Capítulo 22 - Por Completo Parte 2

- Filha eu preciso que me ajude com sua irmã, tenho minhas dúvidas que irá aceitar tão facilmente.

- Pai eu conheço a pequena, ela vai gostar da idéia, não se preocupe. Renesme está mais madura agora.

- Espero que você esteja certa filha. – papai beijou minha testa – Agora me conta uma coisa, você e o Edward, me surpreendi em vê-lo aqui.

- Eu sei pai, ontem nós conversamos bastante e nos acertamos.

- Humm... Agora eu entendi. O dormir na casa da Rose não tem nada a ver com a história não é? – meu pai franziu a testa.

- Charlie o que é isso? – Sue o repreendeu. Eu ri deles.

- Pai desculpe. Eu passei a noite com o Ed, mas não me entenda mal ok? – não precisei falar mais nada. Meu pai assentiu e sorriu. - Bem eu vou pegar mais um copo. Desculpe por isso Sue.

- Tudo bem Bella, não tem problema. – levantei do sofá e voltei para a cozinha.

Meu pai juntou os cacos de vidro e voltou para o quintal com a Sue. Eu sai logo em seguida e me deparei com uma cena nada agradável. Sarah e a Leah só faltavam sentar no colo do Edward de tão perto que estavam dele. Ele me olhou e sorriu sem graça.

- Dá licença Leah. – pedi a empurrando delicadamente para voltar a sentar ao lado dele.

- Oh desculpe Bella, estávamos conversando com seu amigo. – bufei.

- Ele não é meu amigo, e sim meu namorado Sarah. – Jake e Renesme me olharam e começaram a rir da situação.

- Porque você demorou tanto amor? – Ed beijou meu rosto e cochichou em meu ouvido.

- É... – Jake e meu pai me olharam com aflição – Acabei deixando o copo escorregar e precisei limpar. – disfarcei e sorri – Depois eu te explico. – sussurrei de volta. Ele assentiu e tomou um gole de cerveja.

A tarde passou rapidamente, ficamos conversando e apreciando os deliciosos pratos que a Sue vez com muito carinho. Ela é uma cozinheira de mão cheia. Um pouco antes de anoitecer Billy trouxe um bolo surpresa para ela e cantamos os parabéns, a deixando sem jeito. Realmente eu estava feliz por saber que meu pai e ela estão juntos, ela viu minha irmã e eu crescermos junto com o Jake. É claro que senti um pouco de ciúmes pelo meu pai, afinal ela ocuparia o lugar que sempre foi da minha mãe, mas ele precisa ser feliz novamente. Sue cortou o bolo e entregou o primeiro pedaço para o meu pai, que o colocou em cima da mesa e pediu a atenção de todos.


- Bem a Sue e eu gostaríamos de fazer um comunicado. – ri baixo, meu pai parecia nervoso – Nós... Estamos juntos. – papai olhou para Renesme.

- Juntos, tipo... Namorando? – Leah perguntou despreocupada.

- Sim filha. – Sue respondeu sorrindo. Olhei para minha irmã e ela parecia alheia a situação.

- Renesme? – meu pai a chamou. Ela o olhou franzindo a testa.

- O que?

- Você não... Vai falar nada? – todos olharam para ela.

- Até que enfim né. Pensei que vocês nunca iam se assumir. – olhei para meu pai e comecei a rir. Ele estava até de boca aberta, realmente ninguém esperava essa reação dela.

- Pequena você me surpreende. – Jake a abraçou apertado.

- Não estou entendo porque estão me olhando com essas caras, qual o problema? – minha irmã perguntou olhando para a Sue e meu pai.

- Nada filha, nada. – meu pai foi até ela e beijou sua testa.

- Vamos comemorar. – Billy descontraiu e pegou um espumante.

Todos nós brindamos ao namoro do meu pai e da Sue. A noite foi extremamente agradável. Jacob e Edward pareciam agora velhos amigos e não paravam de conversar. Fiquei olhando para ele de longe enquanto ajudava Sue a arrumar algumas coisas. Ele sorria o tempo todo, parecia muito feliz assim como eu. Eu estava transbordando de alegria em vê-lo fazer parte da minha vida novamente, junto com minha família. E essa alegria só ficará completa quando eu puder compartilhar isso com a família dele também. Por esse motivo precisava resolver logo essa situação e tomei uma decisão. Se não conseguisse falar com o investigador novamente tentaria falar diretamente com o pai do Edward. Quem sabe uma pessoa de fora mostrando a verdade ele não passe a acreditar?


Segunda-Feira


Estávamos todos no refeitório do colégio conversando. Edward e eu decidimos brincar e continuar fingindo que não tínhamos nada. Para falar a verdade, foi até uma boa idéia depois que ele me raptou da aula de educação física para namorarmos escondido. O que ficava difícil era olhar para ele e não sorrir, mas ele parecia não se importar e num momento que o olhei ele piscou para mim.


- Para tudo. – Alice quase gritou e nós a olhamos sem entender.

- O que foi Alice? – Jasper perguntou confuso.

- Edward Cullen eu vi isso. – apontou para o irmão.

- Viu o que Ali? Ficou louca é? – Ed me olhou segurando para não rir.

- Não adianta me esconder, eu vi você piscando para a Bella. – todos olharam para nós dois – Desembucha logo.

- Alice não me faz passar vergonha. – pedi entrando na brincadeira.

- Bellinha você também não me engana, eu te conheço muito bem. – olhei para o Ed e não me agüentei, comecei a rir nos denunciando.

- Eu sabia. Seus sem-vergonha, porque não nos contaram? – a baixinha perguntou indignada.

- Ai Alice nós queríamos brincar com vocês e resolvemos fingir. – Edward se explicou e veio sentar ao meu lado me dando um belo beijo.

- Peraí. – Alice levantou e estendeu a mão – Emmett pode me pagar. – Edward e eu nos olhamos sem entender.

- Droga irmão você podia ter esperado um pouco mais né? Eu estava quase ganhando.

- Ganhando o que Emmett?

- A aposta ué. – deu de ombros.

- Que aposta Alice? – Olhei para ela.

- Nós apostamos quanto tempo o Ed ia agüentar ficar longe de você e eu ganhei. – Alice pegou o dinheiro e guardou no bolso sorrindo.

- Eu não acredito que vocês apostaram isso. – olhei para meus amigos e eles sorriram descarados.

- Ah Bella estava na cara que vocês iam voltar. Era só uma questão de tempo. – Rose se explicou.

- É isso mesmo. Olha só, a Rose apostou em um mês junto com o Jasper, eu apostei dois e o Emmett três.

- Pô Edward sacanagem cara. – Emm resmungou.

- Porque eu não me surpreendo com isso? – Ed me olhou e começamos a rir.

(...)


No horário do almoço fiz várias tentativas de falar com o investigador novamente, mas não obtive êxito então partiria para o plano B. Minha idéia era de ir conversar com o Sr. Carlisle no hospital. Eu estava apreensiva com essa idéia afinal de contas ele sempre se mostrou carrancudo e mal educado comigo, mas agora mais do que nunca eu seguiria em frente com o plano.

Liguei para o Hospital Central e perguntei sobre o horário de plantão do Dr. Carlisle, alegando ser uma paciente que gostaria de fazer uma re-consulta. A atendente me informou que ele ficaria até as vinte horas de plantão hoje.

Depois do trabalho Edward queria porque queria que eu fosse dar uma volta com ele, então disfarcei alegando que precisava fazer umas coisas em casa já que passamos o domingo inteiro juntos. Ele ficou chateado, mas acabou entendendo. Depois de me despedir dele fui para o hospital. Pela informação que havia pego, ele atendia no quinto andar. Subi para lá e perguntei para a recepcionista sobre sua sala. Ela explicou que eu precisava ser anunciada, pois o Dr. Carlisle não fazia atendido sem agendar horário.

Resolvi arriscar e passei meu nome para a atendente me anunciar, a mesma pediu que eu aguardasse alguns minutos. Sentei em um dos bancos do corredor e esperei, estava ansiosa e sentindo meu estômago se remexer. Agora que estava ali comecei a ficar com medo dele e pensei várias vezes em desistir. Senti meu celular no bolso, tinha recebido uma mensagem do Edward.

De: Edward
Para: A mais linda namorada


Já sinto sua falta amor,
queria que estivesse aqui comigo.


Sorri ao ver sua mensagem e comecei a responder quando vi a porta do Dr. Carlisle se abrir. Guardei meu celular na bolsa e aguardei ele vir falar comigo. Um homem muito bem vestido saiu da sala junto com ele e pude escutar eles se despedindo.

- Carlisle pense na minha proposta, você não pode ficar nessa situação para sempre.

- Pai, por favor, já conversamos sobre isso. – quando escutei ele chamar aquele Sr. de pai, meu coração disparou. Aquele era o mau caráter do Sr. Richard. - Rafaela tem mais alguém hoje? – perguntou para a atendente e ela disse meu nome, apontando em minha direção. - Isabella o que faz aqui? – o Dr. Carlisle me olhou com o semblante fechado. Levantei e fui em sua direção.

- Olá Dr. Carlisle preciso conversar com você. – olhei de relance para o pai dele e senti um calafrio. Ele me olhava duramente, como se soubesse o meu propósito de estar ali.

- Não vejo o que temos para conversar.

- É importante. – insisti e evitei de olhar para o pai dele novamente se não sairia correndo dali.

- Carlisle eu já vou indo. Tenho negócios para tratar e volto ainda hoje para a Califórnia. – O pai dele me fitou por mais alguns segundos e sumiu pelo corredor.

- Dr. Carlisle não quero importuná-lo, mas realmente é importante. – ele continuou a me olhar com indiferença, mas acabou cedendo.

Entrou na sala e fez sinal com a mão para que eu entrasse.

- Eu espero que seja breve Isabella, tenho muito que fazer. – sentou e pediu que eu fizesse o mesmo.

- Tudo bem eu vou tentar ir direto ao ponto. Eu estou aqui para falar sobre sua família. Uma grande injustiça foi cometida e eu espero que possa entender.

- O que sabe sobre minha família?

- Eu não vou mentir, sei de tudo o que aconteceu. – ele se remexeu na cadeira.

- Isabella está sendo muita vaga, sabe de tudo o que?

- Os motivos pelos quais expulsou Esme de casa. – vi seus olhos soltarem faíscas de raiva e seu rosto mudou totalmente.

- Mas que menina mais insolente, o que você pensa que está dizendo?

- O Sr. foi enganado, Esme não o estava traindo com o Joshua.

- Que direito você tem de vir aqui e me atormentar com isso menina? Você não sabe nada da vida. – levantou inquieto.

- Foi um mal entendido e Esme foi chantageada. Dr. Carlisle... – ele bateu na mesa e me interrompeu.

- Não continue. Foi ela que mandou você aqui? Ela te enganou também?

- Ninguém me mandou aqui, eu vim por vontade própria e por que quero ajudar.

- Pois perdeu o seu tempo.

- Dr. Carlisle me escute, por favor? Eu... Sei que Edward não é seu filho. – ele parou de andar pela sala e me olhou com os olhos arregalados.

- Como você sabe disso? Ninguém sabe... Meu filho não pode saber disso Isabella. – tinha preocupação em sua voz.

- Ele não sabe de nada, foi Esme que me contou tudo. – ele voltou a sentar e escondeu o rosto com as mãos.

- Ela é uma interesseira mentirosa. Não adianta você me dizer que é mentira porque eu tenho provas e vi as fotos que foram tiradas.

- Eu entendo, mas Joshua e ela não tinham nada, ela só estava tentando ajudar a irmã e o Edward. Ela não contou a você sobre o dinheiro porque sabia que se recusaria a ajudar, ela precisava ajudar a irmã que estava envolvida com drogas.

- Para Isabella eu não quero ouvir nada sobre isso. Você perdeu o seu tempo vindo até aqui e se me der licença, preciso trabalhar. – ele começou a mexer em alguns papéis e me ignorou. Tive vontade de gritar com ele.

- Você não se importa com ninguém não é mesmo? Não está nem ai para sua família.

- O que você quer? Está fazendo isso por quê? – me fitou ainda com raiva nos olhos.

- Quero ajudar seu filho ele está sofrendo muito com tudo isso.

- Ah então você quer ajudar? Já entendi tudo, é para ele voltar para casa, ter o dinheiro da família de volta e você poder usufruir disso? – seu tom era irônico e prepotente.

Se eu não fosse uma pessoa muito calma, naquele momento tinha voado em seu pescoço, mas eu não me rebaixaria a isso.

- Está me ofendo falando dessa forma. Eu não quero nada que venha de uma pessoa amargurada e infeliz que nem você, que preferi o dinheiro do que a própria família, que se afunda na bebida para não enxergar a verdade.

- Agora chega. Ponha-se daqui para fora. Não tenho que escutar seus desaforos.

- Eu não vou sair enquanto não escutar o que eu tenho para falar. – levantei e o encarei de frente. – podia ver em seus olhos que queria arrancar minha cabeça fora por desafiá-lo.

- Você é muito petulante garota.

- O seu filho está sofrendo por sua causa, por ser tão cego. Essas fotos foram tiradas a pedido do seu pai, porque ele queria afastar Esme de você, será que não percebe? Joshua a chantageou dizendo que contaria a verdade para o Edward, e a irmã dela estava tendo um caso com ele e estava envolvida com drogas. Ela entregou sim o dinheiro para aquele pilantra, mas foi para salvar a irmã que estava sendo ameaçada por ter dívidas com traficantes. Dr. Carlisle o seu pai viu Esme num desses encontros e contratou um investigador. Ele sabe que ela não estava tendo nada com o Joshua, mas a chantageou, dizendo que se não se afastasse de você, lhe entregaria essas fotos e diria que estava o traindo. Com medo de te perder ela se afastou.

- Pelo amor de Deus, pare com isso. Eu não quero ouvir mais nada. Vai embora, por favor. – disse com raiva, levantou-se e abriu porta. Suspirei derrotada. Ele realmente não queria envergar a verdade.

- Pense em sua família Dr. Carlisle e o quanto magoou seu filho. – dei as costas para ele e fui embora.

Saindo do hospital respirei fundo. Sentia-me exasperada pela discussão e por não ter conseguido nada. Como uma pessoa pode ficar tão indiferente e alheia a tudo isso? Não conseguia me conformar. Entrei no carro e fui para casa, precisava pensar.

Quinta-Feira

Era final de tarde. Edward e eu tínhamos acabado de sair da biblioteca e fomos dar um passeio. Desde o encontro com seu pai me sentia chateada por não conseguir o que queria. Pensei em outras soluções e somente uma martelava em minha cabeça. No dia em que Bruno conseguiu o telefone do investigador, me passou também um endereço. Eu sabia que poderia ser arriscado viajar novamente para a Califórnia e dar com a cara na porta, pois assim como ele não atendia mais o telefone poderia muito bem não me receber.

Edward estava mais carinhoso do que nunca comigo, não conseguíamos ficar longe por muito tempo um do outro. Olhando para ele lembrei que seu aniversário estava próximo e precisava comprar seu presente. Realmente não haveria presente melhor do que conseguir reconciliar sua família. Precisava tomar uma decisão.

Enquanto caminhávamos paramos em frente a uma chocolataria. Edward como um bom amante de chocolates entrou na loja e eu fiquei o esperando do lado de fora. Do outro lado da rua avistei uma relojoaria. Percebi que ele gosta muito de usar relógios diferentes então fui atravessar para dar uma olhada. O sinal estava aberto, parei e olhei o semáforo.

- Se tem amor à sua vida, procure ficar em silêncio. – olhei para meu lado e vi um homem muito mal encarado. Senti um calafrio e me assustei.

- Bella! – olhei para trás. Edward estava acenando para que eu o esperasse.

Tudo aconteceu muito rápido. Senti alguém me empurrar e cai de joelhos na rua, escutando um cantar de pneus e um carro acelerando.