Capítulo 32 - Uma Noite Para se Guardar no Coração, Para Sempre Parte 1
CARLISLE POV
Desde o dia da festa de aniversário de Edward eu me sinto o pior ser humano da face da Terra. Os meus atos naquele dia foram imperdoáveis e desprezíveis. Foi por me sentir assim que resolvi tomar a decisão mais dura e importante de toda minha vida, a de me separar de Esme. Por mais que meu coração diga que eu estou agindo errado, essa é a única maneira que encontrei de me libertar de toda amargura e dor que venho sentindo todos esses anos.
Eu tentei esquecer tudo isso e deixar para trás todo o meu rancor naquele dia, porém quando vi Esme se declarando naquela manhã, tudo voltou com mais fervor ao meu peito. A vergonha que senti de meu filho por presenciar mais uma vez o meu descontrole, foi a gota d’água para mim. Suas palavras duras me fizeram enxergar que, por ser egoísta demais, acabei deixando meus filhos de lado por um casamento que há anos já está acabado.
Depois daquele dia nunca mais coloquei uma gota de álcool na boca e percebi que meus filhos são tudo em minha vida, e que não perderia mais um dia se quer da vida deles. Conversei com meu advogado e pedi que mandasse uma intimação a Esme, para tratarmos de nosso divórcio. Foi difícil assinar todos aqueles papéis, não vou negar, mas não podia voltar a ser fraco novamente.
Conversei com Alice e Emmett e pedi a eles para conhecer melhor seus amigos e descobri que eles estão até mesmo namorando. Minha pequena Alice já não é mais minha garotinha indefesa, e sim uma mulher decidida e cheia de vida e alegria. Emmett sempre foi agarrado comigo. Lembro que quando era pequeno lhe dei um bonequinho dizendo que o mesmo lhe protegeria de tudo que ele tem medo, e por mais engraçado que seja isso o mantêm forte até hoje. Vejo que ele ainda é um pouco inseguro para enfrentar o mundo, mas tenho certeza que será um grande homem. Edward dos três sempre foi o mais independente e ativo. Desde pequeno nos alegrava com suas conquistas e atitudes nobres. Quando o acompanhei em sua primeira vitória nas corridas que participava, vi que ele nos daria muito orgulho e que se tornaria uma pessoa com um coração maravilhoso, porém por deixar a amargura me consumir nunca fui capaz de demonstrar esse orgulho para ele.
Meu dói todos os dias saber que meu filho não está debaixo de minhas asas, que ele sente raiva de mim por tudo de errado que fiz com ele. Quis tanto protegê-lo de tudo e de todos e no fim acabei o perdendo. O sufoquei com minhas atitudes e palavras impensadas e achei que o dinheiro poderia comprar o seu amor e felicidade. Arrependo-me por não o ter escutado, por não apoiá-lo e ainda mais por deixar que a raiva que sinto de seu verdadeiro pai, tomasse conta de meus sentimentos.
Todos os dias desde que Edward saiu de casa, eu saio do trabalho no hospital e fico parado em frente ao hotel em que está hospedado, travando uma luta interna e criando coragem para encará-lo e pedir perdão por tudo que fiz. Pedir para que volte para casa, para que possamos ser uma família novamente. Porém a vergonha e o medo de rejeição não me deixam sair dali para enfrentá-lo. Tenho receio que ele me menospreze e não queira mais ser meu filho.
Deus! Tenho tanto medo de perdê-lo. Gostaria de ser forte o suficiente para lhe contar toda a verdade e explicar minhas razões por agir como uma idiota durante todos esses anos. Durante esses meses em que tenho o acompanhado percebi que Isabella faz parte de sua vida. Por mais que eu tenha a tratado mal por querer interferir em assuntos doloridos para mim, percebi que ela é uma luz na vida de Edward. Ela transmite em seu semblante uma segurança e vontade de viver que me surpreende, e pude ver no rosto de meu filho, o brilho do amor e do bem querer. Ah esse brilho no olhar. Lembro de tê-lo visto quando me apaixonei por Esme desde o primeiro dia em que a vi.
Hoje esse brilho foi substituído por um sentimento de melancolia e tudo o que vivi com ela agora ficou no passado. É difícil ter que conviver com isso, pois eu não nunca mais consegui esquecer aquele dia fatídico. O dia em que fui em busca da verdade e descobri tudo pelas mãos de um investigador.
“A Sra. Esme realmente mantêm um caso com o Sr. Joshua e aqui estão os extratos de sua conta conjunta. Ela retirou dinheiro para bancar as extravagâncias de seu amante”.
As palavras daquele homem perambulam por minha mente todos os dias, e as fotos que ele me mostrou nunca mais foram esquecidas. Não! Chega Carlisle. Você não pode mais viver do passado.
Deixei as lembranças para trás e hoje marquei um jantar com os namorados de Alice e Emmett para conhecê-los melhor. Quero estar presente na vida deles e recuperar o tempo perdido. Rosálie e Jasper são muito agradáveis. Vejo que são jovens com uma cabeça boa e muito estudiosos. Alice tomou a iniciativa de me contar o que planejam para o próximo ano. Disse que pretendem cursar a mesma Universidade e dividirem o apartamento que temos na Califórnia. Essa idéia me agradou muito e tenho certeza que fará com que eles amadureçam e criem responsabilidades para encarar o que está por vir em suas vidas.
Gostaria que estivéssemos completos essa noite e que Edward estivesse compartilhando esse momento conosco.
- Pai. – Alice tocou meu braço me despertando – Também queria que ele estivesse aqui. – Eu sorri para ela concordando. É incrível como Alice é intuitiva e consegui captar nossos sentimentos.
- Paizão você concorda mesmo com a idéia de irmos morar no ap em Los Angeles? – Emmett indagou enquanto terminava de degustar seu prato.
- Claro Emmett. Acho que é uma idéia formidável. Se todos vão estudar por lá vai ser bom que compartilhem desse momento único em suas vidas. O apartamento é grande e tem tudo por perto. Só espero que não esqueçam o velho pai de vocês.
É duro para um pai admitir. Minha vontade é que meus filhos não saiam de perto de mim jamais, no entanto sei que os criamos para mundo.
- Oh pai não fala bobagem. – Alice levantou e veio me abraçar – Iremos vir te visitar sempre que pudermos. – Beijei sua testa e agradeci pelo seu carinho.
- É verdade paizão. Não pense que vai se livrar da gente tão fácil. – Emmett como sempre brincalhão nos fez rir.
- Jasper, Alice me contou que você é o editor do jornal do colégio. – ele deu um sorriso orgulhoso de si.
- Sim é verdade. Pretendo cursar jornalismo e trabalhar num jornal de renome.
- O Jass desde pequeno gostava de escrever. Sempre andava com um bloquinho de anotações no bolso para colocar suas idéias no papel. – Rosálie comentou sorrindo por lembrar essa fase.
O jantar estava muito agradável e ficamos conversando amenidades durante um tempo. Após fomos nos sentar a sala e continuar com a conversa. Assim que nos sentamos me assustei com um forte estrondo vindo da estrada próxima de casa.
- Pai você ouviu isso? – Alice me olhou aflita.
- Sim filha. Acho que foi um acidente de carro. – deduzi pelo barulho, levantei e fui até a janela da sala.
- Vamos dar uma olhada. Parece que foi próximo daqui. – Jasper disse se levantando também.
- Filha pega meu celular. Se alguém precisar de ajudar já chamamos o socorro. – Alice o pegou e saímos de casa para ver o que tinha acontecido.
Pedi que Bene acendesse as luzes de fora para visualizarmos melhor o caminho. Eu não sei o que senti naquele momento, mas algo me dizia que eu tinha que correr em direção daquele estrondo, e tomado por esse sentimento corri até o começo da estrada de chão batido.
A alguns metros da estrada, perto de uma árvore, avistei uma caminhonete capotada.
- Pai... – olhei para Alice que estava ao meu lado e seu semblante perdeu a cor – É a Bellinha pai. É a Bellinha.
Assim que ela pronunciou essas palavras me dei conta de que de fato conhecia aquela caminhonete e pedi que nada de grave tivesse acontecido aquela menina.
- Bella!!! – Emmett saiu em disparada gritando seu nome.
Assim que chegamos próximo a caminhonete me debrucei no chão do lado do motorista e avistei Isabella desacordada.
- Alice ligue para emergência e peça uma ambulância imediatamente. – olhei para minha filha e ela estava estática, sem reação. – Jasper. – ele entendeu meu pedido com o olhar e tirou o telefone das mãos de minha filha.
Olhei para Isabella novamente para analisar seu estado. Ela parecia muito machucada e estava presa nas ferragens.
- Emmett preciso de sua ajuda. Precisamos tirar a Isabella daqui, ela não pode ficar desse jeito enquanto a ajuda não chega. – meu filho e Jasper, após ter ligado para o socorro, se debruçaram no chão e com muito esforço conseguimos soltar o cinto de segurança.
- Como ela está pai? – Alice estava chorando abraçada a Rosálie.
- Eu não sei dizer filha. – respirei e fundo e tomei forças para continuar a ajudá-la - Meninos agora com muito cuidado preciso que me ajudem a tirá-la daqui. – me surpreendi naquele momento. Jasper e Emmett se mostraram firmes e seguros de si para me ajudar.
Conseguimos remover Isabella de dentro do carro, sempre cuidando para não movimentar muito seu corpo. Pedi que Alice e Rose trouxessem minha maca de atendimento, que uso nas palestras para os residentes, para acomodar o corpo de Isabella. Chequei seus sinais vitais e sua respiração. Ela estava respirando com dificuldade e examinei uma fratura em sua perna esquerda.
- Emmett segure a perna dela assim. Preciso estancar essa hemorragia. – tirei meu cinto da cintura e o envolvi na perna de Isabella, estancando seu sangramento.
A ambulância chegou após alguns minutos e a removeram rapidamente dali.
- Meninos eu vou acompanhá-la até o hospital. Preciso que liguem para o pai dela e avisem o que aconteceu.
- Pode deixar pai que nós avisamos. – Emmett já estava em seu carro e eu subi na ambulância para acompanhar Isabella.
Durante o caminho juntamente com o paramédico, auxiliei nos primeiros socorros e desejei mais uma vez que nada acontecesse a ela. Era estranha a sensação que tive ali dentro. Parecia que uma força maior conduzia meus atos e me dizia para salvar aquela menina. Chegamos ao Hospital Central em poucos minutos e partimos rumo à emergência. Precisei me ausentar por alguns instantes para assear-me e me preparar para os procedimentos médicos.
Percorri o corredor daquele hospital ansioso para estar próximo a ela e saber qual o seu estado clínico. Pelo que vi superficialmente ela não tinha muitos danos externos, mas meu medo e pela experiência de trabalhar há anos com casos como esse, era de que ela sofresse por alguma hemorragia interna ou algo pior.
- Pai! – despertei-me de meus pensamentos pela imagem aflita de meu filho. Edward vinha correndo ao meu encontro com o semblante triste e apavorado.
- Edward. – diminui a distância entre nós e corri ao seu encontro.
- Como ela está pai? Pelo amor de Deus me diga como ela está? – ele me abraçou fortemente como uma criança indefesa e desprotegida e eu me segurei para não chorar nos braços de meu filho.
- Eu ainda não sei filho. Precisei me ausentar e me preparar para entrar na sala de cirurgia.
- Cirurgia? Mas por quê?
- Ela tem uma hemorragia devida uma fratura na perna e precisamos controlá-la. Eu preciso ir Edward.
- Pai cuida dela. Por favor, cuida dela. – olhar meu filho naquele estado partiu meu coração, e ali constatei o quanto ela representa em sua vida. Tentando passar todo meu carinho e segurança ao meu filho, o abracei novamente.
- Eu cuidarei dela Edward, prometo que cuidarei. Fique tranqüilo. – o soltei do abraço e pedi num olhar silencioso aos seus irmãos, que estavam perto de nós, que cuidassem dele naquele instante.
- Dr. Carlisle os pertences da menina estão aqui. – o paramédico me mostrou a bolsa de Isabella.
- Alice leve isso para minha sala. – pedi e ela pegou a bolsa das mãos do paramédico.
Sai da sala de espera em disparada para o centro cirúrgico. Com a ajuda de uma das enfermeiras coloquei minhas vestimentas e preparei minha higiene para entrar na sala de cirurgia. Isabella estava respirando com a ajuda de aparelhos e recebendo a anestesia para dar inicio a cirurgia. Assim que contive seu sangramento, cuidei de sua fratura na perna e pedi que cuidassem de suas escoriações pelo corpo.
Retirei-me da sala e pedi que logo que terminassem a levassem para uma tomografia para realizarmos os demais exames. Foi constatado que ela tinha duas costelas quebradas e uma perfuração no pulmão direito, e precisaria mais uma vez entrar em cirurgia. Como essa cirurgia para a retirada dos fragmentos de seu pulmão era muito delicada, precisava pedir autorização para seu pai para realizar o procedimento.
Já me sentindo exausto pelas horas que estava ali fui de encontro ao seu pai para explicar o ocorrido.
- Sr. Swan? – me aproximei da sala de espera e avistei um Sr. conversando com Edward, deduzi que fosse o pai de Isabella.
- Sim. – o Sr. venho ao meu encontro juntamente com todos os presentes.
- Pai como a Bella está? Já faz horas que ela está ali dentro. – Edward pediu explicações e eu logo contei o que estava acontecendo.
- Sr. Swan é uma pena que tenhamos que nos conhecer num momento como esse, mas saiba que Isabella está em boas mãos. Nossa equipe é muito competente.
- Por favor, somente Charlie. Me diga Dr. o que acontecerá depois dessa cirurgia?
- Veja, nos conseguimos estabilizar seu quadro e assim que os fragmentos forem retirados ela já poderá ser encaminhada para UTI. Depois acompanharemos para ver como ela reagirá pós - cirurgia.
Todos estavam abalados com o acidente e procurei deixá-los a parte de tudo que estava acontecendo até ali. Após Charlie assinar a autorização, voltei para iniciar a operação de Isabella. A cirurgia era delicada e exigia muitos cuidados, mas graças a Deus tudo transcorreu bem e ela pode ser encaminhada ao centro de tratamento intensivo. Pedi que meu companheiro de equipe, o Dr. Sanches, contasse as boas noticias a todos enquanto finalizava tudo, e pudesse recobrar minhas forças e energias para acompanhar o período em que Isabella estivesse sob o efeito de sedativos.
Fui para minha sala a fim de descansar minha mente e corpo e tomar um café para me manter em alerta. Um alívio e uma sensação de dever cumprido tomaram conta de mim naquele instante em que estava sozinho. Agradeci aos céus por poder cumprir, pelo menos uma vez na vida, uma promessa que havia feito ao meu filho.
Sentei em minha mesa e avistei a bolsa de Isabella. Pensei em entregá-la a seu pai e a puxei para levá-la a ele e conversar sobre o estado de sua filha. Por um descuido deixei algo cair no chão.
“Ele me explicou que o filho dele não aceitou bem tudo aquilo e que me procuraria. Eu disse a ele que se isso acontecesse conversaria sobre tudo, assim entenderia os fatos, porém eu não sabia o que estava por vir. O Sr. Richard me contou o que havia dito ao filho e... Ofereceu-me uma quantia em dinheiro para confirmar sua versão”.
O que é isso? Peguei o objeto que havia caído e me deparei com um gravador.
“Ele pediu que confirmasse uma mentira não é mesmo? Que Esme na realidade estava o traindo”.
Era a voz de Isabella. Por Deus o que é isso?
“Sim. Ele disse que não a queria como nora e que se eu fizesse aquilo poderia até mesmo pensar em uma aposentadoria precoce. Eu me deixei levar pela tentação e quando o Sr. Carlisle me procurou eu confirmei a versão do Sr. Richard”.
Eu precisei me segurar para não desabar ao escutar aquilo. O que eu tinha em minhas mãos?
EDWARD POV
Após Bella ir embora eu fiquei me xingando por deixá-la sair naquele estado. Eu não podia ter permitido aquilo e se tivesse que amarrá-la para tirar essa angústia que está em meu peito nesse momento o teria feito. Maldita hora em que permiti que Lauren entrasse em meu quarto. Como eu podia imaginar que Bella viria aqui depois de presenciar aquela cena de ontem?
Após conversar com Charlie por alguns minutos ele me contou que Bella viajaria após sua festa de noivado. Eu achei aquilo estranho e resolvi prolongar o assunto. Ele aparentemente não sabia que Bella havia terminado comigo e comentou que Bruno e ela iriam para Califórnia.
Não sei dizer o que senti naquela hora, só posso afirmar que meu coração ficou pequeno e destroçado. Sai dali sem me despedir e refleti sobre aquilo. Por que ela viajaria com ele? O que eles farão nessa viajem? O tempo que ela me pediu era para isso? Para viajar com aquele idiota e se decidir se é com ele ou comigo que quer ficar?
Por ser fraco e ainda não acreditar em tudo aquilo, não consegui ir embora sem antes constatar com meus próprios olhos a verdade. Logo após a festa terminar avistei Bella partindo no carro de Bruno, sanando assim todas as dúvidas que tinha sobre sua decisão de terminar comigo.
Controlando minhas lágrimas e meu desespero fui embora dali o mais rápido possível. Chorei tanto aquela noite que desabei na cama e só acordei quando Lauren estava sendo anunciada pela recepção no dia seguinte. Meio grogue e me sentindo entorpecido a deixei entrar e logo perguntei o que estava fazendo ali. Ela me disse que tinhas boas novas e contou que eu havia sido aceito e passado nos testes da Jordan´s. Aquilo me deixou feliz, porém minha felicidade não estava completa por não poder dividir aquilo com quem eu mais queria.
Não queria ser inconveniente com Lauren que se mostrou contente com aquela notícia e me puxou para um abraço, mesmo que eu tivesse relutado por saber de suas intenções indevidas com a minha pessoa. Deixei-me levar pela animação e retribui o abraço de bom agrado, me permitindo curtir aquela notícia.
Percebi que Lauren fitava algo atrás de nós, mais precisamente em direção a porta do meu quarto e acompanhei seu olhar. Meu coração disparou ao ver Bella parada na porta com o semblante assustado e triste. Num átimo soltei Lauren e corri atrás da minha garota, que disparava a passos largos pelo corredor do hotel.
Fiquei desesperado por pensar que ela interpretasse aquilo de uma maneira errada e procurei logo esclarecer o ocorrido. Bella chorava desesperadamente e eu deixei que as lágrimas e o desespero de perdê-la tomassem conta de mim.
Após sua partida eu andava de um lado para o outro em meu quarto fitando meu celular a cada cinco minutos, esperando que Bella me ligasse, avisando que havia chego bem em casa. Sentei em minha cama e por um instante perdi o fôlego e meu coração bateu desesperado no peito. Nesse mesmo instante meu celular tocou e eu atendi rapidamente.
- Bella?
- Não Edward. É a Alice.
- Oi Lice. Olha só eu queria muito conversar, mas não vai dar. Eu estou esperando uma ligação da Bella.
- Ed eu preciso falar uma coisa.
- Maninha é sério mesmo eu não...
- A Bella não vai te ligar Ed. – Como assim? Será que a Bella a procurou e contou o que aconteceu?
- Olha Lice eu sei que a Bella deve estar chateada pelo aconteceu, mas é verdade o que eu falei pra ela e...
- Me escuta Edward. – eu parei no mesmo instante em que percebi Alice estava chorando.
- Alice por que está chorando? – me levantei sentindo uma dor no peito – Deixa eu falar com a Bella.
- Ela... Ela sofreu um acidente meu irmão. – parei de respirar no mesmo instante.
- O-o Que?
- Ela está aqui no hospital. O papai está cuidando dela. – eu não quis escutar mais nada. Desliguei o celular e corri pegar minha carteira e as chaves do carro.
Tudo passava como um borrão por mim e minha mente só estava focada em uma coisa, ver Bella em meus braços novamente. Não sei como cheguei ao hospital, acho que por instinto. Minha cabeça não funcionava com coerência e eu me deixei levar pelos sentimentos que me invadiam. Eu sentia medo de chegar naquele hospital e me dizerem que eu havia a perdido, medo de não vê-la nunca mais, medo de não ver seu sorriso uma vez mais e... Culpa.
Culpa por ter deixado que ela saísse transtornada dali. É por minha causa que ela estava naquele hospital. Procurei pela minha irmã e assim que a encontrei ela veio correndo me abraçar. Percebi que Emmett, Jass e Rosálie também estavam ali.
- Alice o que aconteceu? – a fitei com lágrimas nos olhos.
- Ela sofreu um acidente de carro. Não sabemos ainda como aconteceu. Nós estávamos em casa e escutamos um estrondo e fomos ver o que tinha acontecido. A encontramos na entrada da estradinha que dá para nossa casa Ed.
- E como ela esta? Ela está bem? – meu irmão veio me abraçar também.
- O papai está cuidando dela Edward. Estamos esperando por notícias.
- Eu preciso entrar ali e ver como ela está. – olhei para entrada permitida somente aos profissionais e me direcionei até ela, louco de vontade de ver minha Bella. Eles me seguraram me olhando com dor e desespero.
- Você não pode fazer isso irmão. Ela vai ficar bem. – Alice e Emmett me puxaram para sentar num banco que tinha por ali.
- É tudo culpa minha. – segurei meu rosto nas mãos e me deixei levar pelas lágrimas que insistiam em me dominar.
- Do que está falando? Isso não é culpa sua. – Alice segurou meu rosto e me encarou firmemente.
Nada ia me convencer do contrário. Eu só pedia a Deus para que ela estivesse bem e para que pudesse vê-la novamente. Depois de me acalmar um pouco avistei meu pai saindo da sala de preparação e corri para saber mais notícias. Implorei para que ele cuidasse dela e desejei que cumprisse sua promessa.
Diante de um momento como esse, percebi como existe uma linha tênue entre a vida e a morte. De repente tudo o que amamos está perto de nós, e num estalar de dedos podemos perder tudo aquilo que nos completa e nos dá força para viver. Fiquei imaginado Bella tão indefesa e precisando de cuidados e me senti impotente por não estar ao seu lado, cuidando dela. Horas se passaram e não tínhamos notícias, até que meu pai apareceu e explicou sobre outra cirurgia que ela precisava fazer. Aquilo só aumentou minha aflição.
Charlie já estava ali juntamente com Sue e autorizou que o procedimento fosse feito. A pior coisa nesses momentos é a espera, e como não tinha outro jeito, sentei-me no banco próximo e fiquei perdido em lembranças de Bella e eu.
Lembrei de todos os nossos momentos juntos, todas as palavras ditas, todos os olhares trocados. Visualizei seu olhar em minha mente e sorri ao vê-la tão viva em minhas lembranças. Algo dentro de mim dizia que ela ficaria bem, que ela não me deixaria.
- Posso saber o porquê desse sorriso lindo? – Alice sentou ao meu lado e acariciou meu rosto.
- Bella. – falei somente e ela sorriu também. – Sinto que ela está bem agora, Alice.
- Tenho certeza que sim meu irmão. – a abracei apertado e logo avistei um médico se aproximando.
- Charlie Swan? – o Dr. Indagou com um semblante cansado.
- Sim sou eu. – Charlie foi ao seu encontro e eu levantei rapidamente.
- Tenho notícias de Isabella. Sou o Dr. Sanches. – ele cumprimentou Charlie dando um meio sorriso e isso me animou.
- Como ela está? Minha filha está bem Dr.? – Charlie estava aflito e sofrendo como todos nós.
- Isabella acabou de sair da cirurgia e passa bem. Estamos a encaminhando para a UTI para ver como se comporta nas próximas quarenta e oito horas. – eu respirei fundo, aliviado por ouvir aquilo e todos demonstraram o mesmo contentamento.
- Quando poderemos vê-la Doutor? – questionei me aproximando do médico.
- Ela está sobre efeito dos sedativos e possivelmente só acordará amanhã, então as visitas só serão liberadas amanhã de tarde.
- Obrigada Doutor. – Charlie agradeceu e logo o médico se retirou. Sue o abraçou com lágrimas nos olhos.
- Ela está bem Ed. Ela está bem. – Alice começou a quicar feliz da vida. Todos os meus amigos, meus irmãos, a irmã da Bella e Jacob vieram ao meu encontro e nos abraçamos comemorando.
Meu único desejo agora era vê-la e abraçá-la com toda minha força. Depois de comemorarmos as boas noticias, enquanto esperávamos meu pai para conversarmos melhor, fomos até a cantina do hospital tomar um café e fazer um lanche. Já era de madrugada e todos precisavam se manter em pé para quando Bella for liberada para receber visitas.
- Ed? – minha irmã estava sentada ao meu lado enquanto os outros faziam seu pedido – Por que disse que era sua culpa Bella estar aqui? – eu abaixei meu olhar e me entristeci por lembrar o ocorrido.
- Bella foi até o hotel no final da tarde e... Lauren estava lá.
- O QUE? – Alice se engasgou com seu sanduíche.
- Alice não grita. – pedi tanto uns tapinhas em suas costas – Não é nada disso que está pensando.
- Eu espero mesmo Edward porque se não eu juro que mato você. – eu revirei os olhos e comecei a me explicar.
- Lauren foi até lá me contar que consegui passar nos testes e que entrei para a equipe. Ela me deu um abraço e eu relutante aceitei feliz com a notícia. – ela fez uma careta e eu ignorei – Só que a Bella nos viu. Eu expliquei tudo a ela e pedi que não fosse embora daquele jeito, mas ela não me deu ouvidos Alice.
- Eu não acredito nisso. Essa garota só atrapalha tudo Edward, mas espera... Por que a Bellinha estava indo até em casa?
- Possivelmente para me xingar ou então contar sobre... A viagem que ela fez. – minha irmã franziu o cenho não entendendo. – Você sabia que ela foi viajar com aquele amiguinho dela para a Califórnia ontem? – Alice arregalou os olhos e abriu a boca assustada.
- Viajar? Com o Bruni? De onde você tirou isso Edward?
- Charlie me contou durante a festa. Ele aparentemente não sabia que ela terminou comigo.
- Então foi por isso que saiu sem se despedir de ninguém? – assenti contrariado. Alice ficou pensativa por um instante e continuou – Não deve ser nada demais Edward, não pense bobagens. – Rá! É fácil falar quem está de fora. Ninguém sabe o eu estou sentindo com tudo isso.
- Então me explica por que ela terminou tudo e me pediu um tempo Alice? Ela está em dúvida do que senti por mim. – eu não queria admitir aquilo, mas me sentia cansado com toda aquela situação.
- Para com isso Edward. – Alice me encarou duramente – A Bellinha sabe muito bem o que quer e eu tenho certeza que ela não tem dúvida de nada. – minha irmã segurou minha mão me confortando - Não fique se atormentando com as dúvidas porque só vai piorar as coisas.
Eu queria continuar aquela conversa e me abrir com Alice, dizer sobre meus anseios e pedir um conselho para não pirar com tudo isso, porém fomos interrompidos pelos nossos amigos que se juntaram a nós.
Após lancharmos e ganhar mais energia e disposição para enfrentar a noite que logo chegaria ao fim, voltamos para sala de espera. Meu pai veio ao nosso encontro com um semblante inexplicável.
- Edward! – ele veio em minha direção e me abraçou inesperadamente. Meu pai sempre foi amoroso conosco, mas nos últimos anos receber um abraço ou um gesto de carinho dele era raro. Ele sempre estava ocupado demais, cansado demais ou bêbado demais. Olhei para meus irmãos sem entender sua atitude e retribui seu abraço, sentindo-me reconfortado e pensei no quanto senti falta do calor do abraço de meu pai. – Você está bem filho? Alice? Emmett? – eles se aproximaram e ele os abraçou também. – Vocês estão bem? Já lancharam?
Ok! O que está acontecendo? Eu perdi alguma coisa? Meu pai se preocupando conosco?
- Já pai. Acabamos de voltar da cantina. – Alice se explicou confusa por sua atitude.
- Que bom. – ele sorria o tempo todo e me abraçou de novo.
- Pai... O que aconteceu? – indaguei super confuso.
- Nada filho eu só... – ele suspirou afagando meus cabelos - Estou com saudades. – olhei para minha irmã buscando respostas e vi uma lágrima escorrer em seu rosto.
Eu queria dizer para ele muitas coisas de que senti saudades, mas me contive. O orgulho é uma merda mesmo.
- Eu... Também pai. – soltei sentindo meu coração apertado e um nó na garganta por receber aquele gesto tão inesperado dele.
-Dr. Carlisle? – meu pai me soltou do abraço e fitou Charlie atrás de nós – Como a Bella está?
- Por favor, somente Carlisle, afinal de contas nossos filhos são namorados não é mesmo? – meu pai disse com a maior naturalidade.
Agora eu tenho certeza de que perdi algo. Meu pai aceitando meu namoro com a Bella é algo no mínimo... Estranho.
- Ah sim, claro. – Charlie sorriu sem jeito e todos se dirigiram as poltronas e dois sofás da sala de espera.
- Isabella está bem. Acabei de vê-la e está respondendo bem aos medicamentos. Ela é uma menina muito forte Charlie.
- Obrigada Carlisle. Não tenho nem como agradecer tudo que está fazendo por ela.
- Acredite Charlie, sou que devo agradecer sua filha. – eu olhei para Alice e para meu irmão e eles estavam com a mesma cara de interrogação que eu.
- Pai será que eu poderia vê-la? – pedi como uma criança mimada. Estava louco para tocá-la e senti-la perto de mim, precisava disso para saber que ela estava de fato bem.
- Filho ela está dormindo.
- Por favor, pai. É só um pouco. – todos riram do meu jeito desesperado.
- Está bem. Venha comigo, mas é só um pouco. Eu nem podia permitir isso. – eu levantei na mesma hora com um sorriso bobo nos lábios.
Meu pai me guiou para uma ante-sala e precisei colocar um avental em cima de minha roupa, luvas e uma toca para protegê-la de qualquer bactéria. Meu coração pulava no peito pela expectativa de vê-la. Eu sei que não seria uma visão muito agradável, afinal estamos num hospital e já imaginava que pudesse estar bem machucada, porém não me importava com isso, só queria que ela soubesse que eu estava ali do lado dela, velando seu sono.
Entramos num corredor de acesso restrito e meu pai apontou em direção à sala que ela estava. A vi pelo enorme vidro de seu quarto e sorri no mesmo instante. Minha Bella estava ali, frágil e indefesa. Antes de entrar fitei meu pai me olhando com um brilho nos olhos e fiz o que meu coração mandava naquele momento.
- Obrigada pai. Obrigada por cuidar dela e por cumprir sua promessa. – o abracei fortemente, agradecido por ele estar ali naquele momento, não como médico e sim como meu pai.
- Obrigada por ser meu filho e não esqueça que eu te amo Edward. – ele me soltou do abraço com os olhos marejados – Agora vai lá ver sua garota. – eu sorri e corri para dentro daquele quarto.
Entrei vagarosamente, na ponta dos pés, na intenção de não acordá-la, por mais que eu soubesse que ela não acordaria naquela hora. O quarto estava gelado, o ambiente ali era frio e sem vida. A única luz presente ali era Bella.
Aproximei-me da cama e me assustei por vê-la envolvida por tubos e uma agulha pela qual o soro era administrado. Juro que fiquei com vontade de arrancar tudo aquilo dela. Seu semblante era sereno e ela ressonava tranquilamente. Seu lindo rosto tinha alguns arranhões, mas nada muito profundo. Sua perna esquerda estava engessada sobre um apoio e um cobertor leve envolvia seu corpo.
Eu peguei sua mão direita e a beijei levemente. Acariciei seu rosto desejando que ela sentisse que estava ali com ela. Meu coração se encheu de alegria e não consegui conter as lágrimas de felicidade por vê-la bem.
- Bella, amor. Estou aqui com você. – beijei sua mão novamente a sentindo gelada. – Você vai ficar bem minha vida. Está tudo bem agora. Eu amo você Bella, eu amo você. – me aproximei de seu rosto e beijei seus lábios levemente, feliz por estar ao lado da razão da minha vida, do meu anjo, da minha luz, da minha preciosidade.
BELLA POV
Como é bom poder acordar depois de uma noite de sono pesado e sem sonhos. Eu sentia vontade de me espreguiçar, no entanto sentia meu corpo pesado e não conseguia abrir meus olhos com facilidade. Eu tentava me mexer sem sucesso e meus olhos estavam pesados. Mas que coisa! Por que não consigo me mexer? Após um tempo nessa tentativa frustrada senti cócegas em meu rosto e um calor familiar.
Alguém pode me explicar por que estou me sentindo cansada mesmo depois de dormir um montão? O mesmo calor que fez cócegas em meu rosto estava agora presente em minha mão e senti vontade de rir. Era tão bom aquele quentinho, pois podia sentir meus pés gelados.
Tentei mais uma vez abrir meus olhos e respirei fundo. Opa! Tem alguma coisa na minha boca. O que é isso? Senti uma pressão em minha garganta e algo ser retirado dali quase me afogando. Por instinto meus pulmões pediram ar e eu respirei profundamente.
Agora chega! Onde é que eu estou? O que estão fazendo comigo?
Como num estalo lembrei-me de uma luz e um escuro repentino. As imagens começaram a se formar em minha mente e aos poucos me lembrei o que aconteceu. Edward, lágrimas, um carro, eu perdendo o controle e nada mais.
Oh Céus! Eu estou num hospital?
- Bella? – ouvi meu nome bem baixinho, como um sussurro. Reconheceria aquele voz à metros de distância. Era Edward, meu amor me chamando.
Vamos lá Bella tente acordar. Eu queria muito ver Edward novamente. Eu tenho uma vaga lembrança de ter acordado depois que sofri o acidente e várias imagens vieram a minha mente. Minha mãe, meu pai, minha irmã, Edward, meus amigos. Tudo passou muito rápido até que cai na inconsciência novamente com a imagem do meu anjo sorrindo pra mim.
Motivada por isso comecei forçando os dedinhos do pé e pude senti-los se movimentando em atrito com algo que me cobria, porém só sentia os dedos de um dos pés. Que estranho. Parti para os dedos da mão sentindo o calor da mão de Edward na minha e a pressionei levemente.
- Acorde, minha linda. – Edward pediu animado. Se ele soubesse como está sendo difícil.
Agora os olhos Bella. É fácil. Você faz isso todas as manhãs. Forcei minhas pálpebras e vagarosamente elas responderam meu comando. Comecei a piscar loucamente tentando me acostumar com a claridade que machucava meus olhos. Avistei algo cinza e deduzi ser o teto de onde estava.
Depois que meus olhos pararam de lacrimejar virei meu pescoço procurando por ele, o dono da voz que me chamava. Logo avistei seus lindos olhos me encarando com um sorriso no rosto.
- Oi. – minha voz saiu baixa e rouca. Eu sentia muito sede e estava com a boca seca.
- Oi. – Edward se aproximou acariciando meu rosto. Beijou timidamente meus lábios e me abraçou delicadamente. Como é bom sentir o calor de seu corpo. Ele se afastou e me fitou por um longo tempo e só então me dei conta... Eu estou em um hospital...
Ah eu devo estar horrível. Ele deve estar me achando uma bruxa. Meu cabelo deve estar parecendo uma juba de leão e meu hálito com certeza não deve estar dos melhores. Ah Bella para de paranóia afinal de contas você sofreu um acidente, queria o que? Estar super produzida?
- Que bom que está aqui. – sorri acariciando seus dedos - Devo estar com aparência horrível. – fiz uma careta que deve ter piorado meu visual e ele revirou os olhos fazendo pouco caso desse comentário.
- É que eu não tinha mais nada pra fazer, sabe? Então resolvi ficar aqui com você. – disse rindo divertido e eu belisquei sua mão – E a propósito – ele suspirou me encarando – Você é linda de qualquer jeito. – Pode parecer fútil, mas eu não me canso de ouvir Edward me chamar de linda.
- Bobo. – ri fracamente – E obrigada. – ele acariciou meu rosto contornando meus olhos, nariz e boca. Eu fechei meus olhos aproveitando seu carinho - Eu estou com sede. Será que eu posso tomar algo? – comentei me ajeitando na cama e me remexi com dificuldade sentindo uma dor em meu peito.
- Deixa eu te levantar um pouco para você ficar melhor e já te dou um pouco de água. – Um pouco? Eu poderia beber um caminhão pipa nesse instante.
Edward levantou um pouco minha cama e fiquei sentada de frente a ele. Foi ai que eu vi o porquê de não sentir direito minha perna esquerda. Ah não!
- Ed o que é aquilo no meu pé? – indaguei chorosa, mas já desconfiada de sua resposta.
- Você fraturou a perna. Precisará usar essa bota até que fique melhor e procure não se agitar muito. Acabou fraturando duas costelas e precisou ser operada. – explicou com um semblante preocupado e segurando um copo com um canudinho em minha frente. Eu não me atentei muito ao que ele disse só queria sentir o alivio da água em minha boca.
- Canudinho? – resmunguei e ele riu.
- Você ainda está fraca Bella. Precisa ser assim. – eu revirei os olhos e tomei logo a água para saciar minha sede. Credo até parece que fiquei num deserto por um mês.
- O que aconteceu Edward? Foi tão grave assim? – indaguei enquanto ele colocava o copo em cima de uma mesinha próxima a cama. Reparei que ali tinham algumas flores e balões coloridos. Aquilo tinha carinha de Alice.
- Bem, pelo que disseram você perdeu o controle do carro e acabou capotando. Você estava próximo da casa do meu pai e ele te socorreu. Precisa se cuidar porque fez uma cirurgia delicada. Por causa das costelas fraturadas alguns fragmentos foram retirados do seu pulmão, fora as escoriações. – Edward segurou minha mão novamente e seu rosto ficou triste, mas tinha algo mais em seu olhar que eu não consegui decifrar. – Bella... Eu senti tanto medo de te perder.
Ah se ele soubesse que eu também.
- Eu estou aqui. – contornei seu rosto com meus dedos reparando que ele estava com olheiras e traços de cansaço. – Mas não fique triste você não vai se livrar tão fácil assim de mim. – tentei descontrair e animá-lo um pouco.
- Não fala isso nem brincando, por favor. – Edward me abraçou, encontrou meus lábios novamente com desespero e eu me xinguei por brincar assim.
- Desculpe. Você sabe que odeio hospitais. – ele se afastou novamente tímido por ter me beijado e eu lembrei o porquê de estar agindo assim. Por que ele me beijaria na boca se não somos mais namorados? Como eu queria ter acordado num momento em que tudo já estivesse resolvido e poderia então beijá-lo o quanto quisesse. - Quando vou poder sair daqui? Me diga que hoje mesmo. – ele riu baixinho.
- Pelo menos mais quatro dias.
- Quatro dias? Não precisa tudo isso. – fiz uma careta e cruzei os braços com dificuldade.
- Minha Bella teimosa está de volta. – Edward descruzou meus braços e beijou minhas mãos se levantando.
- Aonde você vai? Não me deixa aqui.
- Não quero te monopolizar Bella. Todos estão ansiosos para te ver. – ele fez um bico lindo meio contrariado e eu concordei.
Assim que ele saiu do quarto, meu pai, Sue, minha irmã, Jake, Alice, Rose, Jasper, Emmett e Jéssica entraram carregando mais balões e flores para mim. Sorri feliz da vida por vê-los ali. Todos ficaram me paparicando e perguntando como eu estava, contando detalhes de como tudo aconteceu.
Meu pai não desgrudava de mim e perguntava a cada cinco minutos se eu precisava de alguma coisa. Eu tentei passar segurança para ele e mostrar que estava bem, mas pai é pai, não adianta. Todos ficaram ali comigo por um bom tempo, mas por recomendações médicas eu precisava descansar e eles precisaram ir embora.
Não queria ficar sozinha ali e precisava de Edward do meu lado, mesmo sendo egoísta da minha parte. Ele tem todos os motivos para me odiar e, no entanto estava aqui esse tempo todo, só esperando o momento em que eu acordasse. Alice me contou como ele ficou e disse que ele só saiu do hospital para tomar um banho e trocar de roupa.
Mesmo magoado ele se doa por mim, mesmo tendo todos os motivos para me querer mal ele me ama e cuida de mim sem cobrar nada. Existe um amor mais bonito do que esse? Sinceramente eu acredito que não.
Assim que todos saíram pedi para Alice avisar que queria vê-lo. Edward entrou em meu quarto timidamente e sentou ao meu lado, olhando todos os presentes que havia ganhado. Eu segurei sua mão brincando com seus dedos.
- Obrigado. – eu sei que não é suficiente, mas precisava dizer isso a ele. Edward me olhou sorrindo fraco e eu continuei – Obrigado por me amar mesmo que eu tenha ferido seu coração. Obrigado por estar em minha vida e por me fazer a pessoa mais feliz do mundo.
Eu queria dizer tantas outras coisas naquele momento para ele, mas Edward não me deixou continuar. Ele me fitou com os olhos marejados e beijou cada cantinho do meu rosto e logo em seguida meus lábios. Um gemido de pura satisfação saiu de minha boca e isso o incentivou a aprofundar o beijo. Era um beijo de pura ternura e amor e eu me senti grata naquele instante por Deus me dar mais uma chance para estar ao seu lado e para, quem sabe, poder viver uma vida inteira com ele.
Eu sei que esse acidente não aconteceu por um acaso porque lembro nitidamente de um carro me perseguindo durante o caminho, e tenho certeza que tudo o que aconteceu foi premeditado. Foi uma espécie de um segundo “Cala a Boca” e por mais que eu esteja com medo, só o fato de tê-lo aqui comigo me dá forças para superar tudo o que está por vir.
- Prometa que nunca mais me dará um susto desses Bella. Eu juro que não agüento passar por isso de novo porque, por mais que você não me queira mais em sua vida, eu não conseguiria viver sem você na minha. – suas palavras fizeram com que meu coração se apertasse no peito eu o abracei, deixando as lágrimas invadirem meu rosto.
- Eu prometo meu anjo. Eu prometo. – E eu também não consigo viver sem você. Pensei desejosa de que ele sentisse isso com meu abraço.
Edward ficou ali comigo por mais uma meia hora e logo uma enfermeira entrou no quarto, e detalhe, com uma enorme agulha nas mãos.
- É... Essa agulha é para que? – indaguei com os olhos arregalados e apertei as mãos do Edward quase a esmagando.
- Querida você precisa descansar. Esse é um sedativo leve.
- Mas... Você vai me espetar com isso daí? – Edward riu baixo e a enfermeira também.
- Não. Ele será administrado por esse tubinho aqui. – ela apontou minha mão que já tinha uma agulha injetada e eu respirei mais aliviada.
- Ed você vai estar aqui quando eu acordar? Vai ficar aqui comigo? – minha pergunta pareceu incomodá-lo e seu semblante ficou triste.
- Durma minha Bella e... Descanse. – ele deu um beijo em minha mão e eu sorri mesmo me perguntando por que ele não me respondeu.
Logo meus olhos começaram a ficar pesados e cai na inconsciência.
(...)
Acredito que dormi por tempão e assim que acordei não vi Edward ali comigo. Fiquei emburrada no mesmo instante.
- Edward? –o chamei com a voz baixa.
- Olá Isabella. – olhei para o lado e vi Dr. Carlisle me olhando com um sorriso no rosto.
- Oi. – estranhei aquela cena. Por que ele estava sorrindo para mim?
- O Edward está lá fora fazendo um lanche. Logo ele vem te ver. – ele sentou ao meu lado e começou a me examinar. – Você se sente bem?
- Sim. Só esse gesso que coça demais. – ele riu descontraído enquanto iluminava meus olhos com uma luzinha irritante.
- Acredito que não precisará ficar com o gesso por muito tempo, mas até lá admito que será desconfortável. Você lembra o que aconteceu?
- Vagamente. Preciso agradecer ao senhor por ter me socorrido.
- Por favor, Bella. Me chame de Carlisle. – Ok! Para tudo e volta a fita. Ele me chamou de Bella, está sorrindo para mim e ainda me pediu para chamá-lo somente de Carlisle?
- Então tá – sorri sem jeito.
- Bella, preciso lhe fazer uma pergunta. – eu assenti – Tem algum motivo especifico para você ter ido em direção a minha casa na noite do acidente?
- É... Motivo específico? – ele riu com meu desentendimento e levantou da cama dando as costas para mim.
- Sabe Bella, eu sei que fui muito duro com você e peço desculpas pelo meu comportamento. Realmente eu não queria enxergar nada e... – ele pegou algo em seu bolso e se virou novamente. – Eu entendo que minhas palavras não estejam fazendo sentindo para você. – ele sentou novamente na cama e me fitou com um olhar cheio de... Gratidão?
- Eu realmente não estou entendo. – meu coração começou a acelerar por causa de seu comportamento e nesse instante um clic se fez em minha cabeça. Me perguntei onde estaria minha bolsa. Droga! Como eu fui lembrar-me dela só agora? E se eu a tiver perdido? Por Deus, todo meu esforço não pode ter sido em vão.
- Dr. Carlisle... – esfreguei minhas mãos nervosamente e o fitei - Por um acaso sabe se alguém pegou minhas coisas? Será que alguém pegou minha bolsa?
- Calma Bella. – ele estendeu a mão direita e meu coração pulou no peito – Acredito que temos muito que conversar, não acha? – eu olhei para ele e sem conseguir controlar, uma lágrima escorreu em meu rosto.
CARLISLE POV
Bella me olhava surpresa e começou a chorar quando viu o que eu tinha em mãos. Minha vontade era de chorar também, mas algo maior explodia em meu peito. Eu precisava saber como ela havia conseguido aquilo, precisava de explicações para acalmar meu coração.
- Bella como você conseguiu isso? – lhe entreguei um copo com água para que se acalmasse e ela logo começou a me contar.
A cada palavra dela eu me surpreendia. Como aquela criança indefesa teve tanta coragem para fazer tudo aquilo? Por que ela fez tudo isso por nós? A resposta estava nítida em seus olhos e eu fiquei maravilhado pelo grande ser humano que estava ali em minha frente.
- Eu pensei em Edward e no quanto ele sofria com tudo isso. – ela deu um sorriso doce e abaixou a cabeça sem jeito.
- Vejo que meu filho tem muito sorte por ter encontrado alguém como você, Bella.
- Carlisle ele sente tanto sua falta.
- Eu sei Bella. Eu também sinto a falta de Edward todos os dias. Eu sei que nada disso justifica minhas atitudes, mas saber que tudo foi uma mentira me dá forças e esperança para reverter toda essa situação.
- Esme precisa muito do senhor também. Ela está sofrendo demais sozinha. – não entendi o que ela quis dizer.
- Como assim?
- Eu não tenho o direito de lhe contar isso, acredito que precisa ver com seus próprios olhos.
- Sei que é egoísmo de minha parte lhe pedir isso, mas não sei se consigo encará-la sozinho. Tenho muito vergonha do que fiz Bella. Você me ajudaria nisso?
- É claro que sim. Ficarei muito feliz em ajudá-los. – ela abaixou o olhar e começou a brincar com os dedos.
- Quer me contar alguma coisa? – indaguei pressentindo algo de errado. Ela ficou em silêncio e eu resolvi compartilhar uma dúvida minha. – Sabe, Bella por mais que Edward tenha saído de casa eu acompanho sua vida e percebi que nos últimos dias você e ele não...
- Sim. Nós não estamos mais juntos.
- Aconteceu algo? – ela assentiu levemente. – Algo que possa ajudar? Gostaria de poder retribuir tudo o que está fazendo por nós, de coração.
- Na verdade eu preciso sim. – ela começou a se emocionar e eu me preocupei. – Você por um acaso está com minha bolsa aí? – eu assenti sem entender.
BELLA POV
- Obrigado. – Carlisle sorriu e me deu um beijo na testa.
- Conte comigo Bella. Agora vou providenciar isso e deixar Edward entrar. Ele deve estar louco para te ver. – sorri me sentindo mais leve e o acompanhei com os olhos saindo do quarto.
- Oi. – Edward colocou a cabeça na porta abrindo um sorriso divertido.
- Oi Ed. – acenei para que entrasse.
- Muitas recomendações médicas? – indagou sentando ao meu lado.
- É digamos que sim.
- Meus irmãos estão doidos para te ver. – eu ri – Posso pedir para eles entrarem?
- Pode sim.
Ele abriu a porta e logo Alice e Emmett invadiram o quarto. Os dias em que ainda fiquei no hospital se passaram assim. Edward ficava comigo quase que o tempo todo, trazendo guloseimas e jogos de cartas para passar o tempo. Tenho certeza que engordei uns dois quilos por causa disso. Meu pai também vinha todos os dias, assim como Renesme e Jacob.
Emmett divertido como sempre resolveu brincar com meu gesso e passou a deixar recadinhos engraçados nele, e logo todos entraram na onda fazendo o mesmo. Edward fez um coração muito fofo e uma declaração linda. Carlisle e eu aproveitávamos para conversar quando ele estava de folga de seu plantão, e sempre que possível, ele vinha quando seus filhos estavam ali. Ele e Edward ainda não estavam se falando direito, mas o clima entre eles estava mais ameno.
Depois dos quatro dias que fiquei internada finalmente recebi minha alta e pude voltar para casa. Edward me ajudou com as muletas e fez questão de me pegar no colo assim que cheguei em casa. Todo o período que precisei usar o gesso ele ficou ao meu lado, me paparicando e me carregando para cima e pra abaixo. Ele não me cobrava nada com relação a nós dois, porém pude perceber que ele escondia algo de mim, algo que o preocupava e por diversas vezes o peguei com o pensamento longe.
No dia que tirei o gesso Edward não pode ir comigo então meu pai fez questão de me acompanhar. Nesse mesmo dia aproveitei para tirar os pontos das cirurgias que precisei fazer e Carlisle garantiu que eu já estava pronta para outra. Aproveitamos esse encontro para combinarmos nossa viagem até São Francisco, e ele fez questão de contar ao meu pai tudo o que estava acontecendo. Papai ficou muito surpreso com tudo e eu fiquei feliz quando disse que se orgulhava de mim. Depois do dia que me abri com o pai de Edward me sinto mais leve e aliviada por poder compartilhar isso com alguém, e algo dentro de mim me dizia que logo tudo se resolveria.
No dia seguinte me sentia renovada por estar livre do gesso e já não sentia mais as dores das cirurgias, e queria compartilhar isso com alguém. E claro que esse alguém era Edward. Liguei para ele para saber como estava e o senti meio distante. Pedi que viesse me ver e ele respondeu que “Assim que puder ele viria”. Achei estranha sua atitude, mas resolvi deixar para lá. À tarde tive uma surpresa muito agradável em casa. Bruno apareceu para me ver, depois de ter ido me visitar apenas uma vez no hospital, e justamente no momento em que Edward não estava por lá. Ele disse que não queria gerar mais conflitos entre nós e eu não contei a ele sobre minhas suspeitas a respeito do acidente, somente Carlisle e eu desconfiávamos disso e por esse motivo ele contratou uma empresa especializada em segurança para cuidar de sua família e da minha. Quando me avisou que eu teria um segurança cuidando de mim ele disse com muita tristeza que não esperava que seu pai fosse um homem sem escrúpulos e que, mais cedo ou mais tarde, ele pagaria por tudo o que causou a sua família.
Resolvi bater um bolo para tomarmos um café da tarde e minha irmã me deu uma ajuda. Jacob chegou algum tempo depois e ficamos jogando conversa fora. Enquanto servia um suco para nós a campainha tocou e Renesme foi ver quem era.
- Oi Edward. – ao escutar seu nome corri para encontrá-lo.
- Oi Renesme. Tudo bem?
- Tudo. Entra. A Bella está lá na cozinha.
- Estou aqui. – ele sorriu pra mim e eu fui cumprimentá-lo com um beijo no rosto. – Que bom que veio.
- Tudo bem? Como você está? – ele me fitou com preocupação.
- Muito bem. Seu pai disse que já estou pronta para outra. Sem o gesso então, tudo fica mais fácil.
- Que bom.
- Vem vamos para a cozinha. Acabei de assar um bolo de chocolate. – peguei sua mão e o puxei para lá.
- O cheiro está muito bom. – comentou abrindo um sorriso.
Assim que chegamos à cozinha senti Edward ficar tenso ao perceber Bruno ali.
- Olha quem chegou meninos. – Jake e Bruno o cumprimentaram e Edward sussurrou algo que não entendi – Vem senta aqui do meu lado. – pedi puxando uma banqueta para ele.
- Na verdade Bella eu só vim ver como você estava, não posso ficar.
- Mas você acabou de chegar. – ele olhou para o Bruno firmemente e eu entendi seu desconforto.
- Outra hora eu venho com mais tempo. – disse se retirado da cozinha e eu corri ao seu encontro.
- Ed espera. – pedi, mas ele quase corria ate a porta de casa. – Ed?
- Bella... – ele me encarou com os olhos tristes – Por que me chamou aqui hoje?
- Por que queria te ver. Qual o problema? – Não estava entendendo sua atitude. Sei que ele tem ciúmes do Bruno, mas não é para tanto.
- Nada, esquece. Eu preciso ir. – informou simplesmente e saiu correndo dali.
Fiquei olhando para a porta sem entender tudo aquilo.
- Desculpe Bella. Se eu soubesse... – o interrompi.
- Não Bruno. Você não tem culpa de nada. Não sei por que Edward agiu dessa forma.
(...)
Ontem depois que Bruno foi embora fiquei refletindo sobre a atitude de Edward e nada plausível me veio na cabeça. Eu até pensei em ligar para ele, mas achei melhor não forçar uma situação. Eu entendo seu ciúme, mas já deixei claro várias vezes que Bruno e eu somos somente amigos, ele não tem motivos para achar o contrário. O que me deixava contente é que hoje já estava liberada para voltar ao colégio e assim poderia vê-lo.
Desde o dia do acidente não consegui abrir o resultado do meu teste para a Universidade e decidi por guardá-lo até o momento que possa compartilhar isso decentemente com Edward. Logo após chegar ao colégio avistei meus amigos conversando no pátio, porém ele não estava por ali. Coloquei os assuntos em dia e fui até a secretaria pegar a matéria que havia perdido nesses dias.
Após tocar o sinal para o intervalo juntei minhas coisas e enquanto caminhava para o refeitório senti alguém me puxando para a quadra de esportes.
- Que pena que está de volta Bella. – me virei com raiva e encarei Lauren sorrindo sadicamente.
- Digo o mesmo por ter que ver sua cara Lauren.
- Olha aqui Bella. – ela apontou o dedo na minha cara – Não pense que só porque você sofreu um acidente eu vou deixar que se aproveite da situação, está me ouvindo?
- Do que você está falando garota? – resmunguei batendo na mão dela.
- Você acha que eu estou blefando Bella? Pois se for isso. – disse tirando um Iphone do bolso – Confira com seus próprios olhos. – Ela me mostrou a tela e ali eu pude ver uma imagem muito familiar, e logo lembrei o dia que Edward me mostrou seu projeto.
- Eu não sei do que está falando. – ofeguei ao ver seus olhos faiscarem.
- Pensa que eu não sei que ele ficou todo esse tempo do seu lado? Que foi só você ligar e ele foi correndo igual um cachorrinho? – deu uma risada debochada – Se eu ver ele perto de você Isabella na mesma hora eu acabo com tudo. Ouviu?
Eu gelei com seu semblante raivoso. Ela não parecia estar de brincadeira e eu precisava levar isso à diante até ter uma resposta concreta do pai de Edward.
- Não se preocupe com isso. Eu dei minha palavra e ela ainda está valendo. – ela rosnou para mim e saiu dali em disparada.
Eu suspirei me sentindo derrotada por ainda não poder enfrentá-la e segui até o refeitório. O pessoal já estava reunido e Edward também já estava por ali. Avistei uma mesa perto deles e Lauren me encarava nervosamente. De mãos atadas fui até a lanchonete comprar uma água e sai rumo à biblioteca da escola.
- Ei... – senti alguém segurar meu braço, ou melhor, ele segurar. – Onde está indo? Não vai ficar comi... Com a gente? – Edward me olhou confuso.
- Não vai dar. – tentei me soltar.
- Espera Bella. Por que você está chorando? – ele secou meu rosto e só então percebi que chorava. Escutamos alguém se aproximando e avistei Lauren nos fitando.
Que droga! Maldição!
- Edward me deixa ok? – me desvencilhei dele e corri para bem longe dali.
(...)
Finalmente sábado chegou e eu estava de coração partido. Depois do incidente no intervalo Edward se distanciou de mim e nós não nos falamos mais. Até no trabalho estava um clima pesado entre nós e isso mexeu demais comigo. Eu sei que devo ser paciente, mas meu coração me diz que isso não é um bom sinal.
Hoje eu viajaria para São Francisco com o pai de Edward. Ele resolveu que viajaríamos de avião para não ser tão cansativo e mais rápido. Ele parecia uma criança de tão ansioso que estava para rever Esme. Nesse tempo que fiquei de molho liguei para ela algumas vezes e na última vez comuniquei que já tinha conseguido resolver tudo, só não expliquei o que eu havia feito.
Chegamos a São Francisco às nove da manhã e partimos rumo ao hospital em que Gabi está internada. Carlisle não entendeu muito bem quando disse que Esme estaria lá e eu mais uma vez expliquei que ele ainda teria muitas surpresas. Assim que chegamos ao hospital liguei para Esme.
- Bella querida.
- Olá Esme. Tudo bem?
- Tudo e você?
- Bem também. Me diga uma coisa... Você está com a Gabi?
- Sim. Na verdade como vim cedo para o hospital hoje estou tomando um café.
- Ah entendo. – apontei para Carlisle a direção da cantina. – E como ela está?
- Está melhorzinha. Tenho boas noticias querida. Os médicos conseguiram um doador para ela.
- Jura? Que noticia maravilhosa Esme. – Carlisle e eu cruzamos um corredor e logo avistamos a cantina.
- Nem me fale. Eu estou muito feliz. Se não fosse pelo os últimos acontecimentos eu estaria transbordando felicidade. – eu suspirei enquanto paramos em frente à cantina.
Carlisle olhou pela porta de vidro passando seus olhos pelo local e assim que os vi brilhando soube que ele havia a encontrado.
- Então Esme prepare seu coração. – pisquei para o pai de Edward e ele me deu um beijo na testa antes de entrar ali – Porque sua felicidade logo ficará completa.
- Como assim querida? Eu não estou entenden... Carlisle? - eu desliguei meu celular e sai dali para dar a eles privacidade para uma longa conversa.