Capítulo 15 - Confiança

BELLA POV


O Baile estava maravilhoso. Edward e eu dançamos quase a noite toda  e nos divertimos muito. A meia-noite quando tiramos nossas máscaras, para saudar a primavera, ele me beijou como nunca. Seu beijo tinha desejo, saudade, paixão, ternura e satisfação. Naquele momento parecia que tudo ao nosso redor tinha sumido, ficando somente eu e ele. Edward estava contente por finalmente podermos mostrar a todos o quanto nos gostamos e isso me deixou enaltecida.


- Bella dorme lá em casa hoje? – pediu enquanto dava leves beijos em meu rosto. Eu me surpreendi com seu pedido.

- Edward você bebeu? – indaguei divertida.

- Não, eu só não quero me separar de você. - me deu uma mordida no pescoço - Não me entenda mal, não tenho segundas intenções.

- Meu pai deve estar me esperando. Sempre que nós saímos ele só dorme quando chegamos em casa.

- Liga pra ele e avisa. Não vou deixar você dirigir a essa hora. – informou enquanto beijava meu queixo e mordi levemente meu lábio inferior. Isso não vale. Ele sabe que isso mexe comigo.

- É melhor não, você pode me deixar em casa. - o afastei olhei em seus olhos - Assim amanhã você pode levar minha caminhonete, e tem um pretexto para me ver.

- Eu não preciso de pretexto para isso Bella, se eu pudesse ficaria com você vinte quatro horas por dia. – disse mordendo minha orelha. Senhor Amado que homem é esse?

- Não fala isso se não eu acredito. – ri baixinho.

- Acredite Bella, é verdade. E sua irmã vem conosco?

- Agora não tenho mais certeza. – comentei olhando em direção à entrada do salão. Edward acompanhou meu olhar.

- Epa! Agora não entendi mais nada. – se referiu ao Jake e Renesme que entravam de mãos dadas.

- Eu falei pra você que ele estava confundindo as coisas. Ele só me beijou porque precisava ter certeza do que estava sentindo por ela. Fico feliz que tenham se entendido.

- Eu fico mais feliz ainda, pode ter certeza. – disse rindo. Eu bati em seu braço enquanto ria junto.


- Eu vou pegar algo para beber, você quer alguma coisa? - indagou me dando um beijo estalado e se levantando.

- Não, vou ficar te esperando na nossa mesa. – apontei para onde estavam sentados nossos amigos.

Ele foi em direção ao bar e eu sentei com nossos amigos. Fiquei olhando para ele o admirando. A cada momento que passamos juntos o que eu sinto por ele fica mais forte ainda. A única coisa que me deixa preocupada é a falta de confiança que ele tem em mim, não somente em relação a outros garotos, mas de contar sobre a vida dele. Eu só sei de alguns acontecimentos porque Alice me contou. Eu precisava arranjar uma forma de fazê-lo se abrir comigo.

Perdida em pensamentos me deparei com uma cena que me incomodou. Lauren chegou perto de Edward pegando em seu ombro. Ela falou algo para ele e eu vi que ele ficou incomodado com isso, tirando sua mão. Ele veio em minha direção e eu encarei Lauren com um olhar assassino e ela retribuiu com um sorriso cínico para mim. Vadia! Edward notou que eu estava o olhando e deu um sorriso sem graça sentando ao meu lado.


- Não ligue para aquilo. Aquela garota é louca. – tentou se explicar.

- Você não precisa explicar nada Ed, eu vi como você reagiu. – dei um beijo nele.

- Você é tão segura de si. – disse acariciando meu rosto.

- Eu confio em você. – soltei simplesmente. Ele sorriu sem graça.

- Você vai para casa mesmo? – tentou mais uma vez me persuadir sussurrando em meu ouvido.

- Honey, para com isso. Amanhã a gente passa o dia inteiro juntos, pode ser? – pedi manhosa.

- Não me chama assim que você só piora as coisas - riu baixinho em meu ouvido me causando arrepios – Mas tudo bem, amanhã teremos o dia todo juntos.

- Você quer conhecer meu pai?

- Ele está sempre armado? – indagou soltando uma gargalhada gostosa.

- Normalmente sim. Ele precisa proteger as filhas inocentes. – brinquei também.

- Eu quero sim. Ele precisa saber que eu sou seu namorado, nem que eu saia morto de lá. – eu bati em seu braço de novo.

- Bobo, meu pai é muito bacana. Você vai gostar dele. E quando eu vou conhecer seus pais? – ele me olhou franzindo as sobrancelhas.

- É... Bom, meus pais quase nunca estão em casa. O meu pai você já conheceu no hospital, e a Bene que é muito importante pra mim adorou você. Isso já é o bastante para mim.

- E sua mãe? – tentei insistir.

- Ela viaja muito. Não sei quando virá para casa. – percebi que ele estava desconfortável em falar sobre isso.

- Entendo.



Achei melhor não fazer mais perguntas. Jake e Renesme se juntaram a nós após dançarem uma música agarradinhos. Eu sorri para os dois e notei minha irmã exalava alegria, fiquei muito feliz por ela. Jake cumprimentou Edward com um aceno com a cabeça o qual foi retribuído. Eles poderiam não ser grandes amigos, mas convivendo no mesmo ambiente já estava bom para mim. Olhei o relógio de Edward e decidi ir embora. Todos também já estavam cansados e resolveram nos acompanhar. Edward me deixou em casa, prometendo chegar logo pela manhã. Pedi que trouxesse uma muda de roupa, pois o levaria em um lugar especial. Ele não entendeu muito bem, mas acabou concordando.

Meu pai estava na sala ainda acordado e perguntou pela minha irmã. Dei graças quando ela chegou justamente nesse momento. Corri para tomar um banho quente e esperar pelo dia de amanhã.


#


Eu já estava na estufa e tinha preparado o café da manhã, quando tive uma surpresa maravilhosa. Edward chegou cedo e quis conhecer minha paixão. Mostrei para ele todas as espécies que eu cultivo e expliquei como funciona o processo da estufa. Ele escutava tudo com muita curiosidade, como se quisesse aprender também. Aproveitei e o fiz colocar a mão na massa. Precisava adubar algumas plantas e pedi que me ajudasse. Ele pareceu não se importar em ficar com as mãos todas sujas de terra e nos divertimos muito. Nos limpamos logo em seguida e fomos tomar café. Percebi que Edward estava um pouco nervoso enquanto caminhávamos para dentro de casa.


- Não precisa ter medo Ed. Meu pai não anda armado logo pela manhã. – brinquei tentando descontrair.

- Engraçadinha. – ele fez um careta adorável.

- Vem, vamos tomar café. – o puxei pela mão e entramos em de casa.

Meu pai e minha irmã estavam na cozinha. Renesme me olhou e deu um sorriso. Meu pai estava de costas para nós.

- Pai?

- Sim filha? – ele respondeu e se virou.

- Eu quero te apresentar uma pessoa que veio tomar café com a gente. – apontei para Edward.

- Oh, claro. – ele veio para perto de nós dois.

- Esse daqui é o Edward pai. Nós estamos namorando. Edward esse daqui é o meu pai, Charlie. – meu pai estendeu a mão para o Edward que fez o mesmo.

- Prazer Sr. Swan, Edward Cullen. – Edward disse sem jeito.

- Cullen hã? – meu pai me olhou rindo. Provavelmente lembrando da brincadeira que minha irmã fez sobre o “energético” Cullen. Eu ri mentalmente.

- Sim senhor. – respondeu sem entender o riso.

- Me chame de Charlie, por favor. Vamos, venham tomar café.



Peguei o braço de Edward e o levei até a mesa. Ele e meu pai começaram a conversar, e depois de um tempo Edward estava mais relaxado. Ele contou sobre onde moravam na Califórnia e sobre seu pai trabalhar no Hospital de Forks. Após o café minha irmã e eu fomos arrumar a cozinha. Meu pai e Edward foram para a sala assistir futebol. A conversa parecia estar animada, ele ria muito com o meu pai. Vendo que eu tinha terminado com a cozinha, meu pai dispensou Edward sutilmente para conversarmos. Subimos para o meu quarto e ele parecia surpreso com o que viu.


- Nossa quantos livros. – disse olhando uma mini estante que tenho em meu quarto.

- Eu sempre gostei muito de ler. Ultimamente que não tenho lido muito. – falei sentando em minha cama.

- E por que não?

- Digamos que não tinha concentração pra isso. Você não saia da minha cabeça, o que eu posso fazer. – dei risada dando de ombros. Ele deu seu sorriso torto arrasador.

- Essa é sua mãe? – indagou olhando uma foto que tenho na escrivaninha.

- Sim. Linda ela né?

- A filha tem a quem puxar.

- Vem cá, deixa eu te mostrar meu álbum de fotos quando pequena. – o puxei para sentar ao meu lado na cama.

Demos muitas risadas com as fotos. Ele ficou tirando sarro de mim em uma delas que eu aparecia banguela. Contei como foi minha infância enquanto minha mãe ainda era viva e de minhas travessuras quando criança. Eu guardei o álbum em seguida e ele se levantou, vendo um envelope de inscrição para Dartmouth do lado do meu computador.


- Você já vai fazer sua inscrição?

- Sim. Preciso agendar a data da prova também. Tomará que eu consiga uma bolsa. Preciso estudar bastante esse ano.

- Se não conseguir o que você vai fazer?

- Não sei. Não tenho dinheiro para pagar uma faculdade. Provavelmente esperaria o próximo ano. – dei de ombros.

- Eu poderia pagar pra você. – sentou novamente ao meu lado.

- Hahaha... Edward às vezes eu acho que você bebe escondido, sabia? – ri dele.

- É sério Bella. Eu posso fazer isso por você. Qual o problema? – me fitou sério.

- O problema é que eu não poderia aceitar. Você não é nada meu, e eu quero conseguir por mérito próprio.

- Eu não sou nada seu? – fez uma cara de ofendido.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

- Ontem eu fiquei pensando sobre o que perguntou, sobre conhecer minha família. No próximo mês é aniversário da Alice. Provavelmente minha mãe virá para casa. Seria uma ótima oportunidade para você a conhecer. – disse beijando meu rosto.

- Eu adoraria conhecê-la. Vou pedir para ver um álbum seu só pra tirar sarro de você também. – ele riu de mim.

- Vou pedir para Bene esconder todos. - riu também mordendo meu queixo.

- Aonde você vai me levar hoje? – indagou todo curioso.

- Segredo. Mas acho que vai gostar.

- Sendo com você, eu gosto de tudo.

- Então vem, vamos fazer o almoço. Hoje você vai ser meu ajudante. – falei puxando sua mão.

- Eu não sei cozinhar Bella. – fez uma careta e bico muito fofo.

- Eu te ensino. Quando nos casarmos você terá que cozinhar para mim. – brinquei.

- Casar? E por que eu teria que cozinhar? – me puxou para perto dele enlaçando seus braços em minha cintura.

- Tem certeza que quer saber?

- Tenho.

- Tudo bem então – cochichei em seu ouvido – Eu sempre imaginei chegar em casa e me deparar com o meu marido sem camisa, só de avental fazendo comida para nós dois. – Credo Bella você não era assim, mas ele com certeza não esperava por isso.

- Droga Bella, agora nunca mais vou conseguir fazer comida sem pensar nisso. – eu ri do jeito dele.

- Foi você quem quis saber. Agora vamos. – dei um beijo estalado nele e o puxei para a cozinha.



Resolvi fazer estrognoff de frango. Edward me ajudou a picar cebola, salsinha e cebolinha. Mostrei para ele como refogar o frango e fazer arroz. Ele parecia se divertir com isso. Minha irmã nos ajudou a arrumar a mesa e depois que almoçamos ele me ajudou a lavar a louça. Avisei meu pai que sairíamos e fui pegar minha mochila no quarto. Edward estava indo para seu carro quando o chamei surpresa.


- Aonde você pensa que está indo Edward?

- Para o carro ué.

- E o que o seu carro está fazendo aqui para início de conversa?

- O Emmett veio com o carro dele e Alice com o meu. Depois voltaram juntos pra casa.

- Entendi, mas hoje nós vamos no meu carro.

- Rá! Eu não vou andar nessa lata velha.

- Não fala assim dela, se não eu nunca mais entro no seu carro.

- Bella, por favor. É uma tortura andar nesse troço. Eu já sofri só de vir de casa até aqui.

 

- Vamos fazer isso do meu jeito, vai? – pedi colocando meus braços em volta do pescoço e beijei seu queixo.

- Bella...

- Por favor Honey. – Vou usar meu poder de persuasão.

- Retiro o que eu disse, isso que você faz comigo é que é tortura. – eu sorri pra ele e o beijei.

- E então?

- Tudo bem. – fez cara de derrotado.


O lugar para onde ia levá-lo não ficava muito longe, apenas vinte minutos de carro. Durante o percurso Edward não tirava os olhos de mim me deixando sem jeito. Não que eu não goste disso, mas ele tinha uma intensidade no olhar que eu não tinha visto ainda. Estacionei o carro próximo de onde estaríamos. Pegamos nossas mochilas e caminhamos alguns metros. O lugar era muito bonito, tinha uma vista do mar deslumbrante. Era um penhasco não muito alto, que Jake e eu vínhamos quando éramos menores.

- É muito lindo aqui. – Edward comentou olhando a paisagem.

- Eu gosto daqui. Tem uma visão muito bonita do mar.

- Wow! Isso daqui é alto. – se surpreendeu olhando o penhasco.

- Não é tão alto assim vai. – ri do jeito dele.

- Depois de você beber muito realmente não vai parecer, mas agora é assustador.

- Pra quem já correu em um carro que atingi 250 km/h isso não é nada Edward. – falei tirando minha blusa.

- Isso é diferente. Eu não gosto de altura. Por que está tirando a roupa Bella? – me olhou confuso.

- Eu só estou tirando a blusa, se não pesa demais. Tira a sua também. – pedi tirando meu tênis.

- Do que você está falando? Eu não vou tirar nada. – fez cara de interrogação.

- Você vai pular comigo. Anda tira logo. – o intimei.

- Hahaha... Agora eu é que acho que você bebe escondido Bella. Eu não vou pular isso nem morto. – disse saindo de perto da borda do penhasco.

- Ed não precisa ter medo. Não é perigoso, eu já fiz isso várias vezes. – me aproximei dele.

- Não Bella. Eu não vou fazer isso. – Será que eu vou ter que usar meu poder de persuasão de novo?

- Ed eu quero fazer isso com você. Eu sempre gostei desse lugar e queria compartilhar isso com você. – o abracei e beijei seu rosto.

- Mas não dá pra gente só ficar aqui? Podemos ficar sentados e conversando.

- Não, temos que fazer tudo. É bom, você vai gostar. – arrastei meus lábios até seu pescoço.

- Bella para com isso. – pediu suplicante.

- Você vai sentir como eu me sinto quando me beija Honey. Eu quero mostrar essa sensação pra você. – mordi sua orelha lambendo com a ponta da língua.

- Porra Bella, agora eu preciso mesmo de um banho gelado. – O que ele quer dizer com isso? Ops! Eu acho que já sei. Fiquei sem graça.

- Desculpa, não era essa minha intenção. – me afastei dele morrendo de vergonha. Ele riu.

- Agora você viu o efeito que tem sobre mim. Não fique assim, vamos resolver logo isso. – falou tirando a blusa e a camiseta.

Fiquei paralisada com a imagem a minha frente. Seu peitoral é lindo e torneado, não muito musculoso, mas ideal ao restante do corpo. Juro, quase babei. Edward viu que eu fiquei olhando e sorriu descarado.

- Não precisa tirar a camiseta Edward. – falei me virando de costas e fingindo pegar algo na mochila. Escutei ele rindo de mim. Bella cala a boca e se mata.

- Por que? Você não gostou do que viu? – indagou baixinho em meu ouvido.

- O problema é que eu gostei, demais até. Você sabe disso. – Não consigo mentir para ele.

- Então qual o problema minha deusa? – indagou beijando minha nuca. Me arrepiei inteira. Pelo Amor de Deus!!!

- Eu... Não consigo me concentrar assim Edward. – falei perdida em pensamentos.

- Isso é exatamente o que acabou de fazer comigo. – disse se afastando e rindo da minha cara.


- Vem, vamos logo. – me virei pegando sua mão e o puxando até a borda do penhasco. Olhei para baixo e o mar estava calmo. Perfeito!

- Bella tem certeza que é seguro? – me olhou com cara de sofrimento.

- Edward, você confia em mim? – indaguei olhando em seus olhos.

- Bella...

- Você acha que eu colocaria sua vida em perigo?

- Claro que não, mas... – o interrompi lhe beijando intensamente, tentando passar toda segurança possível.

- Você confia em mim Edward? – perguntei ofegante olhando em seus olhos. Ele suspirou me encarando.

- Confio. – deu um sorriso lindo de tirar o fôlego no rosto.


Segurei com mais força sua mão andando alguns passos para trás para pegar impulso. Meu coração começou a acelerar e minhas pernas começaram a ficar pesadas. Olhei para Edward e acenei com a cabeça, como se perguntasse se ele estava pronto. Ele retribuiu o aceno e eu comecei a correr em direção ao penhasco, pulando em direção ao nada.

A sensação de queda livre é extasiante, pura adrenalina. Você sente seu corpo livre, como se estivesse em outra dimensão. O contato com a água é um pouco dolorido, mas nada que não falha a pena. Em nenhum momento eu soltei a mão de Edward, até quando voltamos à superfície. Ele gritava desacreditado.


- Uhuuuu... Não acredito que eu fiz isso. – gritou alegre.

- É bom não é?

- Bom? Isso foi demais. – fiquei contente em ver sua agitação.

- Vem vamos sair daqui. – o puxei para sair de perto de onde as ondas quebram no paredão do penhasco. - Pronto aqui é mais seguro. – mergulhei meu rosto para ajeitar meu cabelo.

- Você é doidinha sabia? – me puxou para perto dele. Eu enlacei minhas pernas em sua cintura.

- Você me deixa assim. Isso que você sentiu é exatamente o que você me faz sentir. – falei colocando meus braços em volta de seu pescoço.

- Eu sinto isso desde a primeira vez que nos beijamos. É a mesma sensação que eu sentia quando corria Bella. Você agora é o meu vício. – disse me beijando apaixonadamente.

Ficamos nos beijando dentro d' água por longos minutos. Se não fosse pelo frio ficaria ali por horas e horas. Voltamos para nos secarmos e tirarmos as roupas molhadas.


- Toma, pega essa toalha.

- Você pensou em tudo mesmo.

- Sou uma garota prevenida. – falei rindo e enxugando os cabelos.


Sentia-me muito a vontade com o Edward. Não senti vergonha em tirar minhas roupas molhadas em sua frente. Claro que eu fiquei só de calcinha e sutiã, mas com ele eu não tinha inibição. Ele ficou surpreso com minha atitude e percebi que me olhou dos pés a cabeça. Seus olhos mostravam desejo e malícia. É bom se sentir desejada pela pessoa que você gosta.

Não me entendam mal eu não costumo tirar a roupa na frente de muitos garotos. Na verdade os únicos que já me viram assim foram Edward e Mike, meu ex-namorado. Mike e eu tivemos um bom relacionamento. Sempre gostei dele desde a quarta série. Começamos a namorar quando eu estava no primeiro ano. Namoramos durante um ano, mas nunca chegamos às vias de fato. Não me sentia pronta para perder minha virgindade naquela época. Digamos que nós só praticamos bastante. Acabamos terminando depois que percebemos que éramos mais amigos do que namorados de verdade.

Com Edward já é totalmente diferente. Ele mexe demais comigo. Meu corpo pede para estar próximo a ele, e vê-lo me olhando assim só me deixa cada vez mais apaixonada. Terminamos de nos trocar e guardamos as roupas molhadas. Peguei um cobertor que também havia colocado na mochila e estendi no chão para deitarmos. Edward riu mais um vez de mim, não esperando tudo aquilo.

Ficamos conversando a tarde inteira. Ele começou a contar sobre sua fase de infância e como sua família era feliz e unida naquela época. Contou que seu pai quando trabalhava na Califórnia ajudava as pessoas que não tinham acesso à saúde. Fazia um trabalho voluntário junto à comunidade carente. Sua mãe o ajudava muito naquela época. Ele lembrou da história que seu pai contou sobre como conheceu sua mãe e se apaixonaram.

Contou também que viviam bem até alguns atrás, mas depois tudo mudou. Seu pai e sua mãe brigavam constantemente, e seu pai começou a beber. Sua mãe na época tinha acabado de se formar em arquitetura e feito um curso de decoração. Começou a viajar e mal parava em casa deixando os filhos sozinhos. Comentou que sua primeira briga feia com seu pai foi quando pegou os dois discutindo e ele expulsava sua mãe de casa. Edward interveio na tentativa de fazê-lo mudar idéia, mas não adiantou.


- Ele falou por que estava fazendo aquilo? – indaguei tentando entender seus motivos.

- Não, nunca nenhum dos dois me falou nada. Eles hoje só vivem um casamento de aparência Bella.

- E por que seu pai deixou de fazer esse trabalho voluntário?

- Isso tomava muito seu tempo. Ele tinha intenção de montar um hospital e se dedicar somente a isso, mas meu avô não lhe deu a parte na herança para ele conseguir um financiamento. Eles sempre foram muito mesquinhos e nunca aceitaram o casamento do meu pai com a minha mãe. Eles diziam que ela só queria seu dinheiro. Ele então teve que parar por um tempo, mas com o dinheiro que ganhava no hospital tinha a intenção de fazer um investimento, junto com outros médicos interessados. Depois que minha mãe saiu de casa ele nunca mais se interessou por isso.

- Deve ter uma boa explicação para isso. Você nunca procurou conversar com sua mãe?

- Ela agora está morando com sua irmã em São Francisco. Eu fui algumas vezes para lá, mas ela nunca tocou no assunto. Eu não sei, parece que ela tem medo de me falar alguma coisa. Meus irmãos foram poucas vezes vê-la. Depois que tudo aconteceu ela vem somente nos nossos aniversários.

- E você e seu pai?

- Nós não nos entendemos mais. Naquela época eu comecei a correr profissionalmente. Estava me dando bem com isso. Depois da briga que tive com meu pai ele cortou minha mesada e eu tive que parar de correr. Aquilo fazia bem pra mim sabe, era uma forma de esquecer os problemas de casa. Foi nessa época também que eu fiz aquele curso que te falei de computação e tecnologia. Depois do curso eu montei um sistema que otimiza o desempenho dos carros de corrida, mas sem dinheiro não pude finaliza-lo.

- Mas e quando vieram para cá, vocês se entenderam? – questionei como se não soubesse da história.

- Por um tempo sim, mas depois nós discutimos de novo. Lembra aquele dia que você estava lá em casa fazendo o trabalho? – eu assenti – Então, eu fiquei chateado de ouvir a discussão entre ele e Alice, e fui cobrar dele por não ir à sua apresentação e a gente acabou discutindo de novo, e mais uma vez ele tirou minha mesada.

- Entendi, mas o dinheiro que ganha na biblioteca não é suficiente? – ele riu da minha pergunta.

- Infelizmente não. Esse ramo é muito caro, o investimento é altíssimo. Mas o emprego veio em boa hora Bella, isso me segurou para não fazer besteira mais uma vez.

- Como assim? – fiquei curiosa. Ele ainda não me contou sobre Sam e Tânia.

- Isso é conversa para outro dia. Agora chega que eu já falei de mais. Vem cá que eu quero namorar mais um pouco. – me puxou para cima dele e me beijou.


Por mais que ele fugisse desse assunto já estava feliz por ele finalmente se abrir comigo, nem que fosse só um pouco. Saber sobre sua família me deixou um pouco triste e sei que isso o incomoda muito. Gostaria de poder ajudá-lo com isso. Quem sabe conhecendo sua mãe já não seja um caminho para isso. Podia sentir que já estava escurecendo e meu estômago já reclamava de fome.


- Vem vamos para casa pedir uma pizza. – lhe dei um selinho e me levantei o puxando pela mão.

- Bella eu já tomei café da manhã e almocei na sua casa, agora jantar? O que seu pai vai pensar de mim?

- Ele não vai pensar nada ué. Você é meu namorado e vai simplesmente nos dar a honra de jantar em nossa casa. Meu pai gosta de gente nova em casa.

- Você não existe sabia? – me puxou para me dar um beijo.

- Existo sim, sou de carne e osso. Olha só. – belisquei o seu braço.

- Aiii... Foi só força de expressão Bella. – ri da cara que ele fez.


Voltamos para casa e jantamos todos juntos. Edward já estava bem mais a vontade. Durante a semana ele veio para casa comigo quase todos os dias. Na quinta-feira combinamos de todos irmos à sua casa assistir alguns filmes. Renesme não quis nos acompanhar, disse que iria para casa de Jacob. Jéssica também não quis porque não queria ficar segurando vela. Bene estava de folga nesse dia então ficamos com a casa só para nós.

- E aí qual filme vocês querem assistir primeiro? - o grandão do Emm indagou.

- Quais são as opções? – perguntei sentando no sofá.

- Vamos ver, tem Lua Nova, A Cela 2 e A Era do Gelo 3.

- LUA NOVA. – Eu, Alice e Rose gritamos juntas. Os meninos só reviraram os olhos.


- Jasper vai colocando aí, que eu vou fazer pipoca. – Emmett pediu indo para a cozinha.

- Isso é seguro? – perguntei para Edward que sentou ao meu lado.

- O que? – me olhou confuso.

- Emmett, cozinha... – ele riu.

- Acho que não tem problema. – deu de ombros.

- Ok. – deitei em seu colo e me aconcheguei em seus braços.

Jasper colocou o filme e pausou no início aguardando Emmett. Conversávamos sobre os preparativos da festa de Alice quando Emm chamou Edward da cozinha.


- PUTA QUE PARIU EMMETT. – escutamos Edward gritar.