Capítulo 21 - Quem Disse que Seria Fácil

BELLA POV


Edward me olhou sem entender meu pensamento alto.

- Investigador? Do que você está falando Bella?

- Nada não, lembrei de um livro que estava lendo. – disfarcei.

- Qual?

- Da Agatha Christie, Cem Gramas de Centeio. Acho que o investigador pode ser o assassino. – sorri e levantei, indo até a janela do quarto.

- Legal, parece interessante. Não sabia que gostava dessa autora. – Edward se virou para me olhar.

- Gosto muito, já li muitos livros dela. – Agradeci por ele ter acreditado, enquanto um turbilhão de idéias passava em minha cabeça.

- Ed eu preciso ir. – olhei para o relógio e já estava tarde.

- Já? – seu tom era triste. Virei em sua direção e sorri.

- Gostaria de ficar, mas meu pai logo chega em casa, não avisei que iria sair. – fui até a cama e sentei ao seu lado novamente.

- Tudo bem, eu entendo. – disse colocando o violão no lado da cama e me olhou sorrindo.

- Gostei muito de passar o dia com você. – peguei sua mão e a acarinhei.

- Eu também gostei, muito. – ele acariciou minha bochecha com a outra mão. Fechei os olhos e me permiti sentir o seu toque quente.

- Bella não quer que eu te leve em casa? Já está tarde. – abri os olhos e sorri por sua preocupação.

- Imagina não precisa. É rapidinho, em vinte minutos estou em casa. – afastei minha mão da dele e levantei indo pegar minha bolsa no sofá.

- Então me manda uma mensagem quando chegar em casa? Só para eu saber que chegou bem.

- Mando sim, pode deixar. – caminhei até a porta o esperando.

- Certo. – ele levantou em seguida e abriu a porta para mim. Fiquei olhando para ele sem saber como me despedir.

Minha vontade era de poder beijá-lo e matar a saudade de seus lábios que me causava até dor pela distância.

- Então... Nos vemos amanhã. – sorri  meio sem jeito e me aproximei, beijando sua bochecha. O senti respirar fundo.

- Até amanhã Bella. – olhei para ele e vi que estava de olhos fechados.

- Tchau. – ele suspirou e abriu os olhos. Eu acenei e fui para o elevador.


Edward ficou me olhando da porta do quarto esperando eu entrar no elevador. Ele estava com o rosto triste e o meu provavelmente também estava, era difícil me afastar dele. A porta se abriu e eu acenei mais uma vez. Já dentro do elevador respirei fundo e agradeci por tudo ter dado certo hoje. Meu coração estava alegre e cheio de esperança de que logo tudo ficará bem.

Entrei no carro e voltei a pensar no meu plano. Esme havia comentado sobre o investigador que o pai do Sr. Carlisle contratou. Ele sabe da verdade e a meu ver ele é a única pessoa que pode confirmar o que aconteceu. Meu único problema agora é achá-lo e entrar em contato com ele.

 (...)

Tinha acabado de almoçar com minha irmã e ainda faltam alguns minutos para ir ao trabalho. Peguei o cartão de Esme e liguei para ela.

- Alô?

- Oi Esme. É a Bella.

- Oi querida. Tudo bem? Como foi a viagem de volta?

- Foi tranqüila Esme e está tudo bem sim. Preciso de uma informação sua.

- Pode falar.

- Você pode me passar o nome completo do pai do Sr. Carlisle?

- Do Richard? Por que Bella?

- Eu tive uma idéia ontem e acho que pode dar certo, ainda não é nada concreto, mas assim que tiver algum resultado eu te explico melhor.

- Tudo bem. Pode anotar?

- Pode falar.

- O nome completo dele é Richard Antony Cullen.

- Ótimo Esme, obrigada. E a Gabriela como está?

- Está bem, ontem a levei no parquinho que fica próximo de casa.  Ela se divertiu muito com as outras crianças.

- Que bom. E ela já está melhor da gripe?

- Está sim. Hoje pela manhã a levei no médico e disseram que ela já está bem melhor.

- Fico contente em ouvir isso. Pode parecer estranho Esme, mas eu me apeguei a ela só naquele pouco tempo que a vi, ela é encantadora.

- Eu acredito, esse anjinho também me encantou. – riu.

- Eu preciso ir, daqui a pouco tenho que sair para o trabalho.

- Bella... Se cuide ok?

- Pode deixar. Um beijo para você e para a Gabi.

- Para você também querida. Tchau.

- Tchau.


Peguei minha bolsa e sai para o trabalho. A tarde estava tranqüila na biblioteca. Edward e eu mantínhamos a atitude de sempre, pouco conversávamos no colégio e no trabalho. Acho que ele não queria que alguém percebesse nossa aproximação, então aproveitei para fazer algumas pesquisas na internet. Comecei procurando por serviços de investigação na Califórnia e o resultado me deu quase 20 páginas de endereços e telefones. As salvei e mandei para o meu e-mail, em casa imprimiria e tentaria alguns contatos.

(...)

Foram impressas exatas 20 páginas de contato, totalizando quase 250 números para começar a ligar. Definitivamente precisaria da ajuda de alguém, não imaginava que esse tipo de serviço era tão solicitado. Não poderia pedir para nenhum dos meus amigos próximos, porque se cometessem a bobagem de falar demais, tudo iria por água abaixo. O Bruno me veio à cabeça, acredito que ele poderá me ajudar. Liguei para ele e expliquei por alto a situação. Confiava nele para contar a verdade e ele se prontificou em vir a minha casa no sábado para começarmos as ligações.


Sábado


Meu pai e minha irmã passariam o dia fora de casa então Bruno e eu poderíamos ficar mais a vontade sem levantar suspeitas do que estávamos fazendo.


- Bruno eu pensei em começar com uma abordagem simples, dizendo que gostaríamos de falar com o investigador que cuidou do caso do Sr. Richard Cullen. Se questionarem o porquê, nos identificamos como funcionários de confiança dele ok?

- Certo. Então vamos começar, porque isso pode levar o dia inteiro. – concordei e começamos.

- “Bom dia. Por gentileza, gostaria de conversar com o investigador responsável pelo caso do Sr. Richard Cullen. – Vocês não têm esse caso registrado? – Tudo bem, obrigado”.

-“Isso mesmo Cullen, C-u-l-l-e-n. - Não tem nada? Certo, obrigado mesmo assim”.

Passamos a manhã e a tarde inteira tentando, paramos apenas para comer alguma coisa. Olhei no relógio e já eram seis horas da tarde, esse horário não encontraríamos mais ninguém.

- Minhas costas já estão reclamando por ficar sentada nessa cadeira o dia todo. – reclamei me levantando.

- Nem me fale. – Bruno levantou também se espreguiçando – Bella preciso ir para casa, daqui a pouco vou pegar a Renata para irmos ao cinema.

- Humm... Cinema é? Então quer dizer que você e a Renata voltaram a se entender?

- Resolvi seguir seu conselho e conversar abertamente com ela. Estamos nos entendendo melhor agora.

- Que bom Bruno, fico contente. E obrigada pela ajuda. – caminhei até a porta do quarto.

- Que isso não foi nada. Se durante a semana ainda não conseguir nada, tentamos outras opções semana que vem.

- Tudo bem, eu te ligo e aviso se tiver algum progresso.

Descemos e acompanhei Bruno até a porta.

- Tchau Bruno. – abri a porta e me assustei – Edward?

- Oi Bella. – Edward me olhou e em seguida mediu o Bruno dos pés a cabeça.

- Oi... Que surpresa. – sorri em vê-lo ali.

- Espero não estar atrapalhando alguma coisa. – disse olhando sério para o Bruno. Edward deve ter lembrado dele do dia da lanchonete.

- Não cara eu já estava de saída, a propósito eu sou o Bruno.

- Desculpe, esqueci de apresentá-los. – sorri sem graça.

- Prazer, Edward. – estendeu a mão para cumprimentá-lo.

- Então você é o famoso Edward. – Bruno me olhou e sorriu descarado – Pelo tanto que a Bella fala de você, parece que já o conheço há anos. – fechei a cara e o fulminei com os olhos.

- Vocês conversam sobre mim? – Edward me olhou sem entender.

- Não é nada demais, só comentei que trabalhamos juntos. – desconversei.

- Bom eu tenho que ir, tchau Bella. –Bruno me deu um beijo no rosto – Prazer Edward. – estendeu a mão se despedindo.

- O que faz aqui? – perguntei curiosa, mas feliz ao mesmo tempo.

- É... – ele olhou para o Bruno entrando no carro – Sério mesmo, se eu estraguei alguma coisa posso ir embora.

- Você não estragou nada Ed, Bruno já estava de saída.

- Eu... Estava passando por aqui e vim perguntar se não quer dar uma volta. – Passando por aqui é?

- Claro que eu quero. Você espera eu trocar de roupa? – Ele estava muito bonito e eu vestia uma roupa muito simples.

- Espero.

- Então entra. – fiz sinal com a mão o convidando.

- Não... Eu espero no carro. – disse passando a mão no cabelo e abaixou a cabeça.

- Por quê?

- O seu pai já deve estar chegando, não quero atrapalhar. – ele fitou o chão e depois sorriu sem graça. Acho que não se sentia bem em encarar meu pai depois que terminamos.

- Tudo bem, se prefere assim. É rapidinho já me encontro com você. – ele assentiu e eu subi as escadas correndo.

Troquei de roupa, dei uma ajeitada nos cabelos e fiz uma maquiagem leve. Peguei minha bolsa, deixei um bilhete na geladeira para o meu pai e corri para encontrá-lo. Edward estava encostado no carro com os braços cruzados e automaticamente lembrei-me do dia que veio me buscar para irmos ao colégio e eu pulei em seus braços. Juro que me deu vontade de repetir a dose, mas me controlei. Edward muito gentil abriu a porta do passageiro para eu entrar e partimos rumo ao desconhecido, pelo menos para mim.

- Aonde vai me levar?

- Surpresa. – me olhou sorrindo torto.

- Ah Edward não faz isso, você sabe como eu sou curiosa. – fiz bico como sempre.

- Estava esperando você fazer esse bico. – riu e acariciou meu rosto. Eu logo desfiz meu bico sorrindo também. - Você fez o que de bom hoje? – indagou enquanto colocava um cd.

- Nada demais e você?

- Também nada demais, estava cansado de ficar no hotel e resolvi dar uma volta. Você... Não... – ele passou a mão nos cabelos e se ajeitou no banco – Saiu com o Bruno? – senti que ele estava incomodado por ter visto o Bruno comigo. Será que é ciúme?

- Não, ficamos em casa mesmo. – olhei de canto de olho e ele ficou sério de repente.

- A tá. - disse simplesmente e não tocou mais no assunto.

Olhei para fora e vi que pegamos a rodovia rumo a Port Angeles. Edward como sempre corria demais então chegamos rapidamente ao centro. Ele pegou a rua principal e seguiu até o mirante da cidade. Olhei para ele e sorri abertamente por ele ter lembrado a promessa da semana passada. Assim que chegamos Edward saiu rapidamente do carro e abriu a porta para mim.

Tinham poucas pessoas por ali tirando fotos e admirando a paisagem. Era noite de lua cheia e o céu estava sem nuvens e estrelado. Chegamos até a base do mirante e ficamos olhando para cidade que ficava linda toda iluminada.

- Me empresta seu celular? – estendi a mão para ele.

- Aqui. – me entregou e ficou me olhando não entendendo meu pedido.

- Com licença. – abordei um casal que estava próximo – Vocês poderiam tirar uma foto nossa? – perguntei apontando para o Edward. O rapaz assentiu e eu fui ao lado dele.

- Está uma noite muita linda, vale a pena tirar uma foto com essa lua atrás de nós. – Edward sorriu e me envolveu pela cintura.

- Digam x. – olhamos para o rapaz e sorrimos – Pronto aqui está.

- Obrigado. – agradeci e olhei a foto que ficou linda.

- Manda ela para mim depois? – perguntei lhe entregando o celular.

- Vou pensar no seu caso. – debochou e voltou a olhar a cidade.

- Ah... Também quero ter uma foto sua. – ele riu e eu bati em seu braço. Voltei a olhar a cidade e avistei uma festa lá do alto – Aquilo é uma quermesse? – apontei para onde olhava.

- Sim. Vi os cartazes quando passamos pelo centro. – o olhei e sorri tendo uma idéia.

- Vamos lá? – indaguei empolgada. Adoro quermesses.

- Você gosta de uma festa não é? – riu.

- Gosto muito. Vamos vai?

- Você sabe que não sei dizer não para você. – disse suspirando e pegou minha mão.

- Ótimo. – o puxei e voltamos para carro.

Chegamos à quermesse e estacionamos o carro no estacionamento improvisado ali perto. Como estamos no mês de junho tinham barracas de brincadeiras e guloseimas de festa de junina. Mais à frente estavam algumas barracas expondo produtos artesanais típicos da região. Olhei uma barraquinha que expunha brincos e pulseiras de prata. Fiquei admirando uma pulseira que tinha um pingente com dois corações, duas estrelas e duas luas. Olhei mais a frente e vi uma barraca de doces. Deixei Edward olhando os objetos de prata e fui comprar um doce para nós.

- Ed experimenta isso? – pedi colocando um bombom de pimenta em sua boca.

- Humm... Bom. – elogiou e pegou mais um enquanto guardava algo no bolso interno da jaqueta.

- Achei que fosse gostar. Essa mistura da pimenta com chocolate fica uma delícia.

- O que mais você comprou? – olhou minha mão que estava cheia de saquinhos de doce.

- Tem doce de abóbora, pé de moleque, paçoquinha.

- Agradeça por você não ser diabética Bella. – deu uma gargalhada gostosa.

- Eu sei, sou uma formiguinha.

No centro da festa montaram uma pista de dança. Sentamos em um banco e ficamos olhando as pessoas dançarem. A festa estava muito bonita, vimos famílias com seus filhos, jovens, idosos e crianças que corriam de um lado para o outro. A maioria das músicas que tocava eram sertaneja, para combinar com o clima da festa. Gostava daquele ritmo e empolgada, levantei e estendi a mão para Edward, o convidando para dançar.

- Não... – me olhou fazendo gesto com as mãos – Eu não sei dançar esse tipo de música.

- Eu te ensino, não é difícil.

- Eu sou péssimo dançando Bella. – resmungou.

- Você dançou muito bem na festa do colégio. – insisti.

- Não, essa você não vai ganhar. – cruzou os braços e não cedeu. Escutamos alguém pigarrear próximo.

- Com licença. – um rapaz se aproximou – Você gostaria de dançar? É claro, se o cavalheiro aqui permitir. – ele olhou para Edward e esperou minha resposta.

- Na verdade ela vai dançar comigo, quem sabe na próxima. – Edward levantou de súbito e me puxou para a pista. - Que cara mais folgado, não viu que você estava acompanhada? – franziu a testa e fitou o rapaz de longe.

- Ah quem sabe ele escutou que você não queria dançar comigo e resolveu me convidar. – provoquei.

- Rá... Tá bom que eu ia deixar você dançar com ele. – ri do seu ciúme.

- Vamos lá, esquece ele e vamos dançar. É bem fácil. – peguei sua mão esquerda e coloquei em volta da minha cintura, apoiei meu braço esquerdo em seu ombro e com a mão livre juntei nossas mãos direitas – São dois passos para cá e um para lá – comecei a me movimentar e ele me acompanhou.

- Eu vou pisar no seu pé desse jeito. – fitou os pés brincando.

- Não olhe para baixo, olha para mim, assim não vai se perder. – juntei nossos corpos e acelerei o passo. Edward pegou o jeito fácil e quando vimos, já estávamos acompanhando o ritmo da música.

- Posso tentar uma coisa? – perguntou indeciso.

- Pode. – ele se afastou ainda segurando minha mão direita e me deu um impulso, me fazendo rodopiar. Não agüentei e gargalhei por ter dado certo.

- Viu só, e você ainda diz que não sabe dançar.

- Com você tudo fica fácil. – cochichou em meu ouvido e eu sorri.


Música – Vitor e Leo – Meu eu em Você
https://www.youtube.com/watch?v=z5Gl0A0z_bY

(N/A: Amores eu acho essa música linda, vale a pena ouvir)


Eu sou o brilho dos teus olhos ao me olhar
Sou o teu sorriso ao ganhar um beijo meu
Eu sou teu corpo inteiro a se arrepiar
Quando em meus braços você se acolheu

Eu sou o teu segredo mais oculto
Teu desejo mais profundo, Teu querer.
Tua fome de prazer, sem disfarçar
Sou a fonte de alegria.Sou o teu sonhar

Eu sou a tua sombra, Eu sou teu guia
Sou o teu luar em plena luz do dia
Sou tua pele, proteção.Sou teu calor
Eu sou teu cheiro a perfumar o nosso amor.

Eu sou tua saudade reprimida
Sou teu sangrar ao ver minha partida
Sou teu peito a apelar gritar de dor
Ao se ver ainda mais distante do meu amor

Sou teu eco, Tua alma
Sou teu céu, o teu inferno.A tua calma
Eu sou teu tudo.Sou teu nada
Minha pequena és minha amada
Eu sou teu mundo, sou teu poder
Sou tua vida sou meu eu em você.


Dançamos mais três músicas agitadas até que começou a tocar uma lenta. Edward me olhou e sorriu sem graça, sem saber o que fazer. Tomei a iniciativa e encostei minha cabeça em seu ombro, nos aproximando ainda mais. Ele encostou seu rosto em meus cabelos e respirou fundo. Era bom poder sentir seu toque quente, seu cheiro, sentir seu afago em minhas costas.

Naquele momento parecia que só nós dois estávamos ali, sem problemas e cobranças, matando a saudade de nossos corpos e do nosso coração. Ao lado dele eu me sentia segura e de certa forma sabia que ele se sentia assim também. Poder compartilhar um momento como esse com ele era maravilhoso. Deixei-me levar pela letra da musica e percebi que ela expressava tudo o que Edward representa para mim.

A música terminou cedo demais e nos olhamos intensamente. Seus olhos verdes me hipnotizavam e eu podia sentir a saudade de seus lábios reprimida em meu peito, gritando para que juntasse meus lábios aos dele.

Não Bella! Não estrague tudo.

- Eu vou comprar algo para beber. – me afastei abaixando o olhar e sai rapidamente dali.

Não podia dar chance de perder o controle. Tudo estava indo bem desse jeito. Respirei fundo, comprei os refrigerantes e voltei para perto dele.

- Aqui. – entreguei uma lata para ele.

- Obrigado. – sorriu e pediu que eu sentasse ao seu lado.

- Vou ficar de pé um pouco. – sorri sem graça.

- Bella eu... – o interrompi. Não queria dar chance para ele dizer algo sobre nós.

- Vamos jogar alguma coisa? – peguei sua mão o puxando em direção as barracas de jogos.

Acabamos nos distraindo e perdemos a noção das horas. Olhei o relógio de Edward e já passava da meia-noite. O sereno da noite já se fazia presente e comecei a ficar com frio.

- Você está toda arrepiada, toma minha jaqueta.

- Não precisa Ed, vai ficar sem blusa e ainda é capaz de pegar uma gripe.

- Não me importo contando que você esteja bem. – sorriu e colocou sua jaqueta em minhas costas- Você quer ir embora?

- Para falar a verdade não, mas já está tarde.

- Eu sei, também não queria, mas não é bom ficar nesse tempo. – disse pegando minha mão e fomos até o carro.

Chegamos rápido demais a minha casa e nessas horas queria que o tempo parasse para ficarmos juntos um pouco mais.

- Você me manda uma mensagem quando chegar? – perguntei o olhando enquanto tirava sua jaqueta das minhas costas. Ele abriu um lindo sorriso no rosto.

- Mando sim.

- Ok. Tchau Ed. – dei um beijo seu rosto.

- Tchau Bella.

Entrei em casa e todos já dormiam inclusive meu pai no sofá da sala com a TV ligada. Desliguei a TV e o chamei, pedindo que fosse para o quarto. Ele me deu um beijo na testa e subiu. Eu fui logo atrás. Peguei minha toalha e fui tomar um banho quente. Sorri ao sentir o perfume de Edward na gola da minha blusinha e ao lembrar da noite que passamos.

Voltei para o meu quarto, vesti meu pijama e penteei os cabelos. Olhei para o meu celular e no visor mostrava que havia recebido uma mensagem.

De: Edward
Para: Bella


Durma bem Bella. Eu dormirei olhando para você,
como todas as noites.

Um Beijo.

Ele mandou também em anexo a foto que tiramos no mirante. Sorri ao olhar para foto e perguntei-me o porquê dele agora estar tão carinhoso e receptivo. Queria responder que também dormiria olhando para ele, mas achei melhor não, ainda me sentia insegura com tudo isso. Deitei e coloquei o celular ao meu lado, adormecendo olhando para o anjo da minha vida.


Sexta – feira


Durante a semana continuei ligando para os contatos no horário do almoço, mas não obtive sucesso. Comecei a pensar se meu plano realmente daria certo e me desanimei um pouco. Estava em casa sentada na cozinha, meu pai assistia ao jornal da noite e Renesme estava em seu quarto tocando. Sentia-me entediada. Pensei muito no Edward e desejei estar com ele.

Assim que levantei para pegar uma fruta a campainha tocou e eu corri para a porta. Sorri ao ver Alice, Jasper, Emmett e Rose ali. Sentia tanta falta dos meus amigos.

- Oi Bellusca. – Emmett me cumprimentou com um beijo no rosto e entrou.

- Oi gente. – acenei para todos entrarem.

- Oi Bellinha, viemos te fazer um convite. – Alice me fitou sorrindo.

- Convite? – perguntei fechando a porta.

- Isso mesmo Bella, faz tempo que não saímos juntos, então resolvemos sair para jogar boliche. O que acha? – Rose indagou entusiasmada parando ao lado de Emmett.

- Eu acho ótimo. Agora mesmo estava pensando o quanto estava entediada.

- Que bom Bella, só tem um pequeno detalhe. – Jasper disse olhando para Alice.

- O que? – perguntei curiosa.

- Bellinha... – Alice me puxou para seu lado e cochichou em meu ouvido – Desculpe, mas convidei o Edward para ir junto, faz tempo que não saímos e sentimos muita falta dele. – Sorri em ouvir aquilo, mas me contive para não mostrar muito contentamento.

- Ah... Tudo bem gente, não me importo. – fiz a melhor cara de cachorrinho abandonado e meus amigos me olharam com pena.

- Então vai se arrumar que nós esperamos. – Alice me empurrou até a escada.

- Olá pessoal. – meu pai levantou e cumprimentou a todos.

O deixei fazendo sala para meus amigos e subi correndo. Vesti uma roupa confortável, fiz uma maquiagem e soltei os cabelos me perfumando. Peguei minha bolsa e desci correndo.

- Pronto. – pulei o último degrau e sorri.

- Vamos? – Emmett indagou empolgado e todos assentiram.

- Tchau tio. – Rose se despediu do meu pai e todos acenaram para ele.

- Tchau crianças, se cuidem. – ele abriu a porta para nós.

- Tchau pai. – beijei seu rosto e sai.

Fomos todos no jipe do Emmett conversando animadamente. Chegamos à casa de boliche em pouco tempo e assim que estacionamos avistei o carro do Edward próximo ao nosso.

Entramos e ele estava nos aguardando no hall de entrada. Respirei fundo e mentalizei: Se controla Bella. Não vai dar na cara que está contente em vê-lo. Alice pulou no pescoço do irmão assim que o viu, quase o derrubando. Edward retribuiu o abraço sorrindo e se afastou para abraçar o Emmett, que o levantou do chão com a maior facilidade do mundo. Cumprimentou a Rose e o Jasper e eu fiquei num canto, disfarçando e olhando o local.

- Vem Bellinha, vamos entrar. – Alice me puxou pelo braço e eu quase cai.


Encomendamos uma pista, colocamos o tênis especial e começamos a decidir as equipes. Para não dar briga na escolha, jogamos dedos iguais, parecendo crianças. Na minha equipe ficamos eu, Jasper e Edward. Programamos as equipes na tela e começamos a jogar.

- Eu não levo jeito para isso. – comentei olhando a bola entrar na canaleta.

- Na sua próxima jogada eu te mostro um jeito fácil de jogar. – Edward disse me olhando. Todos ficaram espantados, afinal aquele foi o primeiro momento que trocamos olhares e palavras na noite. Eu assenti a ele e vi que conteve um sorriso.

Alice pulava a cada jogada, vibrando quando conseguia acertar alguns pinos. Rose estava na mesma situação que eu, mal conseguia acertar os pinos. Os meninos jogavam bem e minha equipe acabou levando vantagem na pontuação. Chegou a minha vez, peguei uma das bolas e fui até a pista.

- Faz assim – Edward ficou atrás de mim e pegou minha mão que segurava a bola – Quando você arremessa sua bola costuma jogar para a direita, então mire para o lado contrário. Não pense em acertar o pino do meio e sim os do lado. – escutei o que ele explicou, mas não processei. Só sentia o arrepio que tomou conta do meu corpo com ele falando baixo ao meu ouvido. - Está com frio? – indagou com tom de deboche olhando meu braço arrepiado.

- Não. – respondi sem o olhar. Ele se afastou e eu me concentrei na jogada. Mirei para esquerda como ele havia falado e joguei.

A bola foi indo, indo, e derrubou todos os pinos. Eu não acreditei e comecei a pular de alegria. Todos vibraram junto comigo, e no impulso da alegria pulei no pescoço do Edward comemorando.

- Ops... Desculpe por isso. – disse baixo ao seu ouvido e me afastei.

- Tudo bem, não tem problema. – ele sorriu levemente.

- Eu vou pegar algo para beber. – avisei Alice e fui até a lanchonete próxima a pista.

Pedi uma água e sentei no balcão.

- Bellinha... – Alice sentou ao meu lado – Você está desconfortável com o Ed aqui não é?

- Não Ali está tudo bem. Já faz dois meses, o Ed agora é só um amigo. – olhei para a pista e o vi jogando.

- Sério mesmo? – me fitou em dúvida.

- Sério amiga, não se preocupe comigo. Agora me diga como vocês estão? – apontei para o Jass.

- Bellinha a cada dia que passa fico mais apaixonada tenho até medo.

- Medo do que amiga? O Jasper é doido por você, dá para perceber de longe isso.

- Eu sei, é que esse sentimento é novo para mim, nunca gostei de alguém como gosto dele. - Alice olhou para a pista acenando para Jasper, que lhe mandou um beijo.

- Fico muito feliz por você Alice. – ela me fitou e sorriu.

- E o seu coração? – pegou minha mão a apertando.

- Ainda bate por ele – olhei para Edward novamente.

- Sabe Bellinha, eu conheço meu irmão bem o suficiente para dizer que o dele também ainda bate por você.

- Por que acha isso? – perguntei fingindo não acreditar.

- A forma como ele ainda te olha, vocês dois quando estão no mesmo ambiente irradiam uma força especial, parece que não conseguem ficar longe por muito tempo um do outro. Sinceramente não sei como conseguiram ficar longe todo esse tempo.

- Não é fácil Alice, mas eu me contento em vê-lo no colégio e no trabalho. – menti.

- ALICE. – Olhamos para pista e Emmet a chamava. Era a vez dela de jogar.

- Vamos voltar. – Alice revirou os olhos levantando e eu a acompanhei.


Ficamos jogando por mais duas horas e depois da dica de Edward nossa equipe venceu todas as partidas. Bolamos até uma dança de comemoração. Paramos de jogar depois que Emmett começou a resmungar que não ganhava nada e que estávamos roubando o jogo. Fomos jantar logo depois e resolvemos ir num rodízio de pizza. Ficamos batendo papo enquanto Edward e Emmett competiam para ver quem comia mais pizza. Não sei por que Edward aceitou, o grandão come demais, não sei onde cabe tanta comida.


(...)


Quarta – feira

Estava no quarto olhando desatenta para o meu computador pensando no final de semana. Edward e eu fomos até o parque da cidade e passamos o domingo por lá, conversando, caminhando, e ele até levou o seu violão. Durante o dia senti que ele tentava uma aproximação maior entre nós dois, mas me esquivei de suas tentativas.

Estava desanimada por não conseguir nenhum progresso em achar o bendito investigador. Cliquei no site de busca para procurar mais contatos, a página habitual de resultados se abriu e um anúncio apareceu no canto superior esquerdo.


Investigador Privado. Realiza investigações conjugais,
comerciais e desaparecimentos, pessoa séria, sigilosa,
profissional e de confiança.

O anúncio tinha um telefone para contato e nada mais. Não sei explicar, mas minha intuição falou mais alto e eu anotei o número. Olhei para o meu relógio e marcava cinco e quarenta da tarde. Será que eu tento? Resolvi ligar, não custava nada e como já estava desanimada não iria fazer diferença se não desse certo. Tocou três vezes e um homem atendeu.

- Escritório Jonathan Merlkey.

- Boa tarde. Esse número é do escritório de investigação?

- Sim, em que posso ajudá-la?

- Gostaria de falar com o investigador responsável pelo caso do Sr. Richard Antony Cullen.

- Richard Cullen? Não tenho lembrança deste caso, é recente?

- Na verdade não.

- Cullen, esse sobrenome não me estranho. É possível que tenha sido meu sócio que o tenha atendido, mas ele não trabalha mais aqui.

- Você teria como confirmar para mim? Qual o nome dele?

- Seu nome é Gregory Hans, aguarde um momento que vou verificar no arquivo.

- Ok eu aguardo. – o silêncio se fez do outro lado e eu fiquei na expectativa.

- Senhorita aqui consta que esse caso é de alto sigilo, só podendo ser fornecido informações ao próprio cliente.

- Entendo. Você não teria o telefone de contato do Sr. Gregory?

- Não tenho permissão para lhe passar essa informação. Você fala da parte do Sr. Cullen?

- É... Sim falo. Está certo então, obrigado pela atenção.

- Só um momento senhorita, qual o seu nome? - Fiquei nervosa e desliguei na cara do rapaz.

Olhei para o papel que havia anotado o nome do investigador. Dei graças por ter conseguido essa informação, o problema agora é conseguir contato com ele. Liguei para o Bruno para contar a novidade. Ele ficou contente e comentou que tem um primo que trabalha na polícia de Los Angeles que talvez pudesse nos ajudar a localizá-lo. Passei o nome para ele e torci para que desse algum resultado.

Sexta – feira

Edward estava terminando de catalogar alguns livros da seção de História Antiga e eu o ajudava.

- Bella quer jantar comigo hoje? – olhei para ele franzindo a testa. Normalmente só nos víamos no final de semana.

- Jantar? – ele assentiu e eu sorri. - Que... – comecei a responder e meu celular tocou – Alô? Oi Bruno. – Edward fechou a cara na hora. Fiz sinal com a mão pedindo licença e me afastei.

Bruno me contou que seu primo havia conseguido o telefone e o endereço do investigador. Meu sorriso mal cabia no rosto quando desliguei o celular. Voltei para perto do Edward e fui terminar de responder.

- Então quero jantar sim. – confirmei o olhando.

- Não recebeu um convite melhor? – indagou ironicamente. Wow!

- Não, não recebi. – brinquei.

- E você fala isso numa boa? – ele não entendeu minha brincadeira.

- Ed nada é melhor do que a sua companhia... De amigo. – ele bufou jogando o livro em cima de sua mesa e levantou indo para o banheiro.

Por que será que ele ficou assim? Eu heim. Alguns estudantes pediram minha ajuda e eu resolvi deixar pra lá.


Sábado pela manhã

Tranquei a porta do meu quarto e peguei o telefone sem fio. Disquei o número do investigador e aguardei.

- Pronto.

- Quem fala, por favor?

- Você quer falar com quem? – perguntou rudemente.

- Com Gregory Hans.

- Sobre o que seria?

- A respeito de um caso.

- Qual a sua graça?

- Isabella Swan.

- Pois não Isabella, é ele quem fala. Em que lhe posso ser útil?

- Sr. Gregory gostaria de conversar sobre um caso que o Sr. investigou a alguns anos atrás.

- Certo, foi a seu pedido mesmo?

- Na verdade não. Foi a pedido do Sr. Richard Cullen. – ele ficou em silêncio por longos segundos. - Sr. Gregory ainda está aí?

- Não posso lhe passar nenhuma informação sobre o caso. – disse convicto.

- Sr. Gregory na verdade não quero saber sobre o caso. Veja, aconteceu uma injustiça com essa história e só o Sr. pode me ajudar.

- Isabella não vejo como posso lhe ajudar, tudo o que investiguei foi passado paro o Sr. Richard.

- Sim, mas ele usou de má com suas informações. – silêncio novamente.

- Desculpe Isabella realmente não posso ajudá-la, e se eu fosse você não insistiria.

- Por que diz isso?

- Não sabe com quem está brincando. Passar bem. – desligou na minha cara.

Bufei de raiva. Sujeito mais mal educado. Tentei ligar de novo, mas ele não atendeu. Que droga! Por que esse sigilo todo? Agora ferrou tudo, como é que vou provar essa injustiça? Fui até a cozinha tomar água para me acalmar e pensar. Eu tinha uma segunda opção, mas estava relutante até mesmo em pensar sobre isso.

Resolvi terminar meus afazeres de casa e parar de pensar um pouco nisso. Limpei a casa, lavei algumas roupas e fiz um almoço básico por que estava sozinha, para variar. Meu pai agora não sai mais da casa do Billy e Renesme também não desgruda do Jacob.

Já era de tarde e cogitei em ir ver o Edward, mas depois do mau humor durante o jantar de ontem pensei seriamente. Troquei os canais na TV uma centena de vezes, sem interesse algum. Na verdade meu único interesse estava a vinte minutos de distância dali. Desliguei a TV e corri para o banho.

Vesti-me, sequei os cabelos e fiz uma maquiagem um pouco mais forte. Peguei minha bolsa e sai de casa indo para Port Angeles. Virei à esquerda na avenida principal para estacionar o carro próximo ao hotel e deparei-me com uma cena nada agradável. Edward estava acompanhado por alguns rapazes e carregavam o carro esportivo dele com caixotes de madeira, numa ruela sem movimento a duas quadras do hotel. Eles terminaram de carregar o carro e partiram em alta velocidade.

Fiquei intrigada com aquilo. O que será que tem naqueles caixotes? E por que Edward estava com o carro esportivo dele? Um monte de hipóteses ruins me veio à cabeça. Droga, droga, droga. Será que ele estava mexendo com alguma coisa ilícita de novo? O pior de tudo é que minha ajuda não estava resultando em nada.

Fiquei uns dez minutos parada e pensando. Resolvi ir até um café próximo e passar o tempo. Talvez não seja nada demais, eu posso estar errada. Ele deve ter saído com alguns amigos, afinal eu não sou a única pessoa na vida dele. Pensei em ligar para ele várias vezes, peguei o celular e fiquei olhando o visor com o seu número. Não me agüentei e liguei.

- Alô?

- Oi Ed.

- Oi Bella. – escutei algumas risadas ao fundo.

- Tudo bem?

- Tudo e você?

- Também, só me sentindo sozinha.

- É mesmo? Eu... – escutei as risadas ficarem distantes – Também estou me sentindo sozinho, estou assistindo TV. – Respirei fundo e contei até dez para não perguntar porque estava mentindo para mim.

- Pensei em fazermos algo hoje, quase fui até aí. – me controlei para não parecer deboche.

- Bella me desculpe, mas eu...

- Edward vem logo para cá. – escutei uma mulher lhe chamar. Não consegui me segurar.

- Sozinho não é mesmo? – ri – Boa noite Edward. – desliguei na cara dele.

Uma coisa que eu não suporto é mentira, ainda mais vindo dele. Paguei meu café e resolvi caminhar para ver se minha raiva passava. Meu celular não parava de tocar e me segurei para não atender.

 Que situação mais irritante essa em que você se encontra heim Isabella? Você não tem direito nenhum de cobrar alguma coisa dele, não se esqueça do seu objetivo, está apenas o ajudando. E daí se ele estiver com alguém? Que droga!

Quer saber do que mais? Ele provavelmente acha que eu estou bufando de raiva, o que não deixa de ser verdade, e que estou me descabelando por causa disso, mas não vou dar o gostinho a ele de me ver assim. Esperei um bom tempo e atendi.


- Alô? – fiz a melhor voz simpática possível.

- Bella por que desligou na minha cara? – Rá... Pergunta cretina.

- Percebi que tinha algo mais interessante para fazer.

- Bella me deixa explicar, eu... – o interrompi.

- Você não me deve explicações Ed. Eu só queria uma companhia, já que você encontrou uma melhor que a minha então vou deixar você em paz.

- Bella, por favor. Não é nada disso do que...

- Do que eu estou pensando? – completei – Eu não estou pensando nada Ed, não se incomode comigo. Aproveite sua noite ok?

- Isabella não ouse desligar de novo. – bufou do outro lado. Ele nunca me chamou de Isabella, mas relevei e resolvi continuar minha cena de pobre coitada.

- Eu sei o meu lugar, não vou te atrapalhar mais.

- Bella escuta, não fala assim. Droga, maldita hora que resolvi sair.

- Você tem que se divertir. Não existe só eu na sua vida, você tem outras pessoas para sair também. – escutei um barulho de porta ao fundo.

- Bella só você existe na minha vida.

- Isso não é verdade.

- Por que não? Para você eu não sou o único?

- Edward...

- Respondi Bella. – respirei fundo.

- Eu... Não quero confundir as coisas.

- Eu estou indo para ai.

- Para onde?

- Para sua casa, preciso ver você.

- Não estou em casa. – falei sem jeito.

- Onde você está? – Não ia falar que tinha vindo para cá por causa dele. Se ele sai com outras pessoas eu também vou fingir que saio. Que deprimente Isabella.

- Não queria ficar sozinha em casa então resolvi vir ao – olhei para frente e avistei o cinema - Cinema... Com um amigo. – menti na maior cara de pau. Escutei uma freada brusca e ele não falou nada. - Edward?

- Você ainda está com ele? – me sentia péssima em mentir.

- Não.

- Você esta em frente ao cinema?

- Sim, mas Ed não venha para cá, fique com seus amigos. – ele não respondeu e eu fiquei apreensiva.


Olhei para o lado e vi um carro preto parar bruscamente na minha frente.


- Entra Isabella.