Capítulo 18 - Por que Me Faz Te Desejar Tanto?

Música - The Calling - For You


BELLA POV


Meu coração acelerou ao sentir seus lábios nos meus novamente. Sentir seu gosto e seu calor que eu necessito tanto era como se tudo simplesmente sumisse. Meu corpo pedia essa aproximação, um choque de desejo e paixão tomou conta de mim. Ele retribui timidamente, mas pude perceber que sentia o mesmo que eu. Não entendia aquela minha atitude, sempre fui estudiosa e tinha medo de me meter em encrencas. Com ele tudo era diferente, eu não me importava com o que pudesse acontecer.

- O que está acontecendo aqui?

Afastei-me de seu beijo e olhei timidamente para figura a nossa frente. Era o Sr. Hitch, nosso professor de educação física.

- Isabella eu pensei que tivesse ido buscar gelo para o seu rosto? – nos puxou para fora do armário e olhou para os lados, verificando se estávamos sozinhos.

- Desculpe professor. Eu acabei encontrando o Edward no corredor e o Sr. sabe como é amor de adolescentes, sempre impetuoso, então acabamos parando aqui.

Ele nos olhou firmemente e sorriu. Edward não pronunciou uma palavra se quer. Bem, eu não sei como eu consegui falar algo nessa situação.

- Vocês têm sorte porque eu compreendo como é essa fase, se fosse outro professor não seria da mesma forma, então não quero mais vê-los aqui novamente. Entenderam? – Apenas acenamos com a cabeça.

- Agora voltem para suas salas.


Nos saímos dali a passos firmes e nos distanciamos da sala dos professores. Longe o bastante nos olhamos e começamos a rir.


- Você é maluca Bella, isso é fato. – me olhou calidamente.

- O que você queria que eu fizesse? Você não teve reação nenhuma, então fiz a primeira coisa que me passou pela cabeça. - A primeira e a que mais desejava.

- Por favor... não faça isso de novo. – pediu com tristeza e se aproximou de mim, tocando meu rosto.

- Vai me dizer o que estava fazendo lá? – essa aproximação não era razoável, tinha vontade de invadir sua boca novamente e matar minha saudade. Ele ficou pensativo e passou os dedos na região que eu havia levado a bolada.

- Ai.- reclamei.

- Sua falta de coordenação me surpreende. – ergueu uma sobrancelha e sorriu.

- Isso não foi culpa minha. Eu estava distraída. – distraída pensando nele. Mas eu tinha que parar com isso, ele não me queria mais. Não queria sofrer além do que já sofria.

- Eu... preciso pegar o gelo. – abaixei o olhar e sorri sem graça.

- Ok. – se afastou rapidamente como se tivesse despertado de um transe – Eu preciso ir. – abaixou a cabeça e sumiu pelo corredor.


Eu fiquei olhando o corredor vazio e pensando o porque dele estar fazendo aquilo, e a lembrança do que aconteceu na sala invadiu minha cabeça. Ele pegou alguma coisa e colocou na mochila. O que ele queria com aquilo? Fui até o refeitório e peguei um pouco de gelo. Coloquei na região que estava dolorida, sentei em uma das cadeiras e fechei os olhos pensativa.

Um clic se fez e eu saquei o que ele pretendia. A confusão no refeitório, e agora isso, ele quer chamar a atenção do pai dele, igual fazia antes. É isso! Ele quer arrumar confusão para atingir o pai dele. Ah, mas eu não vou deixar isso acontecer, o único prejudicado seria ele mesmo e não vou permitir que isso aconteça. Preciso descobrir o que é aquele papel que ele pegou.

(...)


Estava sentada na minha mesa no trabalho e não tirava os olhos da mochila do Edward. Precisava encontrar um jeito de ver o que era aquele papel. Ele e eu não havíamos conversado desde que chegamos e isso me deixava triste, quando conseguia algum progresso na aproximação, ele se afastava de novo.

Peguei alguns livros para cadastrar a devolução e vi que ele levantou e foi ao banheiro. Essa seria minha chance. Olhei para minha supervisora e a mesma estava distraída com alguns papéis, era perfeito. Mas e se ele me pegasse? O que eu falaria? A dúvida tomou conta de mim. Não, não posso pensar no e se, tenho que agir.

Cheguei próximo a sua mesa e abaixei disfarçadamente até sua mochila, me sentia uma criminosa fazendo aquilo. Abri o zíper e vasculhei rapidamente, tinha muita bagunça ali, não conseguia encontrar nenhum papel. Abri um zíper interno e ali estava o que eu queria. Peguei o papel e li de relance “Resultados Provas Semestrais”. Senti meu corpo gelar lendo aquilo.

Ele havia roubado o resultado das provas, era loucura. Se alguém o pegasse teria muitas complicações. Escutei o barulho da porta do banheiro e o guardei rapidamente, fechando o zíper em seguida.


- Bella? – Edward me olhou com estranheza. Eu ainda estava abaixada próxima a sua mesa. E agora? Pensa Bella, Pensa...

- Eu deixei cair minha lapiseira e não estou encontrando, você por um acaso não a viu? – fingi procurá-la debaixo de sua mesa.

- É... não, eu não a vi. – me ajudou a procurar também.

- Ah deixa pra lá. Qualquer hora eu encontro. – disfarcei dando de ombros e voltei para minha mesa.


Edward ficou me olhando não entendo tudo aquilo, mas depois voltou a trabalhar. Pronto Bella, agora você já sabe. O que vai fazer a respeito? Não tinha a mínima idéia, só sabia que precisaria pensar em algo o mais rápido possível.

(...)

Fiquei até tarde pensado o que fazer e acabei me atrasando para o colégio. Até minha irmã eu não precisava mais chamar, Jacob realmente estava fazendo milagres com ela. Cheguei ao estacionamento e o sinal já havia tocado, não havia mais ninguém ali. Saí correndo e fui em direção à secretaria pedir um passe para entrar na aula. O diretor e o Professor Rafael estavam saindo.


- Na hora do intervalo faremos uma revista em todos os armários e mochilas. Quem roubou os resultados vai se dar muito mal. – disse o diretor. Uma onda de medo tomou conta de mim.

- Eu vou avisar todos os professores e pedir que fiquem atentos. – o Professor Rafael se pronunciou e saiu em direção a sua turma.


Eu entrei na secretaria e pedi um passe à senhorita Manson. Eu nem prestei atenção no que ela falou, estava apenas pensando no que fazer. Peguei o papel de suas mãos e sai voando de lá. Eu tinha que tirar aquilo da mochila dele de qualquer jeito. Mas como? Precisava distraí-lo. Olhei o relógio e vi que já estava acabando a primeira aula, então corri para turma em que ele estava e o esperei sair.

- Edward? – o puxei pela mão.

- Bella? O que está fazendo aqui?

- Eu preciso de ajuda. – falei ofegante fingindo falta de ar.

- O que foi? Aconteceu alguma coisa? – tinha preocupação em sua voz.

- Eu preciso sentar. – apontei para uma das cadeiras no corredor.

- Claro. – segurou minha cintura e me sentou na cadeira.

- Eu preciso de um pouco de água. Poderia pegar para mim? – coloquei a mão no peito ainda interpretando.

- Tudo bem, eu já volto. – me olhou ainda com preocupação e saiu com a mochila nas costas.

- Não. – quase gritei e ele franziu a testa – Deixa sua mochila aqui assim vai mais rápido, eu realmente preciso de um pouco d’água. – Não dava para ser mais direita Bella?

- Certo, eu não me demoro. – colocou a mochila na cadeira ao meu lado e saiu correndo pelo corredor.

Eu abri sua mochila e peguei o papel, escondendo no bolso da minha. Agradeci aos céus por ter sido tão fácil.

- Pronto aqui está? – me entregou a água e eu bebi. Até que aquilo me acalmou.

- Está melhor? – sentou ao meu lado e segurou minha mão.

- Estou sim, obrigado. Deve ter sido a agitação, vim correndo porque acabei me atrasando hoje. – sorri sem graça.

- Você me assustou, pensei que estava tendo um ataque de asma ou sei lá o que. – colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e me fitou sorrindo. Porque ele ainda era tão carinhoso comigo?

- Desculpe por isso. Eu preciso voltar para sala. – soltei de sua mão e me levantei. Precisava me livrar desse papel sem que ninguém visse.

- É... eu também. – levantou, pegou sua mochila e saiu em direção à sala.


Eu me virei para tentar encontrar algum lugar para jogar aquilo, mas foi tarde demais, o sinal tocou em seguida. A agitação tomou conta dos corredores, os professores orientavam os alunos a irem para os seus armários e os inspetores os ajudavam. A merda estava feita, não teria como me livrar daquilo. Que ótimo Bella, agora vai se ferrar por causa dele.

Por incrível que pareça isso não estava me incomodando, realmente Edward Cullen tinha tirado minha sanidade. A única coisa que pensei foi em desapontar meu pai, mas ele entenderia meus motivos, assim espero. Cheguei até o meu armário e olhei para os meus amigos, todos tínhamos os armários próximos. Edward parou em frente ao dele e me olhou com tristeza, já estava habituada aquele olhar e isso me matava por dentro, saber que ele não estava feliz, que só fazia aquilo porque estava perdido.

Eu respirei fundo, e esperei o inspetor olhar minhas coisas. Eu fiquei me perguntando até onde eu iria para ajudá-lo, o quanto eu estava disposta a fazer para pelo menos estar perto dele. Tudo, absolutamente tudo que estiver ao meu alcance, porque é ele que amo mais do que tudo, até mais do que eu mesma. Será que é loucura pensar assim?

O inspetor terminou de olhar a mochila do menino ao meu lado e pediu que abrisse meu armário, eu prontamente o fiz.

- Ok, agora por favor, abra sua mochila.

Eu a peguei, olhei mais uma vez para Edward e sorri, ele franziu a testa não entendo minha atitude. Abri minha mochila e o deixei vasculhar. Não vou mentir, nessa hora senti medo e preocupação, afinal eu não costumava fazer isso tipo de coisa. O inspetor achou a droga do papel e me olhou com desprezo.

- Me acompanhe mocinha. – me pegou pelo braço e me puxou pelo corredor.

Meus amigos me olharam com rostos confusos, sem entender o que estava acontecendo. Edward também parecia surpreso e pude vê-lo vasculhando dentro de sua mochila e me olhando desacreditado. Eu abaixei a cabeça e segui até a sala do diretor.

Entrei na secretaria e o inspetor pediu que eu ficasse aguardando. Podia ouvir os murmúrios dos alunos do lado de fora. O diretor me chamou e pediu que eu sentasse.

- Isabella pode me explicar isso? – levantou o papel com os resultados nas mãos.

- Eu... – na verdade não sabia o que explicar.

- Eu de fato não entendo sua atitude. Sempre foi uma ótima aluna, nunca causou problemas. O que aconteceu? – o amor aconteceu, só isso...

- Eu só... – fomos interrompidos por alguém berrando do lado de fora.


“Ela não fez aquilo, será que dá pra entender” – era a voz de Edward.

“Você não pode entrar Sr. Cullen, volte para sua sala.”

“Por favor, me deixem falar com o diretor” – sentia angústia em sua voz.

“Agora Sr. Cullen.” – o silêncio se fez em seguida.


- Sabe algo sobre isso? – perguntou se referindo sobre o que havíamos escutado.

- Não, ele... só tem uma paixão platônica por mim. No mínimo queria assumir a culpa, onde já se viu ser louco desse jeito? – sorri sem graça.

- Bem Isabella, continue sua explicação.

- Eu só fiz isso porque estou um pouco sobrecarregada esse ano. Eu preciso muito passar na prova de aceitação da universidade, então não aguentei a pressão e resolvi facilitar as coisas. – tentei passar toda convicção possível.

- Pois bem, sabe que terei que chamar seu pai aqui. – eu assenti – Isso seria caso para uma expulsão Isabella, mas como sempre foi uma boa aluna e entendo sua preocupação com os estudos vou lhe dar uma advertência que ficará anexa ao seu histórico, e terá que cumprir três semanas de detenção ajudando nas atividades do colégio.

- Ok. – não consegui responder nada além disso.

- Vou pedir para a senhorita Manson ligar para seu pai. Pode ficar aguardando na secretaria.

Sai de sua sala, sentei e fiquei esperando meu pai chegar. Agora que tudo passou a única coisa que pensava era no que meu pai iria pensar de mim. Ele sempre confiou em mim e agora eu o desapontaria. Não demorou muito e lá estava ele, me olhando confuso. A senhorita Manson autorizou minha saída e nós fomos para fora do colégio, sem pronunciar uma palavra.


- Pai? – tentei quebrar o gelo.

- Venha Bella, precisamos conversar. Me siga com seu carro. – eu não contrariei e entrei no carro.


Seguimos pela avenida principal de Forks e paramos em frente a um café muito tradicional da cidade. Tínhamos o costume de tomar o café da manhã ali todos os sábados quando mamãe ainda era viva. Entramos e sentamos próximo a mesa que costumávamos sentar.

- Pai, porque me trouxe aqui? – olhei seus olhos e ali tinha tristeza e o maldito desapontamento.

- Filha, eu sei que não sou um pai exemplar desde que tudo aconteceu, mas eu juro que tenho tentado. – me partiu o coração vê-lo falar assim.

- Pai para com isso, você sempre foi ótimo com nós duas. Isso não é sua culpa.

- O que aconteceu Bella, você sempre foi tão madura e agora isso?

- Eu tenho uma boa explicação pai, eu só espero que entenda meus motivos.

- Vou tentar. – me olhou esperando que eu começasse.

- É por causa do Edward pai.

- Por que eu tinha a leve impressão que você ia dizer isso? Deixa eu pedir um café antes.

- Pai! Posso continuar ou não? – fingi ultraje.

- Pode. – fez sinal com a mão para que eu prosseguisse.

- Então tá. Veja, tudo isso aconteceu porque... – contei tudo o que havia acontecido entre Edward e eu, até mesmo do término do namoro. Nunca escondi nada do meu pai, não seria agora que isso aconteceria.

- Bella eu não entendo porque fez isso mesmo sabendo que ele não quer mais saber de você? – ouvir aquilo do meu pai foi como um tapa na cara.

- Pai ele precisa de ajuda, só está inseguro por causa da situação com o pai dele. Independente se ele gosta ou não de mim, eu sinto que preciso estar perto dele, entende?

- Você é igualzinha sua mãe. – tomou um gole do café e sorriu – Sempre se anulando para ajudar os outros. Eu não te recrimino por isso filha, só peço que encontre uma outra forma de ajudar sem que isso prejudique sua vida.

- Eu vou tentar pai, juro que vou. – seu olhar já estava mais sereno. Fiquei feliz por compartilhar isso com ele.

- Bella preciso te perguntar uma coisa. Esse namoro da Renesme com o Jake é coisa séria?

- Eles se gostam muito pai, mas para falar a verdade eu não tenho conversado muito com ela sobre isso.

- É... eu não sei como falar sobre isso, você sabe eu não seria a pessoa ideal para... – senti que ele estava um pouco sem graça.

- Para falar sobre sexo, é isso? – ele arregalou os olhos e só concordou com a cabeça.

- Pode deixar que eu converso com ela. Na verdade a gente sempre conversou, mas agora que está namorando é outra história. – eu sorri e ele ficou mais desconfortável ainda.

Meu pai nunca conversou abertamente sobre isso comigo. Tudo o que sei hoje é graças a mãe da Rosálie que sempre conversou comigo, e levou nos duas a nossa primeira consulta ao ginecologista. Sobre sexo não sou nenhuma expert, Mike e eu só aproveitamos bastante as preliminares e quando digo bastante, leia-se quase às vias de fato mesmo. Não tinha pudor algum em falar sobre isso com a minha irmã, e agora ela já estava na idade de se consultar com um médico.

Meu pai precisava voltar para o trabalho. Terminamos nosso café, nos despedimos e eu fui para casa. Meu pai não falou nada em me castigar, acho que porque se sentia culpado em não estar tão presente o quanto gostaria em nossas vidas. Já era quase horário do almoço, minha irmã chegaria logo e com certeza me encheria de perguntas.

Eu realmente não estava com vontade de dar explicações novamente. Minha cabeça estava em outro lugar, na hora que eu teria que encarar Edward no serviço e eu não tinha um bom pressentimento quanto à isso. Renesme chegou e já foi logo me intimando por explicações, eu mudei de assunto e perguntei sobre ela e o Jake. Me contou que estavam se dando super bem e comentei que gostaria de conversar com ela quando chegasse em casa.

Ajeitamos a cozinha juntas e eu fui me arrumar para sair. Olhei meu celular e tinha ligações da Alice, Rose e do Bruno. Resolvi retornar para as meninas mais tarde e liguei para o Bruno, fazia tempo que não conversávamos. Desliguei, peguei minhas chaves e sai para o trabalho. No caminho eu estava sentindo uma coisa muito estranha, igual aquelas crianças arteiras que fazem algo de errado e ficam esperando os pais chamarem a atenção. Eu tinha certeza que Edward ia brigar comigo, mas eu tinha que me mostrar firme e não dar bola para o que ele falar.

Estacionei o carro e ele já estava lá, com uma cara nada boa. Sai do carro contando os passos, peguei a chave da biblioteca e abri a porta sem ao menos olhar para ele. Surpreendentemente ele não se pronunciou, apenas entrou e sentou à sua mesa ligando seu computador. Eu fiz o mesmo e agi normalmente, exceto por sentir seus olhos em cima de mim a todo instante, para onde eu ia ele me acompanhava. Seus olhos tinham um brilho diferente do que hoje pela manhã, não conseguia decifrá-los.

O momento que eu tanto evitei finalmente chegou, era final de expediente e Edward e eu estávamos sozinhos. Hoje ele não foi embora rapidamente como nos dias anteriores, ele se quer levantou de sua cadeira. Eu comecei a arrumar minhas coisas para ir embora, quando ele me interrompeu.


- Bella, não acha que me deve explicações? – parou na minha frente e me olhou com aquele mesmo brilho nos olhos. Eu juro que esperei tudo, até que ele berrasse comigo, não que me perguntasse dessa forma tão calma.

- Explicações? Sobre o que? – é claro que me fazer de desentendida não vai funcionar, mas pelo menos eu ganho tempo.

- Você sabe do que eu estou falando. Falta de ar? Porque fez aquilo?

- Não podia permitir que se encrencasse Ed. – abaixei a cabeça com vergonha por tê-lo enganado.

- Você não tinha o direito de fazer isso. – não tinha rispidez em sua voz e sim, gratidão?

- Não Ed, você não tem o direito de querer se prejudicar dessa forma. Eu fiz isso porque não quero ter ver sofrer. – o encarei e ele baixou o olhar envergonhado.

- E como você acha que eu me sinto agora Bella? Sabendo que eu causei tudo isso pra você.

- Eu não me importo com o que eu fiz, faria dezenas de vezes da mesma forma. – ele me olhou incrédulo.

- Você é absurda Bella, como pode dizer isso. – passou as mãos no cabelo e se aproximou de mim.

- Edward me dói ver como você está, sempre com o olhar triste e desanimado, eu entendi o que está tentando fazer. Essa não é a melhor forma de resolver as coisas.

- Você não entendi Bella. Não sabe o que eu estou passando. Ninguém pode entender. – a mesma tristeza voltou aos seus olhos. O que o incomodava tanto?

- Me deixe entender, é tudo o que mais quero. Me deixa te ajudar. – me aproximei tocando seu rosto. Ele respirou fundo e fechou os olhos.

- Bella... por favor... se afaste de mim... e esquece o que senti por mim, porque eu já o fiz. – abriu os olhos e se afastou.

Eu fiquei sem saber o que dizer. Ele pegou suas coisas e foi embora. Mais uma vez aquela dor no peito idiota voltara. Então ele não me amava mais... Se ele tivesse agido de outra forma não teria me atingido tanto. É claro que ele já tinha me esquecido, ele nunca confiou em mim, nunca se apegou como eu. Pra ele deve ter sido fácil, pra mim é praticamente impossível. Eu ainda tinha esperança que ele sentia o mesmo, ele demonstrava que ainda sentia, mas eu me enganei.

Prometi para mim mesma que não ia chorar. Eu tinha ciência que não tínhamos mais nada, só estava fazendo aquilo para ajudá-lo, nada mais. Peguei minhas coisas e fui para casa. Fiz algo para jantarmos, mas acabei não comendo nada. Subi para tomar um banho e logo depois fui conversar com minha irmã.

- Oi pequena, posso entrar? – bati na porta e a olhei. Ela estava no celular e só fez sinal para que eu entrasse.

- Também te amo Jake. Até amanhã. Um beijo. – desligou e abriu um sorriso no rosto.

- Ai que melação vocês dois heim. – fiz cara de nojo e ela riu.

- Ah Bells, o Jake é tão fofo. A gente se entende tão bem sabe?

- Posso imaginar. – sentei ao seu lado na cama.

- Então, você falou que queria conversar comigo.

- Quero sim. Eu queria que você fosse ao ginecologista comigo.

- Ah tá tudo bem, quando é sua consulta? – perguntou despreocupada.

- Na verdade a sua consulta é para a semana que vem.

- Minha? Não entendi Bells.

- Renesme você já está na idade de ir ao médico, e agora que está namorando tem que pensar em um método contraceptivo.

- Credo Bella, eu não to pensando em transar com o Jake agora.

- Eu sei, mas você vai querer quando se sentir pronta para isso, então tem que estar preparada.

- Ah Bells porque eu não posso tomar o mesmo anticoncepcional que você, sabe que não gosto de médicos.

- Pequena cada pessoa tem um corpo diferente, o que é bom para mim pode não ser pra você, por isso tem que ir conversar com o médico. Você vai gostar da Dra. Fátima ela é muito querida.

- Bom tudo bem. Já que você diz então eu vou, mas você vai comigo né?

- Vou sim, pode deixar. – dei um beijo em seu rosto e levantei.

- Bella papai me contou sobre o Edward. – eu abaixei a cabeça – E eu entendo se não quiser conversar sobre isso, é só pra dizer que se precisar eu estou aqui ok?

- Ok pequena. Eu vou deitar agora. Amanhã tenho muita coisa para fazer, Alice vai tomar todo o meu dia com os preparativos da festa. – fui até a porta e a olhei – Dê uma olhada no seu guarda-roupa tem algo para você vestir amanhã. – eu fechei a porta e fui para meu quarto.

- Ahhhhhhhh.... – escutei minha irmã gritar pelo corredor invadindo meu quarto.

- Obrigado Bella, é lindo. – pulou na minha cama e me abraçou.

- Que bom que gostou, achei a sua cara.

- O que foi? Por que está gritando? – era meu pai nos olhando preocupado da porta. Nós duas começamos a rir.

(...)


Hoje era a festa de aniversário da Alice. Meu dia começou bem cedo, Jasper pediu que eu o acompanhasse à uma joalheria, pois queria comprar as alianças de namoro para dar a ela. Ele escolheu um modelo muito bonito, tinha certeza que ela iria adorar. Voltamos direto para o clube ajudar nos preparativos finais. Todos já estavam por lá inclusive Edward. Eu prometi para mim mesma que iria seguir o seu conselho e ficar longe dele, e foi exatamente o que eu fiz. Evitava estar na presença dele o máximo possível.

Na hora do almoço as meninas me puxaram para uma lanchonete para eu explicar o tinha acontecido no colégio, eu sabia que não poderia escapar, então contei tudo à elas. Eu queria evitar de falar sobre isso, só fazia com que eu me sentisse pior do que já estava.

Deixamos tudo pronto e eu voltei para casa para me arrumar. Tomei um banho bem demorado, fiz uma escova no cabelo e uma maquiagem um pouco mais forte que o comum. Coloquei meu vestido e me olhei no espelho.

- Uau. Nem parece eu mesma. – estava admirada com a mudança. Era uma pena eu não estar completa, a felicidade não chegava ao meu rosto.

Olhei o relógio e já estava quase na hora de sair. Desci para ver se minha irmã já estava pronta.

- Nossa que linda que você está pequena. – ela estava sentando no sofá junto com Jake.

- Obrigada. – se levantou e veio ver meu vestido. Jake a acompanhou.

- Com todo respeito – Jake piscou para Renesme - Você também tá uma gata Bells.

- Obrigado Jake.

- Você vai com a gente? – Renesme perguntou.

- Não, vou com meu carro mesmo, não estou muito animada hoje, talvez volte mais cedo pra casa.

- Ah deixa disso Bells. Vamos dançar a noite toda você vai ver. – Jake tentou me animar, em vão.

- Então vamos? – fui pegar a chave do carro.

- Vamos.

- Tchau pai. – Renesme deu um beijo no papai e saiu.

- Tchau Charlie.- Jake se despediu e saiu logo atrás.

- Tchau pai. – o beijei também.

- Filha vê se curti um pouco ok? Não gosto de ver esse rostinho triste. – eu apenas sorri e sai fechando a porta.



EDWARD POV


Hoje seria mais um dia de tortura para mim. Na verdade depois que briguei com meu pai todos os meus dias tem sido torturantes. Os três dias que fiquei longe de todos foram os piores dias da minha vida, em especial porque fiquei longe dela, o amor da minha vida. Cada minuto que passava eu não conseguia tirá-la da minha cabeça.

Meu pai disse coisas horríveis para mim durante nossa briga e agora mais do que nunca, eu queria dar motivos para as palavras deles. Eu tinha consciência que isso não ia ajudar em nada, mas eu conseguiria o meu objetivo, que era feri-lo assim como fez comigo. Se eu fizesse isso faria outras pessoas sofrerem também, inclusive ela. Eu não poderia deixar isso acontecer, e a única forma de fazer isso seria terminar com ela e me afastar o máximo que eu puder.

Na minha cabeça ficar longe dela estava fora de cogitação, eu definitivamente não conseguiria, mas eu tinha que ser forte e levar minha decisão adiante. Fui procurá-la em sua casa e quando cheguei a vi saindo. Segui seu carro até seu destino final, o penhasco que ela havia me levado. Aquele lugar trazia muitas lembranças boas e isso só dificultava as coisas.

Fiquei horas dentro do carro numa batalha interna, tentando sair de lá e fazer o que tinha que ser feito. Respirei fundo e fui ao seu encontro. Ela estava sentada admirando a paisagem. Minha vontade era de chamá-la, abraça-la e beijá-la para matar a saudade que queimava dentro de mim. Ela por algum motivo sabia que eu estava ali, olhou em minha direção sorrindo e correu para os meus braços.

Senti-la perto do meu corpo me trazia paz novamente, o seu calor me acalmava. Eu a apertei forte, desejando que tudo que estava errado na minha vida desaparecesse e eu pudesse ficar assim com ela, para sempre. A realidade voltou a mim quando ela me encheu de perguntas, e eu me concentrei novamente no que tinha que fazer. Terminar com ela acabou comigo, eu mal conseguia falar e a cada instante desviava de seu olhar para não desistir do meu propósito. Ouvi-la dizer que estava arrependida de ter dito que me amava me desconcertou, e eu me declarei para ela no momento mais infeliz da minha vida. Realmente não existia um cara mais idiota do que eu.

Ela tirou minha sanidade quando começou a chorar, aquilo só fez o buraco que tinha no meu peito crescer mais ainda. Eu senti aquilo na mesma noite que ela se declarou para mim, quando chorou por causa do que meu pai havia dito. Eu estava tão envergonhado pela atitude dele que não consegui retribuir a declaração. Fiquei tão agitado quando cheguei em casa, que a única coisa que pensava era que eu tinha que encontrar uma forma de sair o quanto antes da casa do meu pai.
Naquela madrugada aconteceriam duas corridas importantíssimas e rolaria muito dinheiro. Liguei para a Lauren e pedi para ir à sua casa, estava deixando meu carro escondido em sua garagem para ninguém descobrir. Eu venci as duas corridas aquela noite e cheguei esgotado em casa. Pedi que Alice entregasse um bilhete para a Bella me desculpando por não buscá-la naquela manhã. Eu estava decidido a me abrir com ela e contar o que eu estava fazendo. Acordei acabado e foi o que bastou para o meu pai me olhar e começar a discussão, eu não agüentando mais ouvir seus desaforos revidei e falei tudo o que estava entalado na garganta à muito tempo. Ele por saber que eu estava falando muitas verdades não quis mais escuta-las e me expulsou de casa.

A lembrança das palavras dele foi o que me segurou para não voltar atrás em minha decisão. Bella é tão generosa que não quis que eu pedisse dispensa do trabalho, preferiria ficar ao lado da pessoa que a fez sofrer. Aquilo na verdade foi um alívio para mim, só o fato de estar ao seu lado já acalmaria meu coração. Ela pediu explicações sobre onde eu estava e se voltaríamos a nos vermos, eu simplesmente falei que voltaria para o colégio.

Naquela noite eu não dormi, revirava na cama lembrando dela chorando por minha causa. Levantei sem vontade e fui para o colégio. Eu tentaria evitá-la para não cair na tentação, então fiquei dentro do meu carro ouvindo música. Escutei alguém bater a porta com força e vi que era ela, havia percebido que queria ignorá-la. Por conspiração do destino teríamos a primeira aula juntos, eu tentei ao máximo nem olhar para ela.

No intervalo fui sentar com o Alec e a Lauren, não suportaria sentar com ela, ter que passar as tardes ao seu lado sem poder beijá-la já seria provação o suficiente do meu autocontrole. Tentava me distrair com a conversa dos dois, mas não conseguia evitar olhar para ela, aqueles olhos de chocolate me deixavam hipnotizados. Decide por meu plano em prática, tudo o que meu pai queria ele iria ter. Peguei um pote de molho que havia pego e virei o jogando na direção da mesa dos professores, mas para o meu azar Bella estava passando nessa mesma hora. Senti meu estômago revirar por tê-la acertado. Peguei um guardanapo e fui ao seu encontro tentando me desculpar, ela não queria acreditar em mim e acabou pegando uma torta e sujando minha camiseta.

Eu não acreditei no que ela tinha feito e por dentro me deu vontade de rir do jeito impulsivo dela, mas quando dei por mim estava no meio de uma guerra de comida. Morri de dar risada quando algo gosmento acertou sua cabeça, ela não deixou por menos e pegou uma bandeja inteira e jogou na minha direção, eu desviei e a mesma acertou o diretor.

Fomos parar na sala de detenção. Foram duas horas de tortura. Ela começou a resmungar sobre sua blusa, e eu me desculpei mais uma vez e acho que acabou acreditando, porque logo depois ficamos em silêncio absoluto. Minha vontade era de mandar tudo para o espaço e beijá-la ali mesmo. Estava me sentindo um tarado pelos pensamentos nada puritanos com ela. O sinal tocou e eu sai correndo dali antes que cometesse uma loucura.

A semana demorou para passar. Tentava evitar a Bella o tempo todo e quando ia para o hotel que estava hospedado, os ponteiros do relógio pareciam estagnados. Desejava estar com a minha família e principalmente ao lado dela. Bella parecia sentir que eu não estava bem com aquilo e me convidou para ir ao shopping com ela, e o restante do pessoal. Acabei aceitando meio receoso, mas acabou sendo muito divertido. Conversamos despreocupadamente e demos muitas risadas, e a única certeza que eu tinha era que só ficava feliz ao seu lado.

Precisava dar continuidade ao meu plano e hoje eu iria entrar na sala dos professores e pegar o resultado das provas do semestre. Tomei cuidado para ninguém me ver e entrei na sala para procurar o papel com os resultados. Tomei um puta susto quando vi Bella atrás de mim. Fiquei enlouquecido por vê-la aí, e até pensei que era uma pegadinha do destino, tudo que eu tentava fazer de errado ela tinha que aparecer para estragar. Fechei o arquivo e escondi o papel em minha mochila. Tentei tirar Bella dali, mas ela como sempre, muito teimosa, resolveu pedir explicações. Escutamos alguém entrando e eu corri com ela para o armário de casacos.

Fiquei me xingando mentalmente por não ter tomado cuidado o suficiente. O perfume dela tomou conta daquele lugar apertado e minhas faculdades mentais se esvaíram completamente. Ela cochichou algo e pedi que ficasse quieta encostando meus dedos em seus lábios quentes e macios, só piorando minha situação. Ela também parecia não estar confortável com aquilo. Eu tentei brigar com ela, mas foi em vão, não consigo sentir nada de ruim por ela. Encostei minha testa na dela na tentativa de saciar minha vontade de tê-la próximo a mim, e rápido demais nos separamos, quando escutamos alguém falar e seríamos pegos. Ela me olhou como se esperasse uma solução, só que eu não conseguia pensar em absolutamente nada que não fosse ela. De súbito ela pediu que eu a beijasse e eu fiquei confuso, quando dei por mim ela já estava me beijando.

Sentir seus lábios novamente foi surreal, naquele momento eu sabia que não conseguiria viver sem eles, sem seu gosto, seu cheiro e seu corpo. Nos separamos quando fomos surpreendidos pelo professor de educação física, eu não consegui pronunciar nenhuma palavra, ainda estava atordoado. Por sorte e pela absurda explicação da Bella ele nos dispensou e nos mandou para a sala. Quando estávamos longe o bastante nos olhamos e começamos a rir um pouco menos nervosos.

Eu a chamei de maluca por agir daquele jeito e a olhei com toda paixão existente em mim. Pedi que não fizesse aquilo novamente e toquei seu rosto, observando uma região que estava avermelhada, ela reclamou da dor e eu ri do seu jeito descoordenado. Eu ainda estava sedento por ela e me aproximar assim não era saudável, eu tinha consciência, mas era mais forte do que eu. Eu queria beijá-la por horas e horas, mas fui desperto por ela quando notei que não estava a vontade com aquilo. É claro que não estaria, afinal eu tinha terminado com ela.

No dia seguinte eu estava esperando pelo momento que o diretor daria por falta do resultado das provas, assim eu conseguiria o que queria. Estava saindo da aula de inglês quando Bella me chamou pedindo ajuda, ela parecia estar com falta de ar. Eu a ajudei a sentar e fui buscar um pouco de água. Quando voltei ela já parecia melhor, ela me explicou que havia corrido porque estava atrasada, talvez fosse esse o motivo do mal estar. Eu segurei sua mão e a acalmei, ela logo se afastou e eu fui para a sala. Coincidência ou não o sinal bateu e uma agitação se formou.

Escutei os professores falando que era para irmos para os nossos armários e aguardar, eu logo deduzi que eles haviam descoberto. Cheguei ao meu armário e olhei para Bella com tristeza. Ao mesmo tempo que eu queria fazer aquilo, eu não queria que ela se decepcionasse comigo. O inspetor começou a olhar o armário dela e logo em seguida pediu para abrir a mochila. Ela por algum motivo que não consegui entender olhou para mim e sorriu. Escutei o inspetor falar algo e pegar em seu braço, a arrastando pelo corredor.

Pudi ver em suas mãos um papel e me liguei no que ela havia feito. Olhei dentro da minha mochila e o papel não estava mais ali, a olhei sem acreditar no que estava acontecendo. Um sentimento de angústia tomou conta de mim, minha respiração começou a faltar quando a vi entrando na sala do diretor. Ela era mais maluca do que eu pensava, iria levar a culpa para me proteger, quando eu estava tentando fazer isso desde o dia que terminei com ela.

Corri para a secretaria explicar que aquilo tinha sido um engano, mas foi em vão, ninguém me escutou. O sentimento de impotência em não poder ajudá-la como fez comigo, me enlouqueceu. Aproveitei a agitação e fui embora, precisa me acalmar. Pensei várias vezes em chegar ao serviço e confrontá-la, mas de nada adiantaria, hoje eu comprovei que ela de fato não vai desistir de mim, e isso só faz eu amá-la ainda mais.

Eu tinha que fazê-la entender que precisava se afastar de mim e só havia uma forma. Cheguei adiantado a biblioteca e fiquei esperando ela chegar. Ela mal me olhou quando veio abrir a porta, provavelmente por esperar que eu fosse brigar com ela. Entrei normalmente, liguei meu computador e ali eu fiquei o restante do dia. Eu a acompanhava com o olhar a todo instante, pensando o quanto ela pode me amar ao ponto de se anular ao meu favor. Isso só fez meu coração doer pensando no que eu estava prestes a fazer.

Estávamos sozinhos e a vi arrumando suas coisas para ir embora, então resolvi conversar com ela.



- Bella, não acha que me deve explicações? – perguntei calmamente e parei a sua frente.

- Explicações? Sobre o que? – estava tentando fugir do assunto.

- Você sabe do que eu estou falando. Falta de ar? Porque fez aquilo? – só de lembrar me deixava doido.

- Não podia permitir que se encrencasse Ed. – abaixou a cabeça envergonhada. Como eu queria abraça-la nesse momento.

- Você não tinha o direito de fazer isso. – ao mesmo tempo que dizia isso agradecia por ela gostar tanto de mim.

- Não Ed, você não tem o direito de querer se prejudicar dessa forma. Eu fiz isso porque não quero ter ver sofrer. – eu queria a mesma coisa.

- E como você acha que eu me sinto agora Bella? Sabendo que eu causei tudo isso pra você.

- Eu não me importo com o que eu fiz, faria dezenas de vezes da mesma forma. – eu não podia acreditar que estava falando aquilo. Ela tem algum problema só pode. Aquilo me deixou nervoso.

- Você é absurda Bella, como pode dizer isso? – me aproximei dela.

- Edward me dói ver como você está, sempre com o olhar triste e desanimado, eu entendi o que está tentando fazer. Essa não é a melhor forma de resolver as coisas.

- Você não entendi Bella. Não sabe o que eu estou passando. Ninguém pode entender. – e de fato ninguém podia. Mas eu a queria tanto ao meu lado.

- Me deixe entender, é tudo o que mais quero. Me deixa te ajudar. – me pediu com súplica nos olhos e tocou meu rosto, minha pele queimou com seu toque e meu corpo inteiro se arrepiou. Só ela fazia aquilo comigo, e eu desejava nunca deixar de sentir isso, me sentir amado tão incondicionalmente.

Podia ver que ela estava sofrendo tanto quanto eu. Estava disposto a não fazê-la mais sofrer por mim. Respirei fundo e fechei meus olhos, se ela me olhasse saberia que eu estava mentindo. Tomei coragem e falei.

- Bella... por favor... se afaste de mim... e esquece o que senti por mim, porque eu já o fiz.

Abri meus olhos e sai dali rapidamente, com o coração totalmente devastado em falar aquilo. Ouvindo que eu não a amava mais seria a única forma de afastá-la de mim. Aquela noite eu chorei igual uma criança, angustiado por causa daquilo tudo. Acordei acabado, sem vontade alguma de levantar, mas minha adorável irmã precisava de mim e me ligou às seis horas da manhã. Fui para o salão do clube e me distrai ajudando nos com os últimos preparativos.

Bella não demorou a chegar e pude perceber que ela seguiu meu pedido, me evitou a todo custo. Fui para o hotel me arrumar e voltei para a festa. Algumas pessoas já haviam chego. Eu fui até o bar e peguei uma bebida, só assim para aguentar a noite, quando meu desejo era estar sozinho e sofrendo calado. Minha irmã estava recepcionando alguns convidados, então Jasper e Emmett me acompanharam na bebida.

Olhei em direção a entrada e fiquei alucinado com a imagem que vi. Bella estava mais linda do que nunca, num vestido preto tomara que caia, que marcava suas curvas e deixava suas pernas quase que totalmente a mostra. Pelo Amor de Deus... era hoje que eu perderia meu juízo. Pedi mais uma bebida e tomei num gole só.

- Boa sorte irmãozinho. – Emmett deu um tapa nas minhas costas olhando para ela.

- Caraca, amigo você tá perdido essa noite. – Meu amigo e meu irmão são muitos animadores não acham?

Ela olhou para os lados e depois em nossa direção. Percebeu que eu a estava olhando e desviou o olhar. Apontou para uma mesa conversando com sua irmã, e foram se sentar. Eu também fui sentar numa mesa afastada, com alguns primos que tinham vindo da Califórnia especialmente para o aniversário.

Não tirava os olhos dela, vê-la linda daquele jeito só piorou as coisas. Ela levantou e foi para pista de dança com minha irmã, Rose e Jéssica. Todos os garotos esticavam o pescoço para olhá-la, aquilo me incomodou profundamente. Ela dançava com muita desenvoltura e entusiasmo, mas isso estava presente somente em seu corpo, seu rosto não transparecia felicidade.

Meu autocontrole foi testado quando um garoto se aproximou dela e começaram a dançar juntos. Ele a olhava com malícia. Me mexi na cadeira e me controlei para não levantar dali. Ele pegou em sua cintura e a puxou para mais próximo, nesse momento eu comecei a contar até mil para não sair dali e socar a cara dele. Ela falou algo em seu ouvido e foi em direção ao bar. Eu não mais suportando ficar ali longe dela fui até lá.

- Não tinha um vestido mais curto para você vir? – perguntei na lata mesmo. Não tinha direito nenhum de lhe cobrar alguma coisa, mas foi mais forte do que eu.

- Eu gosto dele assim. – respondeu simplesmente sem ao menos me olhar.

- Você e a metade dos garotos da festa. – falei com debochei.

- Você não pode me cobrar nada. – pegou sua bebida e me deixou sozinho.


Bem feito Edward, quem mandou? Agora aguenta. Voltei para minha mesa e tentei me acalmar novamente. Bella tinha voltado para a pista e continuou dançando com aquele idiota. Eu só imaginava ele voando para o outro lado do salão com o soco que eu desejava tanto lhe dar. Minha prima Irina me despertou, me convidando para dançar. Eu aceitei, não queria ficar ali a noite inteira atormentado por aquilo.

Eu só tinha esquecido um pequeno detalhe. Minha prima sempre teve uma paixão platônica por mim, então a coisa não ia prestar. Começamos a dançar e a todo momento ela aproveitava para se esfregar em mim, não que eu não gostasse, afinal de contas eu sou homem, mas a cara que a Bella estava fazendo vendo aquilo me tirou o sossego.

Ela provavelmente achou que eu estava fazendo aquilo para lhe fazer ciúmes, e começou a se esfregar no cara também. Puta merda... Respira Edward, respira... Ninguém podia toca-la daquele jeito, ela é a minha Bella de mais ninguém. Um sentimento possessivo tomou conta de mim. Começou a tocar uma música lenta, tudo para ajudar o meu estado. Irina voou com as mãos em volta do meu pescoço me apertando. Bella fez a mesma e o cara se aproveitou, passando a mão em sua coxa. Ela tentou se afastar e ele a segurou, meu sangue ferveu na hora. Não pensei duas vezes.

- Larga ela agora. – me aproximei do cara o empurrando.

- Ei, quem você pensa que é cara? – o engraçadinho veio querendo me bater.

- Epa vamos parar com isso que ninguém quer estragar a festa, não é mesmo? – Jasper interveio e nos afastou.

Bella saiu correndo do salão e eu fui atrás dela.

- Bella espera. – ela não parou, continuou a andar a passos largos – Por favor, espera.

- O que você quer Edward, não ficou satisfeito em estragar minha noite? – olhou para trás me encarando.

- Bella ele estava se aproveitando de você. – tinha raiva só de lembrar.

- E o que você tem a ver com isso? Não estava aproveitando com aquela lambisgóia também?

- A Irina é minha prima Bella, nada demais. – tentei me explicar. Eu sabia que aquilo não ia dar certo.

- Pois ela não parecia ser só sua prima. – falou irônica.

- E você? Não estava aproveitando e fazendo o mesmo com aquele cara? – perguntei sarcástico.

- Eu não estava fazendo nada demais, foi você que começou tudo aquilo. Ah quer saber? Eu não sei nem porque estou lhe dando satisfações.

- Se você não estivesse tão... tão linda e desejável nada disso tinha acontecido. Você não sabe como me senti vendo você perto daquele cara Bella. – não tinha vergonha em demonstrar meus ciúmes.

- Eu não te entendo Edward, juro que não. Foi você que pediu para eu me afastar.

- Eu sei, eu só... não estou conseguindo...- olhei em seus olhos e fiquei hipnotizado mais uma vez por sua beleza. Ela retribui o olhar ternamente.

Um desejo enorme de beijá-la tomou conta de mim, e quando percebi ela correu em minha direção e pulou em pescoço, selando seus lábios aos meus. Aquele beijo tinha tudo, saudade, paixão, amor, desejo e ansiedade. Ansiedade por ter nossos corpos tão perto novamente, sentia uma onda de eletricidade tomar conta de mim. Ela me beijava com urgência como se quisesse dissipar toma a saudade existente entre nós.

Eu parei o beijo e a puxei para uma sala mais afastada, para termos privacidade. Invadi sua boca novamente sugando sua língua sedento por seu gosto. A puxei para mais perto, não queria distância alguma entre nós. Comecei a beijar seu queixo, seu pescoço, sua orelha e seu ombro, precisava sentir novamente o gosto da sua pele. Ela respondeu agarrando meus cabelos e lambendo minha orelha com a ponta da língua, descendo até meu pescoço. Aquilo me enlouquecia, sentia minha pele queimar, meu corpo inteiro estava queimando por ela. Sentia que ela queria aquilo tanto quanto eu.

Eu estava entorpecido em senti-la assim tão entregue a mim. Minhas mãos tinham vida própria e exploravam todo seu corpo. A encostei contra a parede e afastei suas pernas com a minha, levantando vagarosamente seu vestido e acariciando o interior de suas coxas. Podia sentir o calor de sua excitação e aquilo me enlouquecia mais ainda, me tirando o juízo. Eu queria amá-la ali de corpo e alma, só precisava de seu consentimento. Parei o beijo e olhei em seus olhos, eles pareciam querer dizer muitas coisas naquele momento, ela apenas sorriu e assentiu com a cabeça. Eu a beijei apaixonadamente, querendo mostrar todo o amor existente em mim.

Abri o zíper de seu vestido e o desci delicadamente deixando seus seios à mostra. Eram lindos como tudo nela, fiquei os admirando por tanta beleza, definitivamente ela era minha perdição, meu vício. Ela resmungou em protesto por eu ter parado, eu sorri e a beijei novamente, acariciando seus seios com as mãos. Desci minha boca dando beijos molhados até seu seio esquerdo, o mordendo levemente e lambendo como um louco apaixonado, a sentindo arfar com meus carinhos. Eu a queria para mim, sentir que ela era só minha. Precisava matar o desejo que me consumia ardentemente, ela mexia demais comigo, me deixava sem chão e fazia eu me sentir um libertino, um devasso sem controle.


- Bella, por que me faz te desejar tanto? – perguntei ofegante olhando em seus olhos.

- A pergunta certa, é porque você me deseja tanto, mesmo não me querendo? – ouvir aquilo me despertou para a realidade.


 





 



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