Capítulo 2 - Diga que não é Verdade
BELLA POV
O período de recesso havia terminado e isso significava apenas uma coisa. Edward estava partindo novamente. Essas duas semanas que passamos juntos foram maravilhosas. Nós aproveitamos cada segundos juntos e isso é o que mais doía. Eu queria que esses segundos durassem para sempre. Eu prometi para mim mesma que não deixaria a tristeza me abater e contagiar Edward com esse sentimento ruim. Ele agora precisa se concentrar muito, pois é um momento primordial em sua carreira. No entanto, assim que vi Edward partir, acenando para mim do portão de embarque, eu me permiti chorar, pensando na conversa que tivemos essa semana.
Na verdade, pelo que percebi essa conversa não era para acontecer, e isso que me deixou ainda mais triste. Edward havia comentado comigo que Patrick e sua família queriam me conhecer, e como eu sei o quanto próximo eles se tornaram, concordei em fazer uma visita a eles. Patrick e Selena tem uma residência fixa em LA, para ao período que estão de férias. A casa deles é bem simples e confortável e eu me senti muito bem ali. Eles são um casal amável e Selena é uma anfitriã e tanto. Fez um almoço delicioso para nós e um café da tarde com o melhor bolo de cenoura que eu já provei. Ela me contou que tem passado algumas receitas para Edward praticar, pois ele havia falado para ela que, quando estivesse em casa queria cozinhar para mim.
O assunto surgiu quando Patrick me perguntou se eu estava empolgada, assim como Edward, para a corrida de Daytona, que ocorreria daqui algumas semanas. Eu sabia que essa seria uma corrida importante, mas não imaginava o quanto. Edward não havia me falado nada sobre a importância que essa corrida representa para a carreira dele. Eu pensei que ele ainda demoraria a chegar nessa fase, mas aparentemente me enganei. Patrick me contou que se ele conquistar uma boa colocação nessa prova, irá conseguir a vaga como piloto oficial e disputar a Sprint Cup no próximo ano. Eu não sabia muito bem o que responder a Patrick naquele momento, porque não fazia ideia das proporções desse acontecimento, então me limitei a dizer que estava muito empolgada também.
- O que isso representa realmente, Edward? – questionei a ele assim que chegamos em casa. Eu queria entender porque ele havia escondido isso de mim. – Por que não me contou o quanto isso era grande?
- Eu não queria te contar sem ter certeza, eu nem sei se vou conseguir.
- E se você conseguir? Como vai ser?
- Bem, eu teria que participar dos anúncios dos patrocinadores, algumas festas promocionais, e o de sempre... Reuniões e os treinos normais. – ele disse cabisbaixo e sem olhar em meus olhos. Ele não estava me dizendo tudo, eu podia sentir sua hesitação. Edward estava tentando me proteger da verdade.
- E mesmo fazendo tudo isso, seu tempo longe de casa vai continuar o mesmo? – Edward não respondeu de imediato e ali eu tive minha resposta. Sua ausência só seria ainda mais constante.
- Não vai ser tão ruim, vida. Talvez eu passe mais alguns dias viajando, mas meu tempo de recesso irá compensar.
- E suas aulas? Você não pode perder tantas aulas assim.
- Eu vou dar um jeito, Bella. Nem que eu tenha que trancar meu curso por um tempo.
- Você vai desistir do curso? Eu não acredito nisso.
- Eu não falei isso, amor. - ele suspirou me abraçando fortemente - Olha, vamos deixar rolar. Eu nem sei o que vai acontecer, ou como vai ser tudo, mas eu prometo a você, vida. Nada vai mudar. Nada.
O meu maior medo por saber disso é não ter certeza se Edward poderá cumprir sua promessa ou não. Eu já ouvi falar sobre tantos relacionamentos a distância que deram certo, mas a pergunta crucial é: O nosso também dará?
Eu não sei o quanto Edward quer, o quanto ele está disposto a sacrificar para conseguir o que quer. Nós nunca conversamos sobre isso, e saber que ele tentou me poupar da verdade, me faz ter receio por imaginar que talvez ele tenha os mesmos medos que eu. Sempre soube que não seria fácil ficar ao lado dele. Sempre imaginei que Edward possivelmente vá fazer isso para o resto da vida, mas eu ainda tenho esperança que um dia nós possamos ter uma vida como um casal normal, com uma casa fixa, filhos e até mesmo um cachorro. Eu pensei muito nessa minha alusão ao nosso futuro depois de conhecer Patrick e Selena, e fiquei me perguntando se Edward e eu seremos iguais a eles, vivendo de cidade em cidade, longe da família
Eu me sentia confusa, por não saber o que esperar do futuro. Mas eu tinha certeza que, mesmo que as coisas ficassem mais difíceis, e nós tivéssemos que enfrentar mais dias longe um do outro, eu ainda continuaria ao seu lado, o apoiando sempre. Em minha cabeça, a possibilidade de deixar Edward era inexistente.
E quando a tão esperada corrida chegou, algo dentro de mim me disse que nossas vidas não seriam mais as mesmas. Após sua vitória espetacular em Daytona, em que conseguiu a pole position e seu lugar como piloto oficial, eu soube que muitas coisas mudariam. E isso foi no instante que o vi receber o premio, e dedicar sua vitória para mim, beijando a metade de seu coração que ele carregava pendurado em seu pescoço. Aquele momento foi lindo. Seus pais, irmãos e amigos estavam todos ali para prestigiar sua vitória, e posso dizer que nunca vi Edward tão feliz como naquele momento. O vendo ali naquele pódio, eu soube que seu lugar era ali em cima, vencendo seu sonho e se realizando. Não era apenas um gosto de menino adolescente. Aquilo era sua vida. E eu não posso tirar essa vida dele, se não ele não seria mais o meu Edward.
Mais tarde naquele mesmo dia, enquanto comemorávamos sua conquista na privacidade do nosso quarto de hotel, Edward mais uma vez me deixou sem palavras e emocionada, quando me disse que ele só tinha conseguido tudo aquilo por minha causa, por eu estar ao seu lado.
- Foi você que me fez chegar lá em cima, Bella. Eu só pensava em você quando estava naquela pista e foi isso que me impulsionou para vencer. Obrigada por estar aqui, por não ter desistido de mim e por me amar.
Eu chorei igual uma boba ouvindo sua declaração. Edward não se referia somente ao seu sonho de pilotar, ele estava me agradecendo por tudo que passamos até agora, desde que nos conhecemos. Se eu enfrentei tantas coisas por ele, o que seria enfrentar a distância e a possível mudança em nossas vidas? Se conseguimos superar antes, conseguiremos agora também. E ali naquele quarto de hotel, eu decidi que faria isso por mim e por ele.
Naquele final de semana, eu pedi a segunda feira de folga para a Dona Estefânia, já sabendo que só conseguiria voltar para LA na segunda à tarde. Edward ainda ficou em Daytona, porque agora ele era considerado o menino prodígio das pistas, o mais jovem a ter conseguido entrar para a Sprint Cup, em apenas alguns meses competindo. Seus próximos dias estavam cheios, com entrevistas agendadas, reuniões, promoções e é claro, a tão sonhada noite das apresentações das equipes.
Essa festa acontece todos os anos no mês de outubro e dei graças por ser realizada em LA mesmo. Ela serve para que todas as equipes apresentem seus novos pilotos e carros, para a temporada que já irá começar em medos de novembro.
Os meses de agosto e setembro passaram como um risco. A faculdade continua puxada e eu estava me dedicando ainda mais, para poder fechar as matérias o quanto antes, ganhando assim, alguns dias a mais de folga no final do ano. Edward não desistiu do seu curso e isso me deixou muito feliz. Ele pediu autorização para a Reitoria da Universidade, para gravar as aulas dadas e poder estudar a distância, e em casos de ausência, poder reagendar suas provas. O Reitor não se mostrou contrario ao pedido e acabou dando a autorização.
Edward estava ficando mais famoso a cada dia que passava. Ele até mesmo participou de alguns comerciais. Um dos grandes patrocinadores da Jordan´s é o Google e os chocolates M&M. O bom dessas promoções é que Edward ganhava toneladas de produtos de graça e os grandes privilegiados éramos nós. Ele também adorou, afinal é um chocólatra de carteirinha. No comercial do chocolate M&M ele aparece flertando com a mais nova garota propaganda da marca, a M&M verdinha, que tem uma cobertura extra de chocolate ao leite. É realmente uma delicia. No comercial do Google, Edward aparece como ele mesmo, um atleta promissor e que precisa estar conectado com o mundo. Ele tem apenas uma palavra no comercial, mas que diz tudo: Googleit.
O pior é que apenas para dizer isso, ele ganhou uma pequena fortuna. Fora seu salário, que agora praticamente dobrou e seu cache absurdamente caro para participar de algum programa televisivo ou evento. Eu preciso confessar. Isso tudo tem me assustado pra caramba, afinal de contas tudo aconteceu muito rápido. Até um tempo atrás nós podíamos sair sossegados de casa, mas não agora. Sempre tem um papazzari infeliz nos esperando do lado de fora, para nos cegar com seus flashes demoníacos.
Eu agora não tinha mais nome e era conhecida como a namorada do garoto prodígio da Nascar. As manchetes dos jornais eram sempre as mesmas: “Namorada do garoto prodígio das pistas tira o dia para ir ao salão de beleza”, “Namorada do garoto sensação da Nascar saindo do trabalho, ou da faculdade, da farmácia e até mesmo do supermercado”. Eles me perseguem por todos os lados. E não somente eu, todos que são próximos a ele, inclusive seus pais. Edward agora precisa andar acompanhado por seguranças, porque por onde ele passa a euforia do sexo feminino é voraz.
Ah claro, eu me esqueci de mencionar. Fora o talento dele nas pistas, Edward foi considerado o piloto mais lindo dos últimos tempos. Ele já foi convidado para posar para a Calvin Klein e diversas outras marcas, mas acabou recusando, dizendo que o negócio dele não é esse. Edward uma vez disse em uma entrevista, que ele não queria fama e confessou estar assustado com toda essa projeção de sua carreira. Comentou que o que ele quer mesmo é correr, nada além disso. E o que me emociona toda vez que eu assisto essa entrevista, pelo You Tube, é quando o repórter pergunta aonde ele mais gostaria de estar naquele momento, e Edward responde olhando para câmera, que queria estar perto de mim.
Todas as decisões que Edward tomou até agora foram compartilhadas comigo. Ele nunca fez nada sem que eu soubesse ou perguntasse minha opinião. Nós conversamos muito antes de tudo tomar essa magnitude, e eu fiquei mais tranquila por já saber o que esperar. O departamento publicitário da Jordan´s tem grandes profissionais que estão apoiando Edward nesse momento. Nós tivemos uma reunião com eles, em que explicaram tudo o que poderia surgir em sua carreira. Carlisle indiciou a Edward um advogado pessoal, para cuidar de seus contratos, e tudo estava caminhando perfeitamente bem nesse ponto.
O que me preocupava hoje é ver a feição cansada de Edward, enquanto ele tirava um cochilo em nosso quarto. Essa noite será a festa das apresentações das equipes e estávamos nos preparando. Edward estava deitado de lado na cama, e eu virada de frente para ele, admirando seu rosto másculo e com traços angelicais. Sua barba estava por fazer, contornando seu maxilar quadrado e lhe dando um ar sexy e despojado. Seus longos cílios e sobrancelhas, marcavam seu rosto de maneira única, e seus lábios levemente abertos em forma de bico, me chamava para um beijo. Sua imagem naquele momento era da perdição. Não é a toa que Edward foi considerado o piloto mais lindo da Nascar, ele é um Deus grego, e eu fico orgulhosa por ser sua namorada.
O difícil mesmo é controlar o ciúme e as fofocas maldosas que correm por ai. Esses dias eu vi no Google, a foto de uma louca que furou a segurança para pular no pescoço dele. A cara de espanto de Edward é hilária na foto e foi mais hilário ainda, ver a garota sendo arrastada pelos seguranças. Maldito Google. Se não fosse por ele, eu nem teria como ver essas coisas e ficar pensando em quantas mulheres já fizeram isso.
Edward estava deitado sem camisa, então eu não resisti e comecei a apreciar sua tatuagem, que ficou muito linda e sexy, sem contar seu significado, que me dá vontade de chorar toda vez que me lembro de quando a vi pela primeira vez. Eu adoro beijar aquela região, sentindo os músculos de Edward se contraírem pela sensação excitante dos meus beijos. Meu anjo logo despertou de seu sono, e num movimento rápido, me deitou na cama, preenchendo seu corpo sob o meu, e sugando meus lábios com avidez. Edward havia chegado de viagem logo depois do almoço, depois de ficar uma semana fora. Após o almoço nós fomos para o nosso quarto. Ficamos conversando sobre as novidades e Edward acabou adormecendo. Eu sei que é maldade, que eu deveria deixá-lo dormir um pouco, mas meu corpo ansiava pelo dele, eu precisava saciar o desejo louco que sinto por ele. Ficar sem sexo é foda, mas mais foda ainda é ter seu namorado gostoso deitado ao seu lado, sem que você faça nada.
Com a ajuda de Edward, eu tirei minha blusinha e logo senti sua boca beijando meu colo e seios, sugando, lambendo e mordendo minha pele. Seus beijos desceram para minha barriga e baixo ventre, enquanto minhas mãos abriam o botão de sua calça. Edward me ajudou a tirar sua calça, levando junto sua boxer e expondo seu membro inchado e protuberante. Eu salivei no momento que o vi se exibindo para mim. Enroscando sua cintura com minhas pernas, fiz um movimento impulsionando meu corpo para nos virarmos na cama, e para que eu conseguisse chegar onde queria.
Plantei beijos calmos e molhados por toda extensão do seu abdômen, dando atenção especial ao gominhos definidos do meu tanquinho particular, e finalmente cheguei ao meu objetivo. A primeira vez que fiz sexo oral em Edward, fiz meio com receio, pois não sabia se estava fazendo certo ou não. Mas quando vi que ele tinha gostado e que eu me excitei dando prazer a ele, essa tem sido uma pratica constante. E a real é: Quando mais você pratica, mais você fica experiente. Segurei seu membro em minha mão, lambendo com a ponta da língua o pré gozo e girei minha língua por toda a extensão da cabeça.
- Porra Bella! Não faz isso. – Edward gemeu ofegante e eu sorri safadamente para ele. Lambi toda sua extensão, passando os dentes delicadamente pelas veias saltadas, escutando palavras sem nexo e grunhidos dele.
Para torturá-lo ainda mais, comecei a soltar leves sopros de ar pela sua extensão molhada, dando pequenos beijos em seguida. Edward agora se contorcia na cama e eu nem tinha feito nada. Vendo seus olhos suplicarem para mim, decidi dar o que ele queria, e abocanhei seu membro com minha boca, relaxando meus lábios para acomodar seu tamanho. Comecei movimentos de vai e vem vagarosamente, enquanto acariciava suas bolas com a mão.
- Bella... Delicia... Como eu pensei nessa sua boca... Bella... – Edward falava entre gemidos, e sua voz rouca e melodiosa estava me deixando cada vez mais molhada. Acelerei meus movimentos com a boca, querendo dar a ele sua libertação, mas fui surpreendida por sua atitude. Edward puxou meu rosto delicadamente, me afastando de seu membro com um sonoro Plop! E invadiu minha boca com sua língua, explorando cada cantinho e sugando meus lábios com mais fervor.
Ele nos virou na cama novamente, arrancando minha calça enquanto devorava meus lábios. Eu o ajudei no processo, já tirando minha calcinha e arfando ao sentir seus dedos deslizando para dentro de mim. Edward sabia exatamente onde me tocar. Ele sabia que curvando levemente seus dedos dentro de mim, conseguiria atingir meu ponto, me fazendo gemer em sua boca. Ele com certeza me faria pagar por torturá-lo, e eu mal esperava por isso. Seu dedão estimulava meu clitóris, arrancando gemidos cada vez mais altos de mim.
- Edward...
Sua boca agora estava dando uma atenção especial aos meus seios, que estavam duros de tesão. Quando estava quase chegando ao clímax, Edward tranquilizava seus movimentos, me fazendo rebolar em sua mão, pedindo por mais. Ele estava sorrindo em minha pele, satisfeito pelo troco. Eu agarrei seu membro, e comecei os movimentos de vai e vem, dizendo a ele o que eu queria. E queria agora.
- Ainda precisamos usar camisinha, vida? – Edward indagou olhando em meus olhos e já buscando uma na gaveta do criado mudo.
- Não, amor. Já estamos seguros novamente. – eu busquei seus lábios e Edward se posicionou em minha entrada, me penetrando do jeito que ele amava. Devagar e tortuosamente.
Edward perguntou sobre a camisinha, pois estávamos nos protegendo nos últimos dois meses, porque precisei trocar minha pílula, então corríamos risco de gravidez. Agora minha médica já tinha me dado o sinal verde e podíamos nos amar sem barreiras.
Eu adoro quando fazemos amor dessa maneira. Quando começa quente, quase fervendo e depois continua calmamente. Isso sempre acontece quando ficamos tanto tempo longe um do outro. Parece um novo reconhecimento de nossos corpos, de nossos gemidos e sensações. É delicioso e assustadoramente prazeroso. Claro que temos nossos momentos impacientes de sexo mais selvagem, mas o fazer amor era nosso preferido.
Buscando nossa liberação, Edward envolveu minhas pernas em sua cintura, elevando seu tronco e ganhando ainda mais abertura para se afundar em meu corpo. Nossos corpos suados deslizavam em sincronia, enquanto suas investidas ficavam mais intensas e firmes. Meu corpo já sentia as ondas de prazer avançando pelos músculos que se contraíam, e os espasmos em meu baixo ventre estimulavam ainda mais o membro de Edward, que me invadia deliciosamente.
- Ed... – eu não consegui mais me segurar e me deixei levar pelo êxtase do prazer, convulsionando nos braços de Edward. A cena mais excitante de todas, enquanto eu sou consumida pelo estado de letargia, é ver Edward gozando. Seus olhos ficam levemente desfocados, mas sem desgrudar dos meus, e ele morde seu lábio inferior fortemente, seus músculos se contraem, e sua respiração ofegante, denuncia sua total entrega. E o mais fofo de tudo é que ele sempre busca meu ouvido e sussurra:
- Te amo. – e então eu abraço seu corpo inteiro com o meu e retribuo a declaração, dando tempo para nossos corpos se restabelecerem.
EDWARD POV
Loucura! Essa é a definição da minha vida nos últimos meses. Juro que eu não tinha noção da dimensão disso tudo. Sou sincero em dizer que eu se quer imaginava que me tornaria famoso, quanto mais garoto propaganda e ser assediado por mulheres absurdamente histéricas.
Quando eu fui convidado para ser segundo piloto e surgiu a oportunidade de correr em Daytona, e concorrer para a classificação da Sprint Cup, eu só via isso como mais uma fase na minha carreira, em que eu poderia só correr, simples assim... Correr. Mas não, junto com isso veio toda essa loucura.
Desde aquele domingo que eu não tenho uma boa noite de descanso, e isso que já se passaram dois meses. É entrevista pra cá, reunião pra lá. Do dia para noite eu me tornei o piloto prodígio da Nascar. Não que eu não goste de saber que as pessoas valorizam meu talento, mas o meu talento é correr. Não passar o dia todo sob os holofotes da mídia, ou uma tarde inteira gravando comerciais.
Tudo bem... Eu posso estar parecendo ingrato resmungando dessa forma. Deve ser o cansaço que está me deixando assim. Eu só queria estar ao lado da minha garota agora, e não nessa reunião chata dos nossos patrocinadores. O que me alegra é que logo que eu saísse daqui, eu iria para casa, pois hoje à noite, acontecerá em La a grande festa das equipes.
Eu estou um pouco ansioso por essa noite. Sr. Thompson me comunicou que hoje na festa, a equipe da Cosworth´s apresentará seu mais novo piloto. Havia buchichos circulando de que o cara era uma promessa para a nova temporada, e isso me deixou nervoso, não por causa da competição em si, mas por causa de uma fofoca que repercutiu essa semana. A mídia dizia que esse piloto já havia competido comigo, na época que eu corria na Serie Junior. Eu fiquei me perguntando quem seria esse cara, porque ultimamente eu não tenho ouvido falar sobre alguns amigos que fiz naquela época. Bom, se bem que nem todos foram amigos de verdade.
Eu cheguei em casa logo depois do almoço e morrendo de fome. Bella fez uma refeição bem gostosa para nós, e quando digo nós, me refiro a todos da casa. O único que não ficou por muito tempo conosco foi Jacob, que se retirou para seu quarto depois de beliscar algumas coisas. Eu achei estranha sua atitude, mas pensei que talvez fosse pelo cansaço de seu trabalho.
Foi bom ficar conversando com meus irmãos e amigos e contando sobre as novidades. Eles também me disseram sobre como agora são assediados pela imprensa, e isso me entristeceu. Eu não queria deixar minha vida afetar a deles, porem minha querida irmã me animou dizendo: “Ed, você é a nossa vida. Isso pode atrapalhar um pouquinho, mas nada que não consigamos lidar.”. Eu agradeci por ter uma família maravilhosa.
Depois do almoço, Bella e eu fomos para o nosso quarto e contei para ela todos os detalhes dos meus últimos dias. Eu adorava conversar com ela sobre tudo o que acontecia, e vê-la me encarando ansiosa pelas novidades. Bella é meu ponto de equilibro nessa loucura toda. Às vezes, quando estou sozinho, eu fico com medo de me deixar levar por tudo isso, e acabar perdendo as coisas mais importantes da minha vida.
Morrendo de cansaço, eu acabei cochilando, e essas poucas horas de sono me renovaram, porque no meu subconsciente eu sabia que meu anjo estava ali do meu lado, então meu corpo relaxava completamente. Mas foi mais relaxante ainda, acordar para fazer amor com minha namorada fogosa, gostosa e absurdamente tentadora.
A festa ia começar às noves da noite e meu traje e o vestido que comprei para Bella, já haviam sido entregues, pelo meu assessor pessoal. Cara, quando que eu imaginei que teria um assessor pessoal? Nunca. Leonard já é um senhor com seus quase quarenta anos, e trabalhou a vida inteira auxiliando as pessoas. Ele veio de Londres para cá e carrega consigo a amável educação e pontualidade do povo londrino. Para Leonard, quando estamos na hora, estamos na hora, não tem essa de mais um minutinho ou dois.
Bella estava tomando banho enquanto eu atendia uma ligação do Sr. Thompson, perguntando como eu estava me sentindo. Eu não tenho do que me queixar, ele sempre foi muito bom para mim e extremamente atencioso. Ele se preocupa com cada membro de sua equipe e isso é admirável. Eu comentei com ele que estava um ponto nervoso e sua risada despojada acabou me acalmando.
Assim que desliguei, procurei o telefone do papai em minha agenda, para saber que horas estariam chegando. Meu pai disse que em quarenta minutos eles estariam pousando, e viriam para o apartamento nos encontrar. Eles vão passar alguns dias conosco, pois quase não nos vimos com essa correria toda, e como eu ficarei mais em casa até novembro, poderei curtir sua estadia.
- Ed você já vai tomar banho? – Bella indagou saindo do banheiro com a toalha enrolada nos cabelos, só nos cabelos.
- Por quê? Você está pensando em me fazer um convite melhor? – rebati me aproximando dela, como um felino salivando por sua presa.
- Você é insaciável! – ela resmungou fazendo uma careta engraçada e eu ri do seu jeito fofo de ser. Enlacei sua cintura com meus braços, me viciando no cheiro delicioso da sua pele, que era uma mistura de sabonete com cheiro natural. Divino.
- Culpa sua. – retruquei subindo beijos por sua clavícula e pescoço, até chegar aos seus lábios.
- Me prenda então se sou culpada. – ela disse mordendo meu lábio inferior e sugando em seguida.
- Quem sabe mais tarde. – eu falei piscando maliciosamente para ela. Seus olhos se abriram espantados e eu ri novamente de sua expressão – Agora eu vou tomar banho porque meus pais logos chegam. – avisei correndo para o banheiro, antes que meu amigo resolvesse se exibir novamente.
Tomei um banho rápido, procurando ficar bem cheiro para minha garota. Eu queria que Bella aproveitasse essa noite ao meu lado. Hoje seria a primeira vez que posaríamos juntos oficialmente, então eu queria que tudo fosse perfeito. O vestido que comprei para ela é num tom de verde musgo, de alças e com detalhes trabalhados por toda sua extensão. Eu sei que foi ousadia minha comprar o vestido para ela, sem que ela participasse, mas quanto mais eu puder mimar Bella, eu o farei. Essa é uma forma de dizer a ela o quanto penso nela e me preocupo com seu bem estar.
Meu terno é um tom de chumbo claro e minha camisa é cinza. Como a festa é esporte fino eu optei por não usar gravata. Leonard me ajudou a escolher o terno e me garantiu que ornaria perfeitamente com o vestido da Bella. Assim que sai do quarto, avistei Bella sentada em frente ao espelho, fazendo sua maquiagem. Ao notar minha presença no quarto, ela se levantou e eu perdi o folego com a belíssima mulher a minha frente.
- Linda. Absolutamente linda. – declarei babando, literalmente. Bella corou com meu elogio e ela ficou ainda mais linda com as bochechas coradas.
- Obrigado, honey. Você acha que a maquiagem está muito forte? – quis saber se olhando novamente no espelho.
- Não, amor. Está perfeita. – eu dei um beijo em seu ombro exposto e fui vestir minha roupa. Assim que terminei, fui para o banheiro ajeitar meu cabelo - Não tem jeito. Esse cabelo conspira contra mim. – resmunguei me olhando no espelho, enquanto tentava domar meus cabelos rebeldes. A risada da Bella ecoou pelo banheiro, e eu notei que estava sendo observado da porta.
- Eles são lindos assim. – disse ela se aproximando e tirando minhas mãos dos fios – Eles são... Naturalmente selvagens. Eu gosto assim. – e piscou para mim mordendo os lábios.
Ai caramba... Eu só não a tomo ali mesmo, porque seria muita mão de obra ter que nos recompor. Ah e também porque meus pais possivelmente já estariam chegando.
- Eu sei que você também gosta do meu outro lado selvagem. – insinuei enlaçando seu quadril com meus braços.
São tão bobas essas insinuações que fazemos um ao outro, mas eu amo fazer isso. Deve ser essas bobeiras que os casais apaixonados fazem por ai também. Eu só sei que sou um grande adepto das besteiras melosas.
- Como é que você adivinhou? E mais tarde eu vou querer vê-lo, ok? – Bella sussurrou em meu ouvido e essa mensagem foi captada por quem? Nem preciso dizer que foi pelo carinha lá embaixo, né?
- Vamos ver se meus pais já chegaram? – mudei logo de assunto e nos empurrei para fora daquele quarto.
Chegando a sala, avistamos os meninos já prontos esperando suas namoradas. Jass e Emm estavam jogando Fifa Soccer no vídeo game e Jake estava encostado na porta da varanda, olhando para fora e parecendo meio fora de orbita. As meninas logo se juntaram a nós e meus pais chegaram uns dez minutos depois.
Eles já vieram vestidos do hotel que se hospedaram para passar os dias conosco, e mamãe estava linda. Gabriela pulou no meu colo assim que me viu, e também estava adorável num vestido rosa rodado.
- Ed! – ela gritou correndo e se chocando com meus braços.
- Oi princesa! Como você está?
- To bem. – disse brincando com os cachos de seus cabelos, que agora estavam mais cumpridos do que da ultima vez que a vi.
- E como está na escolinha? Tem feito muito amigos?
- Sim. Ola cantus amigus eu tenhu. – Gabi estendeu a mãozinha e mostrou o numero quatro com os dedos. Eu sentei no sofá com ela em meu colo, e a partir daí, ela começou a me contar o nome de todos os seus amigos, o quanto a Kiki, a cachorra que papai deu a ela no Natal, é fofa e peluda, que ela foi essa semana ao casamento da sua boneca e dos desenhos que ela tinha feito para todos nós. Eu só perdi sua atenção, quando Bella se aproximou de nós e Gabi praticamente se jogou em seus braços.
- Tia Bella eu tinti tanta sadadi. – Gabi disse se enroscando no pescoço da Bella, e ganhando um abraço apertado da minha garota. Eu adoro ver o quanto as duas se gostam.
Nós ficamos conversando por cerca de meia hora. Nesse tempo eu contei as novidades para os meus pais, e eles nos atualizaram sobre os acontecimentos recentes em Forks. Exatamente as quinze para nove, Leonard interfonou, comunicando que nossas limusines nos aguardavam. Chegamos ao centro de exposições Shrine, faltando cinco minutos para as nove, e isso graças ao meu pontual assessor pessoal. Nesse local já ocorrem diversas premiações grandiosas, entre elas o Golden Globe Awards, que premia os melhores profissionais do cinema e da televisão.
A escadaria do prédio estava abarrotada de jornalistas e fãs do automobilismo, que vieram prestigiar seus pilotos favoritos. Havia um extenso tapete vermelho exposto que nos levava para o grande salão, e em todo seu percurso, estavam posicionados fotógrafos e equipes de televisão.
- Edward. Bella. – Duane, o relações públicas da Jordan´s, chamou nossa atenção – Vocês sairão primeiro. Durante todo o trajeto até o salão, eu indicarei as pausas para as fotos, e os canais que contratamos para shorts interviews. – é assim que os profissionais denominam as entrevistas rápidas que são feitas nessas comemorações – Nós orientamos os jornalistas a se focarem em sua carreira, mas podem surgir perguntas sobre o relacionamento de vocês.
- Bella e eu decidimos que vamos apenas posar juntos. Não queremos expor ainda mais nossas vidas. – eu comuniquei a ele.
- Sábia escolha Edward. Uma vez que você dá liberdade para isso, nunca mais poderá voltar atrás. – Duane comentou enquanto fazia algumas anotações em seu Ipad.
Duane tem vinte e seis anos e ele é filho de um grande amigo do Sr. Thompson. Ele começou a trabalhar como relações públicas para a Jordan´s, assim que se formou, e cuida de toda a imagem da equipe com muita competência. Ele é brincalhão por natureza, mas quando precisa ser sério ele chega a ser intimidante.
A limusine parou bem em frente ao tapete vermelho e Duane foi o primeiro a sair. Bella agarrou firme em minha mão e eu entrelacei nossos dedos, beijando sua mão em seguida.
- Relaxa, vida. – pedi tentando tranquiliza-la.
- Tem tanta gente né? – ela disse nervosa.
- Não liga para eles. Sabe o que eu aprendi a fazer para encarar tudo isso? Eu desligo o volume do botão externo e só foco a sua imagem na minha cabeça. Funciona perfeitamente. – Bella sorriu com minha confissão e eu beijei seus lábios, já me preparando para sair.
Duane abriu a porta para nós, e sai primeiro, sentindo o impacto do barulho das pessoas e os milhares de clics das máquinas fotográficas. Estendi minha mão para Bella e ajudei-a a sair do carro. Pela cara que ela fez, pareceu também sofrer com o impacto do barulho, mas logo ela segurou minha mão e começamos a andar pelo tapete vermelho. Duane nos acompanhava a apenas alguns passos de distancia, sempre nos orientando.
Paramos diversas vezes para posar para o batalhão de fotógrafos presentes, sorrindo e acenando para alguns fãs que gritavam para nós. Bella parecia mais tranquila ao meu lado e eu constantemente sussurrava um: “Você está bem?”, em seu ouvido para me certificar de que tudo estava no controle. Ela assentia sorrindo para mim e nesses momentos, os fotógrafos iam ao delírio.
O que será que eles pensavam que nós cochichávamos?
Mais à frente, paramos para conceder uma entrevista e eu reconheci a repórter da ESPN. Ela apresenta um programa bem descontraído pela manhã e havíamos nos encontrado em Daytona, na maratona de entrevistas que eu dei após a vitória.
- Como está se sentindo essa noite, Edward? – ela questionou casualmente.
- Muito bem. Eu estava ansioso por essa noite e agora que estou aqui, parece que tudo é mais real.
- E você já está se preparando para novembro?
- Sim, sim. Tenho treinado muito nesses últimos dias e acredito que eu esteja preparado para a Sprint.
- E o que acha dos rumores sobre seu possível concorrente misterioso? – Putz eu nem sei quem ele é. Como vou responder isso?
- Na verdade eu estou tranquilo. Eu nem faço ideia de quem ele seja, e o que fez todo esse tempo, então só saberei quando no encontrarmos. – respondi sinceramente. Duane fez um sinal para a repórter, comunicando que o tempo havia esgotado.
- Obrigado, Edward. Prazer em revê-lo.
- Igualmente. – eu sorri acenando levemente, e segurei a mão da Bella, continuando o percurso.
Cerca de uns quinze minutos depois nós finalmente chegamos ao salão, e graças a Deus lá dentro tinham pouquíssimos fotógrafos. Eu já estava começando a ver pequenas estrelas brilhantes na minha frente.
O salão estava lindamente decorado. Tudo ali dentro esbanjava luxo e soberba. Tinham vários garçons percorrendo o extenso salão, servindo champanhe e canapés, e as pessoas conversavam distraídas. Cada equipe tinha um espaço reservado ao lado direito do salão, onde estavam os carros expostos, a marca da equipe e do fabricante gritando para serem vistas, e as modelos que chamavam a atenção para as máquinas possantes.
Sr. Thompson já estava por ali, concedendo uma entrevista, então eu resolvi dar uma circulada para conhecer um pouco das outras equipes. Bella estava ao meu lado o tempo todo, fazendo perguntas e eu adorei ver o interesse dela. O único detalhe que ela não gostou nem um pouco, foi quando eu precisei posar para uma foto, ao lado do nosso possante Renault V8 de 700 CV, e com as duas modelos se pendurando em meu pescoço.
- Vadias. – Bella resmungou enquanto nos aproximávamos do pessoal, que assistiam tudo de longe.
- Amor, você sabe que é tudo profissional né? – me defendi de um possível estrangulamento.
- Ah sim, elas foram bem profissionais se jogando em cima de você. – ela resmungou lançando um olhar mortal em direção as garotas e eu segurei o riso, para não deixá-la ainda mais irritada. Em seguida enlacei sua cintura dando um casto beijo em seus cabelos.
Papai conversava com o Sr. Thompson quando nos aproximamos. Bella iniciou uma conversa paralela com as meninas sobre as modelos descaradas, e eu entrei na conversa ao lado, para fugir dos olhares de minha irmã e de Rosalie, concordando com papai sobre como nosso carro havia ficado bonito.
- Bonito e poderoso, pai. Você precisa escutar o motor desse carro. É fantástico.
- Você tem muita parte nisso, Edward. Não se esqueça que foi seu projeto que nos trouxe as melhorias para conseguir o resultado que queríamos. – Sr. Thompson disse me deixando sem graça.
- Eu não fiz quase nada. Patrick é quem tem uma parcela de culpa por conseguir colocar isso fora do papel.
- Será que eu ouvi meu nome? – Patrick nos abordou sorrindo e eu me espantei com seu traje essa noite. Ele estava com o cabelo amarrado num rabo de cavalo baixo, e um terno casual muito bonito, mas é claro, calçando um tênis bem a cara dele.
- Meu filho estava falando do quanto você o ajudou com seu projeto. – Meu pai disse sorrindo orgulhoso.
- Esse garoto tem talento. Eu fiz nada demais. Só mostrei o caminho. – Patrick humildemente explicou para papai. Os três começaram a conversar sobre os velhos tempos das corridas, em que não tínhamos toda a tecnologia de hoje em dia, e eu me distrai buscando Bella com os olhos.
Ela estava ao lado da mamãe, distraindo a Gabi, que queria pegar algumas flores dos arranjos expostos. Bella notou que eu a encarava, e eu aproveitei para mandar um beijo a ela, mas quem me mandou outro de volta, foi minha adorável irmãzinha.
Uma hora depois que chegamos, Duane nos orientou a seguir para o salão ao lado, onde tinham várias mesas dispostas para começar as apresentações. Eu não precisaria fazer nada demais na hora que fosse chamado. Só teria que levantar dali e seguir para o lado do carro da minha equipe e posar para mais fotos. Só que graças a Deus nessas fotos as modelos não apareceriam. Depois que todos já estavam devidamente acomodados, o cerimonialista começou a falar.
Ao todo são dez equipes e eu fui o quinto a ser chamado. Fiz o que Duane tinha me orientado e posei para as fotos. Enquanto aguardava até o ultimo piloto ser chamado, eu perambulei meus olhos pelo salão, para ver se encontrava alguém conhecido e matava a curiosidade para descobrir quem seria o tão misterioso piloto da Cosworth´s, mas aparentemente ele estava sendo guardado a sete chaves, porque não visualizei ninguém conhecido. Por causa da expectativa, obvio que eles deixaram para chamá-lo por último.
A única cena que avistei e achei um pouco estranha, foi a de Jacob conversando com uma mulher. Pelo o que eu sabia ele não conhecia ninguém aqui, então isso acabou chamando minha atenção.
- E agora o mais novo piloto e sócio da equipe Cosworth´s. Com vocês...
Caramba o cara deve ser cheio da grana para ser sócio da própria equipe. E inclusive a máquina deles é a única que pode chegar aos nossos pés. Repito: Pode, mas dificilmente conseguirá. Pelo que pude analisar na exposição, eles optaram por um motor muito potente, porem pesado, e isso com certeza trará problemas na pista.
- O jovem... Sam Uley!
Sabe aqueles momentos em que parece que tudo a sua volta some e você meio que perdi a noção das coisas? Pois, é. Eu estava nesse estágio neste momento. Meus olhos piscaram milhares de vezes, tentando mandar uma mensagem para o meu cérebro de que eles estavam vendo errado, mas quanto mais eu piscava, mais nitidamente eles enxergavam.
Acenando para todos com um sorriso no rosto, a assombração veio se aproximando cada vez mais, e parou em frente ao carro da equipe Cosworth´s. Não... Eu só posso estar imaginando isso...
Meu estomago parecia querer sair pela boca e meu coração batia freneticamente em meu peito pelo impacto do que eu via.
“Você agora está sozinho nesta, Edward. Eu cansei de ser sua babá e ver você ficar com o crédito de tudo”.
“Eu ficar com o crédito de tudo? Você estava fodendo minha namorada pelas minhas costas e eu é que fico com tudo?”
“Fui eu quem te trouxe para essa merda, Edward. Graças a mim que você está correndo hoje. Mas, não. Você não podia ficar satisfeito ganhando somente nas pistas não é mesmo? Você tinha que ser o todo perfeitinho, o pobre rapaz riquinho que não tem atenção dos pais e ganhar a confiança do Phillipe. Eu é que mandava nessa porra antes de você chegar.”
Eu me segurei para não vomitar ali, na frente de todo mundo.
O que esse filho da puta está fazendo aqui? Ele que é o piloto da Cosworth´s? Alguém deve estar de brincadeira comigo. Só pode.
O ser desprezível ainda teve a pachorra de olhar para mim e dar um sorriso debochado.
Filho da puta dos infernos!
Eu só sentia que eu estava começando a me descontrolar. Minha respiração saia em sopros à medida que todas as lembranças desagradáveis voltavam em minha cabeça. Eu ia ter que correr com o infeliz que me traiu e que fodeu a minha vida?
Isso é surreal. Eu acho que fui parar em um universo paralelo ao que eu estava vivendo e dei de cara com esse desgraçado. Não é possível.
- Edward? Você está bem? – Duane me tirou da minha briga interna e eu voltei para a realidade.
- Estou, Duane. – respondi entre dentes, assistindo Sam acenando para todos. Duane assentiu levemente e acabou voltando para seu lugar.
Calma, Edward! Controle-se. Respira bem fundo. Antes de pirar vamos procurar descobrir o que porra está acontecendo. Assim que a cerimonia acabou eu fui até o Duane, para esclarecer algumas coisas.
- Duane será que dá para gente conversar? – pedi nervosamente.
- Claro Edward. Vamos para a sala privativa. – pedi ao Sr. Thompson que nos acompanhasse também, assim ele ficaria ciente de tudo.
- Duane, você sabia sobre esse novo piloto da Cosworth´s? – questionei assim que entramos na sala.
- Não, Edward. A equipe preferiu manter sigilo, então não temos muitas informações sobre ele.
- Você sabe quem ele é, Edward? – Sr. Thompson quis saber ao ver minha impaciência.
Sr. Thompson já sabia tudo sobre meu passado, assim como Duane, eu não tinha nada para esconder a eles.
- Ele é o filho da puta que estava envolvido comigo antes de eu ser preso Sr. Thompson. Ele é o Sam Uley, apadrinhado pelo Philippe Logano.
- O que? Mas isso é ultrajante. Como eles permitiram que esse traficante de merda fosse piloto deles? – Sr. Thompson questionou revoltado a Duane.
- Eu vou averiguar tudo isso. Agora as informações vão correr rapidamente e possivelmente logo saberemos como esse cara veio parar aqui.
- E afinal de contas como é que ele conseguiu entrar na Sprint? Ele nem estava concorrendo na categoria. – ralhei tentando entender o que acontecia.
- Possivelmente ele deve ter participado de algum campeonato europeu. A liga esse ano abriu uma vaga para pilotos com boas pontuações vindos dos campeonatos na Europa. Essa é a única explicação. – Duane informou e logo isso começou a fazer sentido.
- Filho da mãe. Ele queria guardar segredo só para me desestruturar. Se não porque ele apareceria assim... Do nada? – eu comecei a apertar nervosamente meus cabelos, numa tentativa de me acalmar desse tapa na cara.
- Fica tranquilo, Edward. Duane vai buscar informações deles e a gente vai se armar devidamente. E não esquenta. Você é o melhor piloto do campeonato. Eu sei do que você é capaz. – Sr. Thompson disse me confortando e eu assenti agradecendo.
Nós ficamos ainda um tempo por ali, enquanto Duane conversava com alguns contatos e buscava novas informações. Agora a novidade impactante já tinha passado, e eu só queria ver minha família e Bella novamente. Me dava arrepios de saber que aquele ser desprezível está tão perto deles. Esse filho da puta não vai mexer comigo e nem com ninguém da minha família.
Quando já estávamos voltando para o salão, meu pai veio até nós, tomando ciência do que estava acontecendo.
- Filho você está bem?
- Estou pai. A raiva já passou.
- Todos nós ficamos tão surpresos quanto você, Edward. Nem em mil anos eu poderia imaginar que esse garoto apareceria em nossas vidas novamente.
- Nem eu, pai. Nem eu.
- Estão todos te esperando lá fora. – papai disse olhando para Duane.
- Se quiser ir embora Edward, posso providenciar nossos carros.
- Não Duane. Eu não vou sair daqui como se fosse um patinho assustado. É isso que ele quer. Essa noite é nossa e eu vou aproveitar como se nada tivesse acontecido.
Nós saímos da sala privativa e voltamos para o salão principal. Minha família estava toda ali, menos Jacob. Bella veio em minha direção com o semblante preocupado.
- Tudo bem, amor? – ela indagou me abraçando.
- Tudo, vida. Eu só precisei de um tempo para filtrar essa porra que acabou de acontecer.
- Eu sei. Não estou acreditando nisso até agora.
- Nem eu. – falei beijando seus cabelos - Mas vamos deixar isso pra lá. Ele é insignificante para perdermos tempo falando nisso. – Bella assentiu suavemente e se apertou em meus braços.
- Você viu o Jake por ai? – indaguei tentando acha-lo pelo salão. Eu ainda estava com a imagem dele e daquela mulher em minha cabeça.
- Não. Ele deve ter ido lá fora tomar um ar. Ele anda tão quieto ultimamente.
- Eu também percebi. Será que aconteceu algo?
- Não sei Ed. Ele está assim desde que voltou de Forks há duas semanas.
- Não deve ser nada demais. Amanhã vou tentar conversar com ele.
Eu aproveitei que um garçom estava passando e peguei uma taça de champanhe. Não tinha bebido nada até aquele momento, mas precisava ingerir um pouco de álcool para acalmar minha raiva interna, que só aumentou quando avistei Sam posando para fotos em frente ao seu carro, e agarrando as modelos como se estive em um quarto com elas.
- Cara nojento. – Alice repudiou ao assistir a cena.
- Nojento é pouco. Ele é um desgraçado isso sim. – Emmett se enfureceu olhando para aquela palhaçada.
- Edward eu acho que não temos mais nada para fazer aqui. Seria apropriado nos retirarmos, assim como os outros pilotos estão fazendo. – Duane explicou e eu assenti. Minha família não precisava ver aquilo.
- Eu só preciso achar o Jacob. Ele veio conosco. – comuniquei para Duane enquanto caminhávamos para fora do salão.
- Pode deixar comigo, Edward. Eu vejo onde ele está. – Leonard, que agora nos acompanhava, se prontificou.
A saída acabou sendo mais tranquila. Não tinha mais tantos fotógrafos e jornalistas e a multidão tinha dispersado. Já dentro do carro, Leonard comunicou que Jacob já não estava mais na festa, e que possivelmente já estivesse em casa. Eu achei um pouco estranho, mas como ele estava introspectivo durante o dia, achei que não quisesse ficar até o final. Meus pais seguiram para o hotel na mesma limusine que Bella e eu estávamos, e em poucos minutos os deixamos em segurança em frente ao hotel Rayon, já combinando em nos vermos logo pela manhã.
Em seguida seguimos para casa. Bella estava quieta pelo caminho e eu me perguntei o que se passava em sua cabeça. Duane o tempo todo conversava ao telefone, buscando informações. Em menos de dez minutos chegamos em frente ao apartamento, e nos despedimos de Leonard e Duane.
Todos nós estávamos quietos, talvez pensando em tudo o que aconteceu a pouco, e eu só ouvia a musiquinha irritante do elevador.
- Será que o Jake já está em casa mesmo? – Bella indagou preocupada quebrando o silêncio.
- Eu acho que sim. Ele não parecia estar muito afim de festa hoje. – Jass comentou pensativo e todos concordamos.
Assim que entramos no apartamento, avistamos o blazer que Jake estava usando caído ao chão.
- Nossa o Jake devia de estar tão cansado que esqueceu de levar o blazer pro quarto. – Rose disse o recolhendo do chão e colocando em cima do braço do sofá.
Eu me joguei no espaçoso sofá da sala e fechei meus olhos por alguns instantes. Já podia sentir uma dor de cabeça me incomodar.
- Por que aquele filho da puta tinha que aparecer? – Emmett disse com raiva.
Estava me fazendo a mesma pergunta.
- Eu não acho que seja coincidência ele ter aparecido assim. – Alice comentou pensativa. Eu senti o sofá afundar ao meu lado, e os braços de Bella me puxando para o seu colo.
- Também acho. Por qual motivo ele manteria tanto segredo? E outra... Vocês viram quem estava com ele logo depois do anuncio? – Emmett continuou tagarelando e me dando ainda mais dor de cabeça.
- Quem eram aqueles Emm? - Rose quis saber.
- O Phillipe, e a lambisgoia oxigenada da Tânia.
- Então o Phillipe está patrocinando essa merda toda, só pode. E ainda por cima com dinheiro sujo. Não tem outra explicação. – Alice disse convicta. Pelo menos minha irmã era esperta, porque supunha o mesmo que eu. Mas naquele momento eu já não queria pensar em mais nada.
- Pessoal, na boa. Eu vou me deitar. Minha cabeça está explodindo. – eu levantei do sofá dando boa noite a todos e puxei Bella junto comigo.
Ao entrar no quarto comecei a tirar minha roupa e desabei na cama. Bella trouxe uma aspirina para eu tomar, e eu agradeci por ela não me fazer perguntas naquele momento e por somente cuidar de mim. Nós tomamos um banho rápido logo em seguida, e eu adormeci com seu corpo enroscado ao meu.
(...)
- SEU DESGRAÇADO!
- RENESME! ESPERA!
- VAI PRO INFERNO, JACOB!
Eu abri meus olhos tentando associar de onde vinham os gritos.
- ME ESCUTA! EU NÃO SEI O QUE ACONTECEU!
- É o Jake que está gritando? – Bella despertou em meus braços e levantou coçando os olhos suavemente.
- Eu acho que sim. Tem alguma coisa acontecendo. Eu vou ver o que é.
Me vesti rapidamente colocando uma bermuda e camiseta e sai em direção sala. Fiquei surpreso por avistar Renesme ali. Ela estava abraçada a minha irmã e com Rose ao seu lado, e Jass e Emmett estavam próximos a Jacob.
- O que está acontecendo aqui? – Bella surgiu ao meu lado – Renesme? O que aconteceu? Por que você está aqui? Você está chorando? – ela correu de encontro à irmã, que agora chorava copiosamente.
- Eu odeio você Jacob. Eu odeio. – Renesme disse soluçando e se jogando nos braços da irmã.
- Renesme, pelo amor de Deus me escuta. – Jake pediu se aproximando dela.
- NÃO ENCOSTE EM MIM! VOCÊ MORREU PRA MIM! – Renesme gritou e saiu dos braços da irmã, correndo porta a fora. Bella saiu correndo atrás dela e quando Jake fez menção de segui-las, eu o segurei ali para entender que merda estava acontecendo.
- Jake, o que está acontecendo cara?
- Argh! – ele gritou jogando um vaso contra parede e desabou no chão – Eu não queria ter feito isso. Eu não queria.
Eu ia começar a perguntar o que ele não queria ter feito, mas logo tive minha resposta, ao avistar uma moça presente na sala, calçando rapidamente seus sapatos e roupa, e saindo dali em disparada. Eu não podia acreditar.
- Você traiu a Renesme?