Capítulo 29 - Por Você

BELLA POV

- Mas isso é só uma novela Bella. Essas estórias são muito exageradas. Cada coisa que eles mostram que chega a ser cômico. – Edward comentou beijando meus cabelos.

Ah se ele soubesse... Sem agüentar a angústia que tomava meu peito levantei e fui até a varanda respirar ar fresco. Respirei fundo e deixei a brisa da noite me acalmar. A resposta que Edward havia dado a pouco latejava em minha cabeça. Será que para ele seria fácil abrir do amor que senti por mim? Inevitavelmente um sentimento de dúvida se apossou de mim.

Isso seria como tirar a minha vida. Deixar-me sem luz, sem energia, estagnada no vazio. Nunca imaginei que amar alguém doesse tanto, nunca imaginei que pudesse ser tão intenso. O que Edward e eu temos é algo além das palavras, uma conexão de almas. Almas essas que não conseguem viver separadas, ou pelo menos é isso o que eu acho. Dá minha parte é assim.

Senti sua presença perto de mim, o calor do seu corpo. Podia sentir seus olhos me queimando mesmo não trocando olhares.

- O que foi Amor? Está se sentindo bem? – indagou me abraçando pelas costas e afastando meus cabelos, para em seguida beijar minha nuca, fazendo cada poro do meu corpo clamar pelo seu calor.

- Estou sim. Só queria admirar um pouco mais a paisagem. – sorri tentando não passar minha aflição.

- Desde que saímos do autódromo você está meio distante. Está preocupada? – o calor da sua voz em meu pescoço me fazia arrepiar.

- Sim. Preocupação boba, nada demais. – me virei de frente a ele e o beijei de leve.

- Não fique minha linda. Você vai ver, tudo vai dar certo. – disse acariciando meu rosto carinhosamente - Eu vou tomar um banho ok? – assenti e ele me deu um beijo rápido, entrando em direção ao banheiro.

A noite estava fria e ventava bastante, mas não um frio insuportável. Sentei numa espreguiçadeira próxima ao jardim japonês e me deitei, recordando do primeiro beijo que Edward e eu trocamos ali. Aquele foi um dos melhores dias da minha vida. Eu ansiava tanto por aquele momento que quando finalmente aconteceu, parecia que eu estava sonhando. Não conseguia acreditar que ele realmente estava interessado em alguém como eu. Uma garota desajeitada, sem atributos especiais e... Normal.

Perdida em emoções que tomavam meu peito, desejei por um momento ter minha mãe em meus braços novamente, para me sentir segura e que ela dissesse “Tudo ficará bem minha filha”. Gostaria de pedir um conselho a ela e saber que decisão tomar.

As lembranças do dia me pareciam surreais. Eu estava em júbilo pelo dia que tivemos. Poder conhecer uma parte da vida de Edward foi maravilhoso. Saber onde cresceu, o que gostava de fazer, sua essência. Até então eu não tinha conhecido esse lado dele, o lado família, irmão, filho, amigo. Eles tinham uma vida feliz aqui e querendo ou não, a situação que rondava minha mente foi comparada ao que aconteceu com sua família.

Eu me coloquei no lugar de Esme por um instante, e experimentei a dor que ela deve ter sentido ao ver sua família se desmantelar por causa de um ser humano egoísta e sem coração. Se nada disso tivesse acontecido eles estariam aqui ainda, felizes e vivendo harmoniosamente. Mas por outro lado se nada disso tivesse acontecido, Edward não teria se mudado para Forks e eu não o conheceria. De fato Deus escrever certo por linhas tortas e o que Esme me disse um dia “Nem tudo o que acontece é vão” faz muito sentido agora.

Será que se eu abrisse mão desse amor pela sua felicidade, nós algum dia pudéssemos viver esse amor novamente?

Não. Eu não posso fazer isso. Por que eu vou abrir mão desse amor? Ele não entrou na minha vida por acaso. Eu não lutei por ele todo esse tempo para simplesmente vê-lo escapar por entre meus dedos. Eu tenho que pensar em alguma coisa, uma forma de resolver essa situação.

Muitas coisas me atormentavam. Eu tinha que resolver tudo isso de uma vez por todas. Esme precisa de ajuda, e eu prometi a ela que encontraria uma solução. Olhando para a lua desejei encontrar forças para suportar o que estaria por vir. O que eu mais quero é ver Edward realizado, feliz, e com sua família reunida, mesmo que não estejamos juntos. O vendo assim meu coração aceitaria ficar longe dele.

Olhei para dentro do apartamento e fiquei imaginando como seria nossa vida aqui. Morando com nossos amigos, indo para a Universidade, as festas, o dia a dia. Realmente seria maravilhoso.

Edward surgiu na sala, vestindo um moletom e uma camiseta. Seus cabelos estavam molhados e levemente bagunçados. Assim que o vi abri um sorriso no rosto. Ele trazia junto a si um cobertor e nos envolveu.

- Você está gelada princesa. – acariciou minhas mãos e meu rosto.

- Não mais. Agora você irá me esquentar. – deitei em seu peito e o abracei forte.

Minha única vontade era aproveitar todos os segundos que posso ter ao lado dele. Me drogar com seu cheiro, seu toque, seus beijos, seus abraços. Quem sabe assim eu guarde isso junto de mim e não sinta tanta falta, mesmo sabendo lá no fundo que sentiria um vazio todos os dias da minha vida. Ficamos ali entre beijos e caricias por um tempo. Um tempo que desejei ser para sempre.

Quando resolvemos ir deitar escutamos o telefone tocar. Edward o colocou no viva voz:

- Oi irmãozinho e cunhadinha. – era Alice com sua alegria de sempre.

- Oi Alice. – Edward e eu dissemos juntos.

- E aí como foi? Estamos tão curiosos. Daê pombinhos. Estão aproveitando bastante o ap só pra vocês? – esse era o Emmett que entrou na conversa.

- Estamos sim Emm. – Edward riu e eu bati no braço dele – Foi tudo tranqüilo gente. A prova da Bella também foi dez.

- É mesmo Bellinha?

- Sim Lice foi bem tranqüila. Agora é aguardar o resultado.

- Eu tenho certeza que você irá se dar bem. E o teste Ed? Quando sai o resultado?

- Acredito que daqui duas semanas ou até essa semana mesmo, eles ficaram de avisar.

- Ah que ótimo. Ai Emmett para de me empurrar. Irmão tinha muita mulher gostosa lá no autódromo? – Emm indagou tirando o telefone da Alice.

Eu olhei para o Ed e cerrei os olhos.

- Eu nem reparei Emmett. – Edward respondeu me puxando para um beijo.

- Espera a Rose saber que você perguntou isso Emmett. – Alice resmungou – Ela está lá na sala. - ele retrucou divertido.

- Emmett Cullen! – escutamos Rose gritar.

To ferrado. Tchau gente.

- Agora a Rose vai dar um trato nele. – Alice comentou rindo – Vocês voltam amanhã de tarde?

- Sim. Quero levar a Bella na praia amanhã e aproveitar mais um pouco.

- Bem que você faz Ed. Aproveitem bastante vocês dois. Até amanhã. Beijinhos de todos.

- Beijos Lice. – nos despedimos e Ed desligou.

- Vamos dormir?

- Vamos. – o abracei e fomos para o quarto.

Devido o cansaço do dia adormecemos rapidamente, ou melhor, Ed adormeceu porque eu não consegui pregar os olhos.

(...)

Acordei sentindo mãos quentes em minha cintura. Não estava com a mínima vontade de levantar. Consegui pegar no sono quando o dia já estava amanhecendo.

- Bom dia Ed. – puxei as cobertas e me escondi debaixo delas.

- Bom dia amor. Trouxe café da manhã.

- Me deixa dormir mais um pouquinho. – pedi manhosa.

- Amor deixa de preguiça. Eu quero aproveitar a manhã com você. Daqui a pouco vamos embora e não vai dar para curtir.

Ele tinha razão. Eu também queria aproveitar o dia com ele. Relutante levantei e sentei na cama.

- Você não devia me mimar assim. Vou sentir falta disso. – resmunguei ajeitando os cabelos. Ed me olhou sem entender e percebi o que tinha falado – Quando... Viermos morar aqui você não fará mais isso para mim. – tentei desconversar.

- Aí é que você se engana. Se eu puder vou trazer o café da amanhã todos os dias para você. – disse afagando meu rosto.

Ouvi-lo falar assim só piora o meu estado.

- Eu vou ao banheiro e já volto. – levantei e entrei no banheiro. Respirei fundo tentando engolir o nó que se fazia em minha garganta.

Você pensou muito sobre isso ontem Bella. Agora não adianta voltar atrás. Liga o botão do piloto automático e segue em frente. Mentalizei e fui dar uma ajeitada na aparência. Escovei meus dentes e penteei os cabelos. Sai do banheiro e fitei Edward deitado na cama só de calça de moletom. Ele bateu na cama ao seu lado me chamando para tomar café.

- Sabe Ed eu não estou muito bem do estômago. Por que você não toma o café enquanto eu tomo um banho? – ele me olhou um pouco decepcionado.

- Tá tudo bem. – levantou e veio até mim – Você está bem? Não quer tomar um chá ou... – perguntou dando leves beijos em meu rosto.

- Não eu já vou melhorar. Não se preocupe. – me esquivei dele e fui pegar minha toalha.

Entrei no banheiro e fui tomar meu banho. Permaneci ali por um longo tempo com os olhos fechados, tanto que nem percebi quando Edward entrou no Box e ficou me olhando.

- Ed o que está fazendo aqui? – peguei a toalha e escondi meu corpo.

Não sei por que fiz isso afinal já nos vimos nus antes, mas estava tentando me proteger dele, dos seus encantos. Olhei para o corpo perfeito dele, hipnotizada. Xinguei-me por desejá-lo tanto e praguejei por ele ser tão lindo.

- Eu vim tomar banho com você. Qual o problema? – ele se aproximou me encarando intensamente e me deixando com calor só com esse simples olhar. Ele pegou a toalha das minhas mãos a pendurando novamente.

- Não tem problema nenhum. Eu já estava saindo mesmo. – tentei me esquivar novamente.

- Fica comigo. – pediu acariciando meu rosto e dando leves beijos.

- Eu... Não... – não conseguia me concentrar. Eu queria escapar dali.

- Você está estranha. Me diga o que há?– sussurrou em meu ouvido enquanto mordia minha orelha.

Céus por que ele faz isso? Por que tem que ser tão difícil?

- Eu... Eu... Só... – só sentia seus beijos e nada mais. Meu cérebro em questão de segundos simplesmente parou de funcionar e eu fiquei a mercê dele, como sempre.

- Eu fiquei lá no quarto imaginando você aqui sozinha e resolvi lhe fazer companhia. – agora ele dava pequenas mordidas em meu pescoço.

Ah quer saber... Eu vou é aproveitar tudo o que eu posso. Quando chegar a hora eu aperto o botãozinho de novo.

- Sentiu minha falta? – indaguei mordendo seu queixo.

- Muita. – ele me olhou por alguns segundos e me beijou ternamente. – E você?

- Sempre sentirei. – sussurrei buscando seus lábios.

Sentir seu corpo quente colado ao meu me fez perder o chão. Eu queria naquele momento me inebriar dele o máximo que pudesse. Eu estava um pouco surpresa com sua atitude, mas achei muito excitante vê-lo ali daquele jeito. O modo como me olhava me fazia queimar por dentro, tinha um brilho diferente em seus olhos. Nosso beijo começou calmo e apaixonado. Suas mãos apertavam minha cintura colando ainda mais nossos corpos.

Em poucos minutos o beijo foi ficando intenso, desejoso, como se quisemos devorar um ao outro. Minhas mãos percorriam seu peito, suas costas, ombros e pescoço. Eu queria sentir cada pedacinho do seu corpo para memorizar cada detalhe dele. Edward me acariciava, me apertava a si como se não quisesse me deixar escapar de seus braços.

Ele sugava meus lábios com vontade dando leves mordidas, me deixando louca e perdida. De súbito ele agarrou minha cintura e me empurrou de encontro à parede, me fazendo sentir o tamanho do seu desejo por mim. Suas mãos agora vagavam por toda a extensão do meu corpo, afagando e deixando um rastro de calor. Entrelacei minhas mãos em seus cabelos o puxando para perto de mim, implorando para que nunca se afastasse. Aquele momento estava repleto de sentimentos escondidos, tentávamos refleti-los pelo toque, pelo afago, tentando dizer algo além das palavras.

Resfolegando em minha boca ele abandonou meus lábios, percorrendo com beijos molhados meu pescoço, orelha, colo e finalmente chegou aos meus seios, mordendo, lambendo, sugando famintamente. Eu me agarrei em seus cabelos gemendo e sentindo um torpor tomar conta de mim. Meu corpo suplicava pelo dele, ele implorava para sentir seu calor, seu toque, seus apertos, sua paixão e desejo.

Edward desceu seus lábios mordendo minha cintura e beijando cada pedaço da minha barriga. Eu me sentia quente, pegando fogo. Ele parecia querer tomar para ele cada canto do meu corpo. Foi descendo sua boca pela minha virilha e coxas, até chegar aos meus pés, beijando cada um deles e me olhou com veneração nos olhos. Meu coração disparou ao vê-lo me olhar daquela forma.

Vagarosamente foi subindo deixando um rastro quente por onde seus lábios passavam, me apertando e me fazendo estremecer. O puxei para cima implorando para sentir seus lábios.
Invadi sua boca vorazmente, sugando sua língua, memorizando cada detalhe. Ele apertava minha cintura com força e gemia baixo em minha boca.

- Eu quero sentir cada pedacinho seu Bella. Você não faz idéia como eu te desejo.

Ele soltou meus lábios e me virou de costas, beijando em seguida minha nuca e meus ombros. Suas mãos contornaram minha cintura e subiram de encontro aos meus seios, afagando e os apertando com desejo. Sua atitude era firme, possessiva e eu estava adorando vê-lo desse jeito. Eu me sentia amada, desejada, deslumbrada por saber que um homem como ele me deseja tão intensamente.

Seus beijos foram descendo por toda extensão das minhas costas e cintura, enquanto suas mãos apertavam minhas nádegas com vontade. Meu corpo inteiro fervia, eu precisava acalmar esse calor que queria explodir dentro de mim. Edward subiu seus lábios até meu pescoço me apertando ao seu corpo e me fazendo sentir sua ereção forte e pulsante em meu bumbum.

Céus me dê forças...

Sua respiração estava acelerada e a minha acompanhava seu ritmo. Suas mãos descerem de encontro a minha intimidade, me tocando levemente. Ele roçava seu membro em minhas nádegas buscando um contato maior. Os dois precisavam daquilo, nossos corpos suplicavam para nos amarmos. Edward deixou minha intimidade e me virou de frente a ele, buscando meus lábios ferozmente. Ele parecia querer me dizer alguma coisa e um aperto se fez em meu peito. Será que ele sentia? Não. Não era possível.

- Bella faz amor comigo? – ele parou o beijo ofegante e me encarou intensamente.

Meu coração se despedaçou. Podia senti-lo bater freneticamente em meu peito. Eu queria isso mais do que tudo, o desejava com todas as minhas forças. Meu corpo implorava pelo dele, mas eu não podia. Eu não devo. Como eu me entregaria e depois o machucaria? Eu não teria forças para isso. O nó em minha garganta foi ficando mais intenso e eu não consegui mais segurar minhas lágrimas.

- Eu não posso. Me perdoe. – sussurrei abaixando meu olhar. Ele me abraçou forte e levantou meu rosto para olhá-lo.

- Me desculpa, eu não devia ter me precipitado. – eu não consegui dizer mais nada. Deixei o choro tomar conta de mim.

Deus será que ele vai me perdoar? Eu queria gritar para ele que eu era dele para sempre e pedir me amasse por inteiro. Eu queria ser forte o bastante para fazer isso, mas eu não sou. O amo demais para me deixar levar.

Edward me puxou para debaixo da água sem me soltar do abraço e ficamos ali, em silêncio. O choro aliviou o meu peito momentaneamente. Respirei fundo ainda agarrada a ele e já me sentindo melhor busquei seus olhos.

- Eu... Não estou pronta para isso.

- Eu entendo meu amor. – ele beijou meus lábios e me abraçou novamente.

- Vou deixar você terminar seu banho. Te espero no quarto. – ele assentiu e eu me enrolei na toalha, saindo em seguida.

Me sequei, coloquei uma roupa confortável e calcei meu tênis. Edward não demorou para sair do banho. Se vestiu rapidamente e eu acompanhava cada movimento dele sentada na cama.

- Você quer realmente sair? Se não estiver bem nós podemos ficar aqui e assistir algo. – ele puxou minha mão e me abraçou.

Ele podia ser menos carinhoso, menos perfeito. Isso facilitaria muito as coisas.

- Não. Já me sinto melhor. Quero aproveitar o máximo que puder. - beijei seus lábios doces e o apertei no abraço.

- Então tá.

Peguei minha bolsa e Ed pegou sua carteira e chaves do carro. O dia hoje estava agradável. O sol estava um pouco tímido, mas espantou o frio do inverno. Chegamos após alguns minutos na mesma praia de ontem. Tiramos nossos tênis e fomos caminhar na areia. O cheiro do mar, a brisa amena, tudo estava me deixando mais leve. De mãos dadas fomos caminhando até o mirante. A paisagem era linda. Aquele lugar era um paraíso.

Olhei para o relógio e rápido demais as horas iam passando, e logo teríamos que partir. Logo o deixaria partir. Paramos no beiral do mirante e Edward me abraçou pelas costas. Eu me virei de frente a ele e tracei cada canto do seu rosto com as mãos.

- Ed eu preciso te dizer uma coisa.

- Diga princesa.

- Se algo acontecer, não esqueça nunca que eu te amo. Promete para mim que você nunca vai esquecer isso?

- Claro sim, mas não vai acontecer nada então nem tenho como esquecer. – ele sorriu e beijou meu nariz.

- Prometa Edward, por favor? – o olhei ainda acariciando seu rosto.

- Tudo bem. Eu prometo. Bella aconteceu alguma coisa? Você está estranha desde ontem.

- Você é a minha vida, meu tudo. É por você que eu vivo e nada nem ninguém vai mudar isso. Eu te amo tanto que chega a doer Edward e eu sou capaz de fazer de tudo, absolutamente tudo por você. – o abracei forte, apertando seu corpo ao meu.

- Por que está me dizendo isso?

- Por que eu preciso que você saiba disso. – falei sem querer soltá-lo do abraço.

- Tudo bem. Agora eu sei, ou melhor, eu já sabia. – me afastei e sorri lhe dando um selinho.

- Já está ficando tarde. É melhor partimos cedo para não chegar muito tarde. – comentei olhando para o mar novamente.

- É melhor mesmo, assim comemos algo e pegamos a estrada.

Voltamos para o apartamento logo em seguida. Arrumei minhas coisas e Edward as dele. Fui até a cozinha e preparei um lanche para nós. Terminei de passar maionese nos pãezinhos e Ed veio sentar no balcão ao meu lado.

- Sabia que você é maravilhosa? – disse dando mordidas em meu braço.

- Sabia. – ri.

- Eu não sei o que seria de mim sem você.

- Ed não fala isso. – pedi olhando em seus olhos.

- É verdade Bella. Você é tudo para mim. O que eu teria se você não existisse na minha vida? Querendo ou não eu estaria sozinho. Meus pais têm seus problemas e meus irmãos cada um tem a vida deles.

Deus está me castigando? Por que me faz escutar isso?

- Ed tenho certeza de que estaria bem sem que eu existisse.

- Estaria amargurado isso sim. Me diga... Como é que eu viveria sem seus beijos, seus abraços, seu corpo, seu cheiro? Eu sou um viciado em você Bella. Eu com certeza morreria sem você. – soltei a faca no balcão e o encarei firmemente.

- Não diga uma bobagem dessas Edward. – me exaltei.

- Isso não é bobagem é a mais pura verdade. Não que eu me mataria, não sou louco para fazer isso, mas o meu coração morreria. Entendi?

- E se não der certo entre nós dois? Você já pensou nisso?

- Não. Isso nunca passou na minha cabeça. Eu tenho certeza que você é a mulher da minha vida.

- Tudo muda Ed. E se tivéssemos que nos separar?

- Por que está perguntando isso? Você não tem essa certeza? – ele me encarou levantando-se.

- É claro que eu tenho, mas a gente não sabe o dia de amanhã. Tudo pode mudar.

- O que eu sinto aqui dentro nunca vai mudar amor, nunca. Você é a razão da minha vida. Sem você eu não existo. Você me completa Bella. É mais do que algum desejei.

Seus olhos me fitavam tão intensamente que eu senti uma vontade desesperadora de gritar tudo o que estava entalado em meu peito. Perguntar se quando soubesse da verdade ele ainda me escolheria, se soubesse que estava prestes a mentir para ele, prestes a destruir seu coração junto com o meu.

Seja forte Bella. Por ele.

- Vamos comer? – desviei de seus olhos e voltei a terminar os lanches.

Edward sentou novamente e encheu nossos copos com suco. Enquanto comíamos ele não disse mais nada, apenas me olhava o tempo todo. Acabou ficando um clima estranho entre nós e eu detestei isso. Ajeitei as coisas na cozinha e nos preparamos para partir. Passamos no apartamento do zelador e avisamos que estávamos indo.

Antes de pegarmos a rodovia Edward passou pelo centro de Los Angeles. O final de semana passou como um filme em minha cabeça. Será que quando voltar para cá estaremos juntos novamente? Eu não tinha mais essa certeza. Em pouco tempo chegamos à auto- estrada. Peguei o pen drive dele e espetei no rádio, selecionando algumas músicas. Precisava me distrair.
O clima estranho entre nós ainda estava presente e isso me deixou chateada. Eu sei que fui muito idiota por tê-lo cortado durante o almoço, mas se continuássemos com aquilo certamente eu teria jogado tudo para o alto.

Uma música muito gostosa começou a tocar. Edward pegou a minha mão e tomando atenção na estrada e me olhando, começou a cantá-la para mim. Eu sorri na mesma hora.

Música – Everything – Michael Bublé

Tudo


Você é uma estrela cadente, você é o carro da fuga
Você é a linha na areia quando eu vou longe demais
Você é a piscina num dia de agosto
E você é a coisa perfeita para se dizer

E você se faz de tímida, e é meio que engraçadinho
Oh, quando você sorri para mim, você sabe exatamente o que faz
Querida, não finja que você não sabe que é verdade
Porque você vê quando eu olho para você

E nessa vida louca, e por esses tempos malucos
É você, É você, Você me faz cantar
Você é cada frase, Você é cada palavra, Você é tudo

Você é um carrossel, você é um poço dos desejos
E você me ilumina, quando lembro de você
Você é um mistério, você é do espaço sideral
Você é cada minuto do meu cada dia

E eu não posso acreditar que sou seu homem
E eu te beijo meu amor só porque eu posso
O que quer que venha no nosso caminho nós perceberemos
E você sabe que é isso que nosso amor pode fazer

E nessa vida louca, e por esses tempos malucos
É você, É você, Você me faz cantar
Você é cada frase, Você é cada palavra, Você é tudo

E nessa vida louca e por esses tempos malucos
É você, É você, Você me faz cantar
Você é cada frase, Você é cada palavra, Você é tudo
Você é cada canção, E eu continuo a cantar
Porque você é meu tudo

Quando a música terminou Edward beijou minha mão carinhosamente e se declarou.

- Te amo, muito.

- Te amo, sempre. – peguei sua mão e apertei de encontro ao meu peito.

A viagem foi bem tranqüila. Chegamos em Forks perto das oito da noite. Estacionamos o carro em frente da minha casa e descemos para encontrar minha família. Edward pegou minha mochila e me abraçou até chegarmos à porta de casa.

- Filha. – meu pai levantou do sofá e veio me abraçar. – E aí? Fizeram boa viagem? – indagou dando um abraço no Edward.

- Foi bem tranqüila Charlie. Não tinha muito movimento. – Ed comentou enquanto íamos sentar no sofá.

- Que ótimo. Agora me contem. Como foi tudo?

- A prova foi bem tranqüila pai. Acho que fui bem. – ele me abraçou e me deu um beijo na testa.

- Eu sabia que se sairia bem filha. E o teste Edward?

- Deu tudo certo também. Eu acredito que fui bem e consegui fazer tudo certo num tempo bom. Agora temos que aguardar.

- Maravilha.

- E a Renesme pai?

- Está na casa do Jacob. Daqui a pouco deve estar por ai. Vocês estão com fome? Podemos pedir alguma coisa. – eu olhei para o Ed e esperei sua resposta.

- Eu agradeço Charlie, mas já vou indo. O cansaço está começando a bater.

- Tudo bem então. – Ed levantou se despedindo do meu pai. Eu o acompanhei para me despedir também.

Fechei a porta da sala e o abracei.

- Por que não quis ficar? – indaguei estranhando sua atitude.

- Você já deve estar cansada de mim. – me apertou e falou manhosamente.

Nunca.

- Não fale isso. Se eu pudesse ficaria todas as horas do dia com você. – me afastei e olhei em seus olhos.

- Eu também, mas realmente me sinto um pouco cansado.

- Certeza? – eu ainda queria me inebriar dele. Tenho medo do amanhã.

- Tenho princesa. – disse me dando um beijo suave. – Até amanhã Bella.

- Até amanhã Ed.

Ele partiu e eu logo entrei.

- Pai quer que eu faça algo para jantarmos?

- Não filha. Vem cá. – eu fui até o sofá e sentei ao seu lado novamente – Você está com o rosto meio triste. Aconteceu alguma coisa?

Por que meu pai é tão observador?

- Não pai. Deve ser do cansaço da viagem.

- Cansaço é? Tem certeza que você e o Edward estão bem?

Respirei fundo.

- Claro pai. Eu vou subir e tomar um banho. Quero dormir mais cedo hoje.

- Ok filha. Boa noite. – ele me deu um beijo no rosto e eu levantei rumo ao meu quarto.

Coloquei minha mochila num canto e me joguei na cama. O choro que estava preso em minha garganta tomou conta de mim. O meu peito doía tanto que sentia dificuldade para respirar. Não sei quanto tempo fiquei ali. Eu não pensava em nada, não queria. Só pedi para que a dor que sentia sumisse.

Levantei sentando na beirada da minha cama enxugando minhas lágrimas. Fitei o porta retrato em cima da minha escrivaninha e o peguei. Acariciei a foto da minha mãe, lembrando do seu rosto perfeito e do seu sorriso que acalentava meu coração. O virei soltando o fecho que prendia a foto tirando uma carta dali. Essa carta minha mãe escreveu um pouco antes de partir e me entregou no dia em morreu.

Minha querida Isabella,

Resolvi escrever essa carta para você, pois foi a única maneira que encontrei para estar presente em sua vida depois da minha partida. Eu quero que saiba que você é um orgulho para mim e que eu te amo muito, hoje e eternamente. Eu sei que você é muito jovem ainda, mas tenho certeza que terá coragem para encarar a vida da melhor maneira possível. Eu gostaria de poder presenciar todos os momentos da sua vida, assim como os de sua irmã, mas infelizmente Deus decidiu que precisa de mim ao seu lado mais cedo. Quero que você curta sua vida o máximo que puder. Não tenha medo de errar, todos nós precisamos cometer erros para que os acertos venham para sempre. Tenho certeza que terei muito orgulho da pessoa que irá se transformar. Viva sua vida com alegria e curta cada momento, pois o tempo que nos é dado às vezes não é o suficiente. Se apaixone, ame, se entregue, e acima de tudo, não desista nunca de buscar a sua felicidade. Toda vez que ler essa carta saiba que eu estarei sempre olhando por você. Se por algum motivo sentir tristeza ou não souber o que fazer, lembre-se que com cada amanhã vem um novo dia, um novo dia que nos renova. Procure escutar sempre o seu coração, pois ele é muito sábio. Não esqueça nunca que eu te amo e que estarei no seu coração sempre que precisar de mim.

Um beijo,

Mamãe.

Encostei a carta em peito e limpei as lágrimas que ainda insistiam em cair.

- É isso o que eu vou fazer mãe. Vou buscar a minha felicidade. – guardei a carta novamente e deitei abraçada ao porta retrato.

Pedi com todas as minhas forças que ele possa me perdoar. Eu não sei se é um erro o que vou fazer, mas é o que o meu coração está pedindo. Escutei meu celular tocar e recebi uma mensagem do Edward, como sempre fazíamos para avisar que havíamos chego bem. Coloquei meu celular ao meu lado e olhei para foto que tiramos na praia.

- Por você meu amor, por você.

(...)

Levantei cedo, antes mesmo de o celular despertar. Tomei um banho quente, sequei meus cabelos e fui me trocar. Vesti uma calça jeans, uma blusa quente e botas. Fiz uma maquiagem leve e arrumei minha bolsa para o colégio.

Desci colocando água no fogo para passar o café e fui para a estufa. Hoje eu sentia uma energia muito boa ali, uma energia revigorante. Molhei minhas plantas e flores, lembrando a cada instante dos bons momentos que passei ali com minha mãe.

De certa forma eu sabia que ela estava me dando forças para prosseguir com meus planos. Corri para dentro de casa e passei o café, ajeitando em seguida a mesa na cozinha. Meu pai logo desceu e tomamos o café juntos. Minha irmã demorou um pouco mais e acabou pegando só uma fruta para comer.

Meu pai foi para o trabalho, Jake veio buscar Renesme para o colégio e eu sai logo depois, fechando a casa.

Chegando ao colégio a primeira imagem que vi foi do meu porto seguro, meu tudo, encostado em seu carro. Assim que me viu seu rosto se iluminou e logo um sorriso fofo brotou em seus lábios.

Deus como eu sentirei falta desse sorriso...

Estacionei meu carro próximo a ele e desci, correndo até seus braços.

- Oi Ed.

- Oi linda. – envolvi meus braços em seu pescoço e o beijei apaixonadamente. Um beijo de despedida.

Soltei seus lábios e nesse momento liguei o botãozinho novamente. Agora eu agiria rapidamente, assim seria menos doloroso.

Olhei em direção a entrada do colégio e logo achei quem procurava. Seus olhos estão cerrados e me encaravam com dureza.

Ótimo!

- Vamos entrar? – Ed indagou entrelaçando nossas mãos.

- Vamos. – sorri para ele e entramos no colégio.

Edward me deixou em frente a minha sala e foi para sua aula de história. Esperei que ele partisse e logo em seguida sai da minha sala, indo em direção ao meu inferno astral. Parei em frente à sala em quem Lauren estava e fiz um aceno para que ela viesse ao meu encontro.

- O sinal logo vai tocar. Vamos para a quadra. – avisei e sai em direção à mesma.

Ela não disse nada apenas me seguiu. Entramos na quadra de esportes e eu fui logo despejando tudo o que tinha para falar.

- O negócio é o seguinte Lauren. Você viu a pequena cena agora pouco entre Edward e eu não viu? – ela assentiu e cruzou os braços – Pois bem. Você sabe muito bem que o Edward e eu nos amamos e é por isso que eu estou tomando essa decisão. Terá o caminho livre, hoje mesmo eu conversarei com ele, mas terá que cumprir com sua palavra.

- O farei. Não se preocupe.

- Espero que ainda consiga chegar em casa e colocar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüila, porque sinceramente se eu estivesse em seu lugar não o conseguiria. Eu só te digo uma coisa Lauren, eu espero que você tenha realmente um plano para conseguir fazer o Edward ficar com você, por que se ele vier me procurar não farei o mínimo esforço para me afastar dele.

- Com você fora do caminho isso será fácil. – seu sorriso era presunçoso.

- Eu sei o homem que tenho isso é só um aviso. Agora só me diga uma coisa. Seu tio realmente aceitaria um projeto sem questionar quem o fez?

- Meu tio não cuida dessa parte. Ele só manda na coordenação. Quem manda mesmo lá dentro é o Sr. Donald, mas isso não vem ao caso. Não precisarei mais fazer isso.

- Ah sim claro, não vem mais ao caso.

- Você está tomando a decisão certa Bella. O Edward será muito mais feliz com alguém como eu ao seu lado.

Eu queria rir da cara dela, mas me segurei. Não podia colocar tudo a perder.

- Quem sabe Lauren. Era só isso que precisava lhe falar. – dei costas para ela e sai da quadra.

Corri em direção ao banheiro. Sentia meu rosto ferver. Eu queria ter esbofeteado aquela cara cínica dela até dizer chega.

Calma Bella, tudo tem a sua hora.

Molhei meu rosto, nuca e me olhei no espelho. Respirei fundo e sai dali. Esperei o sinal tocar e entrei para a segunda aula. Durante o intervalo eu não prestei atenção em nada. Tudo a minha volta parecia não existir.

A única coisa que eu mentalizava era: Faça o que você tem que fazer.

O sinal da ultima aula tocou e Edward me esperava do lado de fora. Ele estava encostado em minha caminhonete conversando com nossos amigos. Eu me aproximei deles e respirei fundo mais uma vez.

- Edward será que podemos conversar?

- Claro amor. Pode falar.

- Não aqui. Você me segui com seu carro? – ele franziu o cenho estranho aquilo. Todos ficaram nos olhando também sem entender.

Eu entrei na caminhonete sem dar chance para ele pensar. Ele foi até o seu carro e me seguiu. O lugar que iríamos não era muito longe dali. Eu não consegui pensar em outro lugar, afinal que local seria melhor para fazer isso? A resposta era nenhum.

Estacionei minha caminhonete e logo desci. Edward estacionou seu carro ao meu lado. Eu segui em direção ao penhasco e fitei o mar por alguns instantes.

- O que estamos fazendo aqui Bella? – ele se aproximou de mim ficando muito perto. Eu me esquivei dele e virei de frente a ele.

- Eu... Preciso conversar com você.

- Está bem. Só não entendi por que tínhamos que vir aqui. – ele sorriu e veio em minha direção.

- Será que dá para você ficar parado? – supliquei. Se ele chegasse perto demais eu não conseguiria.

- O que foi Bella?

- Edward... Nós dois... – engoli o aperto na garganta.

Continue Bella. Continue.

- Você está bem amor? Está tremendo. – ele mais uma vez veio para perto de mim e eu o barrei com o braço. Eu não podia olhar em seus olhos então olhei para o chão e tomei coragem.

- Nós dois não podemos mais ficar juntos. – falei como um furação sentindo meu peito doer.

- O que? Bella eu acho que você não está muito bem.

- Eu estou ótima. Você que não está entendendo.

- Entendendo o que princesa?

- Eu não sou mais sua princesa. Eu não quero mais. – levantei meu olhar sentindo todo meu corpo tremer.

- Tá bem eu não te chamo mais de princesa, só de amor ou de linda. Pode ser? – ele sorriu o meu sorriso e deu uma leve risada.

Isso não está funcionando Bella. Coragem.

- Não Edward. Eu não quero mais que me chame de amor, de linda, nem de nada mais. Eu não quero mais ser sua namorada. – seus olhos não deixaram os meus um instante e parecendo absorver o que havia dito seu sorriso sumiu.

- Eu não... O que está acontecendo? Bella...

- Não dá mais Edward. As coisas entre nós estão indo rápido demais, eu... Eu não tenho certeza de que...

- Do que? Você não tem certeza do que?

Eu respirei fundo. Eu não podia encará-lo mais, me sentia fraca. Toda a minha segurança estava se esvaindo. Dei as costas para ele fitando o mar e criei coragem mais uma vez.

- Eu não tenho mais certeza de que te amo.

- Você está brincando comigo né? Tá tudo bem, se você queria me dar um susto já conseguiu. Agora para com isso.

- Isso não é brincadeira. Eu estou falando a verdade. – me virei para buscar seus olhos – Eu não quero mais ser sua namorada. – seu semblante mudou drasticamente. Ele começou a empalidecer e seus olhos pareciam não acreditar naquilo.

Meu coração doía demais, eu mal conseguia respirar.

- Bella pelo amor de Deus. O que está acontecendo? O que foi que eu fiz? Por que você está agindo assim?

- Não está acontecendo nada e você não fez nada Edward. Entenda... Não dá mais para continuarmos.

- Como não? E o que foi tudo aquilo que você me disse? Era tudo mentira Bella? Como pode num dia dizer que me ama e no outro falar que não tem mais certeza? – seu tom de voz era desesperado e me despedaçava cada vez mais.

- As pessoas mudam de idéia.

-Não faz isso. Por favor? Se você tem dúvidas a gente tenta resolver. A gente pode encontrar uma solução juntos.

- Eu não posso. – me aproximei dele sentindo que o aperto na garganta logo cederia. Tirei minha aliança do dedo e estendi em direção a ele. – Eu não posso.

- Eu te imploro. Não faz isso comigo Bella. – ele puxou minha mão que estava estendida e me prensou em seu corpo – Se eu fiz alguma coisa de errado eu tento concertar. Se tiver alguma coisa acontecendo, por favor, me fale amor. Eu não posso deixar você ir, eu é que não posso. – seu aperto era tão grande que não consegui me soltar.

Eu sentia seu coração batendo desesperado e sua respiração acelerada. Aquilo estava me torturando, e só piorou ainda mais meu estado quando percebi que ele estava chorando. Eu nunca me perdoaria por fazê-lo chorar, nunca.

- Não chora meu amor. – levantei meu rosto e limpei suas lágrimas. – Não torne isso mais difícil para mim, por favor.

- Você disse que me amava. Você disse. Eu sinto que sim. Você prometeu Bella. Prometeu que isso nunca aconteceria.

Sim eu te amo, mais do que tudo, mais do que a mim mesmo. Eu quebrei minha promessa, mas por um bem maior. Eu precisava sair dali urgente. Se ficasse muito tempo em seus braços desistiria de tudo.

- Eu só espero que me perdoe, por tudo, quando a hora chegar. – me afastei usando toda minha força. Entreguei-lhe minha aliança e fitei seus olhos mais uma vez.

As lágrimas em seu rosto insistiam em cair. Eu queria enxugar uma por uma com meus lábios dizendo que tudo ficaria bem, mas nem eu tinha essa certeza.

- Você não está falando claramente Bella. Eu não consigo te entender. – sua voz estava baixa, rouca e vacilante. Eu me aproximei dele controlando meus sentimentos, meu coração e lhe beijei o rosto.

- Fique bem meu amor, por mim. – me afastei deixando seus olhos e parti sem olhar para trás.

Entrei em meu carro e voei para minha casa. Já tomada pelas lágrimas subi para meu quarto e chorei, chorei o máximo que pude para tentar diminuir a dor que dilacerava meu ser.