Capítulo 36 - Crescer, Amadurecer e Viver
EDWARD POV
Ansioso. Era assim que eu me sentia agora. Ao chegamos no apartamento eu deixei que Alice e as meninas distraíssem a Bella, para ganhar tempo e verificar se tudo já estava pronto. Eu planejei uma noite especial para nós dois. Queria que esse dia terminasse com lembranças boas e que a partir de hoje, déssemos continuidade para a vida que compartilharíamos aqui.
O decorrer do dia não saiu como planejado. Até agora eu me xingava mentalmente por ter exposto Bella aquela situação, mas como ela mesmo disse ninguém poderia prever que Lauren seria capaz de algo assim. Agora tudo acabou e nós poderíamos ficar em paz e aproveitar a vida juntos. Nossa relação desde o começo foi conturbada, com altos e baixos, e tenho pra mim que se tivesse sido diferente, eu provavelmente não teria aprendido nada com isso. Agora eu dou mais valor a tudo o que possuo e tentaria todos os dias manter isso, com unhas e dentes. Nada nem ninguém irá tirar Bella de mim novamente.
Planejei um jantar romântico para nós dois. A noite estava muito bonita então aproveitei um ambiente que me trazia boas lembranças. Foi na varanda com a linda vista para LA que nos beijamos pela primeira vez, e com a ajuda do meu irmão e amigos, arrumei a mesa e a decoração ali, tentando dar um ar romântico e mágico, cuidando de todos os detalhes. Alice encomendou uma refeição para duas pessoas em um restaurante mexicano que conhecíamos. Ela disse que isso daria uma pitada caliente a nossa noite. Me contou também sobre a produção especial que elas estavam fazendo para Bella e eu só contava os segundos para vê-la.
Após verificar tudo fui tomar um banho. Vesti uma roupa casual, me perfumei e procurei ficar bonito para ela. Eu me sentia como um garoto que está prestes a ter o seu primeiro encontro na vida. Era engraçado me sentir assim, afinal Bella e eu já somos namorados, mas a sensação que eu tinha era de que iriamos recomeçar nossa estória. Agora da maneira que deve ser. Sem empecilhos e imaturidade.
Olhei em volta e avistei o nosso quarto todo decorado com velas, flores e pétalas de rosas espalhadas pelo chão e cama. Eu não parava de pensar em como será poder dormir com ela todas as noites, acordar ao seu lado todas as manhãs, chegar ao final do dia cansado e ter seu abraço para me confortar, e amá-la todos os dias da minha vida. Será perfeito.
Dentro de mim é claro que eu gostaria de passar mais tempo em casa, agora que meus pais se entenderam. Gostaria de vivenciar mais momentos em família, mas tenho certeza que ainda tenho muito tempo para isso. Nós sempre estaremos perto deles e eu faço questão, do dia em que tiver minha família, de ir morar em Forks. É loucura pensar em filhos e formar uma família agora, mas eu aprendi a fazer planos para o futuro, e é isso que eu quero para mim. Ter sucesso em minha carreira profissional e ter uma família com a Bella.
Olhei-me no espelho novamente e, deixando meu nervosismo de lado, fui para a sala espera-la. Me sentia nervoso pela expectativa em saber se Bella irá gostar da surpresa que preparei. Emmett e os rapazes já estavam arrumados para sair. Eles iriam curtir a noite em alguma balada, deixando o apartamento só para nós dois. Eu me levantei do sofá distraído demais para me atentar sobre o que conversavam e fui para a varanda, verificar novamente se tudo estava em seu devido lugar e, ao ouvir algumas risadas femininas, me virei em direção à sala.
Bella surgiu ali mais linda do que nunca, se é que isso é possível. Para mim ela é linda sempre. Ela parecia um anjo de tão delicada que estava, com um vestido tomara que caia, os cabelos presos e uma maquiagem suave, que só reforçou sua beleza natural. Meus olhos se perderam nela como sempre acontecia. Tudo ao redor sumiu e só existíamos nós dois ali. Eu podia ver o espanto em seu rosto e um sorriso de bobo apaixonado se fez em meus lábios, por saber que ela não havia suspeitado de nada.
BELLA POV
Edward vestia uma calça de sarja bege, uma camisa polo escura e sapatênis. Seus cabelos estavam mais desalinhados do que o costume e o conjunto todo me deixou fascinada. Isso já não é mais novidade. Ele me fascina apenas com um sorriso e eu retribuo bestificada com sua capacidade de fazer com que eu me apaixone a cada dia mais por ele.
Ele estava parado na varanda e após conseguir sair do transe de sua visão e deixar seus olhos, eu analisei melhor tudo o que estava a sua volta. Uma mesa estava posta ali e algumas velas iluminavam o local, dando um clima romântico. Algumas lamparinas estavam espalhadas pelo jardim japonês e um caminho de pétalas de rosas me levava até ele. Ao longe escutei um clic e notei que estava sozinha na sala e nem havia percebido quando o pessoal saiu dali.
Querendo respostas para o que acontecia, fui em direção a Edward seguindo o caminho das pétalas e ele diminuiu a distancia entre nós assim que coloquei meus pés para fora. Ainda com o meu sorriso torto no rosto ele me entregou uma rosa vermelha e eu a peguei, sentindo seu aroma em seguida.
- Você está maravilhosa. – ele disse me abraçando – E muito cheirosa também. – sorri ao senti-lo respirar fundo em meu pescoço. Sua mania adorável. Ele também estava usando o perfume que eu adorava e que me dava vontade de... Provar.
- Obrigado. Pelos dois. – me referi a rosa e ao elogio - Você também está muito lindo. – me soltei do seu abraço e dei uma fungada em seu pescoço. Não resisti. Ele riu beijando minhas mãos e me encarando, provavelmente já esperando minhas perguntas – O que é tudo isso Ed? Para onde o pessoal foi? – indaguei cheirando a rosa mais uma vez.
- Isso é o que eu estava planejando com a Alice. – ele começou dizendo e me guiando até a mesa – Eu queria terminar nossa noite te fazendo uma surpresa e todos me ajudaram. Eles foram aproveitar a noite em uma boate aqui perto e nos deixaram a sós para aproveitarmos a nossa primeira noite juntos. – Agora eu entendi. Por isso ele se esquivou de me dar explicações mais cedo, mas espera... Primeira noite juntos?
- Então era isso o que você precisa ver com a Alice? – ele assentiu sem jeito e eu ri do seu sorriso tímido.
- Eu imaginei que você fosse estar cansada, assim como eu, afinal nós dormimos pouco e tivemos um dia agitado. Por isso quis fazer algo mais calmo e especial para você. – explicou enquanto sentava-se ao meu lado e acariciava minhas mãos.
- Você é demais, sabia? Eu topei sair só para não tirar o animo do pessoal, mas o que eu mais queria era ficar com você. Até parece que você lê mentes. – Edward riu do meu comentário bobo e eu me atentei a mesa que ele havia preparado. Ela estava bem arrumada e o cheirinho da comida aguçou meu estomago. – O que você preparou para nosso jantar?
- Na verdade foi Alice quem cuidou disso. – tirou a tampa da bandeja revelando uma comida colorida – Ela pediu comida mexicana para nós.
- Parece muito bom. - eu conhecia pouco da culinária mexicana, mas a primeira vista pareceu apetitosa.
- Que bom que você gostou. Eu estava preocupado se você ia gostar ou não. – eu entrelacei nossas mãos e sorri.
- Tudo que vem de você eu vou gostar.
- Então vamos comer? – eu assenti querendo muito provar aquela comida com cheiro convidativo e Edward fez questão de me servir. O sabor era levemente picante, mas muito gostoso. Nós degustamos nossos pratos, curtindo a linda noite que fazia. Após o jantar ele me convidou para dançar e colocou uma música para tocar.
*Música - Here With Me – Dido*
- Posso te confessar uma coisa? – indaguei enquanto dançávamos agarradinhos. Edward me olhou esperando o que eu falaria – Quando nós viemos para cá, no final de semana que você fez o teste, eu também fiz alguns planos para nós.
- Sério? – eu assenti envergonhada – E o que você planejou?
- Eu estava planejando nossa primeira noite juntos aqui e eu até trouxe algumas coisas para te fazer uma surpresa. Comprei uma lingerie nova, algumas velas aromáticas e... – ele me calou com um beijo.
- Eu também queria que nossa primeira noite acontecesse naquele final de semana, mas eu pude sentir que algo estava errado, por isso não forcei nada. – ele pausou rindo em seguida - Só quando estávamos no banho que eu não me contive. – ele confessou envergonhado e eu fiquei mais ainda, mordendo meus lábios por lembrar-me daquele episodio triste e excitante ao mesmo tempo.
- Eu sabia que se me entregasse a você não seria capaz de fazer tudo o que fiz, não teria coragem de terminar tudo e... – ele novamente me calou com um beijo.
- Tudo isso passou. Essa noite nós vamos fingir que nada aconteceu e vamos viver o que planejamos. Agora nós vamos começar tudo de novo e pra isso... – ele parou de dançar e tirou algo do bolso. Era um pacotinho de veludo e quando ele abriu, retirando o que havia lá dentro eu sorri emocionada. Nossas alianças estavam ali e eu desejei mais do que nunca em ter a minha de volta. – Nós já somos namorados então eu só colocarei a aliança onde ela nunca deveria ter saído.
- Não. Espera. – pedi e ele me olhou sem entender – Dessa vez sou eu quem deve fazer isso, afinal eu quem terminei o namoro, nada mais justo do que te pedir agora né? – ele riu da minha graça e como manda o figurino eu peguei sua aliança e agachei no chão, tentando segurar meu riso – Edward, você aceita namorar comigo, de novo? – rindo ele me levantou do chão e me encarou do jeito intenso que só ele faz.
- É claro que eu aceito, quantas vezes for necessário, mas espero que essa seja a ultima e o próximo pedido seja em casamento. – eu ri recebendo um beijo dele e deslizando a aliança em seu dedo. Ele fez o mesmo com a minha e a beijou em seguida. – O motivo por eu ter planejado essa noite é que eu gostaria também de te dizer algumas coisas. Eu pensei em tantas coisas para te falar, mas nenhuma delas me parecia o suficiente para expressar o que sinto por você. Dizer que te amo é pouco para expressar o tamanho do meu sentimento. – ele respirou fundo e continuou - Eu só quero que você saiba Bella, que hoje eu sou uma pessoa melhor por sua causa. Você me ensinou muito e hoje o que eu mais quero é continuar crescendo, amadurecendo e viver ao seu lado pro resto da vida. Tudo o que você fez por mim talvez eu nunca consiga retribuir em vida, mas tenha certeza de que vou tentar todos os dias retribuir o amor que você dedicou a mim e a minha família. – eu mordi meu lábio me segurando para não chorar – Você é a mulher da minha vida, a pessoa que me completa, que me entendi com apenas um olhar, que me escuta e aguentou todo minha crise existencial enquanto eu estava perdido. Você me mostrou um caminho diferente, o do amor incondicional. Obrigada por existir em minha vida e por cuidar de mim como um anjo que eu sei que você é. Você é o meu anjo particular e eu tentarei, aprendendo com você, a ser o seu.
Preciso dizer que eu chorava igual uma criança quando ele terminou de falar? Eu não esperava por essa declaração linda da parte dele. Edward retribui tudo o que fiz só pelo simples fato de existir.
- Eu não sei o que dizer, na verdade nem sei se consigo chorando dessa forma. – eu consegui falar enquanto ele enxugava minhas lágrimas.
- Não precisa falar nada. Não queria que você chorasse, amor. Só precisava que você soubesse de tudo isso.
- Eu sinto tudo isso. – falei sinceramente e ele sorriu, para logo em seguida me beijar intensamente. Quando fomos para o quarto eu fiquei encantada com a decoração que ele havia feito.
- Pode parecer brega ou sei lá o que, mas esse será nosso ninho de amor e eu queria que nossa primeira noite aqui fosse mais do que especial. Eu sei que nossa primeira vez não foi romântica e sei como isso é importante e... – ele desandou a falar eu o calei com um beijo apaixonado.
- Perfeito. Assim como você. – eu sussurrei em seu ouvido e foi o que bastou para deixarmos a conversa de lado e nos amar intensamente.
Aquela noite ficou marcada para nós como nosso recomeço. Ali deixamos tudo o que passou para trás, para viver agora um futuro a dois. Bom, se bem que a dois é maneira de dizer. Um futuro a sete seria mais apropriado porque naquele apartamento, ficar a sós com o Ed somente dentro do nosso ninho de amor, como ele mesmo disse.
Duas semanas depois...
A apreensão tomava conta de todos nós. Hoje era o dia da cirurgia da Gabi e todos estavam preocupados. O transplante em si, pelo o que Carlisle explicou, não seria tão complicado, porem o pós-operatório era o que mais preocupava, pois o corpo da Gabi poderia rejeitar o órgão transplantado.
O médico que faria a cirurgia é o Dr. Sanches, o mesmo que cuidou de mim quando sofri o acidente. Carlisle não participaria, por ética profissional, por ter envolvimento emocional com a Gabi e também por seu estado de espirito, que se encontrava no momento muito agitado. Todos nós estávamos na sala de espera do hospital aguardando noticias, e Carlisle andava de um lado para o outro, tentando controlar seu nervosismo. Esme a todo instante tentava acalmar o marido e ele sossegava, mas somente por alguns instantes.
Edward estava sentado ao meu lado e suas mãos geladas denunciavam sua preocupação. Ele revezava sua atenção em brincar com meus dedos e desarrumar ainda mais seus cabelos, enquanto balançava a perna freneticamente. Eu tentava conter minha preocupação com minhas unhas e torturava meu lábio, o mordendo de tempo em tempo.
- Ei não fica assim. – Ed pediu passando os dedos em meu lábio – Logo teremos noticias dela. – eu assenti sorrindo para ele e segurando sua perna, para ele parar de balança-la. Nós dois rimos baixo do nervosismo e um barulho de porta chamou nossa atenção.
Dr. Sanches vinha em nossa direção, com o semblante cansado pelas horas de cirurgia. Carlisle e Esme foram os primeiros a abordá-lo, perguntando como havia sido. Para nossa felicidade correu tudo bem durante a cirurgia e a Gabi já estava na UTI, se recuperando e recebendo os medicamentos necessários. Ela teria que conviver com isso para o resto da vida. Os remédios controlariam os riscos de rejeição, no entanto ela poderá ter uma vida normal.
Sua recuperação foi lenta e cada dia era uma vitória. Carlisle acompanhava sua recuperação todos os dias e não se cansava em dizer que Gabi era uma menina forte. Eu acreditava muito nele, afinal passar por tudo o que ela passou desde o nascimento só poderia ser vivido por alguém forte e cheio de vida como ela. Nós dividíamos o dia entre o colégio, trabalho e o hospital, até que depois de um mês o Dr. Sanches assinou a alta dela.
Esme nesse dia não poderia estar mais radiante com a noticia e tenho certeza que a Gabriela também estava feliz, por finalmente poder sair do hospital e viver sua infância, ao lado de uma família que a esperava de braços abertos. Esme decorou um quarto para ela e eu, Alice e Rose a ajudamos. A decoração era delicada, com cores claras num tom de salmão e rosa. Pela idade da Gabi, que completaria três anos daqui dois meses, já poderia ter uma cama só para ela, claro que com os devidos cuidados, pois Esme disse que ela estava acostumada a dormir com ela quando eram só as duas.
Gabi foi recebida em casa com muita festa e alegria. Bene fez vários pratos gostosos para todos e uns especiais que Esme disse que ela gostava. Quando a vi no colo do Ed e devorando os brigadeiros da mesa, descobri que ela é chocólatra igual ao irmão. Emmett corria atrás dela o tempo todo e Alice ia atrás para ajeitar seus cabelos e arrumar seu vestidinho. Esme tirava foto de todos os momentos e uma foto em particular, ficaria com toda certeza repousada em um porta retrato na sala.
Foi um momento em que todos nós estávamos sentados na sala. A Gabi brincava no colo do Emmett enquanto Rose fazia caras e bocas para ela rir. Jasper, Alice, Edward e eu conversávamos distraidamente e Carlisle e Esme olhavam para nós com sorrisos no rosto. Esme chamou nossa atenção, dizendo que queria registrar isso então ela programou o time da máquina, a posicionou em cima de um móvel alto e correu para sentar ao lado do marido. Edward me abraçou apertado e todos os casais se olhavam apaixonados.
Um momento único, que ficaria registrado para sempre.
EDWARD POV
A música começou a tocar e essa foi a deixa para que nós nos posicionássemos. Bella estava ao meu lado, com seu braço entrelaçado ao meu, linda em um vestido azul. Ela, Alice e Rose estavam muito bonitas como madrinhas da cerimonia de renovação dos votos dos meus pais. A cerimonia estava sendo celebrada no quintal de nossa casa e devido a isso o ultimo mês foi uma correria e tanto.
A Gabi tinha recebido alta e meus irmãos e eu, estávamos nos acostumando a ter uma nova integrante na família. A Gabi é uma fofura em forma de criança. Ela é calma, carinhosa e muito atenta a tudo o que acontece em sua volta. Eu me apeguei muito a ela, não sei se pelo fato de termos um laço que nos uni ou por ela conseguir encantar qualquer pessoa com seu sorriso e gargalhadas.
Os preparativos para a celebração tomavam conta da casa e nós ajudamos meus pais em quase tudo. Foi engraçado ver meu pai nervoso hoje cedo, parecendo que estava casando pela primeira vez e ele revidou a risada minha, do Emmett e do Jasper, dizendo que ele também riria de nós em nossos casamentos. Com essa nós tivemos que controlar nossos risos e tentar acalmá-lo.
Minha relação com ele estava cada dia melhor. Conversávamos mais, ele me escutava e se interessava por tudo o que eu contava. Ele estava mais presente em casa, pois havia recebido a proposta de se tornar o diretor geral do Hospital Central. Seria uma responsabilidade imensa, porem ele teria mais tempo livre. Para tomar essa decisão ele fez uma reunião em família, para saber nossa opinião e é claro que foi unanime. No dia seguinte ele aceitou o cargo e viu muitas portas se abrindo com isso.
Alguns médicos que faziam parte do conselho do hospital, ficaram sabendo de sua proposta para abrir uma unidade de saúde na região da reserva em La Push. As famílias que vivem naquela região, tem difícil acesso até o Hospital Central e por esse motivo ele apresentou a proposta para a diretoria. Como nada foi feito até então ele já tinha perdido as esperanças, no entanto foram renovadas quando o conselho disse ter verbas do estado para dar andamento a sua ideia. Papai estava radiante ao ver seu sonho se concretizando.
Denise, a responsável pelo andamento da cerimonia que mamãe contratou, nos fez um sinal e logo estávamos andando pelo tapete verde que havia sido colocado ali, juntamente com alguns arranjos florais. A decoração era simples e elegante. A iluminação ficou por conta das centenas de lamparinas em forma de gota que estavam penduradas pelo jardim e o altar estava iluminado por centenas de mini luzes em um tom mais ameno, deixando o clima suave.
As cadeiras estavam dispostas em frente ao altar, sem dividir as famílias. Meus pais queriam todos juntos. É claro que o vovô não foi convidado. Ele procurou meu pai alguns dias atrás, após descobrir que ele e mamãe haviam voltado. Mesmo se vendo vencido ele ainda teve a indecência de implorar para que meu pai mudasse de ideia, dizendo que tinha dividas muito altas e precisava da parceria que viria se ele se cassasse com a filha dos Stevenson´s. Papai depois desse dia cortou as relações com ele e pediu que não nos procurasse mais.
Alice e Jasper entraram primeiro, seguido de Emmett e Rose e por ultimo entramos Bella e eu. Papai já nos esperava no altar com um sorriso de orelha a orelha. Nos sentamos na primeira fileira de cadeiras e esperamos o momento que mamãe entraria. Eu dei um beijo suave em Bella e ela logo me deixou sozinho.
A música ecoou pelo jardim e todos se levantaram, avistando a pequena imagem da Gabi seguindo pelo tapete, carregando uma pequena cesta na mão, onde estavam guardadas as alianças. Ela não estava sozinha. Bella a acompanhava segurando sua mão. Gabi apesar de ser uma criança muito sociável, quando viu o agito na casa hoje cedo, ficou envergonhada de entrar sozinha na cerimonia e até chorou dizendo que queria a tia Bella ao lado dela. Fiquei emocionado ao vê-la agarrar o pescoço do meu anjo e ver o sorriso que Bella deu ao sentir seu abraço.
Gabi estava muito apegada a ela e Bella também. Isso me preocupava porque em pouco tempo nós teríamos que deixa-la aqui, mas o momento agora é de curtir o pouco tempo que temos para ficar perto de todos. Gabi sorria agora confiante por estar ao lado da tia e quando chegou perto do altar, Carlisle a pegou no colo, depositando um beijo em seu rosto e a entregando para mim. Eu fiquei com ela no colo ao lado de Bella, esperando a entrada da mamãe.
Ela surgiu segundos depois, linda num vestido creme e todo bordado. Um sorriso de felicidade estampava seu rosto e constatei, ao olhar para meu pai, que ele sorria da mesma forma. Ao encontrar meu pai no altar, ele beijou sua testa e os olhos da mamãe marejaram. Gabi se agitou em meu colo querendo a atenção da mãe e logo foi atendida ao receber um beijo carinhoso dela.
Com a Gabi mais tranquila nos sentamos para acompanhar a cerimonia. Meus pais estavam visivelmente emocionados ao escutar as palavras do padre e quando os votos começaram, percebi Bella com os olhos marejados ao meu lado.
- Esme, quando nos casamos pela primeira vez eu prometi muitas coisas a você. Hoje mais maduro percebi o poder que as palavras têm. Eu errei muito, não cumpri algumas promessas, mas também acertei algumas vezes e hoje eu vivo por você e pela família que construímos. Uma das promessas que fiz e nunca deixei de cumprir, mesmo passando pelas adversidades da vida, foi a de que nunca deixaria de te amar. Mesmo longe de você eu te amei todos os dias, mesmo sentindo raiva eu continuei te amando, mesmo confuso e perdido eu me agarrei ao amor que sinto por você e pelos nossos filhos. Eu aprendi que amar é saber perdoar e ser perdoado, é errar e persistir para melhorar, é cuidar, ouvir e acima de tudo... Fazer da felicidade do outro o seu objetivo de vida. – meu pai pegou a aliança e colocou no dedo da mamãe, que chorava emocionada – Eu prometo hoje viver para te fazer feliz. Porque você é o grande amor da minha vida.
Bella e possivelmente todas as mulheres presentes choravam emocionadas, e devo dizer que eu também estava ao ouvir os votos do meu pai. Foi sincero e verdadeiro. Gabi sem entender perguntou baixou em meu ouvido: “Ed, polque tia Bella tá cholando?”. Eu sorri para o jeitinho enrolado dela falar e cochichei de volta: “Por que ela está emocionada com o papai e mamãe. É um choro de felicidade.” Ela concordou balançando a cabeça e passou a mão no rosto da Bella, limpando suas lágrimas. Bella beijou suas mãozinhas e sorriu para nós dois.
- Carlisle até hoje eu me lembro da primeira vez que nos vimos. Eu sei que foi um começo incomum, mas você foi o responsável por eu e nosso filho estarmos aqui hoje. Eu me apaixonei pelo seu jeito decidido, pela sua força de viver, pelo seu carácter e sorriso fácil. Pela forma como você via a vida, pela sua visão idealista e pelo seu altruísmo. Eu também aprendi muito com você. Aprendi a amar e fui agraciada pelos três lindos filhos que tivemos, e me apaixonei novamente quando você aceitou a Gabi como sua filha. – a Gabi se manifestou ao ouvir seu nome e deu um gritinho, fazendo os convidados rirem – Nós passamos por muitas dificuldades, mas isso só fez com que nosso amor se fortalecesse, para que possamos continuar nossa vida lado a lado, cuidando dos nossos filhos e dos netos que virão. Eu te agradeço pela família maravilhosa que temos, por você me amar por todos esse anos e por ter aparecido em minha vida como um anjo salvador. Você me libertou da solidão e me faz a mulher mais feliz do mundo. – mamãe pegou a aliança e deslizou no dedo do papai que estava se segurando para não chorar. Eu não consegui me conter e deixei as lágrimas tomarem meu rosto, emocionado por presenciar um momento especial como esse.
Minha emoção foi por diversos motivos. Por lembrar-me da minha infância, dos meus pais nessa época, de como éramos unidos, das dificuldades e de tudo o que passamos para estar aqui hoje. Tudo graças à pessoa que é dona do meu coração. Olhei em direção aos meus irmãos, vendo Alice chorando e Emmett tentando esconder as lágrimas. Eles me olharam de volta e sorriram, provavelmente sentindo o mesmo que eu.
Foi emocionante presenciar um casal que se ama verdadeiramente mesmo depois de tantos anos, e eu desejei poder alcançar isso também um dia. O padre encerrou a cerimonia após dizer mais algumas palavras e o tão famoso momento foi celebrado com um beijo dos dois. Gabi pulou do meu colo nesse instante e correu para o colo do meu pai. Ele e Esme a beijaram rindo e foram aplaudidos por todos os presentes. A festa foi muito bonita. Dançamos bastante, nos divertimos e celebramos essa nova fase.
Na semana seguinte...
As aulas já estavam acabando e os preparativos para a formatura era o assunto do momento. Bella e eu já tínhamos conversado com nossa supervisora no trabalho, informando sobre nossa ida para LA. Eu já havia terminado de catalogar os exemplares da biblioteca e nosso ultimo dia ali foi muito agradável. Bella escolheu para o seu ultimo dia de trabalho, o dia do conto de fadas, para se despedir das crianças que ela conheceu. Levamos Gabi conosco e ela adorou ouvir a estória do dia, Cinderela.
Bella se despediu emocionada e nossos olhares se cruzaram enquanto eu me lembrava dos momentos que vivemos ali. Dos amassos que demos, das brigas, dos olhares cheios de segundas intenções e também da oportunidade que ela me deu ao conseguir esse trabalho para mim. Olhar para aquela biblioteca me deixava orgulhoso por saber que fiz algo de bom.
Naquele mesmo dia recebei pelo correio o resultado da minha prova e corri para casa da Bella com o envelope em mãos. Nós esperávamos esse momento por dias e agora saberíamos como seria daqui para frente. Como eu havia dito a ela, independente se ela conseguisse a bolsa ou não, eu pagaria por seus estudos e se eu também não tivesse conseguido nós tentaríamos de novo, até conseguir.
Estacionei o carro com pressa e corri para dentro da casa dela. Eu nem bati na porta, fui entrando ansioso e dei de cara com Charlie na sala, me olhando com cara de interrogação.
- Chegou o resultado, Charlie. – eu sorri mostrando o envelope para ele. Charlie sorriu agora entendendo meu rompante por ter invadido sua casa.
- Ela está lá em cima. – ele disse e eu não esperei mais, subi o pequeno lance de escadas em segundos, chegando ao quarto da Bella rapidamente. Ela estava sentada em sua escrivaninha escrevendo algo, e eu procurei não fazer barulho. Cheguei atrás dela e balancei o envelope em sua frente. Ela virou para me olhar e abriu um enorme sorriso.
- Chegou? – ela indagou se levantando e eu assenti – Então deixa eu pegar o meu. – Bella abriu uma gaveta e tirou o envelope de lá.
- Qual abriremos primeiro? – ela pareceu pensar e logo respondeu.
- Vamos abrir os dois ao mesmo tempo. – eu assenti entusiasmado parecendo uma criança. Comecei a rasgar o lacre do meu e Bella fez o mesmo. Nós puxamos o conteúdo ao mesmo tempo e sorrindo bobamente pela situação, começamos a ler o que dizia.
Meu coração disparou e quase saiu pela boca quando eu li: Aprovado. Bem vindo a Dartmouth. Eu olhei para Bella procurando em seu rosto uma resposta, e ao ver que ela chorava com um sorriso no rosto, eu soube que tinha sido aprovada também.
- Você conseguiu, amor. – ela olhou pra mim e sorriu mais ainda.
- Você também. Ah! – ela correu para o meu colo e começou a gritar de felicidade. Rodopiei nós dois a abraçando apertado em seguida.
- Parabéns, meu anjo. – falei limpando suas lágrimas e beijando seus lábios.
- Parabéns, honey. O nosso esforço valeu a pena. Eu nem acredito nisso. – ela começou a gritar de novo e a pular pelo quarto. Eu sorri por ver sua felicidade. Charlie apareceu ali em seguida e ao ver Bella pulando soube que as noticias eram boas.
- Eu consegui pai. Eu e o Ed conseguimos. – Charlie a abraçou emocionado.
- Tinha certeza que você conseguiria filha. Sua mãe deve estar muito orgulhosa de você assim como eu. – meu anjo agora chorava mais ainda por lembrar-se da mãe, e por saber que irá para a faculdade cursar a profissão que a mãe a ensinou a amar.
- Mas que gritaria toda é essa, heim? Eu não consigo nem me concentrar direito. – Renesme entrou no quarto resmungando e viu Bella chorando abraçada ao pai. Ela olhou para mim e eu assenti respondendo sua pergunta muda.
- Você passou! – ela gritou pulando igual à Bella e Charlie revirou os olhos pelo escândalo. Renesme abraçou a irmã comemorando a noticia e em seguida Charlie veio me dar os parabéns também.
- Renesme! – escutamos alguém chamar alto e logo o dono da voz apareceu no quarto da Bella. Era Jacob que também trazia nas mãos um envelope.
- Mais um que invadi minha casa. – Charlie resmungou revirando os olhos. Bella riu do pai e Jake foi logo se explicando.
- Desculpa Charlie, mas eu bati e ninguém atendeu. Eu precisava contar as novidades. Eu passei.
- Ah! – Renesme gritou pulando em seu pescoço e todos nós cumprimentamos Jacob. Naquele instante eu resolvi fazer uma proposta para Jake. Bella e eu conversamos sobre isso e decidimos convidá-lo para morar conosco.
No começo ele ficou relutante, mas depois de concordar que ele ajudaria nas despesas acabou aceitando. Jake se tornou um grande amigo. E será um prazer poder dividir essa nova fase com ele.
Meu celular tocou em seguida e era Alice contando que também havia passado, assim como todo o pessoal. Naquela noite fomos todos comemorar na pizzaria do Jhonny, vendo a felicidade e orgulho que nossos pais sentiam por termos conseguido essa conquista.
(...)
A formatura foi ótima. Nossos pais tiraram fotos nossas vestidos com as becas horríveis e finalmente recebemos o tão esperado canudo. Era um rito de passagem emocionante para os formandos e o discurso da oradora da turma foi para fechar o clima com chave de ouro.
“Para muitos o período do colegial será lembrado com muita alegria. Foi aqui que fizemos amigos que serão levados no coração pro resto da vida. Foi aqui que nossos mestres nos ensinaram a crescer, tanto intelectualmente como seres humanos. Para muitos esse foi apenas o começo do aprendizado. Agora temos toda uma vida pela frente e devido a base solida que tivemos aqui, enfrentaremos tudo o que vem pela frente de cabeça erguida. Parabéns classe de 2010. Nós conseguimos.”
Todos aplaudiram o discurso jogando nossos capellos para o alto e nos abraçando em seguida. O primeiro abraço que recebi foi o da Bella e nem podia ser diferente. Algumas pessoas não estavam presentes ali e uma delas era a Lauren. Nunca mais tivemos noticias dela e pelo que ficamos sabendo recentemente ela teve que pagar uma fiança absurda e prestar serviços comunitários por alguns meses. Os boatos que corriam eram de que seu pai a mandaria para a Europa, para cursar uma Universidade em algum lugar bem longe daqui.
- Parabéns meu formando favorito. – Bella desejou me dando um beijo.
- Parabéns também, amor. E te agradeço. – ela franziu o cenho.
- Pelo o que?
- Pela sua falta de coordenação e por ter desabado bem na minha frente em meu primeiro dia aqui. Foi ali que eu me apaixonei por você. – eu ri da careta que ela fez e levei um beliscão pelo comentário.
- Eu não sou descoordenada. E eu sei que se apaixonou bem antes, quando olhou para mim assim que chegou aqui no colégio. – ela devolveu a risada e me deu uma piscadela. Eu não tinha como discordar. Era a mais pura verdade.
Meus irmãos vieram ao nosso encontro e logo a bagunça estava formada. Nós decidimos por não fazer uma festa e sim algo simples e familiar. Saímos todos para jantar e comemorar a formatura, curtindo a presença um do outro.
(...)
Dezembro havia chegado. Passamos o natal com uma grande festa. Por ser mais espaçoso decidimos festar em minha casa e aproveitar o clima ameno que fazia. Esse natal seria especial, pois era o primeiro que Gabi celebraria. Decidimos que ela teria direito a tudo, inclusive a um Papai Noel em carne e osso. Essa função ficou por conta do Charlie, pois ele era o único que tinha uma barriguinha, digamos que... Saliente. Com a ajuda das filhas ele ficou um Papai Noel muito simpático e Gabi se encantou com a magia do natal.
Estávamos todos reunidos na sala, brindando ao natal e as coisas boas da vida. Fizemos as trocas de presentes e a Gabriela foi a mais presenteada. Ela estava cada dia mais forte e recuperada e papai dizia que dali para frente as chances de rejeição eram mínimas.
Bella aproveitava a companhia do pai e da irmã, pois em alguns dias nós já nos mudaríamos para LA. Queríamos deixar tudo arrumado por lá para aproveitar a semana de férias em janeiro. Meu trabalho na equipe começa em seguida e as aulas na universidade na primeira semana de fevereiro.
Bruno também estava presente na festa. Eu fiz questão que Bella o convidasse para poder pedir desculpas por ter o tratado mal em alguns momentos. Ele veio acompanhado de sua noiva, Renata. Bella ficou muito feliz por saber que eles estavam noivos e Bruno se mostrou uma ótima pessoa. Ele aceitou minhas desculpas, dizendo que entendia tudo o que Bella e eu passamos, e também agradeci por toda sua ajuda.
Papai nos surpreendeu dando de presente para a Gabi um lindo filhote de Golden Retriever, que me fez lembrar Atenas. Gabi ficou radiante e perdemos sua atenção para o pequeno filhote que a seguia por toda a casa.
O ano novo foi bem diferente. Decidimos passar a virada em LA e dessa vez a família toda iria também, inclusive Charlie e Sue. Charlie queria conhecer onde moraríamos, para ficar mais tranquilo, e meu pai fez esse convite para poder mostrar tudo a ele. Depois de verificar todo o apartamento e se tinha segurança suficiente, Charlie relaxou, e aproveitou para curtir o final de semana ao lado das filhas, de Sue e toda a minha família.
A meia noite fomos para Santa Monica Beach ver a queima de fogos e inclusive fizemos alguns rituais, para trazer boas vibrações para o novo ano que entrava. Tomamos um banho de mar para repor as energias e depois curtimos um luau a beira da praia. Foi divertido ver o papai cantando ao som do violão que eu e Renesme tocávamos e Charlie e Sue até ensaiaram uma dancinha. Bella, Alice e Rose ensinavam a letra para a Gabi e os meninos nos ajudavam fazendo um coro de vozes ecoarem pela praia.
Olhando para todos eu fechei meus olhos e agradeci por tudo. Pela benção de ter conhecido a Bella, pelos meus pais estarem juntos, pela família que eu tenho, por ter conseguido conquistar meu sonho e acima de tudo, por estar feliz ao lado das pessoas que eu amo.
(...)
Eu nunca gostei de despedidas. Elas sempre nos deixam triste e por isso pedi aos meus pais para simplesmente encarar nossa ida para LA como uma viagem qualquer. Eu podia imaginar que estava sendo doloroso para eles verem os três filhos partindo, mas nós sempre estaremos aqui com eles e prometi que quando a saudades bater nós correríamos para o colo deles.
Gabi estava agarrada em meu colo e amanheceu manhosa. Ela sentia que estávamos indo embora. Após encaixotar minhas coisas e levar tudo para o caminhão da mudança, fui ver se meus irmãos precisavam de ajuda. Alice já estava com tudo pronto então fui ao quarto do Emm perguntar se ainda faltava algo. Não o achei ali e fiquei surpreso por vê-lo no quarto da Gabi. A porta estava entre aberta e ele estava sentado ao lado da cama dela, e percebi que ela o olhava atentamente. Procurando não fazer barulho e curioso para saber o que ele fazia ali, coloquei minha cabeça entre o vão da porta, tentando escutar o que ele falava.
- Sabe, Gabi. Esse bonequinho aqui o papai me deu quando eu tinha mais ou menos a sua idade. Eu sempre tive medo do escuro e vivia o acordando a noite com medo de que algo acontecesse. Um dia ele chegou em casa dizendo que tinha um presente pra mim e que ele era muito especial. Disse que o muxoxo me protegeria de tudo o que eu tinha medo e que era para eu sempre dormir agarrado a ele para não ter mais medo de nada. – ele pegou o muxoxo e colocou ao lado dela – Hoje eu não preciso mais dele e como vou estar longe demais para te proteger, assim como Ed e a Lice, o muxoxo vai te proteger de qualquer coisa. – eu sorri emocionado por ver meu que irmão caçula finalmente amadureceu. Emmett sempre teve um coração de ouro.
- Ele não é um fofo? – me assustei ao escutar Alice cochichando em meu ouvido.
- Que susto Lice. E sim, o Emm é muito especial. Ele vai ser um grande pai um dia.
- Você também Ed. – eu sorri para minha irmã ainda observando o Emmett, que agora velava o sono da Gabriela.
Naquela noite depois de falar com a Bella pelo telefone eu procurei ir dormir mais cedo, para enfrentar a viagem mais descansado, e tive uma surpresa. Alice e Emmett invadiram meu quarto e se jogaram na minha cama, como sempre faziam quando estavam com algum problema. Por ser o irmão mais velho, eles sempre buscaram apoio em mim e eu neles. No entanto hoje tivemos mais três visitas. Meu pai, minha mãe e a Gabi.
O ritual foi o mesmo que nós três fazíamos. Ficamos conversando por horas, nos entupindo de doces e dando boas gargalhadas com as travessuras do Emmett e da Gabi.
No dia seguinte a despedida foi tranquila aqui em casa. Minha mãe se segurou para não chorar e nos mimou até o ultimo momento. Ela levantou cedo e foi no quarto de cada um de nós nos acordar. Depois fez nosso café da manhã e papai a ajudou com tudo. Verificou como toda boa mãe se não tínhamos esquecido de nada, e não se aguentou quando nós três a abraçamos, agradecendo pelo carinho. Meu pai estava mais quieto e procurava se distrair com a Gabi.
Ele estava sofrendo e não queria demonstrar para não nos deixar tristes. Após abraçar nossa mãe nós fomos até ele e fizemos o mesmo, o desarmando completamente. Meu pai chorou dizendo que nos amava muito e passou todas as recomendações possíveis. Ele sabia que ficaríamos bem, mas pai nunca vai deixar de ser pai.
BELLA POV
Nostalgia. Vendo as fotos no mural em meu quarto voltei a minha infância. Eram fotos minhas com meus pais e minha irmã, com meus amigos de infância e também tinha uma recente de Edward e eu. Encaixotando minhas coisas, momentos importantes voltavam em minha memoria, me fazendo rir e me emocionar por saber que deixaria o lugar onde nasci. Não vou negar, estava sendo difícil aceitar o fato de que agora eu já era uma adulta responsável e que passaria a assumir minha própria vida.
O mais difícil será deixar meu pai e minha irmã. No segundo dia do ano estava arrumando minhas coisas para a mudança, pois daqui dois dias sairemos de férias. Procurei aproveitar esse tempo para ficar colada em meu pai e em minha irmã, já sofrendo pelas saudades. Conversei com Sue a respeito da estufa de mamãe. Ela se sentiu lisonjeada pelo meu pedido de cuidar daquele lugar especial para mim.
Antes de me despedir dali, procurei deixar tudo arrumadinho. Cultivei algumas plantas, adubei e deixei tudo limpo para Sue assumir os cuidados.
- Você gosta muito daqui não é? – Edward indagou me abraçando por trás enquanto eu observava a estufa do lado de fora.
- Muito, amor. Muito. – eu suspirei e me virei para olhá-lo.
- Prometo pra você que quando voltarmos para cá eu faço questão que você tenha um lugar assim novamente. – eu sorri pelo seu carinho e apoio.
A despedida não foi fácil. Eu já chorava antes mesmo de abraçar meu pai. Era bobeira eu sei, afinal daqui a algumas semanas nós estaríamos de volta para o aniversário da Gabi e daqui dois meses para o casamento dele e de Sue, mas saber que ficaria longe do meu porto seguro era doloroso.
- Pai, por favor, se cuida tá? – pedi terminando de dar ao Ed a ultima caixa que eu havia empacotado. O caminhão de mudança já estava partindo.
- Não se preocupa Bella. Eu vou ficar de olho nele. – Sue me garantiu ganhando um olhar feio do meu pai. Eu comentei com Sue sobre os péssimos hábitos alimentares do papai. Se pudesse ele viveria só de cerveja e comida congelada.
- Eu sei me cuidar filha, fica tranquila. – ele respondeu tentando se justificar – Se precisar de qualquer coisa me liga que eu vou voando para LA. – eu sorri por sua preocupação e corri para os seus braços.
- Eu te amo pai, muito mesmo. Obrigado por tudo. – como uma manteiga derretida eu voltei a chorar e senti papai fungando tentando parecer forte.
- Também te amo querida, demais. – ele me abraçou apertado, depositando um beijo em meus cabelos.
- Sue pode contar comigo para o que precisar para o casamento e obrigada por cuidar tão bem do meu pai. Você fez muito bem a ele. – ela me abraçou emocionada e vi meu pai revirando os olhos. Minha irmã estava logo atrás de nós, observando tudo com um rostinho triste.
- Minha pequena... – eu me aproximei dela tentando me segurar para não chorar – Não fica triste. Logo você estará conosco e vai ter que me aguentar novamente. – ela revirou os olhos e correu para me abraçar. Ela já estava sensível por ter se despedido de Jake agora a pouco. Meu amigo estava arrasado – Se cuida minha irmã. Não faça nenhuma bobagem. - Eu ri pela brincadeira e por sempre implicar com ela. Minha irmã será sempre minha pequena criança.
- Eu vou sentir muito sua falta, Bella. Vou ligar muito pra você e nem adianta o papai reclamar dos interurbanos. – todos rimos e papai veio nos abraçar também.
- Eu amo vocês. – beijei os dois e tomei forças para ir embora. – A gente se vê em breve, ok? - e buscando forças nos braços do meu novo porto seguro eu acenei entrando no carro e partindo.
(...)
Quando chegamos a LA o caminhão de mudança já nos aguardava e ao começarem a descarregar tudo, a bagunça foi formada. Era caixa para todos os lados e mal conseguíamos entrar no apartamento. Alice, Rose e eu tivemos que tomar as rédeas da situação, colocando tudo em ordem. Os meninos nos ajudaram e ao final do dia nos sentíamos exaustos, mas o importante era que tudo já estava arrumado. Para comemorar nossa chegada ali, compramos algumas guloseimas e fizemos uma festinha particular, brindando ao novo começo.
Pela manhã fizemos nossas malas para partir rumo a Burbank. Ed me disse para levar roupas quentes e algumas mais fresquinhas e inclusive biquíni. A viagem não durou mais do que uma hora e meia e logo chegamos à fazenda. O lugar era lindo e a casa muito bonita. Tudo era muito simples, mas também muito aconchegante.
Para aproveitarmos bem o dia, deixamos nossas malas nos quartos e já saímos para conhecer o lugar. Edward contava de suas peripécias com os irmãos naquele lugar encantador, e dos bons momentos que viveram ali. Conhecemos o caseiro que cuida da fazenda e sua esposa muito simpática, que cozinharia para nós naquela semana.
Ela nos chamou para o almoço e quando vi a mesa posta, logo pensei que ganharia alguns bons quilos. O café da tarde também foi espetacular, recheado de gostosuras.
- Ed, prova essa geleia. – eu peguei um pouco com a colher e coloquei em meu dedo, chegando próximo aos seus lábios para ele degustar. Ele me olhou com uma carinha sofrida e para me provocar chupou meu dedo demoradamente.
O dia todo nós ficamos nos provocando dessa forma e eu não via a hora de ficarmos a sós.
EDWARD POV
À noite depois que todos já tinham ido dormir eu acabei tendo uma ideia. Pedi a Bella que vestisse um biquíni, pois iriamos visitar um lugar especial. Ela ficou animada com a ideia e saímos de casa nas pontas dos pés para não acordar ninguém. Chegamos ao pequeno córrego que cruza a fazenda em poucos minutos. Eu me ajoelhei na margem para sentir a temperatura da agua e estava agradável, devido ao calor intenso que fazia.
- Vem, amor. Vamos tomar um banho. – eu peguei na mão da Bella e a levei até a margem.
- Não tem perigo? E se alguém nos vir aqui? – ela indagou preocupada olhando em direção a casa.
- Fica tranquila. Ninguém vai nos ver. – eu comecei a tirar minhas roupas e ela empolgada fez o mesmo. Eu fiquei admirando seu corpo e o pequeno biquíni que ela usava. Eu estava numa situação péssima e explico o porquê.
Ontem depois que terminamos de arrumar nossa mudança, o pessoal resolveu sair para fazer algumas compras para festejarmos nossa chegada. Bella e eu decidimos ficar por ali, já com segundas intenções. Estávamos com saudades um do outro e não demorou muito para tentarmos saciar nosso desejo que seria, sim no passado, seria consumado em cima do balcão da cozinha, se o meu querido irmão não tivesse chegado antes porque estava morto de fome. Como sempre.
O resultado disso foi péssimo, pois ele sarrista como é, ficou fazendo gracinhas sobre nós dois, deixando a Bella puta da vida e o clima acabou. O problema foi que eu fiquei dolorido a noite inteira só resolvendo meu desejo por ela com um banho gelado.
Eu sabia que Bella ia gostar dessa ideia que tive, pois agora pegamos gosto por fazer amor em lugares inusitados e sem contar que aqui teríamos liberdade para fazer o que queríamos.
- A agua está uma delicia. – ela disse mergulhando e envolvendo seus braços em volta do meu pescoço.
- Você que está uma delicia, amor. – eu mordi seu lábio inferior entrelaçando suas pernas em minha cintura.
Bella tomou minha boca com um beijo ansioso e retribui na mesma intensidade. Eu nunca me cansaria de sentir o sabor de seu beijo, de sua pele, o cheiro dela que me vicia. Eu tocava seu corpo com veneração, querendo sentir cada pedacinho, me deleitando com seus gemidos excitantes.
- Honey, eu já estou pegando fogo. Quero você dentro de mim. – sua voz rouca e languida me fez olhar em seus olhos.
- Bella você me provocou o dia inteiro e minha situação já era péssima desde ontem. Eu não sei se vou aguentar muito tempo. – falei sofridamente, beijando e sugando seus seios, ficando louco com seus gemidos abafados.
- Ed... – eu olhei em seus olhos novamente – Eu te quero agora dentro de mim.
Agora me respondam. Eu posso competir com isso? Com ela me olhando intensamente e pressionando seu corpo contra meu membro? Impossível.
- Seu desejo é uma ordem meu anjo. – ela mordeu o lábio dando um meio sorriso, ciente de que conseguiria tudo de mim e eu daria tudo o que ela pedisse, com o maior prazer. Nos uni numa única investida a fazendo gemer mais alto e me segurando para não me deixar levar pela excitação. Busquei seus lábios apertando ainda mais seu corpo de encontro ao meu, me sentindo completo, como sempre me sentia quando fazíamos amor.
A semana aqui passou rápido demais, porém conseguimos curtir ao máximo. Passeamos pela região, visitamos os pontos turísticos, andamos a cavalo e comemos muito também. No sábado nos reunimos na varanda da casa para assistir o por do sol, na expectativa pelo que viria nos próximos dias. Nos sentíamos ansiosos e entusiasmados por viver essa nova fase de nossas vidas.
Narrado em 3° Pessoa
Após despistar o motorista da família e o subornar com o restante de dinheiro que tinha, Lauren seguiu para o endereço já conhecido. Ela estava ali em LA buscando uma ultima alternativa para sua situação, e seu cumplice era a pessoa perfeita para conseguir o que queria.
Ela entrou no conjunto residencial sem muitos problemas e após ser anunciada foi até a entrada do luxuoso sobrado que se encontrava ali. Lauren se sentia encurralada, pois seu pai tinha lhe dado um ultimato e disse que a mandaria estudar fora do país. Era obvio que ela não queria isso, afinal de contas o que seria dela indo estudar em um lugar que ao menos sabiam quem ela era? Sua reputação já estava no lixo após passar esses últimos meses prestando serviços comunitários, tendo que conviver com crianças barulhentas e insuportáveis, e idosos que mal sabiam o que faziam. Deu graças a Deus quando sua pena foi cumprida, mas sua felicidade se esvaiu quando o pai contou sobre a viagem.
Um homem de meia idade atendeu a porta e pediu que ela aguardasse na sala de estar. Em poucos minutos uma figura muito conhecida surgiu diante dela, esboçando um sorriso de satisfação. Ele sabia que ela viria ao seu encontro e a aguardava com muita excitação. Sua presença sempre causou arrepios em Lauren. Ela achava que aquele jovem rapaz trazia uma carga muito negativo em seu rosto e atos, mas nem por isso se deixou levar e conseguiu uma parceria com ele. Ambos tinham desejos em comum e quando o conheceu viu a oportunidade perfeita.
- Lauren que surpresa vê-la aqui. Imaginei que já tivéssemos acertado nossos favores. – o jovem rapaz disse se aproximando dela e beijando sua mão como um perfeito cavalheiro sedutor.
Ela não podia negar. O rapaz realmente era atraente, porem não fazia seu tipo. Gostava de rapazes como... Seu estomago se contorceu ao pensar na pessoa que a rejeitou. Lauren percebeu pelo seu tom que não seria fácil conseguir o que queria, então resolveu usar seus dotes de sedução, que achava infalíveis. Desde que se conheceram, em uma das corridas que seu tio a levou, percebeu os olhares que ele lançava para ela. Mal sabia Lauren que era justamente isso o que ele queria.
- Olá Sam. Como tem passado? – ela indagou e se aproximou ainda mais para beijar a face do rapaz. Sam sorriu para seu gesto, indicou o sofá e ela sentou-se ao seu lado, cruzando as pernas e mostrando discretamente suas coxas delineadas.
- Eu estou bem, melhor impossível, mas soube que você andou passando por alguns mal bocados. – seu deboche a irritou, porem se segurou para não explodir com ele. Lauren sabia que não podia enfrenta-lo. Perderia na certa. Tinha conhecimento de seu passado e sobre as pessoas com que é envolvido. Decidiu ir direto ao ponto. Não tinha mais nada a perder e daria o que ele quisesse para continuar em LA, e se vingar daqueles que a humilharam.
- Digamos que sim e vamos combinar que você sabe muito bem de tudo o que aconteceu, e deve imaginar por que estou aqui.
- Para falar a verdade eu não faço ideia, mas se puder fazer algo por você ficarei muito contente. – seu olhar a devorava e ele se segurou para não agarrá-la ali mesmo.
- Eu vim cobrar sua parte do nosso acordo. – ela disse curta e grossa.
- Que eu saiba minha parte foi cumprida. – retrucou no mesmo tom.
- Você disse que daria um jeito naquela garota e, no entanto seus capangas não tiveram nem competência para isso. – Lauren se exaltou e Sam sorriu entendendo aonde ela queria chegar.
- Eu fiz o que você pediu Lauren. Tirei Isabella do seu caminho. Agora se você não teve competência para conquistar o Edward nesse período, não tenho nada a ver com isso. – Sam desdenhou se levantando como se desse o assunto por encerrado. Ele queria leva-la ao limite para conseguir o que almejava. Tânia estava viajando e uma boa noite de sexo o distrairia. Lauren queimava por dentro, sentindo vontade de manda-lo para o inferno, porem ela pensava que talvez ele já vivesse lá. Engoliu seu orgulho e levantou também encarando Sam.
- Disse que mataria Isabella e eu cumpri com minha parte do acordo. Fiz com que Edward conseguisse a vaga na Jordan´s como queria. Você me deve isso, Sam. – ele olhou para ela por alguns segundos respirando fundo e pensando que estavam perdendo tempo com aquela discussão ridícula. Poderia muito bem estar fazendo coisas melhores com ela em seu quarto. Lauren queria algo que ele não poderia dar. Se ela ficasse aqui em LA estragaria seus planos. Agora que ficaria cara a cara com Edward não deixaria uma garota mimada e idiota estragar tudo.
Com um sorriso lascivo nos lábios ele se aproximou dela, analisando a bela mulher em sua frente. Claro que Lauren não se comparava a ela, mas quebraria o galho pelo menos por hoje. Desde que viu aquela bela morena, seu coração e mente não conseguiram mais esquecê-la, e não teve coragem de mandar matá-la. Fora apenas um susto. Nem mesmo Tânia tem mais efeito sobre ele. Tornou-se caso passado, por isso aproveitava para curtir a vida quando ela viajava com seu pai.
- O que você quer de mim? – ele se aproximou dela e sem pudor acariciou seu rosto - E o que ganho se fizer o que quer? – questionou despreocupadamente, esperando que ela desse o sinal verde para seus atos.
- Quero que me ajude a ficar no país. Me esconda em algum lugar, sei lá. Ou então me dê alguma grana para eu me manter por algum tempo e em troca lhe dou o que quiser. – ela tinha assinado sua sentença. O trato estava feito só que uma das partes sairia perdendo, mais uma vez.
Após a noite tórrida de sexo que tiveram, Lauren acordou se sentindo suja por ter se vendido a Sam. Ela não sentia culpa, afinal conseguiria o que queria. Teria sua vingança o mais breve possível.
Sam já estava de pé e só esperava que Lauren fosse embora dali o quanto antes. Tinha negócios a tratar e logo Phillipe e Tânia chegariam. Saindo do banho ele percebeu a garota acordada e se vestiu em sua frente como se nada tivesse acontecido. Lauren se cobriu com o lençol e foi até o banheiro vestir sua roupa. Quando voltou ao quarto Sam já estava pronto e a aguardava.
Por mais que a situação fosse péssima ela tinha gostado da noite que passara com ele. Sam era um amante muito bom e quem sabe eles poderiam ter alguma coisa daqui para frente. Sua família a deserdaria com toda a certeza, mas ela já estava no fundo do poço e nada mais importava, somente o ódio em seu peito. Sabia da existência de Tânia, mas não achava a garota páreo para ela. Na verdade nenhuma mulher era. Isso é o que ela ainda pensava.
Sam olhava para ela lembrando-se da noite espetacular que tiveram e se aproximou dela para acabar logo com isso. Lauren sorriu para ele e tocou seu peito de forma sedutora.
- Acho melhor você ir embora. Aqui está minha parte do acordo. – ele disse de forma fria fazendo Lauren gelar. Ele lhe entregou um envelope branco e analisou o que havia ali dentro. Somente algumas notas em dinheiro.
- O que é isso? – indagou olhando para ele e tirando as notas do envelope.
- Você disse que eu poderia lhe dar dinheiro que a mantivesse por algum tempo. Acredito que isso dê para você pegar um táxi até em casa e comprar um vestido ou qualquer outra bobagem. – ele se virou com a intenção de sair do quarto, mas antes teria que enfrentar a fúria da garota.
- Que merda é essa? Como você espera que eu me mantenha com essa merreca? – ela gritou jogando as notas contra as costas dele. Com um sorriso sardônico no rosto, Sam se virou para olhá-la, se sentindo triunfante e poderoso. Ele adorava enganar suas vitimas.
- Você não estipulou uma quantia, minha querida. Acredito que isso seja suficiente pela noite que tivemos. Agora se não se importa eu preciso ir e peço que faça o mesmo. – e sem dizer mais nada ele saiu dali, sem remorso algum.
Já no corredor pediu que seu criado de confiança tomasse conta de Lauren e providenciasse sua ida o mais breve possível. Lauren ficou parada no quarto, olhando para onde Sam tinha acabado de sair. Suas lágrimas caiam silenciosas e em sua mente ela vivenciou tudo de novo. Sentiu-se mais uma vez rejeitada e humilhada.
Sem saída saiu dali sentindo o gosto amargo da derrota e sem ter alternativas, voltou para sua casa, esperar o triste destino que a aguardava.