores, de mais reuniões, e muito, muito treino. Eu ainda não sei como contar isso a ela e resolvi deixar rolar, afinal eu também não sei se conseguirei ou não essa oportunidade.
O que eu mais quero nessas duas semanas, que poderei ficar com Bella, é curtir e muito sua companhia, sem pensar no que virá. Ao me deitar novamente ao seu lado, percebi que Bella ainda dormia pesadamente, então resolvi fazer um mimo para ela. Vesti minha boxer, uma bermuda e camiseta e fui para cozinha, preparar um café da manhã.
O bom dos hotéis que fico é que a maioria deles tem cozinhas conjugadas, para o pessoal da equipe que recebe seus familiares. E para ocupar minha mente e tempo, tenho arriscado algumas receitas. No começo tudo ficava meio sem gosto, ou salgado demais, porem agora eu acertei a mão, e até já recebi elogios dos meus colegas de equipe.
Decidi fazer algumas panquecas e uma omelete recheada. Fiz o dobro da receita para o pessoal poder comer também. Recheei as panquecas com geleia de pêssego que eu sei que Bella adora, coloquei a omelete em um prato, junto com algumas torradas, suco de laranja e pronto. Parecia apetitoso.
Voltei para o quarto tentando não fazer muito barulho e sorri ao ver que minha garota ainda dormia. Será ótimo poder acordá-la do jeito que eu mais gosto. Mordendo e beijando seu corpo inteiro. Coloquei a travessa com o café em cima do criado mudo, tirei minha camiseta e deitei ao seu lado, respirando o doce perfume de morangos de seus cabelos. Afastei a coberta de seu corpo e comecei a dar leves mordidas em seu pescoço, fazendo Bella ronronar do jeito que eu amava.
- Acorda, vida. – pedi agora mordendo sua cintura e barriga.
- É cedo ainda, Ed. – ela resmungou tentando esconder o rosto no travesseiro.
- Eu fiz o café para você. – falei passeando minhas mãos por debaixo de sua camisola, buscando seus seios.
- Você fez mesmo? Ou está querendo o seu café da manhã? – indagou maliciosamente e me fazendo rir em sua pele.
- Eu quero os dois, mas o meu café da manhã só virá depois do seu. – provoquei subindo minhas mordidas até seu seio esquerdo, mordiscando seu bico entusmecido.
- Edward...
- O que amor?
- Para de me provocar. – ri sobre seu seio e dando um ultimo beijo ali, deitei ao seu lado de novo, acariciando seu lindo rosto. – O que você fez para o café? O cheiro está tão bom. – Bella disse lambendo os lábios e isso me lembrou do segundo presente de aniversário que ela me deu ontem. Fora os produtos extremamente cheirosos que ela comprou, Bella fez uma massagem relaxante em mim, utilizando um óleo de massagem que aguçou ainda mais minha libido. Mas, além disso, foi fodidamente prazeroso sentir os lábios da minha garota em meu pau. Foi a primeira fez que Bella fez sexo oral em mim, e até ontem eu me perguntava se ela achava isso nojento ou não, então nunca forcei nada. É obvio que eu não demorei muito, porque descobri que minha namorada tem uma boca deliciosa, ainda mais do que eu pensava. – Amor?
- Oi? – despertei dos meus devaneios pervertidos vendo Bella rindo da minha cara.
- O café. Lembra?
- Ah sim. – eu levantei e peguei a travessa, colocando sob a cama. – Fiz panquecas com geleia de pêssego e omelete recheada com queijo provolone.
- Humm... Ai que delícia, Ed. – eu sorri ao vê-la abocanhando uma panqueca. – Você está ficando cada vez melhor na cozinha. Esta até cozinhando melhor que eu.
- Que nada, isso não chega aos pés da sua comida. – falei pegando uma torrada e levando a boca. – Me diz... O que quer fazer hoje?
- Ah sei lá. A gente pode dar uma volta na praia e depois ficar enfurnados dentro de casa mesmo.
- Pra mim tá ótimo. Vai ser bom fazer alguns exercícios na praia.
- É... Só pra mulherada ficar babando nesse corpo perfeito. – eu ri alto da careta que ela fez.
- Mas que só você pode ter, vida. – falei beijando seus lábios.
- Ed? – Bella tomou um gole de suco e se ajeitou na cama - Será que eu posso ver?
- Ver o que, amor? – olhei para ela mordiscando uma panqueca.
- Você sabe. Meu presente. – seus olhos brilharam, parecendo uma criança ganhando presente no Natal. Eu sabia do que ela estava falando e fiquei emocionado por saber que Bella havia gostado do fiz para ela. Eu limpei minha boca com o guardanapo e virei meu corpo, ficando de costas para ela. Bella passeou os dedos pela minha espinha dorsal e em seguida senti seus lábios quentes beijando minha pele. Ontem ela passou um longo tempo apreciando essa região, depositando beijos molhados e pequenas mordidas. Esse se tornou o meu ponto mais sensível.
Eu pensei nesse presente por alguns meses e fui amadurecendo a ideia aos poucos. Quem me deu essa ideia foi meu colega de equipe e que tem se tornado um bom amigo. Patrick é um engenheiro muito talentoso e com muita experiência em seus quase trinta de anos de profissão. Ele tem me ensinado muito e me ajudado a aperfeiçoar meu projeto e meu desempenho nas pistas. Fora o profissional eu o admiro muito por ser extremamente ligado à família.
Sua família praticamente vive com ele, o acompanhando em todas as viagens e eventos. Sua mulher Estela, é um doce e seus dois filhos, July e Ryan também são adoráveis. July me faz lembrar muito da Gabi, pois as duas tem quase a mesma idade. July é apenas alguns meses mais velha do que ela. Quando estamos na estrada, sua família praticamente me adota e é bom saber que sou bem vindo num ambiente tão amoroso.
Patrick tem um estilo de ser meio roqueiro com underground e muitas vezes as pessoas tem uma imagem ruim dele por isso, mas depois que o conhecem, veem como o cara é um crânio no que faz. E foi em uma de nossas conversas que eu fiquei curioso para perguntar a ele sobre as várias tatuagens que tem pelo corpo e, para minha surpresa, descobri que seu hobby é justamente esse, fazer tatuagens. Ele me contou que começou a pratica ainda quando jovem e até tinha um estúdio na cidade em que nasceu. Mas seus pais queriam que ele cursasse uma faculdade e sem ter tempo disponível, precisou vender o estúdio. Hoje ele só tatua pessoas mais próximas e eu declarei sinceramente que era um tremendo desperdício de talento. O cara desenha muito bem e inclusive me mostrou suas pastas com os milhares desenhos que já criou e tatuou.
Quando expus a ele minha ideia, Patrick disse que ficaria honrado em fazê-la e salientou o quanto admira minha relação com Bella. Ele me fez prometer que nesse período de recesso a levaria para conhecê-los, pois também estariam na cidade. Eu não vou mentir, fazer a tatuagem doeu pra caralho, mas valeu a pena. Ver o sorriso da minha garota e seus olhos marejados foi minha recompensa pelo sofrimento. Eu quis tatuar em minhas costas o quanto ela representa para mim, para que ela soubesse que meu amor é eterno. Agora além de estar gravado no meu coração eu também tinha gravado em minha pele a frase:
Você é minha vida.
Sem conseguir resistir seus beijos, eu me virei de frente a ela, buscando seus lábios. Bella contornou meu pescoço com seus braços e sua mão direita acariciou meu mais novo adorno. Em Kentucky eu descobri uma joalheria muito especial e que fabrica peças sob encomenda. Eu queria fazer algo só nosso, que fosse especial e ficasse com a minha cara e a cara da Bella. Encomendei então dois colares de prata e um pingente de coração de duas metades, que se encaixam perfeitamente. Uma das metades é vazada, com pedras brilhantes que representa a luz que Bella proporciona na minha vida, e a outra, inteiramente preenchida e sem pedras, simbolizando o tudo que ela diz que sou para ela.
Depois de tomarmos o meu café da manhã, Bella e eu tomamos um banho para dar um passeio na praia. Eu coloquei um moletom confortável para me exercitar e Bella vestiu um short jeans e uma blusinha de alças, por cima de seu biquíni. Depois de batermos um papo com o pessoal, que tomavam café na cozinha, e explicar a minha pequena mentira de ontem, fomos para a praia de Santa Mônica, que é mais calma e mais perto de casa. Fazia um tempo que eu não dirigia meu Volvo, e até senti falta do seu motor silencioso. Eu quis que Bella o usasse para poder se locomover por ai e não queria que ela ficasse andando a toa e correndo riscos nessa cidade doida.
Nós passamos uma manhã agradável na praia. Eu adorei ver Bella admirando meu corpo exercitado e que agora está mais definido. Eu precisava fazer isso pela minha profissão, mas se soube que ela gostaria tanto, teria entrando numa academia há muito mais tempo. Nós ficamos sentados na areia namorando, tomando um pouco de sol e depois tomamos um banho de mar. Eu também tive meus momentos de apreciação, vendo Bella usando um biquíni azul que mal cobria sua bunda. Tudo bem eu apreciar, mas a homarada presente também estava gostando da vista.
- Aí Edward eu não acredito que você quis voltar só por causa disso. – Bella reclamou enquanto estávamos no elevador.
- Eles estavam te comendo com os olhos, Bella.
- E dai? É só você que me comi mesmo. – ela disse revirando os olhos.
Essa frase foi absorvida pela minha cabeça, mas teve efeito diretamente em meu pau. Cara como eu gosto dessa minha namorada mais desinibida. Mas é claro que nós evoluímos para essa fase de desinibição, por causa do amadurecimento do nosso relacionamento e intimidade. E foi tão natural que me surpreendeu. O problema é que o efeito de Bella falando essas coisas tão abertamente, vai direto para o meu companheiro, e ele logo se animou, querendo se exibir. Eu ia concordar com ela e dizer que, assim que chegássemos em casa eu comprovaria sua frase, mas o plim do elevador me despertou, e meu sangue, que se concentrava nas minhas partes baixas, foi naquele momento todo direcionado para minha face, me fazendo corar violentamente ao avistar uma senhora de idade olhando para minha ereção.
- Caralho, Bella. – eu resmunguei sem me importar com a senhora que entrava no elevador, com os olhos esbugalhados. A única reação que tive foi puxar Bella para perto de mim e esconder minha ereção, para o caso de entrar mais alguém na porra do elevador.
- O que?
Bella até então não tinha notado minha ereção e quando sentiu meu pau pressionando sua bunda, começou gargalhar. Absurdamente alto.
- Depravados. – a senhora disse assim que a porta do elevador abriu, e saiu resmungando o quanto nós éramos pecadores.
Ótimo! Se isso é pecado então eu definitivamente não vou para céu, porque eu faria minha namorada pecar, e muito, por ter feito isso comigo.