Capítulo 34 - Minha Vida Parte 1
BELLA POV
Eu não conseguia controlar minhas lágrimas. Eu sabia que isso aconteceria e lá estava ele. Parado em minha frente provavelmente me odiando. Ele voltou-se contra mim por eu ter escondido toda a verdade. Meu coração doeu no peito pelo choro sofrido, ao mesmo tempo em que encarava seus olhos. Edward continuava com a feição fechada, porém ao me ver chorar, mudou drasticamente. Não suportando olhar mais para ele, por vergonha, abaixei meus olhos e fitei o chão.
O que eu poderia fazer naquele momento? Defender-me de sua acusação? Dizer que ele estava errado? O pior é que ele não estava e por esse motivo, decidi explicar tudo o que fiz. Eu precisava tentar fazê-lo entender, mesmo que fosse inútil. Eu respirei fundo para tentar controlar meu choro e ainda sem coragem para olhá-lo, comecei a me explicar.
- Eu não quis mentir para você Edward. Eu... Eu...
- Olha pra mim Bella. – ele pediu com a voz embargada. – Olha nos meus olhos e me diz por que fez tudo isso.
Essa era a mais fácil de todas as respostas que ele poderia querer. Atendendo seu pedido, levantei a cabeça e busquei seus olhos. Eles não demonstravam mais frieza. Agora, eles refletiam a pessoa pela qual me apaixonei.
- Porque eu amo você. – comecei sem desviar o olhar - Porque você é a minha vida. Porque eu preferiria morrer de amor por você e vê-lo feliz, do que ver sua infelicidade. Porque tudo que faz parte de você, faz parte do meu coração, do meu ser. – Edward ficou me encarando por longos segundos, talvez perdido em pensamentos.
- Por que eu não vi os sinais? – ele indagou para si mesmo – Você estava sofrendo e eu não percebi. Você me deu tantas dicas do que estava acontecendo e eu fui incapaz de perceber. Deus! Eu cheguei até a sonhar com você me deixando. – ele agora passava a mão no rosto nervosamente. Eu automaticamente me lembrei do dia em que ele me contou sobre esse sonho. Ele também sentia que algo ruim estava por vir.
- Edward você não tinha como saber e... – ele me interrompeu.
- Você faz ideia do quanto eu sofri sem você? – indagou colocando as duas mãos na cintura, como se estivesse se controlando - Faz ideia das besteiras que passaram na minha cabeça? Eu pensei que você e ele... – ele suspirou pesadamente - Você mentiu dizendo que não tinha certeza sobre nós dois e eu juro que cheguei a acreditar. Você uma vez prometeu que nunca mais mentiria pra mim. – meu coração doeu ao lembrar aquela promessa - Eu fiquei pensando que não era bom o suficiente para você, afinal porque você iria querer alguém como eu ao seu lado? - ele riu sem humor algum, desfazendo-se da pessoa maravilhosa que é. Eu sabia que tinha o machucado, sabia que ele possivelmente pensaria tudo isso. Se fosse comigo não seria diferente. – Eu já aprontei tanta merda, Bella. Você mesma me livrou de algumas, mas eu estava me esforçando para ser alguém melhor pra você. Eu corri atrás do meu sonho, do que eu queria pra minha vida para poder ser alguém de quem você se orgulhasse. Eu pensei em fugir disso tudo, sumir para não ter que encarar você todos os dias e saber que não me queria mais, no entanto eu fui fraco, porque não consegui me ver longe da pessoa que mais amo.
Como eu não me orgulharia dele? Impossível. Suas palavras me atingiram fortemente e eu pensei no que seria de mim se ele realmente sumisse. Se já foi difícil quando ele sumiu por três dias ao brigar com seu pai, se fosse embora da minha vida eu não sei o que seria de mim. Eu senti naquele momento uma vontade imensa de exteriorizar meus sentimentos. Colocar para fora tudo o que estava guardado dentro de mim nesses últimos meses. Todos os segredos, as angústias e fazê-lo ver que tudo o que fiz foi por amor.
- Eu menti sim. – falei respirando fundo e olhando em seus olhos – E espero que um dia você me perdoe por isso. – suspirei e continuei falando pausadamente - Eu precisei dizer aquilo Edward, porque eu tinha certeza que você não acreditaria se eu dissesse que não te amava mais. Você acreditaria? – indaguei sinceramente e ele após alguns segundos negou com a cabeça - Nós trocamos juras de amor por diversas vezes, você podia sentir o quanto é grande e especial o amor que sinto por você. Eu não tive alternativa. Se tivesse que escolher entre sua felicidade e em meu egoísmo para te ter ao meu lado, você sempre seria minha escolha e será eternamente. – pausei controlando o choro - Eu pensei por diversas vezes em te contar o que estava acontecendo, mas se o fizesse você perderia o seu maior sonho.
- Você é o meu maior sonho. – ele disse com os olhos marejados – Eu não me importo com mais nada se você estiver ao meu lado. – eu sorri enquanto mais lágrimas caiam dos meus olhos.
- Só Deus sabe o quanto foi difícil, o quanto eu sofri por ter terminado tudo, mas eu só fiz aquilo depois de pensar numa alternativa para te ter de volta. Eu não tinha certeza se daria certo ou quanto tempo levaria, mas mesmo assim eu o fiz. Eu sei que errei, no entanto eu só queria sua felicidade.
- Você é a minha felicidade, Bella.
- Me perdoa por não ter contado sobre sua mãe... Sobre tudo. Eu não tinha o direito de contar a verdade. Só seus pais poderiam te explicar pelo que passaram. Eu queria que sua família ficasse bem, que vocês se entendessem. Eu sei que fui imprudente, mas faria tudo de novo para te ver bem.
- Você ao meu lado me faz estar bem. – ele disse me olhando intensamente.
- Mas você não estaria completo. Eu vi o que você passou Ed. Sua tristeza pela briga com seu pai. A saudade de sua casa e de seus irmãos. Um colo de mãe para chorar, o apoio e abraço de um pai quando precisava. – uma lágrima caiu de seus olhos e eu me senti tentada em me aproximar para enxugá-la. – Eu sei o que é não ter isso, meu amor. Meu pai e minha irmã são minha fortaleza, mas até hoje eu sinto falta do calor do abraço da minha mãe. – eu respirei forte controlando as lágrimas por lembrar dela – Eu não tenho como trazer minha mãe de volta, mas descobri que poderia fazer isso por você. Eu queria reunir sua família porque eu sabia que eles só estavam separados por causa de mentiras e chantagens, e inevitavelmente eu fui vitima de uma.
- Eu desistiria de tudo por você. – ele disse limpando o rosto – Com você ao meu lado eu sei que teria forças para suportar tudo isso. – ele pausou por um momento e seus olhos me encaravam constantemente - Eu precisei tanto de você. Desejei a cada segundo que você estivesse lá. – eu sabia ao que ele se referia. Seus olhos me passavam a cobrança por não ter ficado ao seu lado no momento que mais precisou. Mais uma vez envergonhada eu deixei seus olhos e dei as costas a ele.
- Eu tive medo da sua rejeição. Pensei que sabendo de tudo você me odiaria e eu não suportaria isso. Não estava em meus planos tudo o que aconteceu hoje. Se Alice não tivesse me contado o que você foi fazer essa noite eu nem sei o que poderia ter acontecido. Lutei tanto pra que você realizasse seu sonho e faria de tudo para que você não desistisse dele. E sabe por que Ed? – eu continuei falando sem esperar sua resposta – Porque você é o meu orgulho. Porque eu sei o quanto você lutou para conseguir isso. O quanto seu projeto é importante. Você é meu orgulho porque sei como lutou pelo bem estar da sua família. O quanto quis que tudo voltasse ao normal. Que seu pai e sua mãe se entendessem e você voltasse para casa. Eu... Tenho ciência de que pode ter sido errado o que fiz e possivelmente você não queira nunca mais olhar na minha cara, mas eu faria tudo de novo. Porque eu aprendi que quando a gente ama, nada é mais importante do que a sua metade, e você é a minha. – meu choro voltou e continuei falando com a voz embargada - Eu tive a melhor noite da minha vida ao seu lado e poderia ter continuado ali com você, te apoiando, te confortando. Dizendo que tudo ficaria bem, mas... Eu fui fraca. Fiz o que fiz e no momento mais crucial eu te dei as costas. – O silêncio se fez presente entre nós dois. Eu esperei que ele gritasse comigo, que me mandasse embora dali e nunca mais voltasse.
Minhas mãos tremiam e meu coração pulava no peito. Ao mesmo tempo em que sentia alivio por ter falado tudo aquilo, sentia uma angústia pela possibilidade de perdê-lo de vez. Tudo por causa dos meus atos.
- Então me diga agora. – ele sussurrou próximo ao meu ouvido e eu me assustei com sua proximidade. Virei-me rapidamente para fitá-lo. Ele tinha lágrimas em seu rosto assim como eu. – Me diga que tudo ficará bem. Segure a minha mão e faça essa dor sumir. – ele pediu entrelaçando nossas mãos. Eu não consegui mais aguentar. Me joguei em seus braços, o abraçando forte, tentando tirar toda a dor que ele sentia.
- Se eu pudesse transferiria toda essa dor que está sentindo para mim. – ele me abraçou mais apertado ainda – Eu não sei como fazer isso passar. – confessei angustiada. Edward me afastou para me olhar nos olhos e começou a beijar cada cantinho do meu rosto.
- Você pode fazer isso meu anjo, nunca mais saindo do meu lado. Porque é ao meu lado o seu lugar. – ele beijava minha maçã do rosto, meus olhos e meu nariz. Edward respirou fundo em meu pescoço e juntou nossas testas, me olhando intensamente. - Nunca mais faça isso comigo, Bella. Nunca mais.
- Então você não me odeia? Não quer que eu vá embora?
- Como eu odiaria a pessoa que é minha vida? Não tem espaço para esse sentimento dentro de mim em se tratando de você, Bella. – eu sorri largamente e enxuguei as lagrimas de seu rosto. Edward sem me soltar do abraço nos aproximou da cama para sentarmos. – Ela fez algo com você? Eu juro que se ela encostou um dedo em você Bella... – ele passava a mão em meu rosto e em meus braços tentando achar traços do que aquela víbora havia feito, porem eles não eram visíveis. Eram marcas emocionais.
- Ela só me controlava para não chegar perto de você, por isso me afastei Ed. Ela me mostrou a cópia do seu projeto e exigiu que eu te deixasse se não ela o venderia, e ainda coagiria o tio para não te passar no teste. – falei tudo apressadamente.
- Quando foi isso? – indagou entrelaçando nossas mãos.
- No dia do seu teste na Jordan´s. – ele suspirou.
- Então por isso estava agindo daquela forma. Por isso me disse todas aquelas coisas. – não foi uma pergunta. Ele se lembrava perfeitamente.
- Eu pedi aquele tempo a você porque precisava colocar meus planos em pratica sem que ela te prejudicasse. Foi então que eu vi a chance de ajudar sua família também. O Bruno tem um primo que trabalha na policia na Califórnia e conseguiu localizar o investigador que seu avô contratou. Eu precisava ir até lá para tirar essa estória a limpo, então pedi ao Bruno que me acompanhasse. Eu gravei toda a conversa e voltei feliz para mostrá-la ao seu pai, mas... – eu parei lembrando o acidente.
- Você colocou sua vida em risco. – ele me encarou com o semblante sério – Você se machucou por minha causa, Bella.
- Não meu amor. – acariciei seu rosto – Você não tem culpa de nada, absolutamente. Você não tem culpa por ter um avô sem escrúpulos e que foi capaz de destruir uma família. No entanto, ele não conseguiu apagar o amor de seus pais e o amor que eles sentem por você e seus irmãos. – ele abaixou a cabeça e seu rosto demonstrava tristeza. – Como foi com seus pais? – indaguei incerta se deveria ou não tocar no assunto.
- Difícil, muito difícil. – ele voltou a me encarar – Eu senti muitas coisas essa noite, mas a pior delas foi saber sobre meu pai. Quando eles me contaram eu não quis acreditar. Parecia piada eu não ser filho dele, mas ai tudo começou a fazer sentido. Todas as palavras que ele me disse uma vez me magoaram demais e... Ainda dói. – ele suspirou com os olhos já marejados novamente - Mas eu aceitei. E depois que eu soube o que você tinha feito, queria te encontrar o mais rápido possível. Eu precisava saber se estava bem, se não corria nenhum risco. Então Alice me contou que havia te deixado aqui e também sobre a chantagem da Lauren. – ele pausou por um tempo encarando meus olhos, como se pudesse ver minha alma - Me ajuda a superar tudo isso, Bella. Me ajuda. – pediu chorando novamente. Meu coração ficou do tamanho de um grão de arroz. Ele parecia tão indefeso, tão vulnerável naquele momento. Eu o abracei com todas as minhas forças e ele retribuiu na mesma intensidade.
- Nós vamos superar isso juntos. – falei beijando seu rosto e enxugando suas lágrimas, tentando confortá-lo.
- Amo você. – disse beijando meus lábios de leve.
- E eu amo você, pra sempre. – falei limpando suas lágrimas e buscando seus lábios que me confortariam para o resto da vida. Seus lábios quentes agora aqueciam meu coração. Nossas línguas buscavam espaço e travavam uma batalha, buscando o máximo que podíamos um do outro.
O beijo era tão desesperado que não parecia que há poucas horas atrás nós havíamos nos amado. Meu corpo já reconhecia seu toque e ondas de prazer e felicidade tomavam conta de cada poro. Edward apertava minha cintura e entrelaçou seus dedos em meu cabelo, me puxando pela nuca sem deixar espaço entre nós. Eu sentei em seu colo, entrelaçando minhas pernas por sua cintura, deixando claro que não queria distância dele, nunca mais. Tudo entre nós era intenso e ardente inclusive o desejo que sentíamos um pelo outro.
Edward deixou meus lábios e começou a beijar meu pescoço e clavícula. A mesma energia intensa estava presente novamente, como sempre acontecia quando estávamos nos tocando, nos beijando e inclusive quando ele me amou. Era a melhor sensação do mundo. Eu busquei seus lábios novamente, agarrando seus cabelos macios e me apertando a ele. Tínhamos urgência no beijo, como se quiséssemos dissipar tudo o que ficou para trás e esquecer das coisas ruins, amando um ao outro.
Ele me agarrou pelas coxas e me deitou na cama buscando meus lábios, já com um meio sorriso no rosto. Suas mãos vagavam pelas minhas pernas, coxas, cintura, barriga e seios, apertando, afagando e me enlouquecendo. Puxei sua camiseta para cima e ele se afastou para tirá-la, jogando-a longe em seguida.
- Sabe quando vezes eu desejei e sonhei em te amar aqui nessa cama? – indagou me encarando e me deslumbrando com seus lindos olhos – Muitas e muitas vezes.
- Então mate seu desejo e realize seu sonho, quantas vezes quiser. – ele deu o meu sorriso torto e perfeito e avançou em meu pescoço, me mordendo levemente. – Me belisca pra eu ter certeza de que não é um sonho? Pra eu ter certeza de que você está aqui comigo, linda como sempre e me dizendo para te amar. – ele pediu e então eu o fiz. – Ai! Era só força de expressão. – disse fazendo bico – Agora você vai pagar por isso, Dona Isabella. – eu ri por vê-lo me chamar assim. Parecia que o ar de tristeza havia se dissipado.
- Ah é? E como eu irei pagar?
- Sendo minha pra sempre e comigo te enchendo de beijos e mordidas. – disse levantando a camiseta que eu vestia e mordendo minha barriga. Eu comecei a rir pelas cócegas e ele realmente cumpriu sua palavra. Beijou e mordeu cada pedaço do meu corpo. Quando terminou entre risos, gemidos e suspiros da minha parte, me dei conta de que estávamos nus e nos amando novamente.
Enquanto dançávamos conectados, Edward me olhava com veneração e eu com certeza também o olhava da mesma forma. Seus lábios sugavam os meus com beijos ardentes e excitantes e eu buscava cada vez mais a fricção de seu corpo colado ao meu. Já podia sentir a onda de formigamento e estremecimentos que subiam dos meus pés a minha cabeça, prenunciando que o clímax estava próximo. Nossas respirações descompassadas se misturavam, nos dizendo o quanto era prazeroso estar na companhia um do outro, saciando o desejo que sentíamos.
Sem me conter pensei que se todas as vezes que fizermos amor forem assim, a vida ao lado dele será maravilhosa.
EDWARD POV
Antes de chegar naquele quarto de hotel eu só desejava ver Bella e saber se ela estava bem e segura. Eu não sabia o que esperar, por isso confessei a minha irmã minha aflição. Naquele momento eu ainda tinha muitas dúvidas e Alice, talvez sensibilizada por tudo o que passei, resolveu me contar tudo o que havia descoberto. Eu fiquei atônito ao escutar tudo aquilo, sem reação e sem certezas do que fazer diante da verdade.
Bella tinha terminado comigo por causa de uma chantagem e não porque não me queria mais em sua vida, como eu havia pensado. Tomado por esse pensamento corri em direção a ela, contando os segundos para ver seus olhos novamente.
Ouvir tudo o que ela disse me emocionou demais. Será que eu a merecia em minha vida? Merecia tudo o que ela fez por mim? Por me amar e se anular para ver o meu bem? Bella é o anjo da minha vida.
Deus como eu amo essa mulher! Tanto que é impossível verbalizar. Só de estar perto dela parece que todos os meus problemas desaparecem e toda a angústia em meu coração pareceu se dissipar. Ela é o meu calmante, meu equilíbrio, minha força. Só ela tem o poder de me fazer ficar sem chão, fora de orbita. Era assim que eu me sentia nesse momento enquanto nos amávamos. Meu desejo por ela é imenso. Não só de corpo, mas também de alma. De cumplicidade, de afeto, de paixão e de troca. Troca de sentimentos puros e verdadeiros que só quem já amou alguém sabe o que é sentir.
Minha respiração se tornava cada vez mais descompassada, anunciando que logo chegaria ao êxtase máximo do prazer. Bella estava entregue em meus braços, me deixando amá-la sem restrições. Era lindo vê-la sendo amada por mim. Era extremamente prazeroso e excitante ouvir seus gemidos, parecendo uma gata manhosa, chamando meu nome. Ela por um momento fechou os olhos, agarrando o lençol da cama enquanto eu me deixava inebriar com o seu delicioso cheiro de morangos.
- Olha pra mim, meu anjo. – pedi entrelaçando nossas mãos e as colocando acima de sua cabeça, a deixando presa a mim. Ela gemeu quando entrelaçou suas pernas envolta da minha cintura, me dando mais acesso a ela, permitindo que eu me afundasse cada vez mais em seu corpo que me alucina. – Eu quero que você veja em meus olhos tudo o que é capaz de fazer comigo, e entenda o poder que tem sobre mim. Veja que eu sou inteiramente seu e você é minha, só minha.
Eu sei, estava sendo possessivo pra caralho, porem eu precisava fazê-la entender o quanto significa para mim. Bella precisava de uma vez por todas entender isso. Eu falava sério sobre não ligar em não ter mais meus sonhos e que tê-la ao meu lado é o suficiente pra mim.
- Eu quero que você sinta quando estiver gozando Bella, que você é minha única prioridade. Nada mais me importa além de você. – e dizendo isso pareceu ser o combustível para que seu corpo estremecesse em meus braços, me levando junto com ela, ao clímax.
Eu apoiei a cabeça no vão de seu pescoço, me entorpecendo ainda mais com seu cheiro, tentando acalmar minha respiração. Após passar o estado de moleza e bem estar, levantei minha cabeça e fitei Bella. Ela parecia desmaiada e eu ri dando leves beijos por sua face. Seu sorriso se acendeu no mesmo instante e logo abriu os olhos, me hipnotizando, como sempre. Eu sussurrei em seu ouvido para levantarmos e tomarmos um banho, mas tudo o que consegui dela foi um leve resmungo de manha, deixando claro de que ainda estava absorta pela moleza.
Decidi por pegá-la no colo, e a levei até o banheiro. Entrei com ela no Box e ajustei a água no morno, pois nossos corpos pareciam querer pegar fogo. A coloquei de pé e assim que a água escorreu pelo seu corpo ela pareceu despertar aos poucos. Como sempre fizemos, banhamos um ao outro, curtindo a companhia recheada de beijos e afagos. Aquilo era muito bom.
Quando já estávamos enrugados pelo excesso de água, saímos do banho e voltamos ao quarto. Bella começou a recolher nossa roupa que estava espalhada pelo chão e tentou se vestir novamente. É claro que eu não deixei.
- Ed eu não posso dormir assim. – ela disse apontando para seu corpo nu.
- E por que não? Você fica linda assim. – falei pegando a camiseta que estava em sua mão e a jogando em qualquer lugar. - Você não disse que eu poderia realizar meu sonho e meus desejos o quanto quisesse? – indaguei inocentemente e ela riu.
- Lindo, você já viu que horas são? – ela sentou na cama e pegou seu celular que estava em cima do criado mudo. – São quatro horas da manhã. – disse e fez questão de apontar o visor dele para mim.
- Eu não vou fazer nada. – falei pegando seu celular e o jogando no sofá – Eu só quero dormir assim com você. Com a minha gata enroscada no meu corpo. – eu tirei a toalha que estava em volta da minha cintura e me aproximei da cama. Bella às vezes me deixava sem jeito pelo modo como me olhava. Seus olhos me cobiçavam e me devoravam. Não que eu esteja reclamando, eu adoro isso, mas tinha acabado de falar que iríamos apenas dormir – Me olhando assim talvez eu mude de ideia. – falei descaradamente. Ela pareceu despertar e suas bochechas coraram.
Linda demais!
- É... Vamos dormir. – disse rolando para o lado e se embrenhando debaixo das cobertas. Eu ri e me juntei a ela, enlaçando sua cintura e a colando ao meu corpo. Ficamos alguns minutos em silencio, desfrutando da sensação de estar ali nos braços um do outro. Era perfeito e agora nós sabíamos que tudo ficaria bem. Não tinha mais segredos entre nós dois, nada mais poderia nos separar. Estava tão confortável ali que minha mente me remeteu as lembranças da noite. Uma duvida surgiu e eu de repente fiquei preocupado com ela. Parecendo sentir meu estado, Bella levantou a cabeça e buscou meus olhos.
- O que foi Ed? – indagou acariciando meus cabelos.
- Eu estava pensando numa coisa agora e... Me desculpe, eu agi sem pensar. – pedi envergonhado por me deixar levar.
- O que foi? Como assim agiu sem pensar Ed?
- É que foi sua primeira vez, e saiba que considero como minha também – acrescentei e ela sorriu – E você deve estar... – Como eu poderia dizer a ela? Eu não estava envergonhado por ter que conversarmos sobre isso e sim por não ter pensado nisso antes – Dolorida. E eu me deixei levar sem pensar em você e se ia te machucar. – pronto. Falei num único fôlego. Ela riu baixinho beijando meus lábios.
- Eu estou bem, honey. – eu sorri. Ah como é que bom ouvi-la me chamar assim novamente. Não soa brega nem nada do tipo e sim carinhoso demais – Você foi tão gentil, tão carinhoso que eu quase não senti dor, e quanto ao fato de estar dolorida... – ela pausou e suas bochechas ficaram levemente coradas – Só ficarei depois que você e eu realizarmos todos os desejos que temos um com o outro.
Preciso dizer que a desejei ainda mais depois de ouvir isso? Eu sorri e beijei o topo de sua cabeça. Bella deitou em meu peito e eu fiquei brincando de enrolar os dedos em seus cabelos sedosos.
- Ed... Como vai ser daqui para frente? Digo, em relação a sua família. – ela perguntou depois de um tempo. Respirei fundo. Eu não tinha resposta para essa pergunta.
- Eu ainda não sei.
- Mas você vai voltar para casa não é mesmo? – eu fiquei em silêncio. Também não sabia o que responder. Tudo ainda estava confuso com relação a minha família. Eu ainda precisava sentar e conversar com meus pais.
- É esse meu desejo, mas ainda preciso conversar com meus pais. Nós não tivemos muito tempo para isso.
- Eu entendo. – ela suspirou enquanto fazia círculos com os dedos em meu peito. – E como resolveremos sobre nós? – indagou olhando em meus olhos e parecendo aflita – Eu não sei se o que plan...
- Shii... – eu coloquei meus dedos em seus lábios e não deixei que continuasse – Eu já sei o que fazer, meu anjo. – menti para confortá-la. Não queria que ela sofresse mais. No entanto, eu não tinha idéia alguma do que fazer para lidar com essa bomba da Lauren. Se ela de fato tem em mãos o meu projeto e quiser vender a ideia, o que eu poderia fazer? Não tenho como comprovar que ele é meu por direito e mesmo se brigasse por isso, seria uma longa briga judicial. - Uma coisa de cada vez, ok? – continuei acariciando seu rosto a tranqüilizando - Hoje nós não iremos para escola. Meus pais disseram ontem que ainda precisamos conversar mais e ainda temos que ir para Los Angeles. – ela franziu o cenho sem entender – A prova é esse final de semana. Ou você acha que eu irei sozinho?
- Nossa me desculpe, eu acabei me perdendo completamente no tempo. É claro que eu vou com você. – era bom escutar isso. Eu estava nervoso quanto ao teste, mas se ela estiver lá com certeza tudo será mais fácil.
- Acho bom mesmo, por que se tivermos uma viagem com a turma igual a ultima vez, vai ser no mínimo engraçado. – ela deu uma risada gostosa e eu babei em seu sorriso.
- O resultado do meu exame chegou. – ela disse escondendo seu rosto em meu pescoço.
- Como assim já chegou? Quando? E porque não me disse antes?
- Eu tentei. – ela buscou meus olhos – No dia em que te procurei e me deparei com você e a Lauren aqui. – eu ofeguei – Eu estava tão feliz. Tinha acabado de chegar da viagem com o Bruno e quando cheguei em casa, encontrei o envelope com o resultado. Eu corri para cá porque era com você que eu queria compartilhar esse momento importante. – eu contornei os traços de seu rosto com os dedos me sentindo um completo idiota por ter sido cego, e ainda mais por ter permitido que aquela infeliz estragasse um momento só nosso.
- E qual foi o resultado? – questionei curioso. Eu já fazia tantos planos para nós dois. Independente disso. Mesmo se ela não quisesse, eu pagaria todos os seus estudos, a levaria para morar comigo mesmo a força. Inevitavelmente ri desse meu pensamento absurdo.
- Eu não o abri ainda. – ela beijou meus dedos que agora contornavam seus lábios – Eu esperei para que fizéssemos isso juntos. – Absorvendo suas palavras fiquei surpreso por saber que, mesmo com duvidas de que se seriamos um casal novamente ou não, ela ainda pensava em nós como tal. Ela tinha a esperança de que estaríamos juntos e talvez isso é o que nos levou a estar aqui.
- Então vamos combinar o seguinte... – ela me olhou com curiosidade – Abriremos os resultados juntos. Assim que chegar o meu nós faremos isso.
- Combinado. Mas e se... – eu não a deixei continuar.
- Independente do resultado nós estaremos juntos. Eu sei que você não quer que eu pague seus estudos, mas se tiver que fazer isso eu farei, querendo você ou não. Se eu não conseguir mais correr, eu arranjo outro emprego e você também pode trabalhar. – ela me encarou com um brilho diferente nos olhos – Eu não quero depender do dinheiro do meu pai, eu quero começar uma vida independente ao seu lado. Nós iremos morar no apartamento em Los Angeles, afinal aquele lugar é meu e de meus irmãos e eu acredito que eles pensam como eu. – eu tomei fôlego e continuei – Não pense negativo, Bella. Eu sei que juntos nós conseguiremos alcançar tudo isso. Ah não ser que... – agora foi ela que me calou.
- Eu tenho certeza que conseguiremos sim. – disse entusiasmada - Era isso que eu precisava escutar para tomar minha decisão, Ed. Tudo vai ficar bem. – ela disse e meu coração subitamente se acalentou com suas palavras. - Eu aceito passar por tudo isso sim, com você eu aceito qualquer coisa. – ela sentou na cama e começou a bater palmas de felicidade. Eu gargalhei com seu entusiasmo.
- Você sabe que horas são? – indaguei enlaçando sua cintura e a fazendo deitar novamente, ficando por cima dela – O que nossos vizinhos vão pensar?
- Que tem um casal muito feliz aqui. – ela riu mais beijando meu nariz.
- Pois bem, mas o casal aqui precisa descansar porque ainda hoje, teremos um dia cheio. – ri com ela e descansei minha cabeça no vão de seus seios. Eu estava no meu paraíso particular. Depositei um beijo ali e voltei para meu lugar, puxando-a comigo, claro.
- Agora eu posso fechar meus olhos e dormir tranquilamente. – disse se aconchegando e bocejando. – Agora eu sei que você estará aqui, sendo meu quando eu acordar. – eu sorri.
- Eu também. – falei sem ter certeza de que ela escutou e logo cai no sono.
(...)
- Acorda minha gata manhosa. – pedi mordendo a nuca de Bella. Esse agora seria meu mais novo costume. Morde-la. Era delicioso ver os seus pelos eriçados pelo meu ato. Nós estávamos deitados em forma de concha, assim como passamos a noite inteira. Ela ressonava tranquilamente e eu não queria acordá-la, mas já passava das dez horas da manhã e precisávamos levantar. Eu precisava alimentar minha namorada.
- Só mais um pouquinho Ed. – disse puxando o cobertor e cobrindo seu pescoço para não mordê-la mais. Eu o puxei para baixo de volta e voltei minha atenção para seu pescoço novamente.
- Precisamos levantar. Eu também gostaria de ficar aqui o dia inteiro com você. – ela riu ao me sentir morder sua cintura e logo já estava virada de frente a mim e com os olhos abertos.
- Prometi me acordar assim todas as manhãs? – Me pedindo com esse bico e nua, faço o que você quiser. – Faz mesmo? – ela questionou e eu percebi que pensei alto demais. Sorri e pensei em responder da melhor forma possível, para não fazê-la acreditar que conseguiria tudo de mim, mas aqueles olhos de chocolate...
- Sim eu faço. – Pois, é. Agora eu concretizei as palavras do Emmett: “Cara você é o maior pau mandado que conheço”.
- Bom saber, posso usar isso quando precisar. – disse ela rindo, me dando um selinho e se levantando. Eu apoiei minha cabeça com a mão e fiquei admirando a paisagem, enquanto seu quadril fazia movimentos suaves de um lado para o outro, me lembrando de como eles se remexiam enquanto fazíamos amor. Seu bumbum redondo e empinado e sua pele alva me fizeram salivar de vontade de dar uma mordida ali. Por que não pensei nisso enquanto ela estava deitada?
Bella foi até o sofá buscando com os olhos alguma coisa. Ela estava tão confortável andando pelo quarto nua e se mostrando para mim. Eu na verdade acho que ela estava confortável por não ter percebido que eu a secava com o olhar. Ela avistou o que procurava. A camiseta que usava quando cheguei e que fiz o favor de jogá-la longe. Ela estava caída ao chão, perto do frigobar. Ela se abaixou para pegar a peça e eu automaticamente fiquei excitado com a cena. Seu bumbum se arrebitou ainda mais e suas pernas torneadas se contraíram. Seus gestos eram graciosos, mas tão sexy ao mesmo tempo.
Porra Edward! Além de um louco obsessivo por ela agora você vai virar tarado também?
Bella se levantou, vestindo a peça em seguida. Minha diversão se acabou, pois minha camiseta a cobria até o meio das coxas. Eu soltei um grunhido e ela se virou para mim.
- O que foi? – indagou inocentemente.
- Nada, meu anjo. Nada. – falei cobrindo com o cobertor minha excitação.
- Eu vou tomar um banho. Vem comigo? – ela pediu fazendo aquele bico. Como que eu ia levantar daqui nesse estado?
- Vai indo na frente. Eu vou... Beber uma água antes. – ela sorriu dando de ombros e foi para o banheiro. Eu fiquei ali mais um tempo e depois de mais calmo fui ao seu encontro. Não que eu tivesse vergonha de ficar excitado em sua frente, mas o que ela pensaria de mim? O pior é que meu controle durou pouco. Ao vê-la passando o sabonete nas pernas e empinando o bumbum mais uma vez, meu amigo deu sinal de vida novamente.
É carinha eu te entendo. Como você vai resistir a uma cena dessas?
Eu já falei o quanto ela é maravilhosa? Se não, eu repito: Bella é muito mais do que maravilhosa, ela é fantástica. Eu pensei que ela fosse ficar embaraçada com meu estado, assim como eu estava, mas não. Ela encarou com naturalidade e eu a amei ainda mais por isso. Aquilo era novo para nós porque agora não tinha mais a barreira da... Primeira vez e tudo o que vem com ela. Agora podíamos nos deixar levar, nos permitir se entregar quando sentíssemos vontade e isso era bom, muito bom.
Durante o banho expliquei a ela os meus planos para hoje e comentei que minha mãe havia me ligado, pedindo para que fossemos almoçar com eles. Nós iríamos até sua casa, para ela trocar de roupa e depois para casa dos meus pais. Eles ontem me disseram que ainda precisavam me contar algo mais e agora estava curioso para saber o que é. Eu não temia o que pudesse ser, por que hoje Bella estaria ali comigo. Saímos do banho e logo estávamos prontos. Ao descer em direção ao estacionamento do hotel avistei meu carro de corrida, e como um flash lembrei-me de Bella deitada ali, me chamando sensualmente. É Edward você está ferrado. Eu teria que me esforçar muito para não cometer nenhuma infração de transito ao me distrair visualizando ela em cima daquele capô. Linda e sendo minha.
Paramos no caminho numa confeitaria quase em frente ao hotel, e tomamos um café da manhã recheado de coisas gostosas. Nós agíamos como namorados, por que assim era o certo, por mais que não tenhamos dito com palavras: Voltamos a namorar. Aquilo era natural, era como deveria ser.
Pegava Bella me olhando por longos segundos e suspirando em alguns momentos. Eu acho que a ficha para ela ainda não tinha caído. Para mim caiu desde o momento que coloquei meus pés naquele quarto. Ela estava muito carinhosa, mais do que já era. Dividia seu bolo em dois e me dava pedaços na boca, como se eu fosse uma criança de dois anos. E eu não reclamaria disso de modo algum. Eu também queria ser carinhoso, mas demonstrava de outra forma. A cada instante me via grudado a ela, parecendo um chiclete. Horas dando beijos em seu rosto, em seu pescoço e a maioria em seus lábios, ainda mais depois que ela tinha acabado de saborear um bolo trufado. Era delicioso senti-lo em sua língua, misturado ao seu gosto único.
Após o café e alguns quilos a mais fomos para sua casa. Charlie e Renesme não estavam e deduzimos que eles possivelmente estavam na casa de Sue. Bella trocou de roupa, ligou para seu pai, para avisar que estava tudo bem, e percebei pela conversa que ele já sabia de tudo, e fomos para casa dos meus pais.
Ao chegar lá, instintivamente entrelacei minhas mãos com a dela e apertei mais do que necessário, me certificando de que ela continuaria ali. Bella me deu um sorriso encantador, entendendo meus anseios.
Toquei a campainha e em dois minutos a porta se escancarou. Uma Alice cheia de vida e saltitante apareceu, e eu ri do seu jeito elétrico de ser.
- Você está aqui, você está aqui. – Alice disse abraçando Bella. Seus olhos pararam em nossas mãos entrelaçadas. – Vocês se entenderam. Eu sabia, eu sabia. – ela continuou e se jogou em meus braços, me fazendo soltar a mão da Bella para me equilibrar. Assim que me soltou ela ficou alternando olhares entre Bella e eu esperando nossa confirmação.
- Sim, nós nos entendemos. – Bella confirmou com um sorriso enorme. Eu juntei nossas mãos novamente e beijei sua testa.
- Aum... Vocês são demais. – Alice disse dando pulos. – Vem, temos muito o que conversar. – minha irmã puxou a mão da Bella e acabou me carregando junto. Ao entrar na casa logo avistei meus pais sentados no sofá. Minha mãe conversava algo com Emmett e meu pai os observava. – Olhem quem chegou. – meus pais notaram nossa presença e se levantaram em seguida, vindo ao nosso encontro.
-Bella que bom que está aqui querida. – minha mãe a abraçou. Bella retribuiu o gesto com carinho e eu sorri por vê-las assim.
- Filho! – meu pai chamou minha atenção e logo seus braços rodeavam meu corpo em um abraço. Por alguns segundos eu fiquei sem reação, mas logo retribuí. Meu pai me apertava forte como se não quisesse me deixar escapar. Eu também não queria escapar dali, afinal de contas, aquela era minha família e meu lar. Eu sabia que aos poucos começaria a aceitar tudo isso novamente e me deixei levar.
Meu pai me soltou do abraço e logo minha mãe me abraçou também, mas o mais estranho foi ver meu pai abraçando Bella. Nós estávamos próximos a escada da sala e eu me lembrei do dia em que estávamos todos reunidos aqui e Bella acabou se molhando. Meu pai disse coisas horríveis a ela naquele dia e foi ali que tudo começou.
- Obrigada por trazer meu garoto até aqui. – meu pai disse ainda a abraçando – Obrigada por apoiá-lo, por amá-lo e por ajudá-lo a crescer como ser humano. Seja muito bem vinda a nossa família, Bella. – meu anjo sorriu e eu percebi que ela se controlava para não chorar. Seus olhos buscaram os meus e essa cena, sem sombra de dúvidas, apagou todas as lembranças ruins que eu tinha ali. E eu descobri naquele momento, que dia após dias elas iriam embora do meu coração. Bastava eu dar tempo ao tempo.
BELLA POV
O abraço que recebi do pai do Ed foi tão sincero que tive que me segurar para não chorar na frente de todo mundo. Suas palavras eram verdadeiras e minha maior gratificação foi ver o sorriso que Edward deu ao ver aquela cena. Eu podia apostar que por dentro ele estava inseguro com relação a sua família e entendia isso perfeitamente, mas também podia apostar que logo, logo eles voltarão a ser uma família novamente. Era muita informação para processar, muitos sentimentos conflitantes para serem moderados e recuperados.
Edward não quis dar maiores detalhes de sua conversa com os seus pais e eu respeitei sua vontade. Eu sabia que o dia que ele estivesse pronto, abriria seu coração sobre isso e também pensava que, o que ele mais precisava agora, era deixar que as coisas fluíssem normalmente, com calma e paz para ele poder amadurecer cada vez mais. Eu esperava que ele fosse agir de outra maneira quanto a tudo. Pensei que ele fosse se revoltar ainda mais e jogar tudo para o alto, e ele tinha motivos de sobra para isso, mas a cada dia ele me mostra o quanto tem crescido como pessoa. Eu não concordei quando ele disse que se sentiu fraco, por não ter tido coragem de sumir daqui. Acho sim, que ele foi muito forte.
Ontem quando ele me disse sobre o nosso futuro juntos, de que ele lutaria para ter uma vida ao meu lado, eu fiquei extasiada e soube que, por mais que tenhamos que passar por provações e situações complicadas no decorrer de nossas vidas, eu poderia contar com ele. Antes de ver essa certeza em seus olhos, eu tinha dúvidas de dizer sim a ele, com relação de morarmos juntos na Califórnia, porque não tinha certeza de que estaria segura ao seu lado. Edward me mostrava, pelas suas atitudes há alguns meses atrás, que diante das dificuldades ele se fragilizava facilmente e resolvia os problemas fugindo das situações e ou tomando decisões que só o prejudicavam.
Quando disse que me orgulhava dele, estava sendo muito sincera porque o vi crescer demais nesses últimos meses. Ele se transformou em um homem, e deixou o garoto arredio e inseguro para trás. Ele realmente estava se esforçando para ser uma pessoa melhor e eu mostraria essa admiração por ele todos os dias. É claro que diante das circunstancias atuais é normal ele ainda ter suas inseguranças, e isso é bom porque só irá o fortalecer cada vez mais quando aprender a deixar o passado para trás e lidar com os problemas de frente, pensando no futuro.
O meu desejo agora era de que tudo voltasse ao normal e decidi por não pensar mais nas coisas ruins que ainda precisaríamos passar. Eu encararia tudo de peito aberto e cabeça erguida, porque agora, ele estava ao meu lado, e contra isso não teria arma nenhuma para nos derrubar novamente. Ontem eu percebi que Edward, se estivesse no meu lugar, faria por mim tudo o que fiz por ele. Percebi como ele mesmo disse, que sou a prioridade em sua vida. Nós somos o bem mais precioso que o outro tem e, escutar isso, para mim, foi a declaração mais linda que ele poderia ter feito. Agora só nos restava cuidar desse amor com carinho e dedicação para que ele fique cada vez mais forte.
- Bellusca! Eu sabia que você e o meu irmão cabeçudo aqui iriam se entender. E pela cara de vocês foi um entendimento e tanto, heim? – Emmett como sempre deixando sua sinceridade transbordar, e por tabela, fez meu rosto parecer um pimentão de tão vermelho.
Após Carlisle me soltar do abraço, fui quase sufocada pelo abraço do Emmett e contagiada por seu sorriso fácil e gargalhadas por ver minha face corada pela insinuação. Eu o adoro porque a meu ver, para o Emm, não existe tempo ruim. Se você está triste por algo, ele te apóia, mas agregado a isso ele com certeza também irá te fazer sorrir muito.
- Emmett, menos ok? – Edward pediu ao ver meu constrangimento.
- A Eddie qual é? Dá pra ver de longe o sorriso de vocês dois. – Emm disse piscando para ele. Todos riram dos dois, inclusive quando começaram a brincar de “lutinha”, e começaram a correr pela sala.
- Bene está fazendo um almoço delicioso para nós, Bella. – Esme comentou e fez sinal para sentarmos – Meninos querem parar com isso. Se quebrarem o meu vaso de porcelana, deixo os dois de castigo. – ela bronqueou com os dois de forma autoritária e no mesmo instante os dois pararam, mas não sem antes o Ed dar um tapa na nuca do Emmett. Eu ri quando eles sentaram no sofá, emburrados por ter levado uma bronca da mãe. Edward sentou-se ao meu lado e pegou minha mão direita, entrelaçando nossos dedos e dando um cheirinho em meu pescoço.
- Para Ed. – pedi envergonha quando notei os olhares de todos em nós dois. A situação ficou muito engraçada. Parecia que eu estava ali pela primeira vez, para conhecer a família do meu namorado. Bom, não deixava de ser verdade. Edward sorriu e pareceu pensar o mesmo que eu.
- Eles não param de te olhar porque você é linda. Você encantou até minha família. Relaxa porque eles já te adoram. – ele sussurrou em meu ouvido e eu sorri grande para ele por vê-lo dizer: Minha família.
- Não ligue para nós Bella, mas é que essa situação é nova. Nunca passamos por algo assim. Eu estou vendo que meus bebês estão crescendo. Que os três estão namorando, fazendo planos e logo tomarão novos rumos. – Esme disse com os olhos brilhando, ao mesmo tempo em que se sentia um pesar em soa voz. Eu acredito que seja porque ela queria ter aproveitado mais o crescimento de seus filhos, ao lado deles. Não que ela não possa fazer isso agora, mas é diferente. – Agora vocês já são adultos e eu não posso mimá-los. – ela fez uma careta engraçada e automaticamente os três irmãos se olharam. Um sorriso de canto brotou nos lábios deles, e rápido demais eles se levantaram e foram até a mãe.
- Mais você ainda pode fazer cafuné na gente né mãe. – Alice disse toda dengosa deitando em seu colo, enquanto Emmett e Edward a abraçavam.
- Sempre que vocês quiserem. – Esme respondeu radiante e olhando para o marido. Carlisle assistia a tudo sentado no sofá de dois lugares próximo deles, e sua face demonstrava satisfação por ver aquela cena.
- Olha que eu vou ficar com ciúmes. Só a mãe de vocês pode ganhar abraços? – Carlisle fez uma cara pidona e ali eu descobri de quem o Ed a herdou quando fazia chantagem comigo. – os três se entreolharam de novo e eu fiquei analisando o rosto deles. A alegria era visível de longe. Eles deram um beijo na mãe e logo foram até a companhia do pai, distribuindo abraços e beijos. Foi no mínimo emocionante presenciar aquilo.
- Esme o almoço já está pronto. – Bene surgiu na sala chamando nossa atenção.
- Ah obrigada Bene, já estamos indo. – Bene assentiu e sorriu ao ver os três filhos empoleirados em cima do pai. Antes que saísse da sala ela me olhou e deu uma piscadela para mim. Eu retribui sorrindo. – Vocês devem estar com fome, não? – Esme indagou e eu olhei para Edward. Nós na verdade estávamos de barriga cheia, por termos acordado tarde e tomado aquele mega café da manhã, porém não queria desapontar Esme.
- Estamos sim mãe. – Edward concordou voltando para o meu lado e me lançado um sorriso.
- Que ótimo. Então vamos comer antes que esfrie. Eu quero muito que vocês provem a sobremesa que fiz. – Todos nos levantamos e fomos para mesa de jantar. Ela estava posta com simplicidade, tudo de muito bom gosto, mas com ar de família. Eu me senti bem com isso e vi que Edward aprovou também. Logo que sentamos começamos a degustar a comida de Bene e realmente estava deliciosa.
- Como eu senti falta da comida da Bene. – Edward disse fechando os olhos e levando o garfo com um pedaço de filé de peixe a boca, fazendo um som de contentamento em seguida. Eu sorri com esse gesto adorável dele. Seus pais se entreolharam e um pingo de tristeza se fez em seus olhos. Enquanto jantávamos, conversamos amenidades e o ambiente estava leve, feliz, como um ambiente em família deve ser. Os vendo sorrindo, comentando sobre a infância dos filhos, sobre os momentos felizes que passaram, senti algo único: Sensação de dever cumprido. Naquele momento eu percebi que eles eram uma família novamente, e ver no rosto de Edward a satisfação de estar ali, foi como um presente. Eu nunca fui apegada a religião nenhuma, mas acredito que exista uma força maior que nos conduza, algo divino que nos ilumina.
Minha mãe sempre dizia ao meu pai que religião não é algo que os pais devem impor aos filhos e por isso, ela deixou que eu e Renesme, depois de crescidas, escolhecemos um caminho a seguir. Para ser bem sincera eu nunca pensei em seguir uma religião, porque para mim, basta ter Deus no coração e fé de que ele olha por nós. Eu penso que todos temos um propósito em vida, e o meu eu agarrei com unhas e dentes. Eu acredito muito em destino e não foi à toa que Edward surgiu em minha vida. De alguma forma eu sabia que tinha que ajudar a eles, algo no meu intimo dizia isso para mim, e por esse motivo eu sentia essa sensação de dever cumprido. Claro que ainda muitas coisas virarão, talvez até mais difíceis para se enfrentar, mas se Ele estiver olhando por nós, só nos basta acreditar que tudo dará certo.
Ainda os contemplando fiquei me perguntando por que estava sendo fácil essa reconciliação. Eu pensei que eles fossem talvez conversar sobre os acontecimentos, mas não. Acho que o que Carlisle e Esme queriam era deixar tudo como sempre deveria ter sido, e eu concordo com eles. Não adianta mais ficar tocando na ferida. Agora é o momento de vivenciar tudo o que eles não puderam e pensar para frente. A única coisa que chamou minha atenção foi que Edward não comentou nada sobre a Gabriela.
- Nós ainda não contamos a ele. – Esme confidenciou quando estávamos levando os pratos até a cozinha.
- E quando pretendem fazer isso? – indaguei secando minhas mãos com o pano de prato.
- Ainda hoje. Na verdade, como sabemos que vocês tem que ir trabalhar agora de tarde, decidimos por levá-lo ao hospital a noite para vê-la. Não queremos fazer um estardalhaço sobre isso querida, eu sinto que meu filho vai encarar numa boa, com maturidade, como ele nos mostrou ontem. – ela sorriu orgulhosa do filho e continuou – Carlisle e eu estamos preocupados com ela, Bella. Ele já conversou com a equipe do hospital e marcaram o transplante dela para daqui alguns dias. Hoje pela manhã eu acordei cedo e fomos para o hospital vê-la. Só viemos almoçar com vocês e já voltaremos para lá. – De fato Edward e eu precisaríamos ir para biblioteca hoje à tarde e entendi o ponto de Esme.
- Eu compreendo, mas como vamos fazer para ele ir até o hospital?
- Eu vou ser sincera e pedir a ele para nos encontrar lá. Vou dizer que é a respeito do que conversamos ontem. Não quero mais inventar desculpas, Bella. Todos nós já sofremos de mais com isso. – eu assenti sem querer prolongar o assunto. Ajudei Esme a levar as taças de sobremesa para mesa enquanto ela levava seu pavê de chocolate com morangos. Edward olhou para o doce com olhos famintos e eu ri me sentando ao seu lado.
- Formiguinha. – brinquei beijando seu nariz e ele riu.
- Esse pavê é o meu favorito.
- É verdade. O Ed adorava quando eu o fazia, não queria nem dividir com os irmãos. – Esme confessou e ele fez uma careta – E ainda assaltava a geladeira de madrugada e levava a tigela para o quarto. – Eu comecei a gargalhar ao imaginá-lo.
- Mas não vamos ser injustos com ele. – Alice ponderou – Ele levava mais duas colheres e dividia com o Emm e eu. – disse ela lançando um olhar cúmplice a ele.
- Ah então quer dizer que os três é que eram as formigas da casa? – Carlisle riu também saboreando o doce. Esme serviu a todos e realmente estava divino.
- É muito bom mesmo. Dá para entender porque o Edward assaltava a geladeira. Até eu o faria. – elogiei e Esme sorriu agradecida.
Após o almoço voltamos para sala e logo já tivemos que nos despedir, pois precisávamos ir trabalhar. Edward mostrava claramente que não queria ir, mas precisávamos cumprir com nossas responsabilidades. Ouvi Esme pedindo para ele os encontrar mais tarde no hospital como ela havia dito, e Edward concordou, sem fazer perguntas.
O caminho até a biblioteca foi recheado de piadas minhas sobre o recém descoberto caso de assalto a geladeira, e Edward pareceu lamentar que a mãe tivesse confessado aquilo.
- Você não vai esquecer isso tão facilmente não é?
- De jeito nenhum. Estou vendo que vou ter que esconder os doces de você quando formos morar juntos, se não vai virar uma bola. – ele segurou o riso.
- Talvez então você poderia me deixar fazer outras coisas com o doce. – ele disse já estacionando em frente à biblioteca.
- O que? – indaguei distraída procurando a chave em minha bolsa. Ele desligou o carro e se virou para me olhar.
- Você poderia se tornar minha cúmplice e assaltar junto comigo como disse, e me deixar, por exemplo, comer o doce... Em você. – eu parei o que estava fazendo e olhei para seu rosto. Ele visivelmente mordia o lábio inferior se segurando para não rir da minha cara, que com certeza era de espanto. Ta tudo bem. Perdeu a graça a brincadeira porque agora eu só vou conseguir imaginar ele fazendo isso... Em mim.
- Chato. – mostrei a língua pra ele igual uma criança de seis anos.
- Linda! – disse e me puxou para seus braços. – Eu estava contando os segundos para fazer isso aqui. – resmungou e me beijou, devorando minha boca e em seguida me abraçou. – Obrigada por ser tão encantadora. Você foi demais hoje com minha família. – Eu sorri.
- Você está feliz? – indaguei contornando sua boca com os dedos e ele assentiu – Você também foi demais, Ed. – falei sinceramente esperando que ele entendesse as entrelinhas desse meu comentário. Edward me encarou por longos segundos, como se quisesse conversar apenas com o olhar e depois de percorrer um caminho de beijos suaves do meu queixo até meu ouvido, sussurrou um “Amo você”, carinhoso e cheio de ternura, e eu soube que ele tinha entendido. Ficamos ali no carro perdidos no tempo entre afagos e caricias, aproveitando o momento que tínhamos a sós até que relutantes, fomos trabalhar.
Á tarde passou rapidamente. Voou para ser mais exata. Edward ficou grudado em seu computador quase a maior parte do tempo e quando questionei o que ele tanto fazia, disse somente um “Buscando a nossa paz”. Eu queria ter perguntado mais sobre esse comentário dele, mas logo minha atenção foi solicitada por um grupo de estudantes que ali estavam. Agora o expediente havia terminado e Edward me ajudava a guardar alguns livros nas prateleiras. Nossa supervisora já tinha ido embora então estávamos sozinhos ali. Eu olhei para ele por um momento e Edward parecia longe dali.
- Um beijo por seus pensamentos. – Edward se virou para me olhar e um sorriso fofo surgiu em seus lábios.
- Eu te dou um beijo sem nada em troca. – eu ri e fui até ele enlaçando seu pescoço com meus braços.
- Você está tão distraído. Parece que não está aqui. – comentei e ele abaixou o olhar.
- Não é nada demais. – disse e me deu um beijo leve de lábios – Vamos para o hospital? – eu concordei o analisando e sentindo que o nada demais dele estava muito vago.
A chegarmos ao hospital Esme e Carlisle nos aguardavam na recepção e junto com eles estavam Alice e Emmett, acompanhados de Rose e Jasper. Rose ao ver Edward e eu de mãos dadas, abriu um sorriso e veio correndo me abraçar. Ela dizia baixinho no meu ouvido: “Eu sabia que o amor de vocês seria maior que isso”, ”Você é uma guerreira, amiga”. Retribui o sorriso e o abraço da minha amiga e companheira, agradecendo por ela estar sempre ao meu lado. Após, Edward olhou para os pais, aguardando o que eles diriam e apertou a minha mão. Carlisle pediu que os acompanhassem e passando um corredor externo da ala infantil, chegamos ao quarto da Gabi. Uma enfermeira estava brincando com ela, e ao ver aquele rostinho doce dela, eu sorri largamente.
- Filho, seu pai e eu precisamos te contar outra parte da estória e isso envolve essa linda menininha aqui. – Esme disse carinhosamente sentando ao lado da Gabi quando a viu lhe chamar com os bracinhos.
Esme começou a contar e todos nós acabamos nos acomodando em algumas cadeiras que estavam ali e em um pequeno sofá. Edward conforme ouvia sua mãe falar apertava cada vez mais minha mão, e eu fiquei preocupada em voltar a sentir meus dedos depois de um tempo. Todos estavam em silencio quando ela terminou, aguardando a reação dele. Edward tinha os olhos grudados em sua meia irmã, analisando seus gestos ao brincar com Carlisle. Esme olhou para filho e depois de um tempo em silêncio se aproximou dele.
- Você não vai dizer nada? – ela indagou se abaixando para ficar na mesma altura que Edward.
- O que eu posso dizer mãe? – Edward suspirou soltando minha mão – que voltou felizmente a ficar branca e não roxa – e olhou para Gabi – Pelo menos, ela foi salva. Não tem culpa te ter tido uma mãe inconseqüente e um pai... – ele pausou voltando a olhar para a mãe – E não ter tido um pai. Eu estava pensando que tudo tem um propósito, e talvez tudo o que aconteceu não foi em vão. A Gabriela precisa de nós agora e fico contente em saber que ganhei uma irmã. – Esme não conseguiu controlar as lágrimas que caiam de seus olhos e quando percebi todas as mulheres presentes ali também choravam, inclusive eu.
- Obrigada meu bebê. – Esme disse emocionada e abraçando Edward. – Você é nosso orgulho. Eu sabia que entenderia. – Edward sorriu envergonhado por ter sido chamado de bebe pela mãe e eu o abracei em seguida.
- Agora vamos parar com esse chororo e brincar com a Gabriela. – Emmett disse levantando da cadeira e nos fazendo rir. Ele foi até a mais nova irmã e a pegou no colo – Você logo, logo vai poder correr com a gente lá em casa, Gabi – ele começou a rodopiando de leve e o som do riso dela preencheu a sala. Depois disso todos queriam segurar ela um pouco no colo e acabamos revezando para não ter briga.
Quando Gabi estava no meu colo, Edward se aproximou de nós duas, enquanto o restante do pessoal conversava. Ele a olhava atentamente e depois de um tempo seus olhos buscaram os meus.
- Sabe o que eu pensei agora? – ele indagou tirando uma mecha de cabelo dela do rosto. – Que ela poderia ser nossa filha. – eu sorri entendendo seu pensamento.
- Poderia mesmo. Ela é muito parecida com você. Tem seus olhos, o mesmo tom de cabelo e o nariz é redondinho igual o seu. – falei apertando a ponta do nariz dele entre os dedos. Edward riu assentindo, e vendo meu gesto, Gabi quis fazer o mesmo. Ela estendeu os braços em direção a ele, pedindo para pegá-la. Eu pensei que ele fosse ficar desconfortável, mas não. A pegou com tanto jeito que até me surpreendi.
Gabi começou a sorrir e fazer sonzinhos ao apertar o nariz dele e soltou uma gargalhada deliciosa quando o Ed brincou de morder sua mãozinha. A cena era linda e eu pensei que um dia, ele será um pai maravilhoso.
CARLISLE POV
Tudo estava se encaminhando. Era o que eu pensava naquele quarto de hospital ao ver meus filhos e minha esposa, reunidos, sorrindo e demonstrando alegria. Meu coração pôde bater mais tranqüilo naquele momento, mesmo ainda estando preocupado com outras coisas. As ultimas quarenta e oito horas foram as mais difíceis da minha vida. Foi um período exaustivo, cheio de sentimentos, angustia, arrependimento, alegria e contentamento.
Não foi fácil ter que encarar toda a verdade diante do meu filho. Não foi fácil ver quanta magoa causei a ele. Eu sei que merecia ver isso e ouvi-lo dizer que ainda está ressentido comigo, mas penso que um dia, a amizade e confiança se restabeleçam entre nós dois. Sei que é um processo demorado e cheio de dificuldades, mas todos os dias eu tentarei mudar isso, sem medir esforços. Essa determinação surgiu após aprender uma lição e por incrível que pareça, eu a aprendi com Edward. Ele me ensinou a ser forte.
Eu sentia um orgulho tão grande dele que mal cabia no peito. Eu fiquei maravilhado por presenciar seu crescimento, suas palavras maduras, seu entendimento pelas dificuldades que passamos e pela compaixão. Dizem que só os pais tem a tarefa de ensinar os filhos, porém Edward me provou ao contrário e continua provando. Eu sabia que ele se tornaria um homem de verdade e nos traria muitos outros motivos para nos orgulharmos dele.
Após esse dia no hospital Esme e eu conversamos bastante. Nós precisávamos trazer nosso garoto de volta para casa e eu tomei a decisão de fazê-lo. Eu podia sentir a insegurança de Edward quanto a isso e quanto a mim, em particular. Nós não tivemos um tempo nosso, para realmente conversarmos de pai para filho, então decidi por procurá-lo. Fazer hoje o que tive medo anteriormente.
Já era quarta-feira e eu liguei para Bella, lhe contanto meus planos e pedi que ela me ajudasse a ficar sozinho com meu filho. Mais tarde nesse dia ela me ligou dizendo que ele ficaria sozinho no hotel, pois deu uma desculpa de que precisava ver algumas coisas em casa. Nervoso, eu peguei o envelope que havia recebido na segunda-feira, dei um beijo em minha esposa, em Alice e Emmett e parti atrás de Edward.
Chegando ao hotel lembrei-me das tantas vezes que fiquei ali parado, esperando para ver se via meu filho e criando coragem para conversar com ele. Eu não gostava de lembrar isso, pois me deixava envergonhado, mostrava minha fraqueza. Perguntei a recepcionista o número do quarto dele e quando ela mencionou em comunicá-lo de minha presença avisei que ele já me aguardava. Eu tive receio de que ele não quisesse me receber. É besteira de minha parte, eu sei, mas eu queria fazer dar certo.
Sai do elevador e percorri o corredor olhando os números de porta em porta e quando avistei o número setenta e quatro parei e fiz menção em bater na porta. Percebi nesse instante como minhas mãos suavam segurando aquele envelope e parado com minha mão fechada em punho, pronto para dar uma batida, eu estaquei. Minha cabeça deu uma reviravolta tremenda, sendo regida pela insegurança e medo da rejeição.
Vamos lá Carlisle! Seja forte e bata nessa porta. Mentalizei e após alguns segundos, minha mãe se mexeu e deu dois toques na porta a minha frente. Escutei barulho de passos e o barulho da maçaneta girando. Logo meu filho apareceu, me olhando com estranheza.
- Pai?
- Oi filho. – meu sorriso tremeu – Será que nós podemos conversar? – Edward me encarou por um tempo, pensativo e fez um leve aceno positivo com a cabeça, dando espaço para que eu entrasse.
Assim que entrei analisei o pequeno quarto daquele hotel e automaticamente pensei: “Não foi isso que planejei para a vida do meu filho”. Não que fosse um lugar ruim, mas era sem vida, apagado, sem a cara dele, e me senti pior do que já estava por saber que ele teve que se sujeitar a ficar ali, por minha causa.
- Senta. – Edward pediu apontando para o pequeno sofá que tinha ali. – eu agradeci e o fiz. Ele sentou na cama, e percebi algumas folhas de papel em cima da mesma, acompanhadas de seu notebook. Ao olhar para a imagem na tela, percebi que ele mexia em seu projeto.
- Está trabalhando em seu projeto? – puxei assunto tentando soar despreocupado.
- É estou fazendo uns ajustes. Eu estou com algumas idéias na cabeça por isso estava analisando algumas anotações.
- Entendo. – falei brincando com os dedos da mão. Eu não sabia como começar a falar tudo o que eu queria então um silêncio embaraçoso se instalou ali. – Você vai correr pela Jordan´s não é mesmo? – ele franziu a testa talvez se perguntando sobre meu interesse em saber – Alice me contou sobre o teste e de como foi bem.
- Sim, realmente foi tudo bem. Eles gostaram do meu desempenho e vou começar como piloto de testes, daí quem sabe posso correr profissionalmente. – ele abriu a boca parecendo querer falar algo mais, porém se calou.
- Isso é muito bom, filho. Parabéns por isso. Você sempre quis correr e... Eu fico muito feliz que você tenha conseguido essa conquista. – eu estava sendo sincero e queria que ele entendesse isso.
- Obrigado. – respondeu abaixando os olhos e brincando com os cabelos, como costumava fazer quando estava nervoso com algo – Pai, não me entenda mal, mas porque veio aqui? – indagou olhando em meus olhos. O ressentimento presente neles. Eu desejei naquele instante que nunca mais meu filho me olhasse daquela forma e consumido por isso, tomei fôlego e coragem para dizer tudo o que sentia a ele.
- Eu vim ser seu pai, Edward. – seus olhos vacilaram - Eu pensei essa noite inteira em como seria essa nossa conversa, pois eu tenho tantas coisas pra te dizer e tenho receio de esquecer algo. Mas agora que eu estou aqui percebi que não vai ser fácil. Minhas mãos estão suando e meu coração não para de mostrar o quanto está agitado no peito. – falei num único fôlego e Edward deu um sorriso para mim, rindo das minhas palavras. – Eu vim te levar de volta para casa, do lugar que você nunca deveria ter saído. Vim tentar me redimir pelos meus atos, não que isso vai ser resolvido hoje, mas pelo menos eu resolvi tentar. – eu pausei por um instante dando coerência aos meus pensamentos e continuei – Filho, eu não vim aqui falar sobre o que aconteceu, sua mãe e eu decidimos que isso ficará para trás, então vim falar do nosso futuro. Sabe, o dia em que você nasceu foi o dia em que eu senti mais medo em toda a minha vida. Quando entrei no berçário para te ver, logo após acompanhar seu parto, e te peguei no colo, eu pensei que poderia quebrar você em pedaços. Isso para um médico pensar é idiotice, mas foi o que eu senti ali. Mas fora ter o medo de te machucar fisicamente, tive medo de quebrar seu coração algum dia. Quando nos tornamos pais, não sabemos o que esperar dos filhos ou da vida. Não sabemos se as decisões que tomamos são certas ou não e se isso poderá afetá-los um dia, mas com o tempo ganhamos confiança e aprendemos que nunca deixaremos de sentir esse medo. A vida me mostrou Edward, que os erros nos fortalecem e os acertos nos fazem crescer cada vez mais. E o que eu mais quero a partir de hoje é acertar com você. Não por mim, mas por você. Eu e sua mãe sempre fizemos planos para vocês três e o que desejávamos é que vocês fossem felizes. Eu quero te ver crescer cada vez mais filho, como ser humano, como filho, amigo, companheiro e irmão. E quero que saiba também que eu estaria sempre aqui para te apoio no que precisar. Quero voltar a ser seu amigo então entenda esse meu gesto como um pedido de perdão. – eu peguei o envelope que estava repousado em minhas pernas e o segurei – Eu sei que nem sempre te apoiei quanto a sua decisão sobre correr profissionalmente, e sei também que nunca fui claro e expus meus motivos por não aceitar isso com facilidade, e te digo que novamente foi por medo. Nenhum pai quer ver o filho correndo riscos de se machucar, Edward. Essa escolha que você fez, querendo ou não é perigosa. Eu entendo perfeitamente que é isso que você gosta de fazer, sei das suas habilidades, mas o risco de sofrer um acidente sempre existirá e, por isso, eu fui contra no começo. Por medo que algo acontecesse com você. Eu lembro que falei que preferiria que você seguisse a mesma carreira que eu, e me sinto um idiota por isso, porque agi igual o meu pai. Não quero cometer mais esse erro com você então, com a ajuda da Bella, vim aqui te entregar isso. – levei o envelope em sua direção e com o semblante cheio de emoções, Edward o pegou. – Abra. – pedi ao vê-lo confuso e sem saber o que fazer – No dia em que Bella sofreu o acidente e eu fiquei sabendo de toda a verdade, ela pediu minha ajuda. Contou-me sobre a chantagem que recebeu e seus planos para que eu pudesse ajudá-la. A idéia dela, para poder encurralar Lauren de alguma forma, era entrar com um processo de solicitação de patente e direito legais. Como não sabia como fazer isso pediu minha ajuda e já no dia seguinte, consultei um advogado amigo meu. Ele me explicou todo o processo e o que era necessário e Bella me deu uma mão. Ela conseguiu, sem que você soubesse, copiar os arquivos do seu projeto, para constar no contrato legal e eu dei entrada na papelada com as cópias autenticadas de seus documentos que tinha em casa. Foi um pouco demorado, mas agora filho... – eu sorri de contentamento – O projeto é seu, legalizado e autorizado.
Edward escutava tudo o que eu dizia lendo os papéis em sua frente. Eu não sabia dizer o que ele pensava, ou o que sentia, porque seu semblante só estava concentrado naquele contrato em suas mãos. A cada linha lida ele parecia digerir tudo aquilo aos poucos, e quando seus olhos finalmente buscaram os meus, eu sorri de contentamento. Meu filho tinha um brilho único no olhar, como se tivesse ganhado um presente especial, o que não deixava de ser, mas era muito mais que isso.
- Pai... Eu não estou acreditando. – ele disse alternando olhares entre eu e os papéis.
- Pois acredite. Agora você não tem mais com o que se preocupar.
- Eu estava quebrando minha cabeça por esses dias para tentar resolver isso, buscando uma forma de me ver livre daquela garota e, no entanto... – ele pausou suspirando e ainda sorrindo – Bella já tinha tudo programado. – eu assenti compartilhando sua felicidade – Mas, porque ela não me disse seus planos?
- Ela queria ter certeza de que o processo daria certo porque ele passa por uma analise minuciosa, e eu só recebi o contrato anteontem, não tivemos tempo de falar sobre isso.
- Agora eu entendo porque ela pediu para mantermos nosso afastamento no colégio. Nós podemos usar isso para ficarmos em paz, pai. – Edward disse entusiasmado ao mesmo tempo em que levantada para me dar um abraço. Dessa vez foi um abraço sincero, puro, de carinho entre pai e filho, e eu soube com isso, que havia dado um passo adiante com ele. – Obrigado, pai. – ele me soltou de seus braços e me fitou – Obrigado por ter vindo aqui, por ter feito o que eu esperava de você. Mesmo se você tivesse vindo aqui hoje só pra me dar um oi, eu já teria ganhado o meu dia, porque você se importou.
Após ouvir suas palavras senti meus olhos marejarem e o puxei para mais um abraço.
EDWARD POV
Hoje meu dia estava sendo no mínimo... Estranho. Bella tinha me dito, depois que saímos do trabalho, que não iria comigo para o hotel, pois precisava fazer algumas coisas em casa. Eu fiquei meio chateado, mas acabei entendendo, afinal de contas não posso monopolizá-la o tempo todo, mesmo eu querendo muito fazer isso. Decidi então, já que estava sozinho, verificar alguns pontos fundamentais do meu projeto. Essa semana toda eu venho pensando em alternativas para poder acabar de vez com aquela vadia da Lauren, e achar uma forma de dar uma rasteira nela. Não fazia idéia de como fazer isso, mas algumas sugestões surgiram. O único problema delas é que a grande maioria envolvia tortura e dor. Eu só desejava fazer aquela garota sofrer tanto quanto eu e Bella sofremos.
Uma das idéias razoáveis era entrar em contato com o diretor da Jordan´s, que por sinal é o tio da Lauren, e contar a ele sobre meu projeto e explicar o que aquela patricinha dos Diabos havia feito, porém eu não sabia se poderia confiar nele. Bella havia me dito que Lauren tentaria coagir o tio e isso me intrigou. Não tinha certeza se era um blefe, ou se ela de fato tem algum poder sobre ele. Diante desse impasse resolvi tentar encontrar outra saída, mas nada me parecia satisfatório. Parecíamos presos a uma situação.
Para falar bem a verdade, minha vontade era de ter chegado ao colégio ontem, terça-feira, e estapeado a cara daquela falsa dos infernos, mandando ela para aquele lugar e dizer que ela poderia fazer o que desejasse com o meu projeto, mas no meio disso tudo tinha o meu anjo. Uma que eu não poderia decepcionar ela dessa forma, e outra que Bella nunca me deixaria fazer algo desse tipo. Não que ela não tenha vontade também, mas parecia que ela ainda me escondia algo. Deduzi isso quando, antes de chegarmos ao colégio, me pediu para que não demonstrássemos que estávamos juntos novamente.
Eu questionei o porquê, mas ela me enrolou e não disse a verdade. E vamos combinar... Quando ela me olha fazendo aquele bico gostoso nos lábios e com seus olhos de chocolate derretido eu viro um inútil, e o tudo o que pude fazer foi dizer: ”Tudo bem.”
E agora cá estou eu, sozinho, e pensando em diversas formas de como torturar uma pessoa. Eu acho que se encontrasse com Lauren nesse instante seria capaz de passar com meu carro por cima dela. Ótimo Edward! Vai virar um psicopata agora é? Ri desse meu pensamento idiota enquanto mexia em meu projeto.
Após um tempo na frente do computador escutei uma batida na porta. Será que a Bella sentiu saudades e resolveu voltar para me ver? Pensando nisso levantei rapidamente e fui abrir a porta. Me surpreendi ao ver meu pai ali. De verdade mesmo, a última pessoa que eu imaginei que veria ali era ele. De primeiro momento meu pai parecia desconfortável tanto quanto eu, mas logo que ele começou a falar meu desconforto desapareceu e me dei conta de uma coisa. Ele estava ali. O que eu mais desejei desde o dia em que sai de nossa casa, finalmente aconteceu. E depois de escutar tudo o que ele disse, sobre seus receios, medos e abrindo seu coração diante de mim, me senti como há tempos não sentia. Me senti como seu filho, e ele como meu pai-amigo. Ele tinha dado o primeiro passo, assim como pedi a ele durante todos esses anos.
Mas o que me vez pirar foi ler aquele contrato que ele havia me entregado. Eu não pude acreditar enquanto lia meu nome ali, como dono do meu sonho. Então era isso que Bella esperava, era isso que nós precisamos para ter a felicidade e paz de volta.
Movido pela emoção e pelo contentamento de ter meu pai ali, vibrei em seus braços, me deixando levar, sem magoas ou ressentimentos. Depois de mais calmo meu pai me explicou como foi o processo, tudo o que precisou ser analisado e quanto tinha se dedicado para conseguir aquilo. Eu o agradeci mais uma vez, e ele se emocionou.
Parecendo não querer deixar o clima ficar melancólico meu pai levantou-se do sofá e apoio as duas mãos na cintura, olhando o quarto por completo.
- Onde está sua mala filho? – eu fiquei olhando para ele por alguns minutos sem entender – Precisamos guardar suas roupas. – o entendimento bateu na minha cara e eu fiz aquilo que meu coração mandou.
- No guarda roupa, pai. Eu vou juntar essas coisas aqui também. – nós sorrimos um pro outro e logo já estávamos terminando de fazer minhas malas. Claro que, não sem antes meu pai me dar uma bronca pela minha desordem. Pai é pai, não adianta. Bella até que me ajudou a arrumar um pouco, mas o que posso fazer se gosto de deixar minhas roupas bagunçadas? Eu as encontro mais facilmente assim, poxa.
Assim que terminamos de pegar tudo, olhei para aquele quarto com nostalgia lembrando o que passei ali, desde os momentos bons e ruins. Mas por incrível que pareça, foram mais momentos bons do que ruins e esses eu guardaria dentro de mim para sempre. Eu fechei minha conta, com o dinheiro que tinha guardado das corridas e partimos para casa. Durante o percurso estava ansioso para chegar logo e ligar para Bella. Ah mais aquela danada vai me pagar diretinho. Oh se vai.
Estacionamos os carros na garagem e meu pai me ajudou a carregar minhas coisas. Ao entrar em casa fiquei maravilhado com o que vi. Bella estava ali, me esperando ao lado da minha mãe e dos meus irmãos. Eu me aproximei deles, olhando o tempo todo em seus olhos. Ela parecia insegura se devia ou não tomar uma atitude e só desejei que ela corresse para os meus braços. Minha irmã parecendo perceber essa indecisão, deu um leve empurrão nela e logo Bella estava em braços, me abraçando forte. Eu me senti em paz, sentindo o cheiro de sua pele, a quentura do seu corpo, a felicidade de tê-la para mim.
- Bem vindo ao lar. – ela sussurrou em meu ouvido e eu sorri, desejando que ela sentisse o quanto a amo e que realmente me sentia bem vindo. Logo meus irmãos se juntaram ao abraço e em instantes estávamos os seis ali, abraçados e felizes, por finalmente estarmos juntos e completos, graças ao meu maior tesouro.